«O novo Presidente da República (PR), Marcelo Rebelo de Sousa (M.R.S.), copia o estilo do Papa Francisco (PF) na comunicação direta e calorosa com o povo. Embora ambos sejam chefes de Estado, os seus múnus são completamente diferentes, assentando melhor ao PF a afetividade e o informalismo do que a M.R.S., pela simples razão que Francisco é, não só um chefe de Estado, mas também um líder espiritual seguidor de Jesus.
A República de M.R.S. nada tem a ver com o "reino de Deus" do PF.
A imitação do estilo do PF por M.R.S. pode não ter mal nenhum, mas também pode ter, como vou justificar.
Consideremos M.R.S. e PF como chefes de Estado apenas, esquecendo a vertente espiritual do líder religioso. O PF está rodeado de uma Cúria cheia de vícios que ele denunciou e quer eliminar. Pelo contrário, M.R.S. vive rodeado de uma "Cúria" (Assembleia da República, lei do financiamento dos partidos, lei eleitoral, Constituição, escritórios de advogados) cheia de vícios que ele nunca denunciou e com que, pelo contrário, sempre pactuou.
Tanto pela omissão como pela ação, nunca M.R.S. denunciou, pelo menos com o mesmo vigor do PF, os pontos frágeis da nossa democracia (e que tanto Paulo Morais como Henrique Neto denunciaram).
Portanto, neste contexto, a abertura, o afeto e a comunicação direta de M.R.S. com o povo podem não ser mais do que uma demonstração de demagogia e populismo com que os políticos gostam de se acusar uns aos outros (depende da conveniência do momento de cada um) e com que nos vão mantendo como povo corrupto, pouco participativo e politicamente inerte!»
Carta de JOSÉ MADUREIRA, leitor do Expresso
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Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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