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12/10/2011

Pro memoria (38) – mil Madeiras florescerão

Enfiar dívida debaixo do tapete é possivelmente a maior contribuição portuguesa para a contabilidade pública. A este respeito, estamos numa espécie de final do Euro 2004 aonde chegámos e só perdemos com os melhores de todos: os gregos. Foram agora descobertas facturas não contabilizadas pelo Hospital de Santa Maria no valor de 7 milhões. É apenas uma gota de água, pouco mais de um por mil da dívida da Madeira. Não seria importante se debaixo do tapete de muitos outros hospitais, empresas públicas, institutos, fundações, organismos, etc. não viessem a surgir, e surgirão, centenas ou milhares de pequenas gotas que engrossarão o caudal do rio subterrâneo da contabilidade do estado sucial.

Quando o rio subterrâneo emergir gradualmente lá teremos de ir outra vez com a corda ao pescoço pedir mais dinheiro à troika, perder o resto do 13.º mês e continuar o calvário de pagar os delírios de décadas escondidos a golpes de trafulhice.

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