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01/08/2010

ESTADO DE SÍTIO: Acabar com os chumbos é para o estado do ensino público parecido com emitir uma certidão de óbito para o estado duma criatura em coma

Não vai pô-lo pior, vai apenas oficializar o fim da aparência dos esforços para o reanimar e concentrar esses esforços em trabalhar para a estatística, uma especialidade inaugurada pelos governos Guterres e elevada ao nível da excelência pelos governos de Sócrates. Por trás dos boletins médicos do governo, sempre recheados de manipulados e efabulações, o estado do ensino público é o que nos mostram os relatórios PISA. Por exemplo, o estado do ensino da matemática segundo o PISA 2006: Science Competencies for Tomorrow’s World Executive Summary © OECD 2007 é o seguinte:

Range of rank of countries/economies on the mathematics scale (PISA 2006)
(Clicar para ampliar)

Quando se compara o score em matemática (466) conseguido pelos alunos portugueses (26.º em 30 países da OCDE) com o score da Self-Efficacy (S.E.) (*) que nos coloca em 9.º lugar, concluiu-se que nossos alunos são ignorantes em matemática, vivem sem dar por isso e mantêm uma fé inabalável na excelência das suas competências, como aqui em tempos se escreveu.

Assim, a curto prazo o fim dos chumbos não mudará nada, irá apenas tornar a opinião pública (e os próprios professores – quanto aos próprios alunos, estamos conversados como se vê pelo score S.E.) mais alienados em relação ao estado das coisas. A médio prazo só poderá piorar, mas ninguém dará por isso porque não haverá chumbos para o constatar. Enquanto isso, temos a «educação sexual» e as «aulas contra a violência».

(*) «Unlike efficacy, which is the power to produce an effect (in essence, competence), self-efficacy is the belief (whether or not accurate) that one has the power to produce that effect.» (ver mais aqui)

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