Contrariado, o doutor Cavaco Silva promulgou a lei da responsabilidade civil do Estado, sob protesto de conter «disposições que comportam sérios riscos de perturbação do normal funcionamento dos serviços públicos e da actividade dos tribunais, tendo ainda consequências negativas para o equilíbrio financeiro do Estado». (Público)
Admito sem resistência que não fui enganado. Votei no homem perfeitamente consciente de que «o seu pensamento económico e político é o fruto do casamento dos planos de fomento com a doutrina dominante na época - o social-colectivismo nas suas diferentes encarnações, das quais o professor preferiu a social-democrata.» Mas isso não lhe dá o direito de exagerar e não me retira o direito criticar os seus devaneios colectivistas.
Estará o doutor Cavaco Silva consciente dos resultados, nos dias que correm, do normal funcionamento dos serviços públicos e da actividade dos tribunais? Será que não entende que não pertubar o normal funcionamento é manter intacto o estado napoleónico-estalinista, o aparelho que parasita e enfraquece a sociedade civil? Não verá o doutor Cavaco Silva que a mais tímida reforma só pode perturbar o normal funcionamento deste aparelho? Não compreenderá que quanto menos esse aparelho for responsabilizado pelos danos que causa aos cidadãos nas múltiplas esferas onde intervém, mais o seu cada vez mais longo braço estorcega e sufoca os sujeitos passivos?
São perguntas retóricas.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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11/12/2007
SERVIÇO PÚBLICO: perturbar o normal funcionamento dos serviços públicos e da actividade dos tribunais, seria um bom programa
Etiquetas:
incorrigível,
reformas,
um país talvez normal mas rançoso
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