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21/02/2006

DIÁRIO DE BORDO: qualquer coisa terá que mudar para que tudo fique na mesma

Podia estar a pensar no Portugal dos pequeninos. Mas estou a pensar no Luchino Visconti e no seu magnífico «Il gattopardo», que pode ainda ser (re)visto no Nimas. Os filmes magníficos são como os bons vinhos - só ganham com a idade e este aquece-me as tripas como há 43 anos.

A «terribile insularità d'animo» e o «cambiare per non cambiare» da Sicília do Risorgimento nos anos 60 do século XIX, vista pelos olhos dum Lampedusa um século depois, evocam-me os portugais do Portugal.

São precisos pelo menos 3 aristocratas para fazer um filme como este: Lampedusa, Visconti e Lancaster, que acabou por fazer um princípe de Salina melhor (acho eu) do que teria sido feito por Sir Laurence Olivier, como queria Visconti. Hoje já não se fazem (não se podem fazer) filmes assim.

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