Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

07/05/2005

DIÁRIO DE BORDO: a maiêutica do aborto (9)

Depois das perguntas fáceis de resposta difícil em (1), (2), (3), (4), (5), (6, (7) e (8), duas perguntas difíceis de resposta fácil.

«Uma mulher pode ficar grávida se tiver relações sexuais até 5 dias antes da ovulação, período durante o qual os espermatozóides se mantém vivos. O óvulo fecundado só é viável por um período máximo de 6 a 12 horas depois de libertado do ovário. A pílula do dia seguinte actua suprimindo a produção hormonal que leva o ovário a libertar o óvulo e deve ser tomada até 72 horas depois da relação sexual, seguida de uma outra dose 12 horas depois. Se uma mulher toma a pílula depois do óvulo ter sido libertado já não será evitada a fertilização ou interrompida a gravidez, de acordo com os estudos efectuados e com o fabricante Barr Pharmaceuticals.» (ver aqui uma sinopse do estado da arte e links para diversos estudos e opiniões contraditórias)

Se for assim, porque se encarniçam os movimentos fundamentalistas pró-vida contra a contracepção de emergência, confundindo a contracepção com o aborto?

Se a pílula do dia seguinte inibe o ovário de libertar o óvulo por um processo hormonal semelhante ao desencadeado pela amamentação, será que esse fundamentalismo também é contra a amamentação?

Sem comentários: