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06/04/2025

ARTIGO DEFUNTO: O jornalismo de causas tem dificuldade de lidar com a causalidade

O outro contribuinte escreveu há dias sobre a dívida que o governo socialista do Eng. Sócrates deixou a Passos Coelho, dívida que o Diário de Notícias classificou como a «megadívida de Passos Coelho».

Ora a causa dessa megadívida foram os empréstimos da troika, a causa dos empréstimos foi a bancarrota do Estado sucial cuja causa foi a governação corrupta, irresponsável e ruinosa do Eng. Sócrates e da sua trupe, alguma da qual ainda por aí anda. O que é de Passos Coelho não é, portanto, a megadívida, em vez disso, é o resgate limpo que deixou o país a crescer, a balança comercial superavitária pela primeira vez em décadas e as "contas certas" que o Dr. Costa se auto-atribuiu. 

Algumas das medidas do resgate obrigaram à venda de várias empresas públicas, inevitavelmente a interesses estrangeiros porque Portugal estava descapitalizado e os empresários portugueses não tinham dinheiro nem para mandar cantar um cego. Também inevitavelmente, os dividendos dessas empresas são pagos a accionistas estrangeiros que, outra vez inevitavelmente, estão no estrangeiro.

E assim chegamos a um exemplo de jornalismo de causas mais subtil do que o tosco do DN com uma peça do semanário de reverência. Peça confusa, com vários erros e o título pesaroso «Quase três quartos dos dividendos da Bolsa vão para o estrangeiro», isto é, vão para «as gigantes que entraram em Portugal durante a crise financeira», como se este facto não fosse causado pela bancarrota que o governo socialista deixou, mas tivesse resultado de uma qualquer fatalidade, um cataclismo da natureza ou da maldade do "neoliberalismo". 

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