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26/10/2024

Portugal como destino atractivo para graduados internacionais (1)

Há dois meses a Economist publicou um estudo (*) muito interessante sobre a rejeição/atractividade dos graduados universitários em diversos países para se mudarem para outro país. O estudo foi baseado em dados de uma pesquisa anual a quase 200.000 pessoas de mais de 150 países e territórios realizada pela Gallup World Poll, em que é perguntado aos inquiridos (a Economist só considerou os que disseram ter concluído a graduação) se gostariam de se mudar permanentemente para um país estrangeiro e, se sim, qual.

No caso de Portugal o inquérito mostrou uma grande mudança de atractividade de 2010-12 para 2021-23. Neste segundo período se todos os graduados que gostariam de mudar para Portugal o tivessem feito a população graduada teria aumentado 140%. 


O quadro acima foi construído com dados de uma década entre 2010-23 (excluindo os anos da pandemia) e mostra estimativas do número de graduados que cada país poderia ganhar e perder se a mudança fosse fácil. O resultado de Portugal é à primeira vista um tanto surpreendente, no entanto quando se considera que são brasileiros a grande maioria dos graduados estrangeiros que desejariam mudar-se para Portugal o resultado fica menos surpreendente. A segunda nacionalidade mais representada - e isso volta a ser surpreendente - é a americana, o que a Economist atribui a mais voos para os EUA, o que não me parece plausível e será mais facilmente explicado por um fenómeno chamado Madonna que colocou Portugal no mapa para muitos americanos que ficaram a saber que existia um país simpático, com um clima agradável que os acolheria bem - o campus da Nova em Carcavelos (que um amigo da Católica chama invejosamente "escola de surf") tem algum peso neste contexto.

[Fica por explicar, por agora, o proporcionalmente reduzido número de graduados portugueses que responderam pretender mudar-se para outro país, quando se sabe que na última década centenas de milhares de graduados portugueses saíram de facto para o estrangeiro.] 

(Continua)

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(*) Talent is scarce. Yet many countries spurn it

1 comentário:

Sérgio Gonçalves disse...

Não li o estudo e só vi referências avulsas. Aguardava que apresentassem aqui mais alguns detalhes e, felizmente, fizeram-no. Os resultados são de facto surpreendentes mas a análise que aqui é feita ajuda a perceber (ou justificar) tais resultados.