Recapitulando, o intervencionismo do BCE, que copiou com atraso a Fed e o BoE, adoptando o alívio quantitativo e as taxas de juro negativas ou nulas, desde o «whatever it takes» do Super Mario de Julho de 2012, é parecido como terapêutica com a sangria dos pacientes praticada pela medicina medieval para tratar qualquer doença, incluindo a anemia.
No post anterior sobre este tema citei Mundell e Friedman para concluir que a Zona Euro não constitui uma zona monetária óptima, desde logo por ser constituída por apenas 2/3 dos países da UE, só dispor de uma união bancária parcial e não existir uma união fiscal.
Faltou acrescentar que, ainda se prenchidas as condições económicas indispensáveis, nomeadamente a mobilidade da mão-obra, seria sempre necessário um orçamento único e um governo central que a Comissão Europeia na sua configuração actual está muito longe de ser. Ou seja, seria necessária uma união política e é aqui que a porca torce o rabo porque precipitar uma união política num continente com o passado bélico da Europa, com a enorme diversidade cultural (e não me refiro à cultura intelectual, mas aos valores, crenças, hábitos, costumes que influenciam os corportamentos sociais), com dezenas de línguas diferentes e identidades nacionais muito fortes, conduziria certamente ao desastre.
É por isso que, tal como a guerra é demasiado importante para a deixar nas mãos dos generais, a "federalização" da Europa é demasiado importante para a deixar nas mãos dos eurocratas.
Sem comentários:
Enviar um comentário