(...)
O que não é Estado é cada vez mais visto como uma anomalia. Um desvio. Uma malformação que há que corrigir e controlar, na impossibilidade de erradicar como prova a recente legislação sobre alojamento local.»
Quantos votos vale um senhorio?, Helena Matos no Observador
Em Portugal, onde, após séculos de segregação de uma cultura colectivista e de aversão ao risco, o Estado é o alfa e ómega da vida dos cidadãos. Por isso, em Portugal as instituições privadas, empresas ou outras, são no máximo toleradas em áreas onde o Estado definitivamente não proporciona bens ou serviços. É como que a inversão enviesada do princípio da subsidiariedade: «o privado», assim é designada a excrescência fora do mausoléu estatal, só deve ser «autorizado» a intervir se o Estado não estiver para aí voltado.
Já aqui concluí, a propósito do arrendamento, que a geringonça tem a visão que Ronald Reagan caracterizou com ironia: «If it moves, tax it. If it keeps moving, regulate it. And if it stops moving, subsidize it.»
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