E se a probabilidade de ter um jogador de topo é baixa, a probabilidade de ter dois ou mais é ainda mais baixa. Suponha-se que em média se encontra um jogador de topo (seja lá o que isso for) em cada 100 milhões de habitantes (incluindo mulheres, crianças e velhotes, para simplificar). Nesse caso, a probabilidade de ter um jogador de topo em Portugal é 0,1 e na Alemanha 0,80 e probabilidade de ter simultaneamente dois é para Portugal de 0,01 e para a Alemanha 0,64 isto é 64 vezes mais. E no caso de três é 0,001 e 0,512, respectivamente, isto é 512 vezes mais.
Então porque atingem os futebolistas profissionais portugueses o topo?
Em primeiro lugar, notemos que dos 23 jogadores da selecção actual, 7 nasceram fora de Portugal e 18 jogam em clubes estrangeiros em 9 campeonatos diferentes.
E o que é que tem o futebol de diferente do resto das actividades em Portugal? Várias coisas, entre as quais: uma regulação leve, concorrência nacional e internacional entre operadores e, sobretudo, um mercado de trabalho aberto, competitivo e internacional - deve ser a única actividade em Portugal em que as famílias, os partidos e as maçonarias não arranjam lugares na profissão do chuto para os seus filhos, camaradas e irmãos, respectivamente.
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