«Caso esta “confissão” de altos dirigentes do PS seja para levar a sério, diria que o País espera que confessem a vergonha por muito mais coisas. Vergonha por terem conduzido o País à bancarrota; vergonha por terem pedido ajuda externa, por terem negociado e assinado o Programa de Ajustamento Económico e Financeiro e por logo a seguir se terem furtado a quaisquer responsabilidades quando se tratou de resolver os problemas que causaram; vergonha por continuarem, ainda, a defender que se o PEC 4 tivesse sido aprovado, os problemas do País teriam sido ultrapassados; vergonha por terem saudado a vitória do Syriza que ia mudar a Europa e por se terem tão rapidamente esquecido desses arroubos de entusiasmo e da própria Grécia, que desapareceu do debate político e das notícias, mesmo se as dificuldades dos gregos continuaram e continuam; vergonha por terem prometido que se iam opor à “ditadura alemã” no Eurogrupo (iam por os alemães “com as pernas a tremer”) e acabarem por ter o seu Ministro das Finanças como diligente promotor da tal “ditadura”; vergonha por terem clamado pela reestruturação da dívida como única solução para o País crescer e por terem convenientemente deixado cair o assunto; vergonha por se embevecerem com Hollande e, agora, com Macron, que pulverizou o Partido Socialista Francês e que se propõe fazer em França reformas que o PS ou não faz ou mesmo desfaz em Portugal; vergonha por terem hoje no Governo muitos dos mesmos que governaram com José Sócrates (e com Manuel Pinho, já agora) e que nunca viram nada, nunca suspeitaram de nada; vergonha pelas ruinosas PPP rodoviárias; vergonha pelos desastrosos contratos de swap nas empresas públicas que o Ministério das Finanças incentivou e não fiscalizou; vergonha pela instrumentalização política da CGD e pela sua descarada ocultação ao impedirem o funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito; vergonha por fazerem aprovar orçamentos de Estado e executarem outra coisa qualquer, sem o respeito pelo Parlamento que se exige em democracia; vergonha pela forma como se aliaram a partidos que são anti-União Europeia (exceto para receber dinheiro dos cidadãos europeus, bem entendido), anti-Euro, anti-Nato, revelando que os princípios são menos importantes que os interesses; vergonha pela maneira como estão a desperdiçar mais uma, quem sabe a última, oportunidade de dar ao País uma perspetiva de futuro sem repetir os erros do passado.»
«Realmente, o PS não tem vergonha na cara», Maria Luís Albuquerque no Observador
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
06/05/2018
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Razões para o PS de Costa ter vergonha
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário