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Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
1 comentário:
Eu até gosto bastante deste blogue –e estou especialmente grato ao seu autor por ter incluído o meu blogue na sua lista de blogues linkados- mas esta posta é francamente infeliz. Desde logo, ninguém diz que o terrorismo na Europa está a aumentar, isso é uma distorção por parte dos meios de comunicação, um exemplo clássico da falácia do espantalho… o que nós dizemos é que o terrorismo islâmico na Europa está a aumentar, o que é totalmente diferente!
O próprio gráfico em si, concebido propositadamente para fazer passar uma determinada narrativa, é um exemplo acabado da velha máxima de que é possível mentir às pessoas recorrendo a estatísticas. A mentira começa logo ao não identificar claramente os movimentos responsáveis pelas mortes em cada ano. A escolha do critério de quantificação do terrorismo também é duvidosa: um só atentado pode fazer centenas de mortos, mas dezenas de atentados podem fazer apenas meia-dúzia. Quando é que há mais terrorismo, quando há só um atentado e morrem centenas ou quando há dezenas de atentados e só morre um punhado?
Mesmo admitindo a validade do critério utilizado, atente-se por exemplo ao ano de 2004. Os mortos do 11-M em Madrid foram incluídos, mas as crianças de Beslan não. Poderá argumentar-se que Beslan não pertence à Europa, mas o meu ponto é precisamente esse: quando se quer relativizar o fenómeno do terrorismo islâmico, essa omissão é por demais conveniente, porque a escolha do território determina automaticamente a conclusão. Por exemplo, reduzindo as vítimas dos atentados ao Reino Unido, verifica-se que o número de vítimas do terrorismo islâmico é muito superior ao número de vítima do IRA:
https://totalitarismouniversalista.blogspot.pt/2017/05/atentados-terroristas-no-reino-unido.html
O mesmo pode ser dito em relação a não incluir os mortos do 11-Set: reduzir tudo ao território europeu é desvirtuar a realidade de que o terrorismo islâmico está em guerra com todo o Ocidente (aliás, está em guerra com todo o mundo não-islâmico).
Isto é um bocado como fazer uma estatística sobre o azeite produzido em Portugal e incluir apenas os lagares de Trás-os-Montes: em cada ano, não é pelo facto de a produção de azeite em Trás-os-Montes diminuir que se pode concluir automaticamente que toda a produção de azeite, em termos nacionais, também diminuiu. Até poderá haver correlação, mas isso não é certo.
Mas voltando à Europa e ao número de vítimas, vamos admitir por um momento que os atentados do IRA, da ETA, da FNLC e de todas as organizações terroristas europeias fizeram mesmo mais mortos no Ocidente do que os atentados islâmicos. De que forma é que isso demonstra que o terrorismo islâmico na Europa não está a aumentar? Não demonstra, essa é que é a realidade! A única forma de o demonstrar seria fazer um gráfico onde fossem apenas incluídos os mortos dos atentados terroristas islâmicos! Mas isso, como é evidente, não se espera que a Economist faça…
Ah, e ainda há a questão da proporção de terroristas! A maioria dos habitantes da Europa são europeus, por isso é natural que a maioria dos terroristas seja europeia. Mas qual será a percentagem de terroristas europeus em relação à população residente? E a percentagem de terroristas islâmicos em relação à população residente? Será que os terroristas dos últimos 20 anos ainda são maioritariamente europeus?...
Cumprimentos!
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