«Em 100 anos, nunca vi um partido comunista no poder que governasse com eleições livres, com partidos políticos, com liberdade de expressão, sem exilados, sem presos políticos.»Ainda o eco não se tinha desvanecido já o Público tomava as dores dos partidos comunistas propondo-se «verificar» a afirmação de Barreto. Fê-lo, porém, à maneira comunista desvirtuando o que disse Barreto, que não se referia à participação de comunistas no governo liderado por outros partidos, onde os comunistas têm de esconder as garras, mas aos partidos comunistas com hegemonia no poder e a governar.
De seguida, o jornalista de causas de serviço no Público apresenta vários exemplos de partidos comunistas que participaram no poder: o presidente comunista do AKEL no Chipre de 2008 a 2013, o PC francês em vários períodos incluindo 81-86 e 1997-2002; o PC espanhol durante a guerra civil até 1939, o PC dinamarquês que «apoiou» o governo social-democrata de 2011 a 2014, o PC grego que participou no governo em 1989, e ainda os PC austríaco, luxemburguês e finlandês a seguir à II guerra, o PC brasileiro que integra a coligação liderada pelo PT, o PC chileno que integrou o governo de Allende, a Turíngia (estado alemão) que tem um ministro-presidente comunista, que não manda nada, e um governo de coligação com o SPD que inclui os comunistas.
O presidente comunista cipriota Dimitris Christofias que nomeou um governo de coligação de partidos democratas com o AKEL - longe de ser hegemónico e governar - foi forçado a demitir-se em 2011 por ter sido responsabilizado por uma explosão numa base naval. Nenhum dos outros partidos comunistas liderou ou lidera ou controlou ou controla os governos onde participou ou participa, sendo apenas parceiro júnior de uma coligação sem qualquer hipótese de impor a sua agenda.
Em resumo, nenhum dos partidos comunistas citados governou em democracia e alguns deles de resto participaram em governos não democráticos como o PC espanhol na guerra civil e o PC chileno de Allende que quis fazer uma revolução com 36% dos votos.
Em contrapartida, dezenas de partidos comunistas por todo o mundo nos últimos 100 anos governaram despoticamente e foram responsáveis por milhões de mortos e pela miséria mais abjecta.
1 comentário:
Já dizia o Estaline:
"Cem mortos é uma catástrofe, um milhão é estatística!"
FG
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