Segundo os dados da UNODC (Criminal justice system resources) em 31-12-2010 o «Police Personnel» (*) em Portugal era de 47.409 efectivos ou 444,1 por 100.000 habitantes, índice que confirma continuarmos a ser um dos estados mais policiados do mundo. Na Europa em 2010 só somos ultrapassados por Malta (460,5) e pela Irlanda do Norte (470,5) e no mundo, além daqueles dois países, só algumas ilhas perdidas no meio do Atlântico, Índico e Pacífico é que nos levam a melhor.
Não se sabe se os ministros da Administração Interna conhecem estes índices, porque todos têm adoptado a lengalenga habitual da «falta de recursos». Ainda recentemente, o novo comandante da PSP produziu um documento com o pomposo nome de Grandes Opções Estratégicas 2013-2016 onde anuncia a contratação de mais 500 polícias por ano e pré-reformar 300.
A última desse tipo de declarações foi ontem. Aproveitando a comemoração do 145.º aniversário da PSP do Porto, o MAI garantiu que «apesar das dificuldades que o país atravessa, no próximo ano, em 2013, vamos fazer exatamente o que fizemos este ano: vamos continuar a admitir para formação novos agentes da Polícia de Segurança Pública», mas em vez contratar 1.000 de dois em dois anos será anualmente e lá vamos ao plano estratégico do comandante da PSP.
Não é extraordinário que quando já se reconhece termos um Estado cheio de gorduras, ainda se pense que precisamos de aumentar a obesidade do aparelho policial?
(*) «Personnel in public agencies as at 31 December whose principal functions are the prevention, detection and investigation of crime and the apprehension of alleged offenders».
Outros casos de polícia: (1), (2) e (3)
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Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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