Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

10/02/2012

ARTIGO DEFUNTO: A superioridade da inferioridade

«O provincianismo de Merkel, uma engenheira química que cresceu do outro lado do Muro, mostra-se nos discursos. A senhora Merkel tem a eloquência prudente e limitada de um alemão da Alemanha interior, um território mental sem pingo de cosmopolitismo, conservador nos costumes e nos hábitos, inspirado pela frugalidade luterana ou a centrifugação ideológica do marxismo-leninismo soviético
«O fim do mundo num gemido», Clara Ferreira Alves na Actual do Expresso de 04-02

Repare-se no «provincianismo» de Merkel contraposto ao «cosmopolitismo» (de Ferreira Alves), na «engenheira química» sem cultura e com «eloquência prudente e limitada de um alemão do interior» implicitamente contraposta à bem-pensância e eloquência da luminária de O Eixo do Mal, na «frugalidade luterana» que poderia ser contraposta à mistura de miséria com jactância novo-riquista dominante na sociedade portuguesa, na «centrifugação ideológica do marxismo-leninismo soviético» que poderia ser contraposta ao batido de salazarismo com «marxismo-leninismo soviético», consumido avidamente pela intelectualidade cosmopolita doméstica na época de juventude de Ferreira Alves.

É todo um programa de vida.

Sem comentários: