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24/11/2009

SERVIÇO PÚBLICO: cada alegado tiro, cada alegado melro (4)


Com esta já é a segunda vez que José António Saraiva (JAS), director do Sol, denuncia as pressões e tentativas de dissuasão para não publicar notícias comprometedoras para José Sócrates ou o governo. «Recebemos dois telefonemas, por parte de pessoas próximas do primeiro-ministro, dizendo que se não publicássemos notícias sobre o Freeport os nossos problemas se resolviam», disse JAS na entrevista ao Correio da Manhã. Tratava-se de problemas financeiros que o Millenium bcp (à época accionista e credor) poderia resolver com esse preço.

«Na altura quem tinha o dossiê do ‘Sol’ era o Armando Vara, e nós tínhamos a noção de que ele estava em contacto com o primeiro-ministro. Portanto, eram ordens directas. Houve uma tentativa óbvia de estrangulamento financeiro

Da primeira vez que a chantagem foi denunciada, o Pertinente deduziu que o homem dos telefonemas seria o amigo Vara. Creio que estava enganado. Julgo que JAS, entretanto, terá dito que não foi Armando Vara e, não sendo este amigo, poderá ter sido o outro amigo do querido líder: Francisco Bandeira. Tenha sido um, outro ou um terceiro middleman, parece razoavelmente evidente que «há de facto uma estratégia do Governo no sentido de condicionar a informação», para usar as palavras de JAS.

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