O liberalismo académico gosta de imaginar que os mercados são o deus ex machina das sociedades humanas. Em particular gosta de sonhar que os salários dos executivos são ditados pelos accionistas. Ouçamos o que tem para nos dizer a este respeito António Carrapatoso que, em vias de deixar o seu cargo na Vodafone, trata o tema com alguma franqueza e o suficiente conhecimento de causa.
«À partida as coisas seriam simples. Os salários e bónus dos gestores resultariam da lei da procura e da oferta relativa ao seu trabalho e ninguém teria nada a ver com o assunto, excepto os accionistas da organização em causa que, tendo aprovado o pacote de compensação, beneficiariam com a respectiva razoabilidade ou sofreriam com a falta desta.
Se a um determinado gestor fosse atribuído um salário base e um esquema de bónus muito atractivo seria porque os accionistas acreditavam no potencial deste gestor para acrescentar um valor substancial à organização. Se o gestor viesse a ganhar bónus extraordinários, então teria decerto também criado um valor extraordinário para a organização, beneficiando ainda a sociedade em geral. Mas, no mundo real, as coisas não funcionam como o teoricamente previsto.»
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Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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29/03/2009
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