«É humilhante para os portugueses a percepção que o exterior tem de Portugal, que é a de uma contínua degradação e declínio ao longo dos últimos anos», disse Jack Welch, mítico CEO da GE, durante o encontro do Fórum para a Competitividade.
É um ponto de vista. O ponto de vista dos portugueses não é esse. Os portugueses não se sentem nada humilhados pela «contínua degradação e declínio». Por várias razões, a começar porque estão habituados, já descontaram o declínio, como dizem os analistas financeiros - é essa a realidade desde o século XVI, com dois curtos períodos excepcionais. Segue-se que os portugueses, apesar de bajularem constantemente a estranja, têm-se em elevada conta. É o Manchester de Cristiano Ronaldo, era o Real Madrid de Luís Figo, é o Goldman Sachs de António Borges (a). O mais que um português concede é que eles (b) deviam sentir-se humilhados. (c)
Notas de rodapé:
(a) By the way, já algum jornal referiu que o doutor Borges entrou em Novembro de 2000, junto com mais 114 outras pessoas, para o Partnership Pool do Goldman Sachs e que o lugar que ocupa não é o de vice-presidente mas o de International Advisor, como se pode ler na página 113 do relatório de 2005?
(b) Eles (socialês)
(1) Os culpados da nossa miséria (dos fascistas aos liberais, passando pelos comunistas e, sempre, os espanhóis, e, em alternância, o governo e a oposição). (2) Os responsáveis pelo trânsito da miséria para a felicidade (quase todos os referidos). Antónimos: EU (que não sou parvo e não tenho nada a ver com isso) e NÓS (EU, a minha MÃE, a minha patroa, os putos, os amigos, talvez o clube, e o partido, às vezes).
(c) É o que concede este português que aqui se confessa, Q.e.d.
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Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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