Outros purgatórios a caminho dos infernos.
Para quem só segue os mídia portugueses, parece que desde Setembro do ano passado, quando se realizaram as segundas eleições e o governo Syriza-Anel aceitou medidas mais duras do que as recusadas anteriormente, a Grécia foi gradualmente obliterada das notícias, com excepção do período em que Costa para afagar o ego berloquista (equivocou-se porque já nessa altura o BE tinha descolado do Syriza) foi a Atenas prestar tributo a Tsipras. Não admira, se nos lembrarmos que os mídia portugueses estão infestados de jornalistas de causas que nos tentaram vender durante nove meses o approach grego à crise, para fugirem dele como o diabo da cruz, quando se tornou impossível esconder os resultados.
Recordemos, pois, o que se vai passando na Grécia pelas palavras de Alexis Papachelas, editor do ekathinerini, num artigo significativamente titulado «Doubly deceived»:
«Politically speaking, many people were deceived, both by the current administration as well as a group of center-right politicians. While the former promised the world, the latter went against their own government, reassuring everyone that an administration led by Alexis Tsipras would be a painless and positive experience. Now the victims of the crisis, people who belonged to the former middle class, are not sure with whom they should be more angry. Their finances have been exhausted, while at the same time they are experiencing the speedy decline of a country becoming accustomed to lower standards across all vital sectors. They never thought that Greece would reach such a state of decay.»
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos
de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos
de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
09/08/2016
08/08/2016
Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (43)
Outras avarias da geringonça.
«Quem te avisa teu amigo é». A geringonça não aprende com a sabedoria popular e continua com os mesmos não amigos a que vai juntando novos, como o comissário europeu Günhter Oettinger que mandou dizer que a «ameaça de corte nos fundos estruturais do orçamento europeu é séria» e que devemos pôr as contas em ordem «com urgência».
A UTAO, um dos antigos não amigos, vem outra vez desmentir o governo, que prometeu mais medidas em troca da não sanção e acrescenta que, não só tem de aplicá-las no equivalente a 0,25% do PIB este ano, como ainda terá de aplicar medidas adicionais no caso de haver desvios (you can bet on that). Desvio que a própria UTAO já antecipou ao estimar em 2,88 mil milhões o défice do primeiro semestre em contabilidade nacional, que é o que importa para Bruxelas, colocando o défice do ano acima de 3% do PIB e muito acima da meta dos 2,5%. A isto o governo responde pela boca da S-G Adjunta do PS: são «fantasmas sobre a realidade económica do país» - tomemos nota para memória futura.
«Quem te avisa teu amigo é». A geringonça não aprende com a sabedoria popular e continua com os mesmos não amigos a que vai juntando novos, como o comissário europeu Günhter Oettinger que mandou dizer que a «ameaça de corte nos fundos estruturais do orçamento europeu é séria» e que devemos pôr as contas em ordem «com urgência».
A UTAO, um dos antigos não amigos, vem outra vez desmentir o governo, que prometeu mais medidas em troca da não sanção e acrescenta que, não só tem de aplicá-las no equivalente a 0,25% do PIB este ano, como ainda terá de aplicar medidas adicionais no caso de haver desvios (you can bet on that). Desvio que a própria UTAO já antecipou ao estimar em 2,88 mil milhões o défice do primeiro semestre em contabilidade nacional, que é o que importa para Bruxelas, colocando o défice do ano acima de 3% do PIB e muito acima da meta dos 2,5%. A isto o governo responde pela boca da S-G Adjunta do PS: são «fantasmas sobre a realidade económica do país» - tomemos nota para memória futura.
Curtas e grossas (35) «A antiga quarta classe valia quase uma licenciatura de hoje»
Quem disse tal coisa não foi um sujeito frustrado que, por erros seus, má fortuna, se ficou pela quarta classe. Quem disse, em entrevista ao jornal SOL, foi Jorge Calado, uma luminária licenciada em engenharia química pelo IST, doutorado em Oxford, professor na universidade de Cornell (Cornell nos EUA e não Cornwell no RU), melómano, fotógrafo amador, colunista habitual do Expresso, entre outras coisas. Ele deve saber do que fala.
É claro que há várias razões para isso, a principal das quais é a banalização dos graus académicos que no caso português foi agravada pelo processo de Bolonha que visava permitir aos jovens universitários chegar mais cedo ao mercado de trabalho mas na sua aplicação às universidades portugueses perdeu-se pelo caminho o grau de bacharelato, muitas licenciaturas encolheram para 3 ou 4 anos e nas equivalências das que já tinham 4 ou 5 anos conseguiu-se em muitas universidades uma equivalência ao mestrado com umas cadeirinhas suplementares ad hoc. Com este processo de Bolonha à portuguesa, filho ilegítimo das obsessões harmonizadoras da UE e da chico-esperteza nacional, bacharéis são promovidos a licenciados, licenciados são promovidos a mestres e, já agora, os mestres serão promovidos a doutores e os doutores ambicionam um pós-doc.
Declaração de interesse: apesar de erros meus, má fortuna, fiz uma licenciatura nos tempos do fascismo (enquanto trabalhava para me sustentar e à família) e suspeito que Jorge Calado é bem capaz de estar (quase) certo.
É claro que há várias razões para isso, a principal das quais é a banalização dos graus académicos que no caso português foi agravada pelo processo de Bolonha que visava permitir aos jovens universitários chegar mais cedo ao mercado de trabalho mas na sua aplicação às universidades portugueses perdeu-se pelo caminho o grau de bacharelato, muitas licenciaturas encolheram para 3 ou 4 anos e nas equivalências das que já tinham 4 ou 5 anos conseguiu-se em muitas universidades uma equivalência ao mestrado com umas cadeirinhas suplementares ad hoc. Com este processo de Bolonha à portuguesa, filho ilegítimo das obsessões harmonizadoras da UE e da chico-esperteza nacional, bacharéis são promovidos a licenciados, licenciados são promovidos a mestres e, já agora, os mestres serão promovidos a doutores e os doutores ambicionam um pós-doc.
Declaração de interesse: apesar de erros meus, má fortuna, fiz uma licenciatura nos tempos do fascismo (enquanto trabalhava para me sustentar e à família) e suspeito que Jorge Calado é bem capaz de estar (quase) certo.
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07/08/2016
DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (13)
Outras preces.
Segundo o levantamento do Expresso, derramado em 2-páginas-2broadshit broadsheet do caderno principal, o presidente Marcelo em cinco meses já se agitou o suficiente para encher um mandato, ouso dizer dois mandatos. Ora, vejamos:
Segundo o levantamento do Expresso, derramado em 2-páginas-2
- Percorreu 13 mil km de automóvel e visitou 53 locais em Portugal
- Voou 35 mil milhas e visitou 12 cidades estrangeiras
- Teve freguesia para 121 audiências em Belém
- Fez 23 inaugurações
- Pendurou 67 condecorações
- Foi objecto de 55 mil notícias
- Ocupou 1,5 mil horas na TV
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ARTIGO DEFUNTO: O jornalismo de causas ao serviço da geringonça
Primeiro o departamento de propaganda trombeteou através dos jornalistas amigos que a «providência cautelar interposta pelo Colégio Senhor dos Milagres foi julgada improcedente pelo Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Leiria».
Depois, o Tribunal de Coimbra decidiu a favor dos colégios várias providências cautelares, o ministério da Educação «deduziu incidente de suspeição do juiz titular dos autos» e vários jornais acusaram o juiz Tiago Lopes Miranda de conflito de interesses por ter decidido a favor dos colégios, um deles frequentado por uma filha. Como não podia deixar de ser, também o Sindicato dos Professores da Região Centro disse suspeitar da parcialidade do juiz.
Vale a pena ler, pelo menos o que o Público escreveu a este respeito, onde começa assim uma das várias peças que dedicou ao assunto:
«Anti-aborto, católico e com seis filhos, entre os 14 e os 29 anos, o juiz que o Ministério da Educação não considera isento para decidir da questão dos colégios começou a sua carreira judicial do lado do Ministério Público. Nascido há 54 anos em Coimbra, no seio de uma família também apegada à religião, (…) Um opúsculo dedicado à sua família e editado pelo Movimento Rotário no ano seguinte conta que casou com uma professora de educação moral e religiosa católica, “tendo o matrimónio sido abençoado com seis filhos”. “Foi a fé que acabou por nos unir” (…)»Estão lá os vómitos característicos do jornalismo de causas num estilo que não envergonharia o Diário da Manhã dos tempos do salazarismo, mutatis mutandis: onde está anti-aborto estaria pró-aborto, onde está católico estaria anti-cristo, onde está Movimento Rotário estaria MUD/oposição/CDE/etc. tudo temperado com insinuações de ligação aos comunistas.
Nos dias seguintes a poeira assentou e ficou a saber-se:
- A juíza do Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria que indeferiu uma providência cautelar interposta pelo Colégio Senhor dos Milagres «foi dirigente e fez parte de Governos do PS»;
- O juiz acusado de parcialidade não tinha filhos a estudar em nenhum dos colégios em que interveio e o Jornal de Notícias, que tinha referido o conflito de interesses na sua primeira página, viu-se compelido fazer uma nota da Direcção onde se desculpa por ter agido «de boa-fé, acreditando numa fonte ligada ao governo, que reputava de credível».
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06/08/2016
CASE STUDY: A economia é o que o homem quiser
Alguém terá dito que a economia é a ciência que nos permite fazer previsões e explicar com toda a segurança porque falham. Será isso e muito mais, como vários exemplos recentes evidenciam. É também a «ciência» que nos permite «explicar» o passado porque, Orwell dixit, «quem controla o passado, controla o futuro; quem controla o presente, controla o passado».
A um dos exemplos recentes já aqui fiz referência: o estudo conduzido pelo professor Louçã, esse farol da economia de causas, que sem troika o défice seria zero. Não se riam porque se olharmos para o fundo da coisa a criatura até é capaz de ter razão. Pois não é verdade que sem troika e sem dinheiro para pagar as importações em dois ou três anos ficaríamos em estado de inanição e, com uma grande naturalidade, o défice poderia ser zero?
O outro exemplo é também um estudo encomendado, desta feita por Ricardo Salgado, realizado por «investigadores do ISEG» com um método inventado por «um professor de Harvard» onde se demonstra que sem resolução do BES «a economia portuguesa teria crescido pelo menos 2% no último ano, acima dos 1,5% de crescimento do PIB que foi registado e até da média da zona euro e da União Europeia». Não se riam, outra vez, porque as 3 luminárias do ISEG poderão ter razão. Pois se a resolução do BES consistiu em considerar incobráveis uns milhares de milhões de euros que eram irrecuperáveis, se mantivéssemos a ficção que seriam recuperáveis continuaríamos a pensar que teríamos um dinheiro que na verdade não tínhamos mas, para o caso, o que importa é pensar que se tem o que nos permitiria continuar a consumir e, como se sabe, do consumo nasce o crescimento.
A um dos exemplos recentes já aqui fiz referência: o estudo conduzido pelo professor Louçã, esse farol da economia de causas, que sem troika o défice seria zero. Não se riam porque se olharmos para o fundo da coisa a criatura até é capaz de ter razão. Pois não é verdade que sem troika e sem dinheiro para pagar as importações em dois ou três anos ficaríamos em estado de inanição e, com uma grande naturalidade, o défice poderia ser zero?
O outro exemplo é também um estudo encomendado, desta feita por Ricardo Salgado, realizado por «investigadores do ISEG» com um método inventado por «um professor de Harvard» onde se demonstra que sem resolução do BES «a economia portuguesa teria crescido pelo menos 2% no último ano, acima dos 1,5% de crescimento do PIB que foi registado e até da média da zona euro e da União Europeia». Não se riam, outra vez, porque as 3 luminárias do ISEG poderão ter razão. Pois se a resolução do BES consistiu em considerar incobráveis uns milhares de milhões de euros que eram irrecuperáveis, se mantivéssemos a ficção que seriam recuperáveis continuaríamos a pensar que teríamos um dinheiro que na verdade não tínhamos mas, para o caso, o que importa é pensar que se tem o que nos permitiria continuar a consumir e, como se sabe, do consumo nasce o crescimento.
CASE STUDY: É preciso ser muito saudável para resistir a tanta doença (9.º capítulo)
Dada a profusão de doenças amplamente documentada aqui no (Im)pertinências afligindo a multidão de sofredores portugueses (entre os quais se incluem os médicos vítimas do burnout), poder-se-ia pensar não haver maleita que não nos afligisse.
Mais devagar. Há o karoshi que mata cada vez mais gente no Japão e que não fez até hoje uma só vítima entre nós. Aposto que nunca fará, pelo menos entre os funcionários públicos.
Mais devagar. Há o karoshi que mata cada vez mais gente no Japão e que não fez até hoje uma só vítima entre nós. Aposto que nunca fará, pelo menos entre os funcionários públicos.
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05/08/2016
A doutrina Somoza na prática política de comunistas e bloquistas
«PCP considera que as viagens do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais pagas pela Galp são uma “atitude criticável”. O Bloco de Esquerda vê a situação como “eticamente reprovável”», citou o Expresso.
O PCP, desde sempre, e o BE, desde que o professor Louçã criou a marca, pediram vezes sem conta, babando-se de indignação, pelos motivos mais triviais, a demissão de todo o bicho careta que passou por qualquer dos governos anteriores ao da geringonça.
Apesar dessa tradição, neste caso de claríssimo conflito de interesses na aceitação pelo SE dos Assuntos Fiscais de uma oferta de uma empresa que tem um diferendo fiscal de 100 milhões, os primeiros entendem que a demissão «é uma decisão do governo» e os segundos subitamente atacados de pudor «não fazem sugestões públicas desse cariz ao Governo» (veja-se aqui a lista de «BE pede demissão…» que o Insurgente inventariou).
É mais um caso prático da doutrina Somoza («he may be a son of a bitch, but he's our son of a bitch»).
O PCP, desde sempre, e o BE, desde que o professor Louçã criou a marca, pediram vezes sem conta, babando-se de indignação, pelos motivos mais triviais, a demissão de todo o bicho careta que passou por qualquer dos governos anteriores ao da geringonça.
Apesar dessa tradição, neste caso de claríssimo conflito de interesses na aceitação pelo SE dos Assuntos Fiscais de uma oferta de uma empresa que tem um diferendo fiscal de 100 milhões, os primeiros entendem que a demissão «é uma decisão do governo» e os segundos subitamente atacados de pudor «não fazem sugestões públicas desse cariz ao Governo» (veja-se aqui a lista de «BE pede demissão…» que o Insurgente inventariou).
É mais um caso prático da doutrina Somoza («he may be a son of a bitch, but he's our son of a bitch»).
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SERVIÇO PÚBLICO: «Se a questão decisiva da economia portuguesa é saber por que não cresce o investimento, qual a razão dessa terrível situação?»
«Ora os valores do investimento dão os sinais mais aterradores, nunca vistos na nossa economia. Depois da maior queda da história registada, que o reduziu quase a metade (contraiu 42% do terceiro trimestre de 2001 ao primeiro de 2013), seguiu-se uma recuperação medíocre e insuficiente. Apesar de a economia estar a crescer desde 2013 e a taxa de desemprego ter descido cinco pontos percentuais, de 17,5% para 12,4%, o investimento total caiu em cinco dos últimos treze trimestres e registou uma taxa homóloga -0,6% no princípio deste ano. Acumulado, só subiu 13% desde o início de 2013. O seu peso no produto, que andava acima de 30% nos anos 1970, era de 25% quando entrámos na CEE em 1986 e 28% quando entrámos no euro em 1999, anda agora pelos 15%. Valores assim são evidentemente inferiores aos mínimos que permitem manter o stock capital. Podemos pois dizer com segurança que Portugal está a desinvestir em termos líquidos desde 2011, deixando degradar a capacidade empresarial instalada.
[...]
Mas afinal, se a questão decisiva da economia portuguesa é saber por que não cresce o investimento, qual a razão dessa terrível situação? A resposta está precisamente no enviesamento dos debates e temas que ocupam as autoridades. Quem é que, português ou sobretudo estrangeiro, quererá investir num país com esta governação? Os empresários não são estúpidos e sentem bem o clima político. Num mundo globalizado é difícil um país atrair empreendimentos de valor, mesmo quando se empenha nesse sentido. Quando se ignora a questão, dedicando-se a distribuir benesses que ainda não foram produzidas, os investimentos não só não vêm, mas até se perdem os que se tinham. Assim não é difícil explicar por que o investimento não cresce. Estranho é que ainda exista algum.»
Excerto de «A pergunta decisiva», João César das Neves no DN
[...]
Mas afinal, se a questão decisiva da economia portuguesa é saber por que não cresce o investimento, qual a razão dessa terrível situação? A resposta está precisamente no enviesamento dos debates e temas que ocupam as autoridades. Quem é que, português ou sobretudo estrangeiro, quererá investir num país com esta governação? Os empresários não são estúpidos e sentem bem o clima político. Num mundo globalizado é difícil um país atrair empreendimentos de valor, mesmo quando se empenha nesse sentido. Quando se ignora a questão, dedicando-se a distribuir benesses que ainda não foram produzidas, os investimentos não só não vêm, mas até se perdem os que se tinham. Assim não é difícil explicar por que o investimento não cresce. Estranho é que ainda exista algum.»
Excerto de «A pergunta decisiva», João César das Neves no DN
Massajando as meninges dos leitores
Como se fosse pouco o material jornalístico enviesado, publicado em papel e online, com a moda dos emails com notícias surgiram novas oportunidades de massajar as meninges dos leitores. Ontem citei aqui a «anteVisão» da Visão, hoje cito o Expresso Curto de ontem do mesmo grupo, a propósito da situação política espanhola:
E, já agora, ainda não dei conta que o jornalista em causa tenha fica esquizofrénico após 6 meses de governo da geringonça a aldrabar os eleitores, Bruxelas e os seus aliados, o sucessor de Sócrates continuar com um saldo positivo de opiniões e o PS manter as intenções de voto.
«O mais curioso (esquizofrénico, até) é perceber que o PP, envolvido em escândalos de corrupção e apropriação indevida de fundos que tocam inclusivamente no líder, continua a ser o mais votado e o que mais deputados elege - o que diz mais do PSOE do que do PP.»E interrogo-me se o jornalista que escreveu a peça também teria ficado esquizofrénico por após 4 anos a enterrar o país, e já com inúmeros casos de suspeita de corrupção do seu líder, o PS de José Sócrates ter conseguido nas eleições de 2009 continuar a ser o mais votado e o que mais deputados elegeu. E ainda, após mais 2 anos em que levou o país à bancarrota, o PS ter conseguido ser o segundo mais votado e, até sair do governo, José Sócrates ter tido um saldo positivo de opiniões.
E, já agora, ainda não dei conta que o jornalista em causa tenha fica esquizofrénico após 6 meses de governo da geringonça a aldrabar os eleitores, Bruxelas e os seus aliados, o sucessor de Sócrates continuar com um saldo positivo de opiniões e o PS manter as intenções de voto.
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O amigo do seu inimigo não é necessariamente seu inimigo (a menos que você seja maoísta)
Como que um contraponto deste post.
Uma primeira dúvida: para os detractores da democracia a nomeação e a eventual eleição de uma criatura como Donald Trump, capaz de «a series of brutish and moronic gaffes», como sobre ele escreveu o Economist Espresso, reforça o seu repúdio por esse regime? Regime que é o pior com excepção de todos os outros, acrescentam os seus defensores.
Uma segunda dúvida: o que poderá levar um profissional talentoso do cinema, conservador inteligente e sensato como Clint Eastwood a declarar que em alternativa a Hillary Clinton votará num sujeito insensato, populista, demagogo e politicamente perigoso? É melhor ouvi-lo na entrevista à Esquire:
«But he's onto something, because secretly everybody's getting tired of political correctness, kissing up. That's the kiss-ass generation we're in right now. We're really in a pussy generation. Everybody's walking on eggshells. We see people accusing people of being racist and all kinds of stuff. When I grew up, those things weren't called racist. And then when I did Gran Torino, even my associate said, "This is a really good script, but it's politically incorrect." And I said, "Good. Let me read it tonight." The next morning, I came in and I threw it on his desk and I said, "We're starting this immediately."»
Uma primeira dúvida: para os detractores da democracia a nomeação e a eventual eleição de uma criatura como Donald Trump, capaz de «a series of brutish and moronic gaffes», como sobre ele escreveu o Economist Espresso, reforça o seu repúdio por esse regime? Regime que é o pior com excepção de todos os outros, acrescentam os seus defensores.
Uma segunda dúvida: o que poderá levar um profissional talentoso do cinema, conservador inteligente e sensato como Clint Eastwood a declarar que em alternativa a Hillary Clinton votará num sujeito insensato, populista, demagogo e politicamente perigoso? É melhor ouvi-lo na entrevista à Esquire:
«But he's onto something, because secretly everybody's getting tired of political correctness, kissing up. That's the kiss-ass generation we're in right now. We're really in a pussy generation. Everybody's walking on eggshells. We see people accusing people of being racist and all kinds of stuff. When I grew up, those things weren't called racist. And then when I did Gran Torino, even my associate said, "This is a really good script, but it's politically incorrect." And I said, "Good. Let me read it tonight." The next morning, I came in and I threw it on his desk and I said, "We're starting this immediately."»
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04/08/2016
Lost in translation (275) – NIMBY ou obsoleta é a jornalista
Pergunta-se num email de «anteVisão» enviado a propósito do próximo número da Visão dedicada às plataformas de petróleo no Algarve, «estamos mesmo preparados para vir a conviver, em breve, com as plataformas de petróleo e gás natural?», pergunta que nunca foi feita aos que por esse mundo fora convivem com as plataformas para nos venderem o combustível com que circulamos nas nossas briosas auto-estradas, cozinhamos as nossas comidinhas e aquecemos as nossas casinhas.
A acrescentar à pergunta inspirada no princípio NIMBY (Not In My Back Yard), muito do gosto das luminárias solidárias com o resto do mundo, incentiva-se o leitor a perceber «os malefícios ambientais da obsoleta técnica de fraturação hidráulica (fracking)». Dando de barato os malefícios ambientais do fracking, que nada faz crer sejam mais maléficos do que os da extracção pelos processos convencionais em terra e no mar, chamar obsoleta a uma técnica que em termos operacionais foi a última a ser usada intensivamente é menos adequado do que chamar obsoleta à jornalista que escreve tais dislates.
A acrescentar à pergunta inspirada no princípio NIMBY (Not In My Back Yard), muito do gosto das luminárias solidárias com o resto do mundo, incentiva-se o leitor a perceber «os malefícios ambientais da obsoleta técnica de fraturação hidráulica (fracking)». Dando de barato os malefícios ambientais do fracking, que nada faz crer sejam mais maléficos do que os da extracção pelos processos convencionais em terra e no mar, chamar obsoleta a uma técnica que em termos operacionais foi a última a ser usada intensivamente é menos adequado do que chamar obsoleta à jornalista que escreve tais dislates.
BREIQUINGUE NIUZ: Se os seus não funcionam, não se preocupe. Um dia vai poder comprar outros
Subitamente, ontem de manhã, a IBM veio dizer-nos que aquelas coisinhas cinzentas que alguns de nós têm nos miolos vão deixar, um dia talvez não muito distante, de fazer falta e que qualquer monte de lata pode ter neurónios melhores do que os nossos (enfim, melhores do que os neurónios de alguns de nós). Ora leia-se o resumo no Daily Dispatch da Economist:
Artificial neurons: No-brainer
Scientists have long dreamed of recreating the human brain. This morning researchers at IBM announced that they had built a working artificial version of a neuron, the spindly, highly interconnected cells that do most of the heavy lifting in the brain. The architecture of neurons is already simulated for complex computing; physical versions baked into chips would offer faster and cheaper processing, writes our science correspondent.
Ou leia-se o artigo completo.
SERVIÇO PÚBLICO: A globalização está a chegar ao terrorismo islâmico
Para quem tenha estado distraído e imagine que o fundamentalismo islâmico é um tigre de papel e que os atentados que têm flagelado a Europa se vão evaporar como o presidente Marcelo evapora crises (bom, na verdade, as crises de que fala o presidente Marcelo também não se evaporaram a não ser nas presidenciais meninges), será melhor pensar duas vezes.
Para ajudar, pode ler «How a Secretive Branch of ISIS Built a Global Network of Killers» um longo artigo do New York Times de uma dúzia de páginas A4, baseado numa entrevista a um recrutado pelo Estado Islâmico preso em Bremen, de onde se conclui que a prioridade desta organização terrorista deixou de ser construir um Estado autónomo na Síria e passou a ser semear atentados terroristas um pouco por todo o mundo, com prioridade na Europa e especialmente Reino Unido e Alemanha, usando o seu staff local. De onde, ver com o coração a questão dos refugiados, como nunca deveria ter sido vista, passará a ser uma visão irresponsável.
Para ajudar, pode ler «How a Secretive Branch of ISIS Built a Global Network of Killers» um longo artigo do New York Times de uma dúzia de páginas A4, baseado numa entrevista a um recrutado pelo Estado Islâmico preso em Bremen, de onde se conclui que a prioridade desta organização terrorista deixou de ser construir um Estado autónomo na Síria e passou a ser semear atentados terroristas um pouco por todo o mundo, com prioridade na Europa e especialmente Reino Unido e Alemanha, usando o seu staff local. De onde, ver com o coração a questão dos refugiados, como nunca deveria ter sido vista, passará a ser uma visão irresponsável.
03/08/2016
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: De como o anti-salazarismo de ontem produziu os novos situacionistas de hoje
«O estatuto de anti-salazarista tornou-se num dos maiores paradoxos da democracia portuguesa: o facto de se ter feito equivaler anti-salazarismo a combate pela liberdade levou a que terroristas, ladrões, violadores e orgulhosos servidores de regimes totalitários estrangeiros (a que alguns até transmitiram informações militares) acabassem a ser apresentados como defensores da democracia, regime que alguns dos anti-salazaristas abominavam ainda mais que Salazar.
[...]
Mas agora que a máquina fiscal detém mais informação sobre as nossas vidas do que a PIDE alguma vez conseguiu sobre os cidadãos, mesmo os que caíam na sua alçada, agora que já vimos como a decrepitude física e intelectual chega a todos, agora que estamos a caminho de mais uma falência, agora que os populismos tomaram conta da agenda, é mais que chegado o tempo de nos confrontarmos com o óbvio: boa parte da mediocridade do nosso presente e muitos dos nossos actuais bloqueios nascem do facto de boa parte dos líderes da nossa democracia e das nossas elites terem acreditado e feito acreditar que bastava declararem-se anti-salazarista para serem melhores portugueses e saberem o que era melhor para Portugal. Não bastava, como se viu e como se vê.»
Excertos de «Salazar, 48 anos depois» de Helena Matos no Observador
Nota:
Helena Matos não usou o termo novos situacionistas que ela própria cunhou e nós adoptámos, mas bem podia.
[...]
Mas agora que a máquina fiscal detém mais informação sobre as nossas vidas do que a PIDE alguma vez conseguiu sobre os cidadãos, mesmo os que caíam na sua alçada, agora que já vimos como a decrepitude física e intelectual chega a todos, agora que estamos a caminho de mais uma falência, agora que os populismos tomaram conta da agenda, é mais que chegado o tempo de nos confrontarmos com o óbvio: boa parte da mediocridade do nosso presente e muitos dos nossos actuais bloqueios nascem do facto de boa parte dos líderes da nossa democracia e das nossas elites terem acreditado e feito acreditar que bastava declararem-se anti-salazarista para serem melhores portugueses e saberem o que era melhor para Portugal. Não bastava, como se viu e como se vê.»
Excertos de «Salazar, 48 anos depois» de Helena Matos no Observador
Nota:
Helena Matos não usou o termo novos situacionistas que ela própria cunhou e nós adoptámos, mas bem podia.
CONDIÇÃO MASCULINA / CONDIÇÃO FEMININA: Barack e Bill, traídos pelo body language
«Obama distribuiu elogios para um lado e para outro, no seu já conhecido ritmo muito bem compassado de discurso, através da sua irrepreensível dialética e com recurso à sua decidida gestualidade… Até que chegou ao momento em que repetiu a falha de Bill Clinton! Quando diz, “É por isso que eu posso dizer com confiança que nunca houve um homem ou uma mulher, nem eu, nem o Bill [Clinton], nunca houve ninguém mais qualificado do que Hillary Clinton para servir como Presidente dos EUA”, Obama fugiu à verdade.
Obama não acredita no que está a dizer. Os seus gestos delatam que não está a ser sincero. Tal como Bill Clinton no momento em que este negou ter tido relações sexuais com Monica Lewinsky, também Obama utilizou o dedo indicador em riste da mão direita para pontuar o seu ‘statement’. Tal como Bill, Obama é canhoto. Quando falamos espontaneamente com o corpo, é a nossa mão “forte” que aparece mais expressiva, destacada e espontânea. Quando o discurso é trabalhado, a tarefa de gesticular parece que salta para a mão racional. Este pormenor indica que não estamos a ser genuínos. Denuncia que houve ensaio.
Tal como Bill, também Obama acenou com a cabeça enquanto refere uma frase de negação. No caso de Bill Clinton, a cabeça acenou para dizer que o ex-Presidente “não” teve relações com Lewinsky. Obama acenou afirmativamente com a cabeça para negar conhecer alguém mais qualificado do que Hillary para presidir aos EUA. Quando o corpo diz uma coisa e as palavras outra, podemos tomar os gestos como mais fiáveis. O discurso é ensaiado. O corpo nem sempre se adapta a determinados papéis. Talvez Obama estivesse a pensar na Michelle para o cargo, mas atrevo-me a dizer que não acredita verdadeiramente que Hillary seja a mais indicada para conduzir o destino dos EUA.»
Muito bem observado por Maria João Ribeiro em «Barack e Bill: o mesmo erro!». Mesmo os homens melhores mentirosos, como estes dois, quando falam de umas mulheres têm dificuldade de enganar outras.
Obama não acredita no que está a dizer. Os seus gestos delatam que não está a ser sincero. Tal como Bill Clinton no momento em que este negou ter tido relações sexuais com Monica Lewinsky, também Obama utilizou o dedo indicador em riste da mão direita para pontuar o seu ‘statement’. Tal como Bill, Obama é canhoto. Quando falamos espontaneamente com o corpo, é a nossa mão “forte” que aparece mais expressiva, destacada e espontânea. Quando o discurso é trabalhado, a tarefa de gesticular parece que salta para a mão racional. Este pormenor indica que não estamos a ser genuínos. Denuncia que houve ensaio.
Tal como Bill, também Obama acenou com a cabeça enquanto refere uma frase de negação. No caso de Bill Clinton, a cabeça acenou para dizer que o ex-Presidente “não” teve relações com Lewinsky. Obama acenou afirmativamente com a cabeça para negar conhecer alguém mais qualificado do que Hillary para presidir aos EUA. Quando o corpo diz uma coisa e as palavras outra, podemos tomar os gestos como mais fiáveis. O discurso é ensaiado. O corpo nem sempre se adapta a determinados papéis. Talvez Obama estivesse a pensar na Michelle para o cargo, mas atrevo-me a dizer que não acredita verdadeiramente que Hillary seja a mais indicada para conduzir o destino dos EUA.»
Muito bem observado por Maria João Ribeiro em «Barack e Bill: o mesmo erro!». Mesmo os homens melhores mentirosos, como estes dois, quando falam de umas mulheres têm dificuldade de enganar outras.
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Encalhados numa ruga do contínuo espaço-tempo (67) – Back to the Wild West
Dando de barato que há países mais violentos do que os EU (como a Venezuela) apesar da proibição de armas, dando de barato que até em países ultracivilizados como a Noruega se dão mass shootings, dando de barato que as armas não disparam sozinhas e todos os outros argumento do costume, incluindo as tradições americanas e o «constitutional carry» que dá aos cidadãos americanos o direito a transportar armas escondidas sem licença, há uma certa dose de insensatez quando nos últimos meses em vários Estados se vive num clima semi-paranóico envolvendo a polícia e num estado como o Texas, depois de dois incidentes com armas no fim-de-semana na capital Austin, entra em vigor uma lei que permite aos portadores de armas licenciadas, incluindo estudantes, serem portadores de armas nas universidades públicas, salvo se estas o não permitirem.
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02/08/2016
DIÁRIO DE BORDO: A justiça socialista e os factores de agravamento do IMI
Recebi de um amigo o email seguinte, também dirigido a três outros amigos comuns que vivem numas casinhas viradas a sul e a um quarto amigo que vive numa casinha com vista para o Parlamento.
«Justiça socialista:
Enquanto A, D, J e eu seremos provavelmente agravados pelo novos factores agravantes (exposição solar), B será (provavelmente) aliviado por ter a sua mansão virada para uma ETAR!»
«Justiça socialista:
Enquanto A, D, J e eu seremos provavelmente agravados pelo novos factores agravantes (exposição solar), B será (provavelmente) aliviado por ter a sua mansão virada para uma ETAR!»
Mitos (235) – A notícia da bancarrota camuflada do Deutsche Bank é bastante exagerada
Já aqui referi as teorias da conspiração congeminadas pelos especialistas da geringonça sobre a existência de uma cabala do FMI com o BCE e o ministro das Finanças alemão para camuflar o descalabro eminente do Deutsche Bank, apontando o dedo para disfarçar à banca portuguesa e italiana que, como todos sabemos, desfrutam de uma solvência inabalável.
Citei então o artigo da Economist «Deutsche Bank - A floundering titan» que apontando as vulneralidades do banco não confirma as teorias cabalísticas dos especialistas da geringonça. Para completar a informação deveriam os especialistas consultar o relatório da EBA (European Banking Authority) com os resultados do stress test divulgados 6.ª feira à noite ou, pelo menos, ler o que sobre eles escreveu a Bloomberg num artigo cujo título é «Deutsche Bank Fares Better in EBA Stress Test Than in 2014».
Como o referido artigo mostra, o rácio capital/activos do Deutsche Bank depois do stress test é 7,8% o que, não sendo bom, compara com os 7% do BCP, sujeito a um teste que, citando O Insurgente, «tem tanto stress como uma funcionária do departamento de pescas de Castelo Branco», não esquecendo que as dimensões e a dispersão de risco nos mercados em que actuam os dois bancos não têm comparação nenhuma.
Citei então o artigo da Economist «Deutsche Bank - A floundering titan» que apontando as vulneralidades do banco não confirma as teorias cabalísticas dos especialistas da geringonça. Para completar a informação deveriam os especialistas consultar o relatório da EBA (European Banking Authority) com os resultados do stress test divulgados 6.ª feira à noite ou, pelo menos, ler o que sobre eles escreveu a Bloomberg num artigo cujo título é «Deutsche Bank Fares Better in EBA Stress Test Than in 2014».
Como o referido artigo mostra, o rácio capital/activos do Deutsche Bank depois do stress test é 7,8% o que, não sendo bom, compara com os 7% do BCP, sujeito a um teste que, citando O Insurgente, «tem tanto stress como uma funcionária do departamento de pescas de Castelo Branco», não esquecendo que as dimensões e a dispersão de risco nos mercados em que actuam os dois bancos não têm comparação nenhuma.
ACREDITE SE QUISER: El, Gê, Bê, Tê. O quê?
Fiquei a saber pelo Público (cheguei lá por aqui), sempre atento à diversidade sexual, perdão diversidade de género, que o Bloco de Esquerda organiza no seu «parque com praia fluvial» a sua Universidade de Verão que inclui uma festa «LGBTQIA+» onde, para usar as palavras de jornalista/militante que cobre (sem duplo sentido) o evento, «a política também passa pelo WC», se fumam estereótipos e se promove o «tocar em alguém do mesmo género».
Para quem, como eu, no que respeita a sopa de letras do sexo, perdão do género, ainda vai no LGBT, convirá saber o que significa afinal «LGBTQIA+».
Embora o “+” seja uma categoria aberta onde cabem todos os quês, os quandos, os comos, os ondes e os com quem o homem (e a mulher, claro) quiser, arrisco-me a prever que novas identidades serão autonomizadas. Por exemplo, os praticantes de sexo com animais (acrescenta-se a letra “A”), ou de sexo com alienígenas (acrescenta-se a letra “M” de marciano, se o “A” já tiver sido usado), etc. Quando os últimos preconceitos já tiverem sido ultrapassados, acrescentarão o “C” de crianças para os pedófilos e convida-se o precursor Daniel “Le Rouge” Cohn Bendit para uma prelecção na Universidade de Verão.
Mal posso esperar que quando o BE ascender ao governo da geringonça, ver convidados socialistas eméritos a fazer prelecções na Universidade de Verão e a serem tocados por alguém do mesmo género enquanto jogam Pokémon. E, já agora, porque não convidar também o presidente Marcelo para uma prelecção sobre os afectos?
Para quem, como eu, no que respeita a sopa de letras do sexo, perdão do género, ainda vai no LGBT, convirá saber o que significa afinal «LGBTQIA+».
Embora o “+” seja uma categoria aberta onde cabem todos os quês, os quandos, os comos, os ondes e os com quem o homem (e a mulher, claro) quiser, arrisco-me a prever que novas identidades serão autonomizadas. Por exemplo, os praticantes de sexo com animais (acrescenta-se a letra “A”), ou de sexo com alienígenas (acrescenta-se a letra “M” de marciano, se o “A” já tiver sido usado), etc. Quando os últimos preconceitos já tiverem sido ultrapassados, acrescentarão o “C” de crianças para os pedófilos e convida-se o precursor Daniel “Le Rouge” Cohn Bendit para uma prelecção na Universidade de Verão.
Mal posso esperar que quando o BE ascender ao governo da geringonça, ver convidados socialistas eméritos a fazer prelecções na Universidade de Verão e a serem tocados por alguém do mesmo género enquanto jogam Pokémon. E, já agora, porque não convidar também o presidente Marcelo para uma prelecção sobre os afectos?
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