Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos
de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.
» (António Alçada Baptista)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

31/07/2004

CASE STUDY: Lenin's fucking insanity.

«The posthumous diagnosis by two psychiatrists and a neurologist recently published in the European Journal of Neurology was that the great Russian revolutionary and Soviet icon Vladimir Lenin died an agonizing death from syphilis.Before the revolution, Lenin began to find the sound of loud noise unbearable. His associates wrote in memoirs that he became quick-tempered, irritable and sometimes lost self control
[see more here]
Now I understand
What you tried to say to me
And how you suffered for your sanity
And how you tried
to keep them from being free
They would not listen
They did not know how
Perhaps they'll listen now
[From Josh Groban's song never written «Dark, Dark Night»]

30/07/2004

PUBLIC SERVICE: “Well, he is sort of a phoney, isn't he?”

«Mr Kerry is hard to define because he lacks a centre of gravity, any deeply held set of convictions. He has shown personal, not political courage. He wants to straddle both sides of every issue. On his return from Vietnam, he dramatically threw his medals over a fence in protest against the war. Only later did it turn out that he kept his Silver and Bronze stars, throwing away his ribbons and the medals of a fellow veteran.

He voted against the first Iraq war, in favour of the second, and against the $87 billion Iraqi reconstruction package. He opposes gay marriage personally but favours its legalisation by states. He described affirmative action as “inherently limited and divisive”, but then supported it. There is much about Mr Kerry that does not quite add up. He is war hero and war protester. A notable political comeback, he is determinedly unexciting. He is a policy expert who sells himself on his biography. As Richard Nixon remarked in 1971, “Well, he is sort of a phoney, isn't he?”»
[Who is John Kerry?, Jul 22nd 2004, The Economist]

29/07/2004

SERVIÇO PÚBLICO: Da TAP ao Sudão, passando pelo casino virtual e o ketchup democrata.

«Cardoso e Cunha reduz equipa na TAP se Fernando Pinto sair»
Eu diria mesmo mais: se Fernando Pinto sair, o cervejeiro ANULA a equipa.

«Casino de Lisboa muda-se para o Pavilhão da Realidade Virtual»
O sétimo local inventado pelo doutor Lopes é definitivamente o mais adequado. Isso confirma também que o doutor Lopes é o primeiro-ministro à altura para mudar o país.

«Teresa Kerry conquistou convenção democrata, que hoje nomeia o marido»
Porque não a nomeiam os democratas em vez do emplastro do marido? Por essa, e por outras, o símbolo deles é um burro.

«Multilateralismo Vs arrogante unilateralismo»
Segundo as contas do Valete Frates, a arrogância unilateral ianque, que não tem interesses no Sudão, contribui com 45% da ajuda humanitária. O multilateralismo francês, que tem interesses significativos no Sudão, contribui com 2%.

SERVIÇO PÚBLICO: Darfur - o genocídio esquecido.

«The Sudanese Government, using Arab "Janjaweed" militias, its air force, and organized starvation, is deliberately and systematically killing the black Sudanese of Darfur
«Estimated Number of People Who've Died in Darfur, as of July 28th 148.000» (ver aqui).

[Um apelo do Rua da Judiaria]

Porquê?
E porquê os que contabilizam cada palestino morto não se incomodam com este massacre (a ONU ainda não sabe se é um genocídio)?

28/07/2004

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.

Secção Assaults of thoughts
O candidato a bastonário «António Marinho Pinto diz que há corrupção entre firmas de advogados, ministros e jornalistas» (ver aqui). 
Pode lá ser? Depois dos escândalos da pedofilia, dos autarcas da espórtula, dos guardas-cobradores da BT e de muitos outros gases que se escapam do pântano,  só nos faltava mais esta - três classes profissionais antes imaculadas e agora enfarruscadas  pelos fumos de corrupção soprados pelo candidato.

Um afonso de avanço para o doutor Marinho Pinto, e a reserva de mais uns quantos, se estas afirmações forem para além duma mera bastonada.

SERVIÇO PÚBLICO: Boa pergunta.

Pergunta do dia (de João Miranda do Blasfémias)
«Se 88% das florestas portuguesas pertencem a privados, porque é que o estado é que é responsabilizado pelo combate aos incêndios?»
Talvez porque Portugal é o país europeu menos individualista e com maior distância ao poder (salvo a França), como o demonstram os estudos de Geert Hofstede (*). Menos individualista, significando mais colectivista. Com maior distância ao poder significando com maior dependência.

Dito de uma forma impertinente, é o país dos ELES, que são:
«1) Os culpados da nossa miséria (dos fascistas aos liberais, passando pelos comunistas e, sempre, os espanhóis, e, em alternância, o governo e a oposição). (2) Os responsáveis pelo trânsito da miséria para a felicidade (quase todos os referidos). Antónimos: EU (que não sou parvo e não tenho nada a ver com isso) e NÓS (EU, a minha MÃE, a minha patroa, os putos, os amigos, talvez o clube, e o partido, às vezes)».
(*) Os resultados por país do modelo «5-D» desenvolvido por Hofstede não estão disponíveis no seu site.

PUBLIC SERVICE: Hard to take him seriously.

«Here comes the mayor

Pedro Santana Lopes takes over from José Manuel Barroso

PORTUGUESE voters feel snubbed. Two prime ministers in a row have quit before delivering promised reforms. Now that José Manuel Barroso has become president of the European Commission they are to have another, whom they have not even elected: Pedro Santana Lopes, mayor of Lisbon.

Mr Santana Lopes's victory in 2001, when he promised a swimming-pool in every neighbourhood, was but a step in the career of a right-leaning populist who exasperates the Portuguese left. His manoeuvring ahead of the 2006 presidential race has attracted more attention than his work as mayor. He became vice-president of the Social Democrats, the dominant party in the centre-right government. When Mr Barroso quit for Brussels, he duly put forward the dapper Mr Santana Lopes as a successor. Yet Mr Barroso and Mr Santana Lopes are old rivals. Mr Barroso has defended the party's social-democratic traditions against the more conservative tendencies of Mr Santana Lopes.

To a moderate socialist like President Jorge Sampaio, the mayor stands for everything his party is against. That is why many urged the president not to give him the job but to hold elections instead. In the end, Mr Sampaio decided that asking Mr Santana Lopes to form a new government would be less damaging than plunging the country into elections two years early. But the president has urged Mr Santana Lopes to press ahead with the reforms Mr Barroso left unfinished, and to sustain fiscal rigour in the face of a soaring budget deficit.

Is he up to the job? José Pacheco Pereira, a critic from his own party, believes not, saying it is “inevitable he will undo the little” that Mr Barroso achieved and try to spend his way to re-election. Others liken Mr Santana Lopes to Italy's Silvio Berlusconi, minus money and media. His only government experience is as a junior minister in the 1990s. What can be expected, says José Manuel Fernandes, editor of the newspaper Público, are surprises, such as Mr Santana Lopes's 1998 announcement that, tired of media gossip about romances and nightclubs, he was quitting public life. A few months later he was elected to the European Parliament, confessing that his love of politics was too strong. It needs to stay that way, for the voters are not in a mood to be spurned again.»
[From The Economist, Jul 15th 2004]

27/07/2004

ESTÓRIAS E MORAIS: O director-geral de impostos clandestino.

Estória

O doutor Paulo Macedo é um quadro do BCP que foi nomeado director-geral de impostos pela ex-ministra das Finanças. Foi um processo bastante atabalhoado e a sua posse decorreu na clandestinidade. Poucas vozes se tinham levantado protestando os magros resultados alcançados pelos seus antecessores, que de tão minguados tornavam excessivo, em termos relativos, até o salário mínimo. Mas muitas vozes  se fizeram ouvir, criticando o elevado salário que iria ser pago ao novo director-geral. Apesar disso, pela primeira vez em muitos anos, parecia ter sido encontrado um director-geral com as competências adequadas e, pela primeira vez este século, e talvez em todos os anteriores, os sindicatos e, pasme-se o doutor Saldanha Sanches, reconheceram no homem méritos e até alguns resultados visíveis em apenas 2 ou 3 semanas.

Extinto o governo que o nomeou, o actual tratou logo, com a inesgotável incontinência do primeiro-ministro indigitado de fresco, de lhe tirar o tapete debaixo dos pés. Quando chegou a sua vez, o ministro das Finanças pareceu mais preocupado em ver-se livre do homem do que aproveitar-lhe as competências (ver aqui).

Resultado mais que provável: o doutor Macedo voltará às origens, onde mesmo após a destruição de valor a que o BCP se dedica há 3 ou 4 anos estará muito melhor e, sobretudo, ficará livre da sarna que invade a administração fiscal.

Muito a propósito, o doutor Sérgio Figueiredo comparou a baderna à volta do director-geral de impostos com um «problema parecido ... com a presidência da British Steel - um verdadeiro cancro financeiro» que Maggie Tatcher enfrentou na Câmara dos Comuns chamando os bois pelos nomes e explicando que «o gestor foi recrutado num processo de "executive search" entre cinco candidatos; a sua remuneração era efectivamente elevada, mas condicionada à obtenção de resultados pré-fixados; e, cumprindo objectivos, um ano da folha salarial do dito CEO era igual a uma semana de prejuízos da empresa. O assunto ficou ali morto e enterrado

No nosso caso, nada morre e se enterra com essa facilidade. Os moribundos custam a ficar cadáveres e quedam-se insepultos, fedendo, uns tempos. Por trás de cada cadáver há uma endemia sem remédio que contamina a administração pública

Moral
Dentro de um pequeno problema há sempre um grande a tentar vir ao de cima. (Lei de Doll)

26/07/2004

TRIVIALIDADES: O incrível acontece.

Professores com horário zero recebem horas extraordinárias.

E poderia ser de outro modo? Faz todo o sentido dar trabalho a quem não tem que fazer. Ou não? Será que querem dar mais sarna a quem já tem com que se coçar?

(Pôr isso em dúvida só pode ser mais uma ofensiva neo-liberal anti-constitucional contra os direitos adquiridos)

25/07/2004

CONTINUOUS APPRAISAL: Lance with a big help from José.

Section Res ipsa loquitor
Le Tour c'est fini. And the winner use to be Lance Armstrong, and he's once again. This time with a big help from José Azevedo.
Six afonsos out of five to Lance and five to José, our fellow countryman.

1 Lance ARMSTRONG (USP)   83:36:02.0
2 Andréas KLÖDEN  (TMO) + 00:06:19.0
3 Ivan BASSO      (CSC) + 00:06:40.0
4 Jan ULLRICH     (TMO) + 00:08:50.0
5 José AZEVEDO    (USP) + 00:14:30.0

 
[Creature from outer space and his mate from the inner space]

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: A lambidela ao novo líder, agora indispensável.

Secção Perguntas impertinentes
aqui referi o oferecimento dos préstimos do doutor Prado Coelho ao engenheiro Sócrates a propósito das citações nómadas. Pois não é que, uma vez mais, se comprovam os dons premonitórios do doutor Prado Coelho.

Leia-se na indispensável Única, um dos 31 anexos do semanário Expresso, a entrevista do engenheiro Sócrates, onde este se declara um «animal feroz» e nos confirma «uma grande preocupação: mostrar a sua capacidade teórica e informação intelectual», como sabiamente escreveu o doutor Prado. A propósito de tudo e de nada, o nosso líder evidencia a sua imensa erudição nómada, citando desde Torga a Calvin & Hobbes, passando por Sartre, Fellini, Voltaire, Bernstein (duas vezes), Popper, Freitas do Amaral, Mitterrand, Brandt, Vinicius de Morais, sem esquecer o seu mentor engenheiro Guterres.

Senhor engenheiro Sócrates o que espera para contratar o doutor Prado Coelho como seu assessor para as citações?
Enquanto não há resposta, atribuo ao doutor Prado um afonso pela sua ousadia ao enunciar esta pequena fraqueza do novo líder e subtilmente propôr-se remediá-la com o seu reconhecido engenho.


24/07/2004

LOG BOOK: Creature from outer space - Lance at work in Besançon.

1  Lance Armstrong (USA)   US Postal      01:06:49.0 +00:00:00.0
2  Jan Ullrich (GER)       Team T-Mobile  01:07:50.0 +00:01:01.0
3  Andreas Klöden (GER)    Team T-Mobile  01:08:16.0 +00:01:27.0
4  Floyd Landis (USA)      US Postal      01:09:14.0 +00:02:25.0
5  Bobby Julich (USA)      CSC            01:09:37.0 +00:02:48.0
6  Ivan Basso (ITA)        CSC            01:09:39.0 +00:02:50.0
7  Jens Voigt (GER)        CSC            01:10:08.0 +00:03:19.0
8  Vladimir Karpets (RUS)  Illes Baleares 01:10:22.0 +00:03:33.0
9  Jose Luis Rubiera (ESP) US Postal      01:10:29.0 +00:03:40.0
10 Jose Azevedo (PORTUGAL) US Postal      01:10:38.0 +00:03:49.0



ARTIGO DEFUNTO: Lance, «mais tirânico do que nunca».

O anti-americanismo que contamina a França é visível, no campo do desporto, no ressabiamento a propósito do espírito de luta, da competitividade e da demonstração do génio de Lance Armstrong em cima das duas rodas. Esse ressabiamento é, ao mesmo tempo, um bom exemplo da cultura de perdedores que o proteccionismo e o colectivismo franceses segregam. Na economia, como na política, como no ciclismo,

Todos os dias podem encontrar-se inúmeros exemplos nos média gauleses. Escolho, quase ao acaso, um deles - o da Eurosport.fr. Eis um pequeno extracto da poção, que pode ser tomada integralmente aqui:
Plus tyrannique que jamais, Lance Armstrong ... décide également qui a le droit de s'échapper.
Vendredi, lors de la 18e étape du Tour de France, Lance Armstrong est passé du statut de souverain à celui de dictateur... le maillot jaune est sorti du peloton, en poursuite derrière les six échappés.
Si Armstrong est seul sur sa planète, il n'est pas seul dans le peloton. Il y a aussi des coureurs, certes beaucoup moins forts que lui, qui ont le droit de vivre et de rêver. Joly, Mercado, Flecha, Lotz, Fofonov et Garcia Acosta ont attaqué pour essayer de gagner une étape. Un sommet dans une carrière. Ces six-là avaient envie de faire la course, Armstrong a commis une faute en l'oubliant. En les rejoignant pour des motifs indifférents au déroulement de la course, Armstrong aurait pu condamner leur escapade en incitant le peloton à réagir. Il n'est pas exagéré de considérer cela comme un manque de respect de la part du Texan.

23/07/2004

DIÁRIO DE BORDO: Deutscher Strictness im brasilianischen Klima.

Será possível que no Brasil da baderna, da economia paralela, do jeitinho, do deixa para lá, um cidadão possa ser multado duas vezes no mesmo exacto local, com um intervalo de 3 minutos? E por ter excedido em 4 (da primeira vez) e 5 km (da segunda) a tolerância (20%) do limite de velocidade (40 km/h)? Será possível que as duas multas passado pouco tempo fossem debitadas pelo locador do chaço no cartão de crédito do desgraçado locatário, quase sem intervenção humana?

É possível. O Impertinências  foi a vítima. Local do crime: Blumenau uma cidade (zinha no Brasil) de 260.000 de habitantes, no estado de Santa Catarina, que poderia estar plantada na Baviera, onde a imaginou um alemão conhecido a quem o Impertinências mostrou uma foto faz uns anos. O raio das ruas de Blumenau têm um zingarilho que os locais chamam «lombadas eletrônicas». Lombadas? Lambadas. 


[O local do crime e uns veados que lá moram - os calções não enganam]

22/07/2004

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: O poeta e a sua alma encalhada na década de 60.

Secção Padre Anchieta

O importante para esta secção é a lenda. Corria o ano de 1554, num certo dia, numa breve parada, após longa, acelerada e extenuante caminhada para Reritiba à frente dos Tupis que lhe carregavam as trouxas, o Padre Anchieta deu-se conta que os índios, sentados sobre as suas tralhas se recusavam a recomeçar. Perguntando-lhes o porquê, explicaram-se os Tupis, com grande soma de pachorra, que na rapidez da caminhada a alma lhes tinha ficado para trás e tinham precisão de esperar por ela.
[Glossário das Impertinências]
«Manuel Alegre poderá candidatar-se a líder do PS», escreve o Público.  É uma boa ideia. Com o poeta Alegre a tendência esquerdizante do PS fica bem representada, como o fica a família Soares e amigos com o doutor João. Não é certo que a tendência centrista e reformista fique bem representada com o engenheiro Sócrates. Mas também não é certo que tal tendência exista.

Duas urracas para o poeta Alegre, pela coragem de continuar deixando a alma para trás, encalhada em Argel na década de 60.

DIÁRIO DE BORDO: Vas y Lance, la victoire attend. (ACTUALIZADO)

A umas centenas de metros do final da etapa em Alpe d'Huez, depois de subidas de quase 10%, Lance Armstrong inicia um sprint vigoroso e termina com mais de 1 m sobre Jan Ullrich.
Mais palavras para quê?

____________________________________________
ACTUALIZAÇÃO
Mais palavras só para chamar GRUNHOS aos alarves que em cada etapa, cada km, se atravessam, correm ao lado, agitam bandeirinhas, dão palmadinhas nas costas dos ciclistas, fazendo figura de estúpido (a sua própria) e pôem em risco os artistas do pedal. Por duas razões que não precisam de ser explicadas, só faço uma excepção para esta gaulesa disfarçada de texana:
 

SERVIÇO PÚBLICO: Não há almoços à borla e cada um paga o seu.

As cliques do politicamente correcto e do esquerdismo alimentam-se de falsas verdades, indemonstradas e indemonstráveis, sustentadas pela má consciência do Ocidente. De tanto serem repetidas, as falsidades tornaram-se artigos de fé.

Um desses artigos de fé é o dogma que o ocidente enriqueceu à custa do terceiro mundo (prefiro esta designação saborosamente antiquada ao eufemismo países em desenvolvimento). Dinesh D'Souza desmonta numa página A4 as falácias em que assenta o dogma e enumera as 3 instituições que justificam a superioridade do ocidente: a ciência, a democracia e o capitalismo.

Outro artigo de fé relaciona-se com as políticas de discriminação positiva, como panaceia e expiação de culpa pelos males que a dominação do homem branco fez aos outros humanos, nomeadamente aos negros. Os resultados negativos dessas políticas são cada vez mais visíveis e só marginalmente têm contribuído para a promoção social das «vítimas». Pelo contrário, têm contribuído para criar nas «vítimas» um paradigma comportamental irresponsável, supostamente alternativo ao do «homem branco». Com uma grande coragem Bill Cosby, o mais famoso entertainer negro, disse publicamente a líderes da sua comunidade:
Let me tell you something, your dirty laundry gets out of school at 2:30 every day, it's cursing and calling each other nigger as they're walking up and down the street, They think they're hip.They can't read; they can't write. They're laughing and giggling, and they're going nowhere."
Além dos danos desse paradigma na comunidade negra, que parece não se incomodar muito com isso, é visível a contaminação doutras comunidades por esses valores, principalmente nos jovens.

[Um exemplo dos eufemismos do PC pode encontrar-se no próprio texto da CNN que cita Cosby, onde a palavra nigger aparece escrita «n------»]

21/07/2004

SERVIÇO PÚBLICO: Bons olhos nos vejam.

Se tivesse que destacar nos Serviços Públicos impertinentes os posts (todos) notáveis de bom gosto e ironia das manas do Miss Vitriolica Webb's Ite teria que fazê-lo em regime de dedicação exclusiva, perderia os (últimos) clientes e passaria (mais) fome. Por isso, vou só destacar a sequência da minha bem conhecida EN10 aqui e aqui.

Já que estou com a mão na massa, declaro-me disponível para assinar uma petição com vista à expulsão do país do idiota que deixou o telemóvel ligado durante o espectáculo da divina Ute Lemper, no CCB. Só não proponho uma merecida pena de ablação das orelhas do idiota porque hoje acordei bem disposto.

20/07/2004

SERVIÇO PÚBLICO: Cresçam e apareçam.

Nos tempos idiotas que atravessamos, sob o jugo do império do politicamente correcto, é um exercício higiénico ler o post, dum bom senso assombroso, do Aviz sobre a juventude.

Por puro deleite espiritual cito este parágrafo:
Não; esta ideia da «protecção à juventude» parece-me coisa para mentecaptos. A juventude precisa de gramática, de boas maneiras, de exercício físico, de leitura, de levantar cedo e de liberdade. E precisa de uma escola que não a trate como indigente ou diminuída intelectualmente. Os velhos, sim, precisam de apoio. Eles não são um mercado potencial, como os «jovens»; por isso mesmo os «jovens» não precisam de ministérios, protecção estatal e choraminguice. Mas os velhos sim, precisam de ser bem tratados. Precisam de ser ouvidos e de serem lembrados, de uma vida feliz e, também, de uma morte feliz.

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: A lambidela ao novo líder.

Secção Musgo Viscoso
Sob o título premonitório «O novo líder», a propósito da candidatura do engenheiro Sócrates à suprema magistratura do Partido Socialista, o doutor Prado Coelho semeou os seus elegantes ditirambos no Público.
«Nesse plano, a entrevista de José Sócrates, invulgarmente astuta na gestão das fórmulas, revelou-se sempre um pouco vaga e abstracta. Podemos dizer que havia nele uma grande preocupação: mostrar a sua capacidade teórica e informação intelectual. Algumas citações nómadas iam nesse sentido. Mas curiosamente nesse domínio Sócrates mostrou-se pouco moderno: para além da já conhecida referência a Bernstein (que o levou da JSD ao PS), mostrou-se pouco à vontade nestas matérias, ...»
Escreveu ele, acrescentando a oferta implícita dos seus prestimosos serviços para evitar citações nómadas:
«Tudo depende agora da equipa que vier a formar.»
Cinco bourbons pela sua persistência em apanhar todos os comboios que ainda têm terceira classe (começou em 1974, com o do PCP com o maquinista doutor Cunhal aos comandos, passou por vários outros, incluindo o do Cavaquistão, e nunca mais parou). Dois ignóbeis porque a coisa começa a ser um bocado repelente.


Nova Definição Impertinente:
Citações nómadas (intelectualês)
Citações, feitas por um líder ou candidato a líder, que distribui, em acto ou em potência, sinecuras. São citações sem a consultoria dum especialista, que, porém, já se perfila para emprestar os seus sábios conselhos a troco dum prato, se não puder ser um tacho, de lentilhas.