Roma não paga a traidores
Durante o debate do Estado da Nação, referindo-se ao estado da candidatura do Dr. Rio a seu vice-primeiro-ministro, o Dr Costa concluiu que «não se pode contar com o PSD para o futuro» e «o PSD é hoje o partido dos velhos do Restelo». Vem a propósito citar o Dr. Guterres que usou a expressão em título para punir, salvo erro, a suposta perfídia de um outro "homem do Norte".
Por este Rio abaixo
Quem também parece não querer pagar a traidores é o eleitorado que, segundo a sondagem da Católica, voltou a descer as intenções de voto no PSD para 26%, a 13 pp do PS, enquanto o Chega iguala o BE e supera o PCP e o IL sobe para 3%.
Na democracia do Dr. Rio o debate parlamentar é para lamentar
Com o propósito de poupar o seu chefe, o Dr. Rio propôs, o Dr. Costa aceitou e com os votos do PS e do PSD o parlamento aprovou o fim dos debates quinzenais, com a abstenção de uns quantos deputados com coluna vertebral um pouco menos danificada. Debates para quê? Porque não resumir o parlamento a um representante de cada partido?
Apreciamos a liberdade da nossa imprensa
«Uma estação televisiva, a TVI, lembra o aniversário do Primeiro-Ministro e cria um espaço para que os espectadores possam, cito, dar os parabéns ao dr. Costa», conta Alberto Gonçalves. Não certamente por acaso, a comentadoria do regime silenciou esta merecida homenagem ao Chefe do Governo pela TVI, uma estação numa fase muito carente do colo do Dr. Costa.
Dia sim, dia não, o governo anuncia novos apoios no âmbito da resposta à pandemia enchendo as páginas dos jornais e o olho dos eleitores. No fim do dia, o Tribunal de Contas conclui que mais de metade do apoio público nos primeiros três meses da pandemia consiste em adiamentos no pagamento de impostos, que terão de ser pagos dentro de alguns meses.
Recordam-se do Programa de Arrendamento Acessível lançado no ano passado pelo Dr. Pedro Nuno Santos, em concorrência com um programa semelhante do Dr. Medina, o outro concorrente à sucessão do Dr. Costa? Sabeis quantos contratos foram assinados? Ao certo talvez ninguém saiba, mas parece que foram duzentos e quarenta e dois.
Recordam-se do Fundo da Segurança Social «criado há 4 anos para requalificar património do Estado e criar habitação a preços acessíveis» que iria investir até 1,4 mil milhões de euros? Investiu 7 milhões e até agora não foi feita uma única obra.
Não é isto insultar a inteligência dos eleitores? Seria, mas não com estes eleitores.
«Estamos preparados»
Em Maio as faltas do pessoal do SNS atingiram a pletórica cifra de quase 600 mil dias dos quais 60% por doença. Parece que foi exaustão, diz o bastonário dos médicos. É uma exaustão singular porque o número de consultas não Covid caiu abissalmente, os hospitais estão praticamente concentrados na Covid e há dois meses que os internamentos com esta patologia oscilam entre 400 e 500 e a ocupação das UCI entre 50 e 70, muito abaixo da capacidade existente.
«Queda monumental»
Pela queda do turismo e das exportações, e apesar de uma redução de 17% das importações, o défice das contas externas aumentou cerca de 45% até Maio, isto é com apenas uma parte do impacto das medidas de resposta à pandemia. Note-se, porém, que como é visível no gráfico seguinte a deterioração das contas externas já se estava a verificar em 2019, aproximando-se cada vez mais do padrão histórico dos défices crónicos.
Jornal Eco |
«Pagar a dívida é ideia de criança»
Está escrito nas estrelas. O céu é o limite para o endividamento total da economia incluindo famílias e empresas não financeiras. Salvo para o pensamento milagroso dos pastorinhos da economia dos amanhãs que cantam, os défices de hoje gerados por importações de bens de consumo e exportações insuficientes são dívidas de amanhã.
Negócios |
Temos décadas de experiência na engenharia orçamental
A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) tem um papel de escrutínio técnico sobre as contas públicas que, compreensivelmente, qualquer governo verdadeiramente socialista abomina. Querendo evitar a sua extinção potencialmente escandalosa, o governo do Dr. Costa parece ter optado por a UTAO a fazer outra qualquer coisa que não o indesejado escrutínio, principalmente numa altura em que as contas públicas tanto precisarão de engenharia. Por exemplo usar uma equipa com 6 pessoas para avaliar o impacto orçamental das centenas de propostas dos partidos.
A vida dele dava um filme
Pode ser pura coincidência, mas o certo é que a nacionalização da TAP não poderia proporcionar melhor ocasião ao realizador António-Pedro Vasconcelos, um adepto da solução, para ser contemplado pelo Instituto do Cinema e Audiovisual com um generoso subsídio de 600 mil euros para rodar o seu filme «A fada do lar».
1 comentário:
"Não é isto insultar a inteligência dos eleitores? Seria, mas não com estes eleitores." Diria se estes a tivessem.
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