Limitando-me aos partidos ditos com assento parlamentar (uma bela expressão) e começando da esquerda para direita, poderia ter escolhido o professor doutor Louçã, um trotskista, que inventou a marca BE agora perto de ser retirada do mercado. Não escolhi porque não saberia o que fazer com a legalização do casamento com animais, tenho dúvidas se a distribuição de maconha pelo SNS seria uma boa ideia e não tenho a certeza se os nossos credores aplaudiriam a maravilhosa ideia do professor Louçã de cortar o cabelo à dívida.
Também poderia ter escolhido o camarada Jerónimo de Sousa, mas não tinha vontade nenhuma de viver numa democracia popular a caminho da ditadura do proletariado, nem de correr o risco de ser engavetado e, sobrevivendo, ser condenado por dissidência num tribunal de camaradas.
Ainda considerei a hipótese de escolher o camarada António José Seguro mas o facto de se declarar herdeiro das políticas que conduziram o país ao estado de protectorado falido e só apresentar ideias miríficas para sair do buraco, ideias em que até um adolescente mimado teria dificuldade em acreditar, convenceu-me rapidamente que não seria uma boa opção.
Quanto ao doutor Paulo Portas, achei-me incapaz de avaliar quais as políticas que a criatura defendia e se teria uma doutrina, se seria eurocéptico ou eurófilo, de direita, de centro ou de esquerda, liberal ou socialista, amigo dos lavradores ou dos feirantes ou dos velhinhos.
E foi assim que me encontrei uma bela manhã de domingo de Junho de há 3 anos a depositar na urna um papelinho com uma cruz num partido pelo qual nunca dei grande coisa - sendo certo que também nunca dei grande coisa pelos restantes.
Da próxima vez vai ser diferente – pelo menos vou imprimir a cabeça com a MakerBot Replicator 2, uma 3D capaz de imprimir volumes até 6,7 litros |
Ainda assim, como compreender que o político com maior saldo de opiniões positivas (19,5%) seja um António José Seguro, seguido de um Jerónimo de Sousa (8,4%) quase empatado com um Paulo Portas (8,1%)? É certo que um casal Martins-Semedo tem um saldo negativo (-6,4%) o que poderia indiciar algum senso do eleitorado, mas receio que seja apenas um indicador inequívoco de ameaça de extinção da agremiação. Será isto que explica Passos Coelho ser o líder com maior saldo negativo (-14,3%)? Poderia ser de outro modo? Talvez não, quando se sabe que José Sócrates depois de uma dúzia de casos (desde o diploma forjado até ao Freeport, passando pelas manobras na TVI e muitas outras) e de uma governação que nos conduziu aonde nos encontramos tinha saldos positivos significativos.
1 comentário:
Talvez " o outro", o do " bíblicamente estúpidos" , tenha razão.
E talvez o primeiro " talvez" seja incuràvelmente optimista...
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