As coisas que me amofinam – O princípio da incerteza
O princípio da incerteza vem da Mecânica Quântica e é aquilo a que poderíamos chamar uma doçura, um bombom.
Graças a ele não sabemos para onde vamos se soubermos onde estamos e não temos a mínima ideia de onde estamos se soubermos para onde vamos.
Paradoxalmente, é possível construir uma ciência exacta, a tal Mecânica Quântica, com base nesta incerteza sobre o passado, o presente e o futuro, ou seja, sobre tudo.
A política, pelo menos aqui a do burgo (sobre a de outros burgos não me posso pronunciar por óbvio paroquialismo de que congenitamente sofro ou até por piores razões), tudo o leva a crer, é a coisa mais parecida com a Mecânica Quântica: não há ou não se conhece político que saiba onde está e muito menos para onde quer ir.
Todavia o que governa a política, quer para os eleitos, democraticamente ou não, quer para os eleitores democráticos ou não, é, curiosamente, um princípio anti-quântico: o princípio da certeza.
Não há, nem se conhece, um único político que não saiba onde está, nem, muito menos, para onde queira ir.
A conclusão mais notória é a de que sobre este princípio da certeza não foi possível e, tudo leva a crer, não será possível construir uma ciência exacta, ou mais rigorosamente, ciência nenhuma.
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