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26/11/2012

CAMINHO PARA A SERVIDÃO: Os comunistas portugueses deveriam fazer uma viagem ao passado dos sovietes

«Está neste momento em Portugal, um país onde um partido comunista, o PCP, representa pelo menos um décimo do eleitorado. O que gostaria de dizer aos apoiantes desse partido, tendo em conta a experiência que viveu na Polónia?

Diria que não compreendo sequer como se pode apoiar um partido comunista perante a experiência daquilo que aconteceu noutros países, perante o fracasso económico, o facto de não haver nada nas lojas e de haver todo o tipo de constrangimentos, as perseguições, as humilhações, a proibição da livre expressão e pensamento...


Considera que esses problemas são inerentes ao próprio comunismo ou acha que foram responsabilidade dos líderes daquela altura e daquela região?

Eu não sei que tipo de comunismo se defende aqui, mas posso falar da minha experiência com o comunismo tal como foi aplicado na Polónia, e da diferença entre o que um partido proclama e o que faz no poder, e o que acontece quando uma sociedade não se identifica com aquilo que esse partido faz no poder. Mas é claro que há uma diferença entre o que um partido comunista pode fazer numa sociedade democrática como a portuguesa e do que pode fazer numa ditadura como fez na Polónia. Penso que o problema fundamental é quando quem detém o poder está lá para servir os seus interesses e não o interesse comum - seja qual for o partido. Mas concretamente sobre o comunismo, a experiência que os polacos têm é uma experiência de privação, perseguição e humilhação, portanto ê natural que a ideia do comunismo gere uma forte repulsa entre os polacos. Até porque o regime comunista polaco seguia directamente as ordens de Moscovo e nós não tínhamos qualquer capacidade de decisão autónoma

Entrevista à Tabu do SOL de Danuta Walesa.

Por falar em viagem ao passado, o 4.º sábado de Novembro é em alguns países o dia dedicado ao genocídio pela fome na Ucrânia (conhecido pelo Holodomor, «exterminação pela fome» em ucraniano) resultante da coletivização forçada da agricultura levado a cabo pelos apparatchiks do PCUS de José Estaline nos anos 1932-4. O total de perdas demográficas, mortes e quedas de natalidade, poderá ter atingido 10 milhões. Isso explica a recepção calorosa do povo caucasiano às tropas nazis em 1941 durante operação Barbarossa.

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