Fonte: Boletim Estatístico do BdP Set-2012 |
Roubando as palavras de Tavares Moreira:
«1. O dia 20 de Setembro de 2012 ficará para a história da economia portuguesa como marco fundamental: foi ontem divulgado pelo BdeP (Boletim Estatístico de Setembro) que o saldo conjunto das balanças de bens e de serviços está virtualmente equilibrado ao cabo dos primeiros 7 meses do ano, após um longo período, de mais de 15 anos, de défices sucessivos e elevadíssimos que atiraram o País para a situação de sobre-endividamento e de quase à ruptura financeira em Abril de 2011...
2. Concretizando, o défice de € 4.541 milhões na balança de Bens é praticamente compensado por um superavit de € 4.524 milhões na balança de Serviços (no mesmo período de 2011 registava-se ainda um défice conjunto de € 4.652 milhões, mas já muito inferior ao de 2010).
3. Mas, mais do que isso, o défice da balança Corrente, de € 1.979 milhões - que subsiste apesar do equilíbrio atrás mencionado e que resulta do elevado defice nos Rendimentos (fruto do enorme endividamento ao exterior) não integralmente compensado pelo superavit que se verifica nas Transferências Correntes (as remessas de emigrantes representam 60% deste superavit) - encontra-se agora praticamente coberto pelo superavit da balança de Capital, de € 1.906 milhões.
4. A conclusão é óbvia: finalmente, a partir de Julho de 2012, pondo termo a uma tendência de mais de 15 anos, o País deixa praticamente de se endividar em relação ao exterior!»
Eu não sei se os comentadores e analistas encartados que pululam pelos mídia, em revolta contra as «inevitabilidades» da economia, têm alguma ideia do que isto significa. Pois bem, significa que, graças à mudança de políticas e, sobretudo, ao esforço dos portugueses que trabalham para exportar e à capacidade de encaixe de todos (com excepção de umas poucas centenas de milhar de patetas que imaginam que saímos do buraco com manifs) os que percebem que depois das bebedeiras há sempre uma ressaca, os comentadores e analistas encartados ainda talvez possam trocar os seus iPhones 4 por iPhones 5, renovar os seus tablets, trocar os seus automóveis e comprar novos sapatos italianos.
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