«Mas supondo que quem não usa preservativo está consciente dos perigos da SIDA, falta explicar porque é que está disposto a arriscar a vida pelo preço de um preservativo. Das duas uma, ou as pessoas que não usam preservativo estão conscientes do perigo da SIDA mas atribuem um preço extraordinariamente baixo à própria vida, ou não estão conscientes dos perigos da SIDA e a redução do preço não terá qualquer impacto.» (Blasfémias)
Ou das duas, três e, precisamene porque conscientes dos perigos, as pessoas excitam-se com o risco (diz-se que certas correntes homossexuais praticam uma espécie de roleta russa do sexo). Ou das três, quatro. Em minha opinião, quase sempre, trata-se de simples depreciação das possíveis consequências futuras face à comodidade e «naturalidade» imediatas de não usar preservativo.
A ser assim, a opção usar/não usar não seria muito diferente dos mecanismos mentais de escolha que nos levam a desconsiderar, por exemplo, fazer uma entrega extraordinária no fundo de pensões em vez de comprar um écran de plasma, mesmo que saibamos da ameaça de insustentabilidade da segurança social que paira sobre as nossas cabeças.
Não parece fácil acomodar estas especulações, por sinal aparentemente bem realistas, com o Homo Liberalensis, que poderá ser como o Abominável Homem das Neves, que se supõe existir, mas que ninguém nunca viu.
Sendo certo que oferecer preservativos deve ter um efeito na opção de os usar semelhante a entregar um formulário de PPR a quem já encomendou o écran de plasma.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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