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23/09/2004

CASE STUDY: Medidas para a melhoria do desempenho dos nossos atletas.

Agora que os paralímpicos estão em acção em Atenas, vem a propósito fazer uma retrospectiva da sua participação em competições internacionais.

Em Agosto de 2001, os atletas deficientes portugueses ganharam em Edmonton uma vintena de medalhas, incluindo umas quantas de ouro.

Um ano depois, em Agosto de 2002, repetiram a proeza em Lille. Foi nessa altura que quando o repórter perguntou a um dos ceguinhos medalhados se ele estava satisfeito pelas promessas de subsídios do ministro dos desportos da época, ele respondeu sabiamente: «Só vendo acredito» (ouvido nessa altura, na rádio, pelo Impertinências - I swear).

Em Março de 2003, a selecção nacional de deficientes mentais participou nos Mundiais com 19 atletas e regressou com 16 medalhas conquistadas por 15 atletas no segundo Mundial de pista coberta na Polónia. A selecção ficou no terceiro lugar no quadro de medalhas.

Desde 1984, os nossos paralímpicos já conquistaram 64 medalhas (24 de ouro, 20 de prata e 20 de bronze). Comparativamente os atletas não deficientes ganharam desde 1924 um total de 17 medalhas.

Os atletas deficientes recebem actualmente subsídios e prémios que são um terço dos não deficientes. Ninguém passa cartão aos deficientes, contrastando com a grande visibilidade mediática dos não deficientes.

Inspirado no sucesso passado dos atletas deficientes, o Impertinências atreve-se a propor, a quem de direito (isto é a ELES), as seguintes medidas avulsas para melhorar o desempenho dos nossos atletas não deficientes:

  • reduzir os seus subsídios e prémios a um terço dos valores actuais;
  • inibição de dar entrevistas e ser fotografado;
  • infligir-lhes um handicap - por exemplo, calçar-lhes ténis 3 números abaixo, colocar-lhes uma venda nos olhos, atar-lhes as mãos atrás das costas.

Post scriptum:
Pensando melhor, não sei se. Nesta edição das Paralimpíadas a coisa está fraquita. Arrisco pensar que deve ser por terem sido aumentados os subsídios.


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