Em Agosto de 2001, os atletas deficientes portugueses ganharam em Edmonton uma vintena de medalhas, incluindo umas quantas de ouro.
Um ano depois, em Agosto de 2002, repetiram a proeza em Lille. Foi nessa altura que quando o repórter perguntou a um dos ceguinhos medalhados se ele estava satisfeito pelas promessas de subsídios do ministro dos desportos da época, ele respondeu sabiamente: «Só vendo acredito» (ouvido nessa altura, na rádio, pelo Impertinências - I swear).
Em Março de 2003, a selecção nacional de deficientes mentais participou nos Mundiais com 19 atletas e regressou com 16 medalhas conquistadas por 15 atletas no segundo Mundial de pista coberta na Polónia. A selecção ficou no terceiro lugar no quadro de medalhas.
Desde 1984, os nossos paralímpicos já conquistaram 64 medalhas (24 de ouro, 20 de prata e 20 de bronze). Comparativamente os atletas não deficientes ganharam desde 1924 um total de 17 medalhas.
Os atletas deficientes recebem actualmente subsídios e prémios que são um terço dos não deficientes. Ninguém passa cartão aos deficientes, contrastando com a grande visibilidade mediática dos não deficientes.
Inspirado no sucesso passado dos atletas deficientes, o Impertinências atreve-se a propor, a quem de direito (isto é a ELES), as seguintes medidas avulsas para melhorar o desempenho dos nossos atletas não deficientes:
- reduzir os seus subsídios e prémios a um terço dos valores actuais;
- inibição de dar entrevistas e ser fotografado;
- infligir-lhes um handicap - por exemplo, calçar-lhes ténis 3 números abaixo, colocar-lhes uma venda nos olhos, atar-lhes as mãos atrás das costas.
Post scriptum:
Pensando melhor, não sei se. Nesta edição das Paralimpíadas a coisa está fraquita. Arrisco pensar que deve ser por terem sido aumentados os subsídios.
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