Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos
de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.
» (António Alçada Baptista)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

30/09/2012

Mitos (84) – Take Another Plane ou Take Another Plan?

Segundo a mitologia oficial, a TAP era uma companhia valiosíssima, cobiçada por todo o mundo. Será valiosa pelo menos para a corporação dos seus pilotos, em particular, e do seu pessoal em geral. E também para os sujeitos passivos que têm financiado os 358 milhões de prejuízos acumulados (77 milhões só em 2011) e o passivo de 2,3 mil milhões, 1,17 vezes o valor do activo.

Como sempre, a realidade com as suas inevitabilidades que desesperam os grandes pensadores do regime, impõe-se aos mitos. Até ver há um único candidato elegível para comprar a TAP: Gérman Efromovich, dono da Avianca, uma companhia colombiana que já teve narcotraficantes como accionistas, um empresário com muito passado, algum presente e ninguém sabe se com futuro.

O camaleão do regime

Já por várias vezes, por exemplo aqui, mostrei a minha admiração pela surpreendente capacidade do CDS de produzir socialistas eméritos como Freitas do Amaral, Basílio Horta e, mais recentemente e menos emeritamente, Assunção Cristas. Socialistas e proto socialistas, como o professor Adriano Moreira, que é o caso de que agora me ocupo. Talvez não seja surpreendente, porque o «S» de «Social» está lá a avisar desde a fundação.

Contudo, o caso de Adriano Moreira é talvez o mais espantoso em termos camaleónicos. Tão espantoso que ainda mais me espanto por isso, espantosamente, não parecer espantar ninguém. Até agora.

No sábado, o Comendador Marques de Correia na sua rubrica «Ditosos filhos que tal pátria têm» na Gente do Expresso, releva a carreira de Adriano Moreira começada na oposição democrática ao salazarismo, continuada como secretário de Estado e ministro do Ultramar do regime, ao qual se supunha opor-se e ao serviço do qual abriu o campo de trabalho do Chão Bom em Angola (*). Do ministério do Ultramar transitou para a Escola Superior Colonial, como se chamava então o ISCSPU, agora ISCSP e emergiu no pós 25 de Abril como um dos ideólogos e líder do CDS. Actualmente, como se tem visto, pouco se distingue de Freitas do Amaral no seu percurso a caminho do socialismo, apenas interrompido aqui e ali por um refluxo explicado por alguma beliscadura ao seu inflado ego.

(*) E não o campo do Tarrafal em Cabo Verde, como erradamente refere o Comendador quando cita a portaria 18.539 de 17-06-1961, assinada pelo então ministro do Ultramar Adriano José Alves Moreira. Quem reabriu o Tarrafal foi o ministro Silva Cunha em 1965 pela Portaria n.º 21217 de 10-04-1965.

29/09/2012

ESTADO DE SÍTIO: Colocando «o Terreiro do Paço a abarrotar» em perspectiva

Dando por boa a média das estimativas surpreendentemente mais realistas que o Expresso pela primeira vez fez da capacidade do Terreiro do Paço, e supondo que «abarrotava» com os espontâneos que vieram em excursões de autocarro, a manif da CGTP teria tido umas 90 mil pessoas, provavelmente menos. Isso significa que, com ajuda unânime do jornalismo de causas, dos indignados, com centenas de autocarros espontâneos, a CGTP terá conseguido mobilizar 1 em cada 100 dos eleitores inscritos, 1,6 em cada 100 votantes nas últimas eleições, 3 em cada 100 eleitores da oposição ou 11 em cada 100 dos seus próprios eleitores.

É pouco? É muito? Depende. Durante o PREC, estimo que um número semelhante de activistas da esquerdalhada que se dividiam de manif em manif conseguiram manter o país em estado de excitação permanente durante o chamado verão quente de 1975, com os resultados conhecidos.

DIÁRIO DE BORDO: Cabelos brancos

Miral Amaral, ex-ministro de Cavaco Silva, «achava que o governo precisava de um tipo com cabelos brancos». Eu não estou tão certo disso. Não foram os gajos que hoje têm os cabelos brancos que nos trouxeram até aqui?

Cabelo branco é saudade / Da mocidade perdida / Ás vezes não é da idade / São os desgostos da vida.

Lost in translation (157) - Vender ilusões, vendo, mas sempre diferentes, quis ele dizer

Em Novembro do ano passado, António José Seguro disse «pelas contas do PS, há uma folga muito importante suficiente para cobrir quase na totalidade um dos subsídios de férias ou de natal, incluindo também os pensionistas

Em Março deste ano a folga parece ter-se evaporado e o homem já estava surpreendido pela «subida da despesa». A partir daí começa a queixar-se da derrapagem do orçamento.

Em Setembro, esquecida  a folga, diz que vota contra orçamento mas respeitará o compromisso com a troika. Mas também diz que «É preciso adaptar o memorando à realidade».

Depois do susto de lhe poder cair o poder no colo, termina o mês com «os próximos tempos serão de dificuldades» e «eu não vendo ilusões».

Mitos (83) – O contrário do dogma do aquecimento global (II)

(Continuação daqui)

LEMA: O contrário do dogma do aquecimento global não é o dogma do não aquecimento global. É a dúvida sistemática sobre a evolução do clima e os factores que a condicionam.

Pode ser o aquecimento global, pode ser o arrefecimento global, pode ser o ciclo das manchas solares, podem alterações do campo magnético, pode ser uma alteração do eixo terrestre, pode ser qualquer coisa induzida pelas actividades humanas ou não. As explicações variam consoante a ciência de causas em causa. O certo é que no dia 16 de Setembro a superfície gelada do Ártico não passava de 3,4 milhões de Km2, pouco mais de 1/5 do mínimo anterior em 2007.


Fonte: Economist, Sep 22

28/09/2012

Soares é cada vez mais um passivo para o PS (2)

(Continuação daqui)

Depois de semanas apelar à demissão, quando percebeu que o governo poderia mesmo cair no colo de um PS que nem ele acredita que desse conta do recado, Soares faz uma reviravolta e considera que a queda do Governo «podia ser grave porque a troika ainda deve algumas coisas de dinheiro que vai pagar…é melhor que não caia por enquanto

É esta criatura, a quem chamam «pai da democracia», que achava de si mesmo que o país o iria considerar um herói depois de fazer em 1984 o que agora condena? Que diz dos credores benevolentes, que emprestam dinheiro a um país que o seu partido (ajudado pelo PSD) tornou inadimplente, ainda deverem algumas coisas de dinheiro? Qual é a diferença para um troca-tintas cujas ideias flutuam ao sabor das suas conveniências?

CONCLUSÃO: Os cidadãos deste país não devem ter memória curta e deixar branquear as responsabilidades destas elites merdosas que nos têm desgovernado e pretendem ressuscitar purificadas das suas asneiras, incompetências e cobardias.

Lost in translation (156) – Devíamos chapar isso na cara dos articulistas, ponto

«O défice orçamental, sem medidas extraordinárias, em 2009 e 2010 foi praticamente igual 17 mil milhões de euros, o que representou 10,2% do PIB num ano e 9,8% no outro. Em 2012, aquilo que se estima, sem medidas extraordinárias é um défice de 10 mil milhões de euros, 6,1% do PIB. Desde 2010 até 2012, o défice, sem medidas extraordinárias, reduz quase sete mil milhões de euros em dois anos, o que são quase 3,7 pontos percentuais de PIB e, a primeira coisa que temos de assumir é que é um resultado muito bom em qualquer parte do mundo» disse Fernando Ulrich ontem na conferência da Exame,  eu concordo.

Não sei se concordo com Fernando Ulrich quando acrescenta «temos de nos orgulhar disto e usar isto como bandeira e chapar na cara desses articulistas do ‘Financial Times’ e outros que tais». A não ser que ele esqueça os articulistas do FT que raramente se lembram que nós existimos e deixe ficar os «outros que tais», ou seja o bando de jornalistas de causas que por aí escrevem sobre o que não sabem ou sobre o que lhes mandam.

O mesmo bando que durante mais de uma década em que a economia estagnou, os défices externos e do orçamento aumentaram sucessivamente e a dívida pública e privada se tornou pletórica, cantou os amanhãs radiosos, celebrou o «investimento» público e silenciou o caminho para a insolvência que percorremos.

Pro memoria (66) – «Quando Mário Soares defendia o plano do FMI»

Há dois meses na Sábado, o jornalista Vítor Matos fez uma retrospectiva da intervenção do FMI em 1983 pela mão de Mário Soares. Se os portugueses tivessem memória e os políticos vergonha, teríamos os mesmos problemas? Talvez, mas não seria a mesma coisa.

«Em Agosto de 1983, o Governo do Bloco Central PS-PSD, assinou um memorando de entendimento com o Fundo Monetário Internacional. Os impostos subiram, os preços dispararam, a moeda desvalorizou, o crédito acabou, o desemprego e os salários em atraso tornaram-se numa chaga social e havia bolsas de fome por todo o país. O primeiro-ministro era Mário Soares. Veja como o homem que hoje quer rasgar o acordo com a troika defendia os sacrifícios pedidos aos portugueses.

27/09/2012

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: O cartel da 3.ª República

«Nesta altura é óbvio que o PS e o PSD-CDS são incapazes de dar volta à crise. Um interessante artigo no El Pais da semana passada explicava porquê. O ponto central é que temos uma classe política dita predatória, isto é, uma classe política que utiliza o Estado para maximizar as suas rendas privadas sem grande prestação de contas e com bastante impunidade. Um Estado pensado, desenhado e estruturado ao serviço dos interesses pessoais dos políticos. Como aconteceu? Para evitar a instabilidade e a crise institucional da 1.ª República, a democracia instalou um oligopólio político completamente fechado que opera em cartel, equilibrando os interesses instalados dos vários lóbis. Sem uma verdadeira contestação externa e operando em circuito fechado, mas com o dinheiro fácil dos fundos europeus e do crédito barato, o oligopólio corrompeu-se. O Estado social deu lugar ao Estado dos interesses e das rendas. O problema é que, para sair da crise, o Estado dos interesses e das rendas tem que ser parcialmente, ou mesmo totalmente, desmantelado. Desmantelar esse Estado é negar a essência da própria classe política predatória. Consequentemente não pode haver solução para a crise económica e financeira sem uma ampla reforma do sistema político. Desse ponto de vista, o completo e absoluto silêncio dos três principais partidos sobre o tema não surpreende

«Entender a crise política que evidentemente não pode ter fim», Nuno Garoupa no negócios online

O SNS poderá falecer dos cuidados intensivos (2)

(Continuação daqui)

Como se sabe, as recentes greves de médicos promovidas pelo bastonário-sindicalista tinham por fim defender o SNS, a exemplo, aliás, das greves dos professores que visam defender o ensino. Também se sabe que apesar dos 10% de estrangeiros a exercer medicina em Portugal, o bastonário acha que «dentro de pouco teremos 600 (médicos) a mais (os quais) … são prejudiciais para os doentes».

Talvez devido aos médicos a mais que o bastonário-sindicalista descobriu, «os hospitais públicos têm 164 vagas para recém-especialistas que nenhum médico quer. E os centros de saúde não conseguem preencher 110 lugares, por não haver no mercado médicos de família e de saúde pública, em início da carreira, para contratar. Ao todo, são 274 lugares que ficaram vazios no primeiro concurso aberto este ano para os quadros do Serviço Nacional de Saúde». (Expresso)

Em alternativa, temos a explicação do Expresso: «quase todos estes lugares são em unidades de saúde fora dos grandes centros urbanos, sobretudo no Alentejo e no Algarve. Aceitá-los obriga a estar longe de casa e sem nenhum aumento de salário, pois a remuneração para os recém-especialistas (destinatários do concurso) estão 'tabelados' em todo o SNS

A referida explicação tem o pequeno inconveniente de pressupor que os médicos se estão nas tintas para a defesa do SNS e o que querem mesmo é tratar das suas vidinhas o melhor possível, como toda a gente quer. Mas então as políticas de pessoal do ministério da Saúde só ganhariam em ter isso em consideração e promover a concorrência entre os médicos. Para tal daria muito jeito acabar com a limitação da oferta de vagas nas faculdades de medicina promovida pelo lóbi deste e dos outros bastonários-sindicalistas que o antecederam, práticas que levaram 1.300 estudantes portugueses a estudar medicina no estrangeiro.

DIÁRIO DE BORDO: Lagartixas namorando no meu calhau

Lagartixa ibérica (Podarcis hispanica)

26/09/2012

Mais uma investigação ao polvo socialista que não vai dar em nada

«A Polícia Judiciária esteve em casa de Mário Lino, António Mendonça e Paulo Campos a propósito de uma investigação no âmbito de um inquérito crime às Parcerias Público Privadas.» (Expresso)

Já passaram vários anos, mais alguns para tomar conta da ocorrência, outros tantos para investigar. Quando a coisa chegar aos tribunais, se chegar, estará na altura de prescrever.

O jornalismo de causas doméstico é mais estúpido e preguiçoso do que a média e não tem sentido de humor

Mitt Romney, durante uma sessão de recolha de fundos, a propósito de um incidente com um avião em que viajava a mulher, disse uma piada sobre as janelas dos aviões que não se podiam abrir para arejar. Toda a gente presente percebeu que era uma piada e se riu. A própria imprensa americana hostil ao candidato republicano também percebeu e não ligou ao assunto.

A nossa imprensa babou-se com a oportunidade de mostrar a suposta ignorância e estupidez de Romney, que por acaso tem jacto privado, é Juris Doctor e MBA por Harvard, homem de negócio com imenso sucesso, com um currículo político que inclui governador do Estado de Massachusetts e CEO dos jogos olímpicos de inverno de 2002 que salvou de um fracasso quase certo.

Só para citar um caso paradigmático, o esquerda.net em papel Público, deu-se ao trabalho de falar com uma professora de Física do IST para explicar porque não se podem abrir as janelas dos aviões e publicar um vídeo com um episódio da série The Twilight Zone. Foram precisas 8 horas para perceber a piada e publicar uma rectificação (não assinada, note-se).

SERVIÇO PÚBLICO: Podia ser muito pior (3)

[(1) e (2)]

A execução orçamental continuou a deteriorar-se com o agravamento do défice de 2.787 em Julho para 3.501 milhões em Agosto, pelas seguintes razões principais:
  • Do lado da receita uma queda em relação a 2011 dos impostos indirectos (essencialmente IVA) e das contribuições para a SS de cerca de 1.406 milhões no conjunto;
  • Do lado da despesa, apesar da melhoria do saldo primário que passou de -1.588 em 2011 para +767 milhões este ano, mesmo com o  aumento das transferências para a SS de 556 milhões, o saldo global agravou-se em relação a Julho, devido ao efeito conjunto do aumento de 677 milhões dos juros e da queda das receitas. Positiva, apesar de tudo, a redução do saldo global em 1.677 milhões em relação a 2011.

25/09/2012

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Explicações ao jornalismo de causas

Explicação imperdível de JCD no Blasfémias a um jornalista que faz comentário económico de algumas coisas sobre dívida pública que ele deveria saber.

O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: O La Fontaine dos alemães não é o mesmo dos portugueses

A propósito das reacções de alguns profissionais da indignação à referência às cigarras e formigas, feita pelo ministro da Administração Interna, e independentemente da hermenêutica em curso pelos patetas especialistas nessa ciência, venho lembrar que tais insectos existem em todo o lado mas com diferentes consequências e aproveito a oportunidade para republicar a versão actualizada da fábula.


A CIGARRA E A FORMIGA

Versão alemã

A formiga trabalha durante todo o Verão debaixo de Sol. Constrói a sua casa e enche-a de provisões para o Inverno.
A cigarra acha que a formiga é burra, ri, vai para a praia, bebe umas bejecas, vai ao Rock in Rio e deixa o tempo passar.
Quando chega o Inverno a formiga está quentinha e bem alimentada.
A cigarra está cheia de frio, não tem casa nem comida e morre de fome.

Fim

24/09/2012

SERVIÇO PÚBLICO: O princípio do princípio (11)

[Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9) e (10)]

Fonte: Boletim Estatístico do BdP Set-2012

Tanto barulho para quase nada

Qual o efeito das alterações da TSU (aumento da taxa dos empregados de 11% para 18% e redução da dos empregadores de 23,75% para 18%)?

Segundo o governo serão criados 50 mil empregos. Segundo o estudo «Emprego e TSU: O impacto no emprego das alterações nas contribuições dos trabalhadores e das empresas» de Luís Aguiar-Conraria e outros economistas das universidades de Coimbra e do Minho, serão na melhor hipótese criados mil empregos e na pior perdidos 68 mil.

Não conheço o estudo do governo. Do outro estudo só fiz uma leitura superficial e, não sendo uma matéria familiar, só posso dizer que algumas das premissas me parecem pouco aderentes à realidade do mercado de trabalho em Portugal.

O que se pode concluir da disparidade das estimativas, para além do óbvio de dependerem das respectivas premissas? Quando se tem em conta os 4,7 milhões da população empregada no final de Junho, a disparidade é pouco significativa e as estimativas de criar 50 mil ou perder 68 mil empregos caiem no intervalo relativamente apertado [-1,45%, +1,06%].

Nesta altura, não resisto a citar o outro contribuinte do (Im)pertinências: «durante os 6 anos de «crescimento», nome com que o PS costuma designar a folia do endividamento, perderam-se 229,8 mil empregos em vez dos 150 mil prometidos recuperar só no 1.º governo». E a concluir que, face a este intervalo com amplitude de 370 mil empregos, o outro com 118 mil são amendoins. Tanto barulho para quase nada.

23/09/2012

DIÁRIO DE BORDO: Mãos desajeitadas mexendo numa bomba-relógio

Um dia tinha que acontecer e é de louvar a coragem de um que fala aberta e publicamente em nome das centenas de milhar que em surdina se lamentam.

Refiro-me à peça «Segurança social, o massacre» no Expresso em que Henrique Raposo defende a causa dos jovens que com as suas contribuições para a segurança social pagam «os excessos da geração de Maio de 68, essa brigada angelical que, de manhã grita, “ai, ai, o FMI” para depois andar; à noite, no El Corte Inglés a gastar o seu dinheirinho garantido pelo tal FMI». Jovens que segundo Raposo pensam «somos os explorados: com a nossa precariedade, a segurança laboral dos mais velhos, alimentamos um sistema de segurança social que, daqui a 30 anos, não vai ter dinheiro para as nossas reformas e … ainda temos que criar os nossos filhos