Grozny, Chechénia, 1994 Gaza City, 2023. |
Honestamente, não sei o que seria uma resposta proporcional. Ainda assim, acredito que as destruições que qualquer das fotos mostram e as muitas dezenas de milhar de mortos que delas resultaram não são uma resposta proporcional, seja lá ao que for proporcional, e seja lá o que for o que a resposta visa, seja evitar a secessão da Chechénia e manter a integridade do Império Russo, seja vingar as vítimas do terrorismo do Hamas, manter a integridade do governo com o apoio da extrema-direita religiosa e supremacista, gastando o que resta dos créditos do Holocausto.
6 comentários:
uma grande parte das pessoas de direita confundem a defesa dos princípios e das ideias com o que consideram ser a fidelidade devida aos correligionários
Ou, como escreveu muito recentemente uma pessoa de direita (Henrique Pereira dos Santos) no seu blogue: "os princípios não servem de grande coisa sem a sua adaptação aos contextos, isto é, à realidade".
Se o que o Hamas o que defende é a destruição de Israel, parece-me normal que a resposta proporcional seja que Israel procure a destruição do Hamas.
Começaria por agradecer ao Pertinente este post, que, com alguma imodéstia, leio como uma resposta ao meu comentário no post anterior. O tema é realmente complexo e, por isso mesmo, me irrita a facilidade com que, à distância e em segurança, se usam bengalas linguísticas ("resposta proporcional") e superioridades morais de pacotilha para julgar quem está no meio de uma guerra, a lutar pela sua sobrevivência. E estas palavras abarcam tanto israelitas (sejam judeus, árabes, ...), como palestinianos. De fora só fica o Hamas, que também está a lutar pela sua sobrevivência, mas detendo-se perante nenhuma abjecção e, por isso mesmo, não merecedor de qualquer contemplação ou misericórdia
Sim, é normal.
O que não é aceitável é que para destruir o Hamas se destrua as vidas de 2 milhões de pessoas.
Os israelitas não estão a lutar pela sua sobrevivência.
Os desastres rodoviários, por exemplo (Israel é fértil neles), constituem uma ameça bem maior para a vida dos israelitas do que o terrorismo do Hamas.
Convém não exagerar os danos causados pelo terrorismo, que são mais psicológicos que reais.
"Porque cedem os princípios à fidelidade?". O Luís é exemplar na demonstração da pertinência da pergunta. Não só da pertinência como também da idea que nenhum argumento é suficientemente abjecto para defender fidelidades
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