Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos
de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.
» (António Alçada Baptista)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

30/09/2021

As universidades americanas ao serviço da ideologia do género e do politicamente correcto

Há quatro anos citei aqui o caso de Peter Boghossian professor assistente de filosofia na Portland State University que com outros autores publicou um paper na revista Cogent Social Sciences onde defendia a tese de que o pénis é uma construção social. Tratava-se de um teste para confirmar que as revistas pseudocientíficas inspiradas na ideologia do género publicam tudo, incluindo os maiores disparates, desde que os papers respeitem o cânone politicamente correcto. 

Entretanto, em 2018 Boghossian com outros dois co-autores propuseram para publicação em revistas "científicas" vinte artigos falsos e disparatados dos quais sete foram publicados, incluindo um sobre “queer performativity" em parques urbanos para cães e outro classificando a astronomia como imperialista e propondo que os departamentos de física estudassem dança interpretativa.

É claro que Boghossian ficou marcado e acabou por se demitir há dias com uma carta em que escreveu:

«Procurei criar as condições para um pensamento rigoroso; para ajudá-los (os alunos) a obter as ferramentas para procurar e cultivar as suas próprias conclusões. É por isso que me tornei professor e adoro ensinar. Mas pouco a pouco, a universidade tornou impossível este tipo de exploração intelectual. Transformou um bastião da livre investigação numa fábrica de Justiça Social cujas únicas entradas são raça, género e vitimização e cujas únicas saídas são queixas e divisão.» (fonte)

A manipulação e a censura passaram a fazer parte da universidade como instituição. Foi criado um «complexo industrial de diversidade» nas faculdades com vice-presidentes de diversidade que nas três universidades públicas do Oregon têm uma remuneração média de US $ 262.000 e na Universidade de Michigan há 80 funcionários de diversidade que custam US $ 10,6 milhões. (fonte)

29/09/2021

Proposta Modesta Para Evitar que os Áctivistas Desperdicem Acções e Indignações (8) - Áctivistas da identidade de género criai uma Brigada Internacional e ide combater para o Afeganistão

Outras propostas modestas

Em 1729 Jonathan Swift publicou um panfleto satírico com o título longo e insólito A Modest Proposal: For Preventing the Children of Poor People in Ireland from Being a Burden to Their Parents or Country, and for Making Them Beneficial to the Public.

Desde então, inúmeras Propostas foram baptizadas de «Proposta Modesta». O (Im)pertinências, com quase quatro séculos de atraso, apresentou já várias, algumas delas, como esta, Para Evitar que os Áctivistas Desperdicem Acções e Indignações.

A minha proposta de hoje em título é inspirada por Mohammad Ashraf Ghairat, novo reitor da Universidade de Cabul nomeado pelo governo talibã que garantiu:

«Têm a minha palavra: Enquanto não existir um ambiente islâmico, mulheres não poderão estudar ou trabalhar. Primeiro o Islão.»

Como tentar cumprir o plano de vacinação, apesar de tudo? Resposta: um dia de cada vez (66)

ECDC

A informação mais credível da vacinação é a do Vaccine Tracker do European Centre for Disease Prevention and Control, reproduzida no quadro acima para os 10 países com maior percentagem de população vacinada dos maiores de 18 anos, mostra que o Sr. Almirante pegou em Fevereiro numa task force em decomposição entregue a um apparatchik socialista e em 7 meses colocou Portugal entre os com maior índice de vacinação completa.

É um facto que não precisa de ser inflamado pelo jornalismo de causas que, na sua ânsia de evidenciar a única coisa que correu bem na resposta à Covid-19 e confundindo população com população alvo, escreve coisas como Portugal é o país com mais população vacinada no mundoGOUVEIA E MELO «MELHOR DO MUNDO»Covid-19. Portugal domina vacinaçãoPORTUGAL PRESTES A SER O PRIMEIRO PAÍS DO MUNDO A ATINGIR 85% DE POPULAÇÃO VACINADAPortugal continua a ser o país com maior percentagem da população vacinada contra a Covid-19 em todo o mundo.

Já agora, acrescente-se que a média diária de doses administradas desce para menos de 28 mil nas duas últimas semanas.

Entretanto, talvez enciumado pelo facto da única coisa que correu bem não foi devida aos apparatchiks do seu partido mas apesar deles, resolveu anunciar a extinção da task force ainda antes da conclusão da vacinação e mandar o Sr. Almirante para casa. Esperemos que não tenha de o ir buscar outra vez.

28/09/2021

Títulos alternativos: Finanças cobraram a mais 20% do IRS durante um ano

«Finanças devolveram perto de 2800 milhões em reembolsos de IRS»

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Ficar acima das expectativas não é uma vitória. É uma derrota menos pesada do que o esperado

«Sublinho: perdeu as eleições. Rio e todo o espaço de centro-direita. Lamento este anti-clímax, mas na leitura nacional que se pode fazer destas eleições, o centro-direita perdeu-as: em número de câmaras, em número de autarcas e no somatório de votos. Outra vez. É certo que tem boas razões para festejar. Ganhar Lisboa é sempre um passo importante para ganhar o país, mas o pior que pode fazer é iludir-se que Lisboa é o país. Pior: que Rui Rio é Carlos Moedas. E são os perigos destas ilusões, à boleia do “ah, mas foi Rio que escolheu Moedas, tem que se lhe dar esse mérito” (...)

E reconheço: foi uma escolha de Rui Rio. Mas é sobretudo o contraste entre ambos, entre o que cada um deles representa que, à escala nacional, o PSD terá de avaliar (e o CDS também). Na dúvida perguntem-se: lançar Cristiano Ronaldo em campo, alguma fez de Lazlo Boloni o melhor treinador do mundo?»

Pedro Gomes Sanches no Expresso

27/09/2021

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (104) - Em tempo de vírus (LXXXI)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

Quando se pensava que o Dr. Costa já tinha atingido o limite do desaforo ele excedeu-se a si próprio

As eleições autárquicas mostraram um líder partidário voando baixinho sobre o país, usando o cargo de primeiro-ministro para prometer dinheiros dos contribuintes portugueses e europeus em cada freguesia e fazendo inveja a um soba do socialismo africano.

Quem se mete com o PS, leva, seguido de fazendo dos portugueses estúpidos, ou um primeiro-ministro que não sabe gerir a administração pública dá lições de gestão

No calor da campanha o Dr. Costa começou por vilipendiar o fecho da refinaria de Matosinhos, que tinha exaltado antes como um «enorme ganho» para o ambiente, ameaçou «dar uma lição» à Galp, participada pelo Estado sucial, e, face às reacções, acabou a insultar a inteligência dos portugueses (dos que têm alguma) com um manifesto no Avante da Sonae esclarecendo que «a pretendida “lição” não é mais do que a utilização do Fundo de Transição Justa e a aplicação da legislação para proteção dos trabalhadores e do futuro do território». Entretanto, foi desmentido pela Galp uma pretensa proposta que o governo teria feito (mas não fez) para a formação de trabalhadores.

É mau até para os padrões da escola socialista

Quando o Dr. Costa e o seu ministro da Educação entraram em funções tinham 1.668 mil alunos que eram ensinados por 121 mil professores. Cinco anos depois os alunos eram apenas 1.604 mil e os professores eram mais de 127 mil (fonte: Pordata) e, ainda assim, é dito que têm falta de professores 80% dos agrupamentos de escolas de Lisboa e 3 mil turmas em todo o país.

Já virámos a página da austeridade

Afinal, apesar de todas as ajudas abundantemente publicitadas pelo governo socialista, as famílias estiveram a perder rendimento disponível desde o segundo trimestre do ano passado e só começaram a recuperar no segundo trimestre deste ano.

De volta ao velho normal

Os portugueses parecem acreditar na prosperidade que o Dr. Costa lhes anuncia e já voltaram aos 5% de poupança confirmando serem os europeus que menos poupam e, em compensação, têm mais automóveis do que a média europeia para circular na segunda melhor infraestrutura rodoviária confiantes de que têm a quarta melhor cobertura por carregadores eléctricos.

Como não se fazem omeletes sem ovos, em Julho a dívida dos particulares aumentou ao ritmo mais elevado dos últimos doze anos.

Uma vez ou outra, um socialista distraído diz o que ele pensa ser a verdade

Desta vez foi o Dr. Brilhante Dias que disse «nós ganhámos com a covid-19. E ganhámos porquê? Porque Portugal foi um país que, tendo as suas dificuldades, enfrentou a covid-19 com bastante êxito.» Foi por isso vilipendiado por todos os quadrantes, sem razão porque a segunda parte da frase é verdadeira. O que se pode questionar é o «nós ganhámos», a não ser que ele se estivesse a referir ao PS.

26/09/2021

Como uma ideologia ultraminoritária controla cada vez mais a produção artística (por exemplo, um teatro "nacional") e jornalística (por exemplo o semanário de reverência)

«Pedro Penim estreia hoje uma peça que discute o fim da família, “algo tão utópico quanto o fim do capitalismo”. Em “Pais & Filhos”, em cena no São Luiz, Turgueniév mistura-se com as teorias pós-coloniais e queer e a vontade de Penim de ser pai, que partilha com o marido. É o último espetáculo antes de rumar ao Teatro Nacional.» (de uma entrevista a Pedro Penin na Revista do Expresso de 24-09)

Pedro Penin, o criador do pot-pourri de Ivan Turgueniév com teorias pós-coloniais e queer, está a caminho da direcção do Teatro Nacional D. Maria para substituir Tiago Rodrigues, o criador da peça Catarina e a beleza de matar fascistas.

Com meio milhão de eleitores em 9,3 milhões de eleitores recenseados, a esmagadora maioria urbanitas, o berloquismo, a corrente política que mais abertamente adopta a chamada ideologia do género e promove a sexualidade alternativa, representa 5,4% da opinião pública, digamos assim. Segundo os escassos dados disponíveis (pouco confiáveis, por várias razões) a percentagem de adultos que se declaram não heterossexuais varia entre os dois por cento e dez por cento.

Que uma ultraminoria de áctivistas consiga impor as suas ideias à boleia da barriga de aluguer do socialismo, é mais um indício da derrota por culpa própria da direita conservadora na frente cultural, direita que a maioria das vezes contrapõe ao "progressismo" cultural ideias fossilizadas defendidas por grunhos com discursos primários que apelam ao pior dos piores.

25/09/2021

O Portugal dos Pequeninos e das casinhas sob o Estado sucial governado pelo PS

Em 2000 Portugal era o 28º país a nível mundial com maior património líquido (diferença entre activos e dívidas). Em 2020 desceu para 33.º, ainda assim superando a Noruega, a Finlândia, a Grécia e a Irlanda, por exemplo. Em termos de património líquido per capita os portugueses adultos estão agora na 30.ª posição.

Já em termos de produção, o PIB nominal previsto para este ano coloca-nos em 49.º, 16 lugares abaixo do ranking da riqueza. E porquê? Principalmente porque, apesar dos portugueses serem pouco produtivos, quase três quartos das famílias são proprietárias da habitação, contra dois terços das famílias europeias, o que conta para o património. A propósito recorde-se que mais de 700 mil fogos estão devolutos, o que é um verdadeiro desperdício.

Enquanto isso, o aparelho do Estado governado pelo Dr. Costa engordou 11% em 6 anos inchando com mais 72 mil funcionários públicos.

Moral da estória: sufocados por um Estado sucial omnipresente ocupado por apparatchiks, compramos muitas casinhas, investimos pouco, produzimos pouco e somos cada vez mais pobres em termos relativos.

[Dados sobre o património citados aqui]

24/09/2021

CASE STUDY: E a melhor máquina para fazer golos é... (não, não é Cristiano Ronaldo)

Fonte

Com base na pletora de dados de cada partida de futebol actualmente disponíveis, a universidade KU Leuven e a empresa de análise SciSports construíram um sistema para medir o efeito de cada acção dos jogadores na probabilidade da sua equipa marcar um golo, tendo em conta a posição da bola antes e depois do jogador a tocar. 

Aplicando esse modelo ao período 2012-2020, estimaram o score de golos que vários jogadores aumentaram para a sua equipa. O ranking é liderado por Messi com 1,77 golos por partida seguido de Cristiano Ronaldo com 1,43, com score praticamente igual no que respeita a remates, sendo a diferença explicada por outros movimentos de Messi, como passes para outros jogadores. 

Em conclusão, um treinador teria preferido Messi e os accionistas talvez optassem por Ronaldo e os seus três milhões de seguidores.

23/09/2021

De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva (51) - Qual a letalidade do Covid-19? (9) O caso de Portugal 18 meses depois

Este post faz parte da série De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva e é uma continuação de Qual a letalidade da Covid-19? (8) O caso de Portugal 16 meses depois

Recordando a distinção entre taxa de letalidade, que relaciona o número de óbitos com o número de infectados, e a taxa de mortalidade que relaciona o número de óbitos causados por uma epidemia com a população, num caso e noutro com referência a uma determinada área (mundo, pais, região, cidade, etc.).

Recordando também algumas das patetices (nalguns casos pura manipulação) que os mídia publicaram no início da pandemia: 
  • 06-03 - «O novo coronavírus é igual à gripe? Não. Mata 26 vezes mais» (Sábado)
  • 19-03 - «Organização Mundial de Saúde (OMS) avançou na semana passada que a taxa de mortalidade do vírus se encontra nos 3,4%» (Expresso)
  • 29-03 - «a taxa de letalidade subiu para 2% » (SIC Notícias)
  • 12-04 - «Em Portugal, a taxa de mortalidade situa-se agora ligeiramente acima dos 3%» (ionline)
  • 13-04 - «A taxa de mortalidade subiu para 3%, disse a ministra da Saúde» (DN)
  • 13-04 - «OMS diz que o novo coronavírus é dez vezes mais mortal que o vírus da gripe de 2009» (Público)
  • 16-04 «Portugal tem taxa de letalidade de 3,3%. A média europeia é de 8,6%» (DN)
  • 19-04 - «A taxa de mortalidade belga está perto dos 15%» (Observador)
  • 20-04 - «o que fez baixar ligeiramente a taxa de mortalidade para 3,52%» (Observador)

No último ponto de situação que fizemos a taxa de letalidade a nível nacional estava em 1,76%. Vejamos a situação reportada a 20 de Setembro, no gráfico seguinte.

Escola Nacional de Saúde Pública

Desde então como o número de óbitos tem descido mais rapidamente do que o número de novos casos a taxa de letalidade tem vindo a descer e está em 1,69%, apresentando valores mais altos no Alentejo e no Centro, regiões com populações mais envelhecidas.

22/09/2021

Italy is only pretending to be a free country, he said. He would say the same about Portugal dos Pequeninos, if he knew it

«In early August, Italy banned the unvaccinated from most forms of social life, then most forms of travel – and now most forms of work. The unvaccinated are pariahs. But unlike in France, where hundreds of thousands have protested against compulsory vaccine passports, in Italy hardly anyone has demonstrated against 'Il Green Pass'.

 The Italians have never been especially keen on liberty, and as a result liberty has never flourished in Italy. This, I think, explains why this removal of the basic liberties – or rights, if we must – of unvaccinated Italians by the unelected premier Mario Draghi is so popular. On Thursday, Draghi's government of national unity issued a new decree extending the pass to the entire workforce: 23 million Italians. This will come into effect on 15 October.

 The unvaccinated have already been banned since 6 August from most indoor public places such as bars, restaurants and gyms, plus many outdoor ones such as football stadiums and the Colosseum. And since 1 September from planes, ferries, inter-regional trains and coaches, plus universities (staff and students) and schools (staff only). The vaccine has been compulsory for health workers since April.

 That 75 per cent of Italians over 12 are already fully vaccinated and 80 per cent are expected to be so by the end of this month has made no difference. Punishments for those caught in flagrante without 'Il Green Pass' include fines of up to €1,500 (£1,200), the temporary closure of business premises and venues, and suspension from work without pay.

 But more than two thirds of the population approve both Draghi as Premier and his draconian treatment of the unvaccinated, according to the polls. A similar proportion think he should be even more dictatorial and replace 'Il Green Pass' with compulsory vaccination. Indeed, 61 per cent of Italians think that far from depriving them of liberty, these bans enhance their liberty.

 None of this surprises me after living here for 25 years, because Italy is only pretending to be a free country. You see this in the little things such as the identity card you must have and show all the time. There is so much red tape that everyone is guilty of something.»

21/09/2021

O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (197) - A omertà no PS

«Se a relação pessoal e mental do PS com o mundo das empresas é escassa e por vezes conflituosa, o mesmo se passa com a sua relação com as questões da fé e da igreja. As chamadas causas fracturantes afastaram o PS da sua moderação em relação ao catolicismo. Hoje em dia, é difícil perceber a diferença entre BE e PS nesta matéria. O politicamente correto é cada vez mais intrusivo, hegemónico e, já agora, pouco preocupado com a liberdade.

Ora, nas reacções à morte de Jorge Sampaio, ficaram evidentes as diferenças: o PS antigo tinha traços de liberdade e pluralismo que o PS actual desconhece. Por exemplo, o PS de Soares e Sampaio era poroso em relação ao mundo das empresas e à sociedade civil, porque tinha uma forte relação com a advocacia. A elite socialista trabalhava no mundo do Direito, quer nas universidades, quer nos escritórios de advogados. Não dependiam de cargos de nomeação política. Eram senhores, não boys. Por outro lado, o PS era poroso em relação ao mundo católico devido à intimidade com os católicos progressistas. Onde está essa proximidade e tolerância hoje em dia?

Lamento, mas o PS de hoje é cada vez mais uma seita fechada agarrada ao poder sem porosidade com o exterior até nas suas relações pessoais. Comporta-se mesmo como uma seita. Quando um dos seus membros comete uma óbvia infração pública, como José Magalhães, os outros calam-se. Há uma omertà no PS.»

O PS de Sampaio e Soares ainda existe?, Henrique Raposo

20/09/2021

Dúvidas (320) - É a Renascença que nos está a aldrabar ou Sexa seguiu na mexa

«De Lisboa a Faro num saltinho e mais habitação

A acção de campanha de Costa em Lisboa terminou já em cima das 20h30 e perto das 22h00 já estava em Faro para dar uma ajuda ao candidato à autarquia» (Renascença)

280 km de Lisboa a Faro em 1,5 hora faz uma média de 187 km/hora e o Dr. Costa bate o recorde de velocidade do amigo Dr. Cabrita. 

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (103) - Em tempo de vírus (LXXX)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

O papel do Estado sucial no ensino, como no resto, é fazer pior e mais caro

O ministro da Educação, provavelmente o mais incompetente ministro da Educação desde Dona Maria II (ou da Instrução, como se chamou o ministério no passado, quando a educação estava a cargo das famílias), proclamou ufano que desde 2015 o custo por aluno aumentou mais de 30% de 4.700 para 6.200 euros, num período em que o número de alunos no ensino público diminuiu de 853 mil para 804 mil. Note-se que o ministério do Dr. Brandão Rodrigues gasta por aluno mais 30% do que a média das propinas das cinco melhores escolas privadas, propinas que variam entre 2.580 e 5.725 euros. (fonte)

E se hoje o Dr. Brandão Rodrigues se orgulha de gastar 6.200 euros por aluno, se o deixaram lá ficar dentro de cinco anos gastará mais 30%. Para o ajudar, o Sindicato de Todos os Professores (STOP) já convocou uma greve para o início do ano lectivo por melhores condições de trabalho e contra a precariedade numa profissão que tem emprego para toda a vida.

Ineficiente, sempre. Ineficaz quando possível

Foram precisos 4 anos para serem concluídas as obras da estação do metropolitano Roma-Areeiro.

O tempo de espera para renovação do cartão de cidadão ultrapassa 3 meses, as filas nas Lojas do Cidadão tem centenas de pessoas e um súbdito do Estado sucial espera 11 (onze) horas para ser atendido. O que deve fazer a ministra da Modernização do Estado? Ainda bem que perguntam. Segundo um sindicalista «A senhora ministra começou aos berros contra os funcionários, porque havia filas, porque um senhor estava à espera há 11 horas para ser atendido...", há milhares de cidadãos que estão "há meses à espera de serem atendidos", dada a falta de meios e de recursos humanos.» Falta de recursos humanos? Só se os 72 mil funcionários públicos acrescentados pelos governos do Dr. Costa não forem humanos, forem zombies (enfim, nunca se sabe).

Não sabendo gerir o Estado sucial, o governo do Dr. Costa quer ajudar a gestão das empresas privadas

Por exemplo, proibindo o outsourcing após despedimentos colectivos, o que pode ter como consequência o despedimento dos trabalhadores que restam após o despedimento colectivo. Por exemplo, prorrogando os subsídios de desemprego o que está a ter como consequência a recusa de milhares de trabalhadores serem contratados por empresas que os pretendem recrutar. Por exemplo, inventando tais desincentivos à criação de emprego e ao fomento da economia paralela que há 40 mil trabalhadores familiares que trabalham sem salário declarado.

Não tendo que gerir a oferta de habitação, nem sabendo como, o governo do Dr. Costa quer gastar o dinheiro dos contribuintes europeus

Depois do fiasco dos resultados do concurso entre os dois candidatos ao lugar do Dr. Costa para lançarem programas de renda acessível, num país que tem 735 mil fogos vagos, o governo pretende torrar 1.200 milhões do PRR para tornar disponíveis 26 mil casas a serem construídas, vendidas ou arrendadas «a custos controlados», o que no socialês significa a custos desconhecidos.

19/09/2021

O multiplicador socialista multiplica as previsões. Isso está provado. Quanto aos efeitos, nem por isso. Por que seria diferente desta vez?

Segundo o estudo Avaliação do Impacto Macroeconómico do Portugal 2020 da Faculdade de Economia da UP para a Agência para o Desenvolvimento e Coesão, os 30,6 mil milhões de euros do Portugal 2020 terão um efeito multiplicador de 3,01 até 2073.

Desde 1989 até ao presente os contribuintes europeus nossos benfeitores entornaram no Portugal dos Pequeninos 130 mil milhões de euros, fazendo dos portugueses os segundos (QCA I e QCA II), primeiros (QCAIII) e quartos (QREN) mais apoiados per capita (fonte: Fundos Estruturais: desafios do passado e do futuro, Daniel Traça, Nova)

Vejamos os efeitos "multiplicadores" desses 130 mil milhões no crescimento do PIB per capita e na melhoria da produtividade no período 1889-2020 comparativamente com a Zona Euro e com o período  1960-95.


Temos de concluir que sem as bazucas da Óropa no período 1960-95 (que por coincidência termina no primeiro ano de um ciclo de 25 anos em que o PS governou durante 19 anos) progredimos em média muito mais do que nos 25 anos seguintes.

18/09/2021

Birds of the same feathers flock together (2)

«China and Russia are bringing Iran and Pakistan further into their fold in a bid to elevate a regionwide strategy toward confronting the still-simmering crisis in Afghanistan, where the Taliban is looking for international recognition for its rule.

Officials from China, Russia, Iran and Pakistan met Thursday for their first quadrilateral summit on the sidelines of the upcoming Shanghai Cooperation Organization heads of state summit to be held Friday in the Tajik capital of Dushanbe. (...)

"At the meeting, the top diplomats supported the formation of an inclusive (*) government with the participation of all ethnic groups in Afghanistan," » (Newsweek)

(*) Only women, gays, bisexuals are missing, I would say

17/09/2021

O despedimento de elementos de uma minoria é discriminação. O despedimento de elementos de uma maioria é promoção da diversidade

Mail Online (apud Blasfémias)

Agora, sim, os portugueses estão no topo do mundo (em matéria de carga fiscal)

Desde há uns quatro anos venho registando ironicamente na série portugueses no topo do mundo algumas patetices do jornalismo de causas e da comentadoria do regime produzidas para compensar o sentimento de inferioridade que coloca os portugueses «em permanente representação, tão obsessivo é neles o sentimento de fragilidade íntima inconsciente e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura, a título pessoal ou colectivo», como justamente escreveu Eduardo Lourenço. 

Desta vez cito a Petição à Assembleia da República para alívio fiscal da classe média e é a sério que estamos no topo do mundo.

«Se forem incluídos na análise os impostos sobre o rendimento, contribuições para a segurança social do trabalhador e da empresa, bem como os impostos sobre o consumo, a taxa marginal (a mais elevada) sobre o rendimento em Portugal atinge 72%. É a 4ª mais elevada do Mundo, após Suécia, Eslovénia e Bélgica, que chegam a 76% e 73% (dados de 2019 da Tax Foundation).»

16/09/2021

Populists and progressives feed off each other pathologically. It is hard work to be a genuine liberal

«Over the past 250 years classical liberalism has helped bring about unparalleled progress. It will not vanish in a puff of smoke. But it is undergoing a severe test, just as it did a century ago when the cancers of Bolshevism and fascism began to eat away at liberal Europe from within. It is time for liberals to understand what they are up against and to fight back. (...)

Superficially, the illiberal left and classical liberals like The Economist want many of the same things. Both believe that people should be able to flourish whatever their sexuality or race. They share a suspicion of authority and entrenched interests. They believe in the desirability of change.

However, classical liberals and illiberal progressives could hardly disagree more over how to bring these things about. For classical liberals, the precise direction of progress is unknowable. It must be spontaneous and from the bottom up—and it depends on the separation of powers, so that nobody nor any group is able to exert lasting control. By contrast the illiberal left put their own power at the centre of things, because they are sure real progress is possible only after they have first seen to it that racial, sexual and other hierarchies are dismantled.

This difference in method has profound implications. Classical liberals believe in setting fair initial conditions and letting events unfold through competition—by, say, eliminating corporate monopolies, opening up guilds, radically reforming taxation and making education accessible with vouchers. Progressives see laissez-faire as a pretence which powerful vested interests use to preserve the status quo. Instead, they believe in imposing “equity” (...)

Countries run by the strongmen whom populists admire, such as Hungary under Viktor Orban and Russia under Vladimir Putin, show that unchecked power is a bad foundation for good government. Utopias like Cuba and Venezuela show that ends do not justify means. And nowhere at all do individuals willingly conform to state-imposed racial and economic stereotypes.

When populists put partisanship before truth, they sabotage good government. When progressives divide people into competing castes, they turn the nation against itself. Both diminish institutions that resolve social conflict. Hence they often resort to coercion, however much they like to talk about justice.

If classical liberalism is so much better than the alternatives, why is it struggling around the world? One reason is that populists and progressives feed off each other pathologically. The hatred each camp feels for the other inflames its own supporters—to the benefit of both. Criticising your own tribe’s excesses seems like treachery. Under these conditions, liberal debate is starved of oxygen. Just look at Britain, where politics in the past few years was consumed by the rows between uncompromising Tory Brexiteers and the Labour Party under Jeremy Corbyn.

Aspects of liberalism go against the grain of human nature. It requires you to defend your opponents’ right to speak, even when you know they are wrong. You must be willing to question your deepest beliefs. Businesses must not be sheltered from the gales of creative destruction. Your loved ones must advance on merit alone, even if all your instincts are to bend the rules for them. You must accept the victory of your enemies at the ballot box, even if you think they will bring the country to ruin.

In short, it is hard work to be a genuine liberal. (...)»

The threat from the illiberal left

15/09/2021

Dúvidas (319) - Como explicar que um país geralmente mal gerido por gestores medíocres ou maus tenha um ensino de gestão de qualidade?


Quatro mestrados de gestão leccionados em escolas portuguesas estão entre os 100 melhores no ranking do Financial Times. Como explicar? E não, não é uma pergunta retórica.