Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos
de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos
de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
31/10/2004
LOG BOOK: Lucky me. I'm not obliged to make a choice «between two deeply flawed men».
TRIVIALIDADES: A transparência dos serviços secretos.
Em declarações a O Independente, o director nacional adjunto da DCCB da PJ informou, a quem possa interessar, que a Secção de Combate ao Terrorismo «está a vigiar um cidadão argelino suspeito de integrar uma organização fundamentalista denominada En-Nahda».
Estou a ver o filme. O cidadão argelino suspeito, falando para os seus botões: parece que este gajo (um presumível agente da SCT, sob disfarce, que o persegue há horas nessa manhã de sexta-feira, escondendo o rosto com o Indy aberto - página 20 voltada para o suspeito) me está vigiar; deixa cá ver isto melhor. Aproxima-se, pé ante pé, do presumível agente, que ostenta um emblema na lapela do clube dos funcionários da PJ, e soletra nas primeiras linhas da página 20 as declarações do director adjunto. Alors, suspira o suspeito presumível argelino, interrogando-se, sempre para os seus botões, se o presumível agente me está mesmo a vigiar, quererá isso dizer que eu sou o presumível suspeito? Hélas, lamenta-se.
Estou a ver o filme. O cidadão argelino suspeito, falando para os seus botões: parece que este gajo (um presumível agente da SCT, sob disfarce, que o persegue há horas nessa manhã de sexta-feira, escondendo o rosto com o Indy aberto - página 20 voltada para o suspeito) me está vigiar; deixa cá ver isto melhor. Aproxima-se, pé ante pé, do presumível agente, que ostenta um emblema na lapela do clube dos funcionários da PJ, e soletra nas primeiras linhas da página 20 as declarações do director adjunto. Alors, suspira o suspeito presumível argelino, interrogando-se, sempre para os seus botões, se o presumível agente me está mesmo a vigiar, quererá isso dizer que eu sou o presumível suspeito? Hélas, lamenta-se.
30/10/2004
ESTÓRIA E MORAL: Os malefícios de globalização.
Estória
Os malefícios da globalização começaram a ser sentidos sobretudo nos últimos cinco anos, como qualquer anacleto vos explicará impacientemente.
O mesmo anacleto que vos explicará esses malefícios, explicar-vos-à, arvorando aquele ar de superioridade moral e intelectual que a esquerdalhada gosta de hastear, que nesses malefícios se incluem o empobrecimento (absoluto ou relativo, conforme o grau de alienação do explicador) e o endividamento progressivos das economias dos países em desenvolvimento.
Antes de ir à moral, convém dar uma olhada pelos factos.
«Se os factos não confirmarem a teoria, devem-se descartar os factos» (Lei de Meier), mas, antes disso, «Primeiro apure os factos. Depois, pode distorcê-los à vontade» (Mark Twain).
Os malefícios da globalização começaram a ser sentidos sobretudo nos últimos cinco anos, como qualquer anacleto vos explicará impacientemente.
O mesmo anacleto que vos explicará esses malefícios, explicar-vos-à, arvorando aquele ar de superioridade moral e intelectual que a esquerdalhada gosta de hastear, que nesses malefícios se incluem o empobrecimento (absoluto ou relativo, conforme o grau de alienação do explicador) e o endividamento progressivos das economias dos países em desenvolvimento.
Antes de ir à moral, convém dar uma olhada pelos factos.
«Se os factos não confirmarem a teoria, devem-se descartar os factos» (Lei de Meier), mas, antes disso, «Primeiro apure os factos. Depois, pode distorcê-los à vontade» (Mark Twain).
29/10/2004
DIÁRIO DE BORDO: A estória está mal contada ou o Impertinências é a Tatiana Romanova.
Durante um almoço entre um professor universitário e político e um presidente dum grupo de média, no qual o primeiro fazia o papel de comentador, ambos pertencentes ao círculo das 200 famílias (193 alfacinhas, meia dúzia do Porto e uma de Marco de Canavezes) que constituem la crème de la crème da nação, com uma elevada taxa de inbreeding, os dois ligados por laços parentais (a namorada de um é irmão da mulher do outro), durante o almoço, dizia eu, o presidente pede ao comentador para «"repensar" o conteúdo dos seus comentários dominicais». Este considera-se pressionado e, após a sobremesa, conclui: «Só vejo uma solução, eu saio.» [ver por exemplo o DN]
Esta estória foi contada pelo comentador à AACS, após 3 semanas de intenso circo mediático, numa sessão que, por coincidência, foi aberta aos média e amplamente divulgada pelas televisões.
No dia seguinte um empregado (Pedro Pinto) do presidente do grupo de média, durante uma entrevista na televisão do grupo pergunta insolentemente ao seu patrão a propósito das declarações dele e do comentador: «há aqui duas versões de uma mesma conversa entre duas pessoas. Alguém está a mentir. Não acha Eng. Paes do Amaral?».
Se o professor Marcelo é uma vítima de pressões e de limitação da sua liberdade de expressão, então eu sou a Tatiana Romanova e vou ali e já venho. Quando voltar vou propor ao doutor Sampaio que receba em audiência o jornalista Pedro Pinto, lhe atribuia a Ordem de Santiago e, no próximo 10 de Junho, o declare herói da pátria por feitos na guerra contra o patronato pela defesa da liberdade de expressão.
PS: Com este post o Impertinências ascende à categoria de luminária (entretida com o circo do professor Marcelo). Não é todos os dias que isto acontece.
Esta estória foi contada pelo comentador à AACS, após 3 semanas de intenso circo mediático, numa sessão que, por coincidência, foi aberta aos média e amplamente divulgada pelas televisões.
No dia seguinte um empregado (Pedro Pinto) do presidente do grupo de média, durante uma entrevista na televisão do grupo pergunta insolentemente ao seu patrão a propósito das declarações dele e do comentador: «há aqui duas versões de uma mesma conversa entre duas pessoas. Alguém está a mentir. Não acha Eng. Paes do Amaral?».
Se o professor Marcelo é uma vítima de pressões e de limitação da sua liberdade de expressão, então eu sou a Tatiana Romanova e vou ali e já venho. Quando voltar vou propor ao doutor Sampaio que receba em audiência o jornalista Pedro Pinto, lhe atribuia a Ordem de Santiago e, no próximo 10 de Junho, o declare herói da pátria por feitos na guerra contra o patronato pela defesa da liberdade de expressão.
PS: Com este post o Impertinências ascende à categoria de luminária (entretida com o circo do professor Marcelo). Não é todos os dias que isto acontece.
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inbreeding
28/10/2004
SERVIÇO PÚBLICO: Enquanto as luminárias se entretêm com o circo do professor Marcelo.
Polícias e justiças, habitualmente tão frouxas, no caso Casa Pia, como em quase tudo o resto, mostram-se, às 7 horas da manhã, eficientíssimas a fazer buscas (e apreender um PC) em casa dum bloguenauta procurando «documentação relacionada com o processo da Casa Pia» de que O Portugal Profundo, agora «constituído arguido do crime de desobediência», tem divulgado regularmente informação.
Não consta que alguma busca tenha sido feita em casa de presumíveis pedófilos para identificar e apreender o seu «material de trabalho».
Não consta que alguma busca tenha sido feita em casa de presumíveis pedófilos para identificar e apreender o seu «material de trabalho».
DIÁRIO DE BORDO: A pedofilia não é um delito de opinião. Daniel Le Rouge a comissário para a Justiça. JÁ!
Rocco Buttiglione, comissário proposto para a Justiça e Assuntos Internos, foi rejeitado na Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos por «declarações controversas, durante a audição a que foi submetido, no dia 5, sobre a homossexualidade, que considerou um "pecado", e as mulheres, cujo papel, em seu entender, é terem filhos e serem protegidas pelos maridos.»
Temendo a rejeição pelo PE, o doutor Barroso pediu o adiamento da votação para remodelar a equipa.
Um dos grupos do Parlamento Europeu mais ferozmente opositores à nomeação de Buttiglione, são os Verdes, liderados por Daniel Cohn-Bendit, agora verde, mas conhecido como Daniel Le Rouge, durante as revoltas de estudantes em 1968 de que foi um dos principais protagonistas. José Manuel Fernandes recorda hoje no Público parte duma sua (de Cohn-Bendit, entenda-se) célebre entrevista (creio que ao Libèration de há uns anos atrás):
O Impertinências responde: levantar talvez levantasse, mas seria uma tempestade facilmente diluída pela matilha do politicamente correcto, que se faria de vítima de discriminação.
Temendo a rejeição pelo PE, o doutor Barroso pediu o adiamento da votação para remodelar a equipa.
Um dos grupos do Parlamento Europeu mais ferozmente opositores à nomeação de Buttiglione, são os Verdes, liderados por Daniel Cohn-Bendit, agora verde, mas conhecido como Daniel Le Rouge, durante as revoltas de estudantes em 1968 de que foi um dos principais protagonistas. José Manuel Fernandes recorda hoje no Público parte duma sua (de Cohn-Bendit, entenda-se) célebre entrevista (creio que ao Libèration de há uns anos atrás):
«Às vezes acontecia que algumas crianças abriam a minha braguilha e começavam a acariciar-me. (...) Se insistiam, também as acariciava. (...) As meninas de cinco anos tinham aprendido como excitar-me. É incrível.»José Manuel Fernandes, pergunta-se: «Se, por acaso, (Cohn-Bendit) fosse indicado para comissário do mesmo pelouro que Buttiglione, alguém imagina que se levantaria idêntica tempestade entre os deputados?»
O Impertinências responde: levantar talvez levantasse, mas seria uma tempestade facilmente diluída pela matilha do politicamente correcto, que se faria de vítima de discriminação.
O IMPERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Aldrabão ou mentiroso? (ACTUALIZADO)
Pergunta-me um detractor acidental se, quando escrevo aqui «John Kerry foi apanhado em mais uma aldrabice (inventando) um passado heróico no Vietname», o Impertinências deve ser classificado como «aldrabão ou mentiroso».
Enquanto fico a pensar melhor no assunto, proponho ao detractor que pare, olhe e escute o vídeo Stolen honor (via Blasfémias).
ADITAMENTO:
Algumas das aldrabices de Kerry [The Astute Blogger, citado por Dissecting Leftism]:
«Since his very first appearance on the national scene - as a water carrier for the communists of North Vietnam - Kerry has continuously LIED and EXAGGERATED. And he's been caught, over and over and over again... He slandered the US military in 1971; he lies about being at World Series games, about meeting with foreign leaders or UNSC members, about being in Cambodia - to name just a few!»
Enquanto fico a pensar melhor no assunto, proponho ao detractor que pare, olhe e escute o vídeo Stolen honor (via Blasfémias).
ADITAMENTO:
Algumas das aldrabices de Kerry [The Astute Blogger, citado por Dissecting Leftism]:
«Since his very first appearance on the national scene - as a water carrier for the communists of North Vietnam - Kerry has continuously LIED and EXAGGERATED. And he's been caught, over and over and over again... He slandered the US military in 1971; he lies about being at World Series games, about meeting with foreign leaders or UNSC members, about being in Cambodia - to name just a few!»
27/10/2004
DIÁRIO DE BORDO: O problema de Portugal.
O problema de Portugal não são os espanhóis, ou a globalização, ou o Bush. O problema de Portugal não é a pesada herança do fassismo (d'après O Anacleto). É a pesada herança de si próprio.
O problema de Portugal não são os políticos, ou os artistas, ou os intelectuais, ou os empresários, ou os trabalhadores. Deixemo-nos de merdas. O problema de Portugal são os portugueses. E não é a falta de auto-estima. É o excesso de auto-estima filho da auto-satisfação e da auto-complacência e neto do desleixo, da indolência, da inveja, da cobardia, que alimentam a estupidez e a ignorância.
Não se vai a lado nenhum a dar graxa aos portugueses, dizendo-lhes que são tão bons como os melhores. Não são. Podem ser quando resolvem dar corda aos sapatos, vão embora e se libertam do sufoco do culto da mediocridade. Alguns podem ir embora cá dentro, mas são poucos, muito poucos.
[A propósito do Retrato de Portugal num Dia Cinzento, segundo o Jaquinzinhos]
O problema de Portugal não são os políticos, ou os artistas, ou os intelectuais, ou os empresários, ou os trabalhadores. Deixemo-nos de merdas. O problema de Portugal são os portugueses. E não é a falta de auto-estima. É o excesso de auto-estima filho da auto-satisfação e da auto-complacência e neto do desleixo, da indolência, da inveja, da cobardia, que alimentam a estupidez e a ignorância.
Não se vai a lado nenhum a dar graxa aos portugueses, dizendo-lhes que são tão bons como os melhores. Não são. Podem ser quando resolvem dar corda aos sapatos, vão embora e se libertam do sufoco do culto da mediocridade. Alguns podem ir embora cá dentro, mas são poucos, muito poucos.
[A propósito do Retrato de Portugal num Dia Cinzento, segundo o Jaquinzinhos]
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fassismo nunca mais
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Eu não sou o eu, nem sou o outro.
Secção Tiros nos pés
Há duas semanas, o Guardian - um jornal britânico assumidamente infestado pela esquerdalhada - lançou uma campanha induzindo os seus leitores a escreverem emails a eleitores americanos do Ohio (um dos swing states) influenciando o seu voto - imaginem em quem?
Algumas das reacções desses eleitores americanos foram compiladas pelo próprio Guardian aqui. Dividem-se em três grupos: palermices «internacionalistas» apreciativas da intrusão nas suas vidas dum emplastro britânico; indignação sincera e, em certos casos, vernácula por essa intrusão; preocupação de quem (democratas com as meninges em melhor estado) percebe que com amigos destes não são precisos inimigos.
Um exemplo deste último tipo:
Há duas semanas, o Guardian - um jornal britânico assumidamente infestado pela esquerdalhada - lançou uma campanha induzindo os seus leitores a escreverem emails a eleitores americanos do Ohio (um dos swing states) influenciando o seu voto - imaginem em quem?
Algumas das reacções desses eleitores americanos foram compiladas pelo próprio Guardian aqui. Dividem-se em três grupos: palermices «internacionalistas» apreciativas da intrusão nas suas vidas dum emplastro britânico; indignação sincera e, em certos casos, vernácula por essa intrusão; preocupação de quem (democratas com as meninges em melhor estado) percebe que com amigos destes não são precisos inimigos.
Um exemplo deste último tipo:
«I just read a hilarious proposal to involve your readership in the upcoming US presidential election. At least, I'm hoping that it is genius satire. Nothing will do more to undermine the Democratic cause in Ohio than having patronising Brits wander around Clark County telling people how to vote. Just, for a second, imagine if the Washington Post sent folks from Ohio to do the same in Oxfordshire. I'm saying this as a Democrat, and as someone who has spent the last few years in the UK. That is, with all due respect. Please, please, be rational, and move slowly away from the self-defeating hubris.»Com este «projecto» (que bela afinidade com a nossa esquerdalhada que também adora «projectos»), o Guardian ganha cinco merecidos chateaubriands por andar a fazer o lugar do outro.
Eu não sou o eu, nem sou o outro
Sou qualquer coisa de intermédio
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o outro
26/10/2004
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Uma aldrabice é uma aldrabice. Uma mentira é uma mentira.
Secção Com a verdade me enganas
Segundo o Washington Times, John Kerry foi apanhado em mais uma aldrabice. Depois de ter inventado um passado heróico no Vietname, de ter inventado uma visita a Bagdade durante a 1ª guerra do Golfo, inventou agora que teria «reunido várias horas com todos os membros do Conselho de Segurança uma semana antes da votação de Outubro de 2002 que autorizou o uso da força no Iraque». Até agora todos os putativos envolvidos negaram tal reunião.
Mesmo que Bush tenha mentido sobre as ADM, isto é, mesmo que ele soubesse JÁ ENTÃO, que elas não existiam - algo que talvez nem Saddam pudesse ter a certeza - é preciso reconhecer que, nesse caso, seria uma mentira relevante para os seus objectivos. Uma mentira cuja falsidade definitiva seria quase impossível de demonstrar - pode sempre dizer-se que ainda não foram descobertas, mas um dia podem ser. Seria uma mentira com propósito e deixaria a milhas de distância as pequenas aldrabices inúteis e inconsequentes dum Kerry, a revelar-se um vulgar troca-tintas.
Tem isto alguma importância? Citando, outra vez, Cavalcanti, «O homem com responsabilidade política não mente. Inventa a verdade». Inventando uma verdade trivial e merdosa, uma aldrabice, Kerry confirma o que se suspeitava: é um irresponsável político trivial e merdoso.
Para John Kerry, quatro merecidos ignóbeis, pela falta de vergonha, e cinco bourbons, porque parece ser um caso irremediavelmente compulsivo.
Segundo o Washington Times, John Kerry foi apanhado em mais uma aldrabice. Depois de ter inventado um passado heróico no Vietname, de ter inventado uma visita a Bagdade durante a 1ª guerra do Golfo, inventou agora que teria «reunido várias horas com todos os membros do Conselho de Segurança uma semana antes da votação de Outubro de 2002 que autorizou o uso da força no Iraque». Até agora todos os putativos envolvidos negaram tal reunião.
Mesmo que Bush tenha mentido sobre as ADM, isto é, mesmo que ele soubesse JÁ ENTÃO, que elas não existiam - algo que talvez nem Saddam pudesse ter a certeza - é preciso reconhecer que, nesse caso, seria uma mentira relevante para os seus objectivos. Uma mentira cuja falsidade definitiva seria quase impossível de demonstrar - pode sempre dizer-se que ainda não foram descobertas, mas um dia podem ser. Seria uma mentira com propósito e deixaria a milhas de distância as pequenas aldrabices inúteis e inconsequentes dum Kerry, a revelar-se um vulgar troca-tintas.
Tem isto alguma importância? Citando, outra vez, Cavalcanti, «O homem com responsabilidade política não mente. Inventa a verdade». Inventando uma verdade trivial e merdosa, uma aldrabice, Kerry confirma o que se suspeitava: é um irresponsável político trivial e merdoso.
Para John Kerry, quatro merecidos ignóbeis, pela falta de vergonha, e cinco bourbons, porque parece ser um caso irremediavelmente compulsivo.
SERVIÇO PÚBLICO: Regra de bolso para medir o apetite da vaca e a generosidade do tratador.
«Para avaliar Orçamentos de Estado, há vários anos que uso uma regra simples: olhar para o que aconteceu ao total da despesa pública. Esquecer as parcelas e considerar, antes de mais, o total dos totais, a soma de todos os montantes gastos pela globalidade do Sector Público Administrativo (que inclui Estado, Fundos e Serviços Autónomos, Administração Regional e Local e a Segurança Social). Se esse valor desceu, o Orçamento é bom; se se manteve ou subiu, o Orçamento é mau; se subiu muito e, sobretudo, se subiu em percentagem do PIB, o Orçamento é péssimo»,escreveu o professor João César das Neves na sua coluna «Não há almoços grátis» no DN.
Quem foram os campeões a dar palha à vaca marsupial pública? Quase todos:
«O quadro é fácil de traçar, porque o total da despesa só desceu, em termos reais, em quatro anos desde o 25 de Abril: 1982, 1986, 1994 e agora, por margem mínima, no Orçamento para 2005. Mas este último, ao contrário dos outros, ainda não está executado. Se o cumprir, o dr. Bagão Félix ficará bem classificado à luz desta regra de bolso.»Quem foram então os tratadores mais parcos a atulhar a vaca? Se a memória não me falha: João Salgueiro, Miguel Cadilhe, Braga de Macedo e talvez (um grande TALVEZ) Bagão Félix.
25/10/2004
TRIVIALIDADES: Marocas - our movie star.
Quem imaginaria o nosso doutor Soares uma estrela de cinema? Mas é disso, exactamente, que se trata, como pode comprovar-se AQUI. (via ¡No Pasarán!)
[Marocas no filme «Eu e a queda do fassismo*»]
*d'après O Anacleto
TRIVIA: IF YOU ARE A GOOD TASTE FELLOW, PASS OVER THIS POST.
Someone told me that Monica Lewinsky just announced «I vote Republican this year. The Democrats left a bad taste in my mouth».
24/10/2004
LOG BOOK: May a classical analemma turn into a premiere?
«The analemma is a plot of the different positions of the Sun in the celestial sphere recorded at a certain point in time (at 24 hour intervals) and from the same location along the calendar year.» [Wikipedia]
«Anthony Ayiomamitis has captured the analemma in a completely vertical position by photographing it in Athens at 12:28:16 p.m. every several days over the course of a year. It is the first known image of its kind.» [Wired]
«Anthony Ayiomamitis has captured the analemma in a completely vertical position by photographing it in Athens at 12:28:16 p.m. every several days over the course of a year. It is the first known image of its kind.» [Wired]
[A classical premiere]
23/10/2004
CASE STUDY: Crianças - os seres mais «fault tolerant» do universo.
De cada vez que os histerismos do jornalismo sensacionalista ou do jornalismo de causas (os dois frequentemente inextricáveis) produzem estridências à volta das crianças abusadas pelos pais, surgem imediatamente projectos de novas leis, comissões, organismos, medidas, planos para educar, controlar ou substituir pais relapsos.
De caminho metem-se no mesmo saco questões do foro criminal, actos de criaturas marginais, com a criação da prole por pais comuns - normais no sentido estatístico. É à criação da prole por pais normais que me refiro, por agora.
Uma das fábulas favoritas do politicamente correcto (PC) é a de que a educação das crianças é um assunto demasiado sério para ser deixado aos pais. Previsivelmente, um dos defensores da tese é Hillary Clinton. Não se chega a saber se estes emplastros acreditam, de facto, na fábula - caso em que estamos perante uma questão de idiotia - ou se simplesmente usam a tese como mais uma «conclusão científica instrumental» para à justificação dum papel ainda mais sufocante do estado na educação dos nossos filhos.
A observação dentro do círculo de relações pessoais de cada um indicia que existiu, existe e existirá uma certa proporção de pais substancialmente incompetentes. Mas, na sua maioria, os pais costumavam desobrigar-se da função com um módico de competência paternal. Sobretudo quando não pensam muito no assunto, amam os filhos e seguem o instinto. Ao contrário, quanto mais obsessivos (e ansiosos) os pais se mostram mais incompetentes se revelam.
O mais elementar senso comum levaria, portanto, a desconfiar das teses do PC. Todos nós já fomos, durante algum tempo, filhos e, numa proporção cada vez vez menor, somos ou seremos pais. Os nossos pais, os pais dos nossos pais, e por aí fora, não tiveram qualquer educação especial para serem pais. O instinto, o exemplo, algumas regras sociais elementares foram, são e serão suficientes para cumprir um papel que espécie exige de nós ou quase todos nós - os que herdaram a homossexualidade estão dispensados.
As crianças, ao contrário do que acreditam os emplastros, são seres razoavelmente resistentes e flexíveis, capazes de sobreviver a muitas asneiras paternais bem intencionadas. Elas são mais «fault tolerant» do que um servidor da Cisco.
Uma leitura recomendável: «The myth of 'infant determinism'» no Spiked online.
De caminho metem-se no mesmo saco questões do foro criminal, actos de criaturas marginais, com a criação da prole por pais comuns - normais no sentido estatístico. É à criação da prole por pais normais que me refiro, por agora.
Uma das fábulas favoritas do politicamente correcto (PC) é a de que a educação das crianças é um assunto demasiado sério para ser deixado aos pais. Previsivelmente, um dos defensores da tese é Hillary Clinton. Não se chega a saber se estes emplastros acreditam, de facto, na fábula - caso em que estamos perante uma questão de idiotia - ou se simplesmente usam a tese como mais uma «conclusão científica instrumental» para à justificação dum papel ainda mais sufocante do estado na educação dos nossos filhos.
A observação dentro do círculo de relações pessoais de cada um indicia que existiu, existe e existirá uma certa proporção de pais substancialmente incompetentes. Mas, na sua maioria, os pais costumavam desobrigar-se da função com um módico de competência paternal. Sobretudo quando não pensam muito no assunto, amam os filhos e seguem o instinto. Ao contrário, quanto mais obsessivos (e ansiosos) os pais se mostram mais incompetentes se revelam.
O mais elementar senso comum levaria, portanto, a desconfiar das teses do PC. Todos nós já fomos, durante algum tempo, filhos e, numa proporção cada vez vez menor, somos ou seremos pais. Os nossos pais, os pais dos nossos pais, e por aí fora, não tiveram qualquer educação especial para serem pais. O instinto, o exemplo, algumas regras sociais elementares foram, são e serão suficientes para cumprir um papel que espécie exige de nós ou quase todos nós - os que herdaram a homossexualidade estão dispensados.
As crianças, ao contrário do que acreditam os emplastros, são seres razoavelmente resistentes e flexíveis, capazes de sobreviver a muitas asneiras paternais bem intencionadas. Elas são mais «fault tolerant» do que um servidor da Cisco.
Uma leitura recomendável: «The myth of 'infant determinism'» no Spiked online.
22/10/2004
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Maninfestação contínua - outra vez.
Introdução
A estória repete-se. A primeira vez como comédia, a segunda, a terceira e todas as seguintes, também.
Esta lei da repetição será um pouco maçadora mas tem a vantagem de permitir a reciclagem dos posts. Aqui vai, de novo, o post impertinente de 27-11-2003.
Secção Idiotas Inúteis
A festa continua? Melhor, a festa é contínua.
Na terça feira, umas centenas de ociosos, talvez matriculados em universidade, fizeram uma maninfestação (ver Glossário) em Lisboa, Porto e Coimbra, subindo a um patamar superior da luta de classes, os rapazes passaram a pedir a cabeça do primeiro ministro.
Provavelmente, a melhor palavra de ordem deve ter sido gritada no Porto: Propinem as empresas. Carago, acrescenta o Impertinente. Sempre é uma ideia. Não é grande coisa, mas é uma alternativa à propinação dos contribuintes.
Já sem inspiração para zurzir o tema, lembrei-me de pedir ajuda ao Prof. Saldanha Sanches que, apesar sua promiscuidade com a esquerdalhada, apresenta encorajadores sinais de lucidez, talvez devida à contaminação pela sua actividade como fiscalista, que certamente o sensibiliza aos custos das asneiras.
Escreveu ele no semanário do papel higiénico, que se a maioria dos estudantes de Coimbra (e de outros lugares, acrescento) acha que frequenta cursos tão maus que não vale a pena pagar a propina simbólica, então não vale a pena abrir a Universidade. Se esperamos lucidez dos reitores, é melhor esperarmos deitados, porque, diz ainda ele, há reitores das universidades públicas que têm hoje duas funções principais: bajular os estudantes e pedir dinheiro ao governo.
(Nota histórica: razão, antes de tempo, teve o grande dirigente da classe operária quando mandou expulsar do MRPP o então camarada Saldanha Sanches durante a primavera quente de 1975)
Em apoio à luta dos estudantes, o Impertinente exorta os matriculados maninfestantes a maninfestarem-se full time num qualquer maninfestódromo e deixarem em paz as criaturas que querem fazer pela vida. Como incentivo, os maninfestantes levam 3 bourbons e 4 chateaubriands.
A estória repete-se. A primeira vez como comédia, a segunda, a terceira e todas as seguintes, também.
Esta lei da repetição será um pouco maçadora mas tem a vantagem de permitir a reciclagem dos posts. Aqui vai, de novo, o post impertinente de 27-11-2003.
Secção Idiotas Inúteis
A festa continua? Melhor, a festa é contínua.
Na terça feira, umas centenas de ociosos, talvez matriculados em universidade, fizeram uma maninfestação (ver Glossário) em Lisboa, Porto e Coimbra, subindo a um patamar superior da luta de classes, os rapazes passaram a pedir a cabeça do primeiro ministro.
Provavelmente, a melhor palavra de ordem deve ter sido gritada no Porto: Propinem as empresas. Carago, acrescenta o Impertinente. Sempre é uma ideia. Não é grande coisa, mas é uma alternativa à propinação dos contribuintes.
Já sem inspiração para zurzir o tema, lembrei-me de pedir ajuda ao Prof. Saldanha Sanches que, apesar sua promiscuidade com a esquerdalhada, apresenta encorajadores sinais de lucidez, talvez devida à contaminação pela sua actividade como fiscalista, que certamente o sensibiliza aos custos das asneiras.
Escreveu ele no semanário do papel higiénico, que se a maioria dos estudantes de Coimbra (e de outros lugares, acrescento) acha que frequenta cursos tão maus que não vale a pena pagar a propina simbólica, então não vale a pena abrir a Universidade. Se esperamos lucidez dos reitores, é melhor esperarmos deitados, porque, diz ainda ele, há reitores das universidades públicas que têm hoje duas funções principais: bajular os estudantes e pedir dinheiro ao governo.
(Nota histórica: razão, antes de tempo, teve o grande dirigente da classe operária quando mandou expulsar do MRPP o então camarada Saldanha Sanches durante a primavera quente de 1975)
Em apoio à luta dos estudantes, o Impertinente exorta os matriculados maninfestantes a maninfestarem-se full time num qualquer maninfestódromo e deixarem em paz as criaturas que querem fazer pela vida. Como incentivo, os maninfestantes levam 3 bourbons e 4 chateaubriands.
CASE STUDY: Is homosexuality "inherited"?
«Scientists say they have shown how male homosexuality could be passed from generation to generation.»
Is homosexuality inherited like haemophilia, cystic fibrosis, muscular dystrophy, sickle cell anaemia or thalassaemia?
If so, why male gays are so proud parading all the time and boasting their inheritance?
Is homosexuality inherited like haemophilia, cystic fibrosis, muscular dystrophy, sickle cell anaemia or thalassaemia?
If so, why male gays are so proud parading all the time and boasting their inheritance?
21/10/2004
ESTÓRIA E MORAL: O apagador de promessas (Capítulo 1)
Estória
Moral
«Weigh oath with oath, and you will nothing weigh» (William Shakespeare's «A Midsummer Night's Dream»)
«O Governo está a ponderar uma nova descida da taxa de IRC em 2006, em linha com o prometido pelo anterior executivo, revelou hoje o primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, noticiou a Lusa.A aritmética económica do doutor Lopes poderá parecer confusa - como explicar que a descida do IRC em 2004 tenha qualquer efeito no PIB de 2004? Mas isso é irrelevante para esta estória. O que é relevante é o registo, pelo menos enquanto tiver pachorra, para os vindouros, que o Impertinências passará a fazer desta e das imensas futuras promessas.
A descida da taxa de IRC em 2004, em cinco pontos percentuais, teve um efeito de 0,4 por cento no Produto Interno Bruto (PIB), disse Santana Lopes, na apresentação do Relatório para a Competitividade de 2004, elaborado pela Associação Industrial Portuguesa (AIP), em colaboração com a AEP (Associação Empresarial Portuguesa (AEP).» [Jornal de Negócios]
Moral
«Weigh oath with oath, and you will nothing weigh» (William Shakespeare's «A Midsummer Night's Dream»)
DIÁRIO DE BORDO: E não se pode exterminá-la?
«O ministro da Presidência, Nuno Morais Sarmento, defendeu ontem que deve ser o Governo a definir o modelo de programação da RTP, uma vez que é o Executivo que responde pelas decisões adoptadas na estação pública», informa-nos o Público.
Estas declarações do doutor Sarmento excitaram imediatamente imensos espíritos. Entre os espíritos excitados ficou o doutor Arons de Carvalho, provavelmente o pior membro do pior governo dos últimos 25 anos (ou do segundo pior governo, se o corrente conseguir superar-se a si próprio). Dizer isto não é dizer pouco, quando a concorrência é fortíssima. Entre as suas realizações destaca-se a quadruplicação em 6 anos do défice da RTP que passou de 40 para 160 milhões de contos.
O Jaquinzinhos chegou a roupa ao pelo do doutor Arons de Carvalho, lembrando que «João Carlos Silva, deputado pelo Partido Socialista, foi nomeado pelo executivo de Guterres para acumular os cargos de Presidente do Conselho de Administração da Portugal Global empresa que engloba a RTP a RDP e a Agência Lusa, com o de Presidente, Director Geral e Director de Programas da RTP.»
É bem lembrado, mas passa ao lado do problema. E o problema é: para que queremos uma televisão pública?
O blasfemo João Miranda dá-lhe uma boa resposta (comentando os comentários do doutor Vital Moreira):
«O conceito de serviço público é definido pelas elites intelectuais e consiste na produção de programas de televisão que satisfazem as preferências ou que garantem o emprego desses mesmos intelectuais. Se isto é altruísmo, é um altruísmo muito suspeito porque os principais beneficiários do serviço público são precisamente aqueles que o conceberam e que o promovem.
Há uma contradição entre as preferências dos mais desfavorecidos e o conteúdo do serviço público de televisão que se traduz nas miseráveis audiências do canal 2. O canal 2 é visto precisamente e apenas por aqueles que não precisam dele. Os intelectuais defendem um serviço público que o público rejeita. Esta contradição é um sintoma de paternalismo e/ou hipocrisía.
A tentativa paternalista de dar aos mais desfavorecidos aquilo em que eles não estão interessados está condenada ao fracasso porque até os mais desfavorecidos têm telecomando. Numa sociedade aberta, não é possível dar cultura a quem não a quer.»
Sendo assim, não se pode exterminá-la? Talvez. Mas um liberal realista e pragmático, vivendo no país mais colectivista da Europa, não deve esquecer que o povo não aprecia estas soluções radicais. À cautela é melhor propôr transformá-la numa PBS.
Estas declarações do doutor Sarmento excitaram imediatamente imensos espíritos. Entre os espíritos excitados ficou o doutor Arons de Carvalho, provavelmente o pior membro do pior governo dos últimos 25 anos (ou do segundo pior governo, se o corrente conseguir superar-se a si próprio). Dizer isto não é dizer pouco, quando a concorrência é fortíssima. Entre as suas realizações destaca-se a quadruplicação em 6 anos do défice da RTP que passou de 40 para 160 milhões de contos.
O Jaquinzinhos chegou a roupa ao pelo do doutor Arons de Carvalho, lembrando que «João Carlos Silva, deputado pelo Partido Socialista, foi nomeado pelo executivo de Guterres para acumular os cargos de Presidente do Conselho de Administração da Portugal Global empresa que engloba a RTP a RDP e a Agência Lusa, com o de Presidente, Director Geral e Director de Programas da RTP.»
É bem lembrado, mas passa ao lado do problema. E o problema é: para que queremos uma televisão pública?
O blasfemo João Miranda dá-lhe uma boa resposta (comentando os comentários do doutor Vital Moreira):
«O conceito de serviço público é definido pelas elites intelectuais e consiste na produção de programas de televisão que satisfazem as preferências ou que garantem o emprego desses mesmos intelectuais. Se isto é altruísmo, é um altruísmo muito suspeito porque os principais beneficiários do serviço público são precisamente aqueles que o conceberam e que o promovem.
Há uma contradição entre as preferências dos mais desfavorecidos e o conteúdo do serviço público de televisão que se traduz nas miseráveis audiências do canal 2. O canal 2 é visto precisamente e apenas por aqueles que não precisam dele. Os intelectuais defendem um serviço público que o público rejeita. Esta contradição é um sintoma de paternalismo e/ou hipocrisía.
A tentativa paternalista de dar aos mais desfavorecidos aquilo em que eles não estão interessados está condenada ao fracasso porque até os mais desfavorecidos têm telecomando. Numa sociedade aberta, não é possível dar cultura a quem não a quer.»
Sendo assim, não se pode exterminá-la? Talvez. Mas um liberal realista e pragmático, vivendo no país mais colectivista da Europa, não deve esquecer que o povo não aprecia estas soluções radicais. À cautela é melhor propôr transformá-la numa PBS.
20/10/2004
CASE STUDY: Não lhes dêem dinheiro se eles não o souberem investir (o que é muito provável, senão não precisariam dele).
Apesar de um pouco hermético para quem não esteja familiarizado com o inevitável jargão, vale a penar ler aqui, um interessante artigo do doutor Lebre de Freitas que analisa a aplicação dos fundos estruturais na década de 90 nas ajudas às regiões do «Objectivo 1», isto é as regiões com um rendimento per capita inferior a 75% da média comunitária.
Fica razoavelmente demonstrado que, ao arrepio da vulgata eurocrática, «tal como a posse de petróleo ou de diamantes não constitui uma vantagem inequívoca para um país, as ajudas comunitárias também não serão uma condição suficiente para o crescimento económico das regiões.... mais importante do que a disponibilidade de fundos serão alguns factores específicos às regiões, como a qualidade dos seus recursos humanos, a qualidade das políticas económicas ou da administração pública.»
Dificilmente esta conclusão surpreenderá uma criatura liberal em matéria económica - se for possível encontrar alguma dessas criaturas por estas paragens.
Fica razoavelmente demonstrado que, ao arrepio da vulgata eurocrática, «tal como a posse de petróleo ou de diamantes não constitui uma vantagem inequívoca para um país, as ajudas comunitárias também não serão uma condição suficiente para o crescimento económico das regiões.... mais importante do que a disponibilidade de fundos serão alguns factores específicos às regiões, como a qualidade dos seus recursos humanos, a qualidade das políticas económicas ou da administração pública.»
Dificilmente esta conclusão surpreenderá uma criatura liberal em matéria económica - se for possível encontrar alguma dessas criaturas por estas paragens.
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