31/10/2024

A defesa dos centros de decisão nacional (32) - Saltando de colo em colo

[Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12), (13), (14), (15), (16), (17), (18), (19), (20), (21), (22), (23), (24), (25), (26), (27), (28), (29), (30) e (31)]

Recordemos, uma vez mais, os inúmeros manifestos pela defesa dos centros de decisão nacional, alguns deles assinados por empresários que passado algum tempo venderam a estrangeiros as suas empresas e as inúmeras declarações no mesmo sentido da esquerdalhada em geral. Recordemos também que esta necessidade de vender o país aos retalhos surge pelo endividamento gigantesco de públicos e privados e pela  descapitalização da economia portuguesa, consequência de décadas a viver acima das posses.

A venda pelos empresários portugueses das suas empresas tem sido uma das consequências da descapitalização (outra é a baixa produtividade). Os empresários que num dia lamentavam a perda de controlo das empresas, no dia seguinte assinavam um manifesto sobre os centros de decisão e pelo caminho corriam a vender as suas empresas. E assim se foram os bancos, as seguradoras quase todas e uma boa parte da indústria.

Chegou agora a vez da COINDU, uma empresa familiar fundada em 1988 com 183 trabalhadores para fabricar capas para assentos de automóveis, que hoje tem 3.800 trabalhadores em 4 fábricas, duas delas no estrangeiro (Roménia e México), e factura 250 milhões de euros. Uma posição maioritária de controlo da COINDU foi agora comprada pela Matroto Spa, outra empresa familiar italiana com menos trabalhadores (2.300) e facturando não muito mais (364 milhões).

Porquê uma empresa aparentemente bem sucedida é vendida a outra quase da mesma dimensão? A resposta simples é que o sucesso é apenas aparente. Em 2021 a COINDU foi alvo de um ciberataque que a paralisou alguns dias. Antes disso, em 2009 já tinha passado por dificuldades e chegou a admitir um despedimento colectivo, que no ano passado se tornou efectivo e já este ano foi repetido

Como seria de esperar, não obstante todos estes sinais, em 2021, quando já era claros os problemas, o Dr. Siza Vieira (sim, o mesmo da nacionalização da EFACEC) numa visita  apresentou-a como «modelo a seguir pelo tecido empresarial português» e no ano seguinte o presidente da câmara de Famalicão, uma personalidade local do PSD, apresentou-a como um exemplo da “Indústria 5.0”. O colo do Estado sucial não lhe serviu de nada e teve de saltar para um colo empresarial italiano. Good luck with that.

30/10/2024

ACREDITE SE QUISER: Prémio Grunho Político do Ano


Se a polícia «disparasse mais a matar, o país estava mais na ordem»
Dr. Pedro Pinto, líder parlamentar do Chega

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Um Grunho Político está para a política como um Grunho vulgaris está para o sexo onde manifesta uma «fixação paroxística nas genitálias, nos fluídos e em geral na escatologia do sexo. Demonstra também irreprimível tendência para a obscenidade e, caso seja capaz de falar, usa uma linguagem de carroceiro, com a qual exalta as suas alegadas proezas sexuais.» (Cfr entrada Grunho no Glossário das Impertinências)

A grunhice do Dr. Pinto é assim como um contraponto à grunhice da Dr.ª Mortágua e uma figura (um Dr. Pinto) possivelmente não existiria sem a outra (uma Dr.ª Mortágua).

29/10/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (31)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.


Os oito anos de obra socialista na educação resumem-se ao aumento do número professores (8 mil), apesar da redução de cem mil alunos do ensino não universitário, e à degradação dos resultados do desempenho dos alunos medidos pelo PISA 2022 (Programme for International Student Assessment) que registaram quedas face a 2018 de 21 pontos em Matemática, 15 pontos em Leitura e 7 pontos em Ciências, quedas superiores à média dos países da OCDE em 41%, 54% e 249%, respectivamente.

Dirigente do Bloco de Esquerda Mais critica com atraso o governo do Dr. Costa

A Dr.ª Alexandra Leitão, líder parlamentar do PS, criticou os «anúncios que são feitos mesmo antes de qualquer tipo de avaliação sobre os outros anúncios que já foram feitos e que estão em execução», e acusou o governo de estar em «permanente campanha eleitoral».

Take Another Plan. O cobrador do fraque brasileiro bate à porta

O ministro brasileiro dos Portos e Aeroportos veio a Portugal para antecipar a cobrança do empréstimo obrigacionista da Azul à TAP SGPS que se encontra em falência técnica.

Para os contribuintes o purgatório, para as empresas o inferno fiscal


Derrapagem é o outro nome da gestão socialista de obras públicas

Enquanto o Ferrovia 2020 se atrasa cada vez mais, os custos continuam a aumentar. No caso da linha ferroviária Évora-Elvas («a maior obra ferroviária dos últimos 100 anos») adjudicada por 339 milhões, o seu custo já aumentou 52 milhões (15%).

O semanário de reverência contribui activamente para a campanha presidencial do Dr. Centeno

Um semanário que se lembra de botar uma foto 13x22cm do Dr. Centeno na primeira página do seu caderno económico a propósito da valorização de 30% este ano das reservas de ouro, valorização para a qual o Dr. Centeno contribuiu tanto como para combater o aquecimento global, mostra ter merecido a generosidade que o governo a que o Dr. Centeno pertenceu demonstrou para com o accionista do semanário em várias ocasiões, nomeadamente nestas duas aqui relatadas, relacionadas com a venda e posterior recompra da sua sede.

Entretanto, o Dr. Centeno continua a debitar conselhos públicos em entrevista à Bloomberg ao BCE de cujo Conselho Geral faz parte.

«Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro»

Após oito anos de defesa do SNS pelo governo do Dr. Costa, 89% dos médicos mostram a sua ingratidão respondendo a um inquérito que saem por falta de motivação.

28/10/2024

Ser de esquerda é... (29) - ... é não aprender nada com o passado

«O socialismo do futuro é a vida boa e o seu tempo é agora, o futuro é já, é o caminho que vamos percorrer para disputar tudo.»

Disse no sábado passado a Dr.ª Mortágua, filha do bombista Sr. Mortágua, na V Conferência Nacional do Bloco de Esquerda no Porto.

Percebe-se que a Dr.ª Mortágua não tenha sentido necessidade de explicar aos devotos que a escutavam (que devem ter um catecismo) a diferença entre o socialismo do futuro e o do passado que arruinou todos os países que o adoptaram, foi a causa da opressão e miséria dos seus povos (por exemplo na própria Rússia) e fez milhões de mortos em seu nome. A  Dr.ª Mortágua deve essa explicação aos não devotos.

Outros "Ser de esquerda é..."

Crónica de um Governo de Passagem (24)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
Eu cativo, eu descativo e eles descativam

Agastado com as notícias e comentários sobre as suas cativações, em muitos casos feitas por gente que durante oito anos guardou de Conrado o prudente silêncio, o Dr. Miranda Sarmento explicou num artigo de opinião no Público que desta vez as cativações poderão ser descativadas por outros ministros e não apenas pelo ministro das Finanças.

O wishful thinking é do FMI

Por via de regra, as previsões de crescimento dos governos quase sempre sofrem de irremediável excesso de optimismo. Desta vez, as previsões do FMI são mais optimistas do que as do governo AD, escreve o semanário de reverência. Há, porém, dois quids: o optimismo do FMI vale uns míseros 0,01 e 0,02 pontos percentuais em 2025 e 2026, respectivamente, e as previsões do Plano Orçamental Estrutural Nacional de Médio Prazo são numa base diferente das do FMI, sendo as primeiras no pressuposto de políticas invariantes e as segundas com base nas políticas que se espera venha a ser adoptadas.

Um dia vai ter de ser paga

Este governo não disse, nem provavelmente nunca dirá, como o Sr. Eng. Sócrates, que «pagar a dívida é ideia de criança». Como quer que seja, a dívida vai ter de se ir pagando e, como a sua grande parte não se destinou a investimento produtivo, quanto maior for mais o serviço da dívida exigirá recursos que poderiam ser usados precisamente para o investimento produtivo.


Se a dívida das empresas e do Estado tem vindo a diminuir, mas continua pesada, o endividamento total da economia cresceu 1,3 mil milhões em Agosto, e a dívida das famílias desde que este governo tomou posse tem vindo a aumentar a um ritmo crescente, sobretudo devido à compra de habitação.

A educação também é uma paixão para a AD? Sempre a falta de pessoal

Reconheceu o ministro da Educação que, apesar das escolas terem mais 3 mil professores, nos dois meses de aulas houve 54 mil alunos que em algum momento não tiveram aulas a pelo menos uma disciplina e que ainda há 23 mil alunos nessas condições.

Sendo certo o desastre de oito anos de obra socialista na educação, é cada vez mais indispensável o governo AD mostrar que tem ideias, que até agora foram poucas, para mudar e ganas para o fazer.

27/10/2024

Os equívocos do Programa "Mais Habitação", ou como tentar administrar uma medicação sem saber qual é a doença (13) - Muitas residências secundárias e muitos alojamentos vagos

Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11) e (12)

Um dia destes tropecei neste quadro e resolvi fazer umas contas simples. 

Economist

Com 10.640 mil residentes (Pordata, 2023)  e 5.971 mil alojamentos familiares clássicos (INE, 2021), o número de habitações por 1.000 habitantes atinge em Portugal a bonita cifra de 561 o que nos coloca no 3.º ou 4.º lugar dos países melhor dotados de alojamentos nos 15 países da OCDE listados no quadro e claramente acima da média. Como explicar a enorme falta de habitações quando em termos relativos estamos tão bem colocados? 

Desde logo porque dos 5.971 mil alojamentos apenas 4.143 mil (69,4%) eram de residência habitual e 723 mil (12,1%) estavam vagos (INE, 2021).

O parque habitacional: análise e evolução 2011-2021 (INE, 2024)

Embora, como o gráfico mostra e como seria de esperar, as maiores percentagens de alojamentos de residência habitual se concentrem nas regiões mais urbanizadas e, em consequência, as maiores percentagens de alojamentos de residência secundária se situem nas regiões menos urbanizadas do interior e no Algarve, as percentagens de alojamentos vagos variam num intervalo relativamente estreito e as regiões mais urbanizadas como Grande Lisboa (11,1%) e Área Metropolitana do Porto (10,0% ) apresentam taxas de alojamentos vagos próximas da média geral (12,1%). 

Apesar de comparativamente com outros países não termos poucas habitações, a sua falta relativa é agravada porque nas regiões de maior carência de habitação mais de um em cada dez alojamentos não estão ocupados e no total do país quase um em cada cinco alojamentos são residências secundárias, uma proporção praticamente dupla da média da UE.

26/10/2024

Portugal como destino atractivo para graduados internacionais (1)

Há dois meses a Economist publicou um estudo (*) muito interessante sobre a rejeição/atractividade dos graduados universitários em diversos países para se mudarem para outro país. O estudo foi baseado em dados de uma pesquisa anual a quase 200.000 pessoas de mais de 150 países e territórios realizada pela Gallup World Poll, em que é perguntado aos inquiridos (a Economist só considerou os que disseram ter concluído a graduação) se gostariam de se mudar permanentemente para um país estrangeiro e, se sim, qual.

No caso de Portugal o inquérito mostrou uma grande mudança de atractividade de 2010-12 para 2021-23. Neste segundo período se todos os graduados que gostariam de mudar para Portugal o tivessem feito a população graduada teria aumentado 140%. 


O quadro acima foi construído com dados de uma década entre 2010-23 (excluindo os anos da pandemia) e mostra estimativas do número de graduados que cada país poderia ganhar e perder se a mudança fosse fácil. O resultado de Portugal é à primeira vista um tanto surpreendente, no entanto quando se considera que são brasileiros a grande maioria dos graduados estrangeiros que desejariam mudar-se para Portugal o resultado fica menos surpreendente. A segunda nacionalidade mais representada - e isso volta a ser surpreendente - é a americana, o que a Economist atribui a mais voos para os EUA, o que não me parece plausível e será mais facilmente explicado por um fenómeno chamado Madonna que colocou Portugal no mapa para muitos americanos que ficaram a saber que existia um país simpático, com um clima agradável que os acolheria bem - o campus da Nova em Carcavelos (que um amigo da Católica chama invejosamente "escola de surf") tem algum peso neste contexto.

[Fica por explicar, por agora, o proporcionalmente reduzido número de graduados portugueses que responderam pretender mudar-se para outro país, quando se sabe que na última década centenas de milhares de graduados portugueses saíram de facto para o estrangeiro.] 

(Continua)

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(*) Talent is scarce. Yet many countries spurn it

25/10/2024

Body language. O algodão não engana ou os gestos falam mais alto do que as palavras


Para o caso de já não se recordarem, a criatura curvada é o Sr. Eng. António Guterres, o picareta falante, actual secretário-geral da ONU, antigo líder do Partido Socialista, antigo primeiro-ministro e inventor da coligação do queijo limiano, fugido em 2001 do pântano que ele próprio ajudou a criar.

A criatura perante quem ele se curva é o ditador russo Vladimir Putin que, por ter invadido a Ucrânia e cometido diversos crimes, tem um mandato de prisão do Tribunal Penal Internacional, instituição criada pelo Tratado de Roma, aprovado em 1998 pelos membros da mesma organização de que o Sr. Eng. Guterres é o secretário-geral.

O contexto da curvatura do Sr. Eng. perante o Czar é o de uma reunião dos chamados BRICS, um grupo informal de países (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Etiópia, Irão, Egito e Emirados Árabes Unidos) na sua maioria com regimes ditatoriais.

24/10/2024

As I said, General Mark Miller was wrong. Mr. Trump is not a "fascist to the core", or even a fascist at all

Last week I posted that I strongly desagreed with General Mark Milley who considers Mr. Trump a «fascist to the core», because from my point of view Mr. Trump is not a fascist, much less fascist to the core, the core he doesn't have. To be a fascist to the core, he would have to believe deeply in something and be interested in something that goes beyond Mr. Trump himself.

It was a bold statement because I haven't been introduced to Mr. Trump yet. Fortunately, John Bolt, a former diplomat and former National Security Advisor to President Donald Trump, came to my rescue and  stated on CNN's The Source:

«I think it’s a mistake to get into a controversy over whether Trump meets the definition of fascist or not. I think his behavior alone is troubling enough. To be a fascist, you have to have a philosophy. Trump’s not capable of that. You know, Adolf Hitler wrote a profoundly troubling book called Mein Kampf – “My Struggle.” Donald Trump couldn’t even read his way all the way through that book, let alone write something like it.»

That's it. 

23/10/2024

Mitos (342) - O conservacionismo e as "espécies invasoras" (2)

Recapitulando, o conservacionismo, como qualquer das outras inúmeras quase-religiões que são os "ismos", alimenta-se de mitos. Muitos deles não resistem ao confronto com a realidade e a uma observação factual e objectiva, não obstante persistem por décadas ou séculos porque dão respostas à necessidade profunda que o homo sapiens tem de confirmar as suas crenças com "factos" cuidadosamente escolhidos com esse propósito. 

No post anterior referi o mito ecológico do dano inevitável que as espécies não nativas, geralmente designadas não por acaso como "espécies invasoras", causam às espécies nativas e ao ambiente. Neste post abordo algumas das consequências indesejáveis do isolamento (que, por exemplo, as ilhas proporcionam - um paraíso na terra para o nativismo militante) de que resulta um maior risco de doenças genéticas.

Um exemplo conhecido é o da Gran Canaria cujos habitantes têm uma incidência muito mais elevada do que a média de hipercolesterolemia familiar, de onde o fígado não processa eficazmente o colesterol, de onde resulta uma alta prevalência de diabetes (fonte: Familial hypercholesterolemia in Gran Canaria: Founder mutation effect and high frequency of diabetes).

Recentemente, um estudo do Jim Flett Wilson (JFW) do Instituto Usher da Universidade de Edimburgo (fonte: The Telegraph) examinou informações genéticas de mais de 44.000 pessoas em 20 regiões do Reino Unido e encontrou no País de Gales nove variantes genéticas causadoras de doenças com frequências muito mais altas do que a média. Outras variantes raras também foram mais frequentes em Lancashire, Staffordshire e Nottinghamshire. Em Shetland e Orkney algumas variantes causadoras de doenças eram mais de 100 vezes mais frequentes do que a média britânica. Embora os habitantes das ilhas sejam mais frequentemente suscetíveis a doenças raras pela falta de diversidade genética, foram encontradas situações semelhantes em áreas isoladas do continente.

Segundo JFW isso é consequência de um processo de "deriva genética aleatória" que leva a algumas variantes genéticas se tornarem mais comuns e outras se perderem. «Esse efeito é ampliado em pequenas populações com pouco ou nenhum movimento interno de novas pessoas para reabastecer o pool genético», concluiu JFW.

E pronto, não me parece abusivo inferir que uma comunidade fechada onde prevaleça o nativismo tenda a ter cada vez mais nativistas sofrendo de Transtorno do Desenvolvimento Intelectual.

22/10/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (30)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

A cartola socialista está cheia de coelhos

Em 2018 o ministro da Economia de então Dr. Caldeira Cabral, a mosquinha morta agora pousada na ASF, criou o programa StartUp Visa de «acolhimento de empreendedores estrangeiros que pretendam desenvolver um projeto de empreendedorismo e/ou inovação em Portugal, com vista à concessão de visto de residência ou autorização de residência para imigrantes  empreendedores».

Seis anos depois, foram concedidos cerca de 1500 vistos, a esmagadora maioria deles a cidadãos de países conhecidos pelo seu empreendedorismo e/ou inovação, tais como a Federação Russa (430 vistos), Brasil (360), Irão (275), Paquistão (82), para só citar os quatro que representam 77% do total (fonte: Jornal Sol).

O elefante branco Alcochete “Jamais

As projecções de números de passageiros usadas pelo relatório técnico da CTI para justificar a escolha do novo mega aeroporto de 4 pistas em Alcochete estão muito acima das projecções da Eurocontrol e da IATA (fonte: José Furtado, especialista em Planeamento Estratégico de Infraestruturas de Transporte, Jornal Sol). De onde, se dermos a estas entidades um pouco mais de credibilidade do que a uma comissão técnico-política nomeada por um governo socialista, à lista dos elefantes brancos do Portugal dos Pequeninos vai ser acrescentado um mamute.

A definitiva, irrevogável e final decisão do Dr. Ventura sobre a votação do orçamento

Ninguém sabe. Nem ele próprio.

O Dr. Rocha disse pela primeira vez qualquer coisa útil sobre a aprovação do orçamento

«André Ventura tem sido, ao que parece, uma espécie de idiota útil de Luís Montenegro, porque vai a estas reuniões secretas, sai pela porta dos fundos, anda a implorar ir para o Governo ao mesmo tempo que diz que nunca estará no sistema. (…) Também tem sido um idiota inútil com Pedro Nuno Santos, útil para a esquerda, mas inútil do ponto de vista daqueles que queriam mudar o país». (DN)




«À justiça o que é da justiça»,

«Há 1.548 processos de valor acima de um milhão de euros parados nos tribunais administrativos e fiscais. Os casos, referentes à vida de tantas empresas em Portugal, somam mais de 12 mil milhões de euros.» (Negócios)

Está explicado o fracasso do Ferrovia 2020

Ponto de situação (Público):
  • 36.133 dias para além do que estava inicialmente previsto em todos os troços
  • 26.706.778 litros de combustível consumidos que poderiam ter sido evitados se as obras tivessem sido concluídas a tempo
Segundo o Dr. Cruz, presidente da IP, «a situação muito complicada de roubo de material» está a contribuir para atrasos nas obras.

Um Dr. Centeno sem tino

O Banco de Portugal está a procurar uma nova sede que poderá custar 240 milhões de euros para alojar os seus 1.800 funcionários que povoam um banco “central” que só trata da supervisão de bancos locais de meia-tigela que no total representam menos de 18 mil bancários, o que dá um apparatchik para cada dez bancários. Recorde-se que a CGD, o BCP, o Novo Banco, o BPI e o Santander Totta são supervisionados directamente pelo BCE que supervisiona grande parte da banca da UE com cerca de 4 mil funcionários..

Entretanto prossegue a campanha mediática de promoção do Dr. Centeno que produz títulos encomiásticos «Mercado alinha com Centeno e vê novo corte de juros em outubro».

Um Dr. Centeno com tino

Nas FAQ do Portal do Cliente Bancário do BdP a pergunta «O risco de incumprimento diminui com a garantia do Estado?» tem uma resposta que o (Im)pertinências subscreveria e já a deu:
«Não. Atendendo a que o devedor está a assumir um maior nível de endividamento face ao que resultaria se fosse verificado o limite máximo de 90% do rácio loan-to-value (LTV) previsto na Recomendação Macroprudencial, o risco de incumprimento do devedor aumenta.»
Fiscalidade pesada e complicada, o resultado de 50 anos de Estado sucial

mais liberdade

21/10/2024

Crónica de um Governo de Passagem (23)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
Eu cativo, tu cativas, ele cativa, nós cativamos, vós cativais, eles cativam

Em Agosto do ano passado o Dr. Medina, o último cativador-em-chefe do Dr. Costa, anunciou o fim das cativações em 2024, esquecendo-se de nos dizer que em 2023 até Agosto ainda mantinha mais de metade das cativações.

Este ano, o Dr. Miranda Sarmento, o cativador-em-chefe do Dr. Montenegro, duplicou as cativações do Dr. Medina, com uma diferença, explicou o Dr. Sarmento, que estas suas cativações são uma reserva para imprevistos e por isso o Dr. Leitão Amaro lhes chama «dotação provisional». Talvez sejam diferentes. Teremos de esperar para confirmar que não são, como as cativações dos governos socialistas, um expediente que no caso do investimento público baptizei de autoestrada mexicana do PS.

Pela boca morre o peixe

O Dr. Medina, agora com a cartola de colunista, veio lembrar que o seu sucessor Dr. Miranda Sarmento «que durante anos afirmou que “era fácil pôr a economia a crescer acima de 3%”, e que apresentou em campanha eleitoral um cenário macroeconómico sempre crescente até chegar a 3,4% em 2028, diz-nos agora que a taxa de crescimento do PIB em 2028 será de 1,8%». Vem a propósito recordar que os governos podem sem dificuldade pôr as economias a decrescer, mas quanto a crescer só lhes restam criar as condições para induzir o crescimento que irá dar votos … ao governo seguinte.

A educação também é uma paixão para a AD? Sempre a falta de pessoal

Recordando: em oito anos de governo do Dr. Costa o número de alunos no ensino não universitário reduziu-se de 1.716.155 em 2015 para 1.610.300 em 2023, o número de professores aumentou de 141.274 para 149.816, pelo que o número de alunos por professor passou de 12,1 para 10,7. O governo do Dr. Montenegro disse que iria recrutar mais professores. Como quer que seja ainda há 24 mil alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina.

O Dr. Montenegro procura conquistar a sua quota de mercado no eleitorado do Estado sucial

Primeiro foram os pensionistas a serem cortejados, agora chegou a vez dos funcionários públicos a quem o governo aumentou mais 54 cêntimos (não se riam!) do que o previsto no acordo com a UGT.

E pluribus unum

Durante o governo Passos Coelho, que herdou 730 mil funcionários públicos do Eng. Sócrates e conseguiu despachar 75 mil, reduzindo-os para 655 mil funcionários, foi adoptada a regra “um por um”. Com os governos do Dr. Costa, que deixou de herança 750 mil, a regra foi modificada para “vários por um”. Agora, o governo do Dr. Montenegro recuperou essa regra o que se cumprida significa que manterá os 750 mil herdados enquanto por lá andar.

Turistas, esses nossos benfeitores

Até Agosto o excedente externo da economia do Portugal dos Pequeninos aumentou 2,9 mil milhões dos quais 1,3 mil milhões se ficaram a dever ao aumento do saldo das viagens e turismo. Sem o turismo a economia do Portugal dos Pequeninos estaria em sérias dificuldades.

O OE2025 à luz da inteligência artificial

A minha reduzida fé nos resultados da inteligência artificial no ponto em que nos encontramos sofreu um notável upgrade ao ler a seguinte resposta do ChatGPT a uma pergunta da jornalista Sónia Sapage:
«Se fosse para associar este OE a um partido político em Portugal, seria mais compatível com partidos como o Partido Socialista, ou mesmo o Bloco de Esquerda ou o Partido Comunista Português, dada a forte ênfase na intervenção estatal e nas políticas sociais.»

20/10/2024

O "woke" pode estar a começar a adormecer

Os estudos de opinião pública realizados durante 25 anos pela Gallup, General Social Survey (GSS), Pew e YouGov mostram as opiniões "woke" sobre discriminação racial a crescer desde 2015 e a atingirem o pico por volta de 2021. 

Segundo a Gallup, as pessoas que se preocupavam "muito" com as relações raciais representavam 17% em 2014, aumentaram para 48% em 2021 e desceram para 35% no princípio deste ano.

Segundo a Pew, a percentagem de americanos que pensam que os brancos têm mais vantagens na vida do que os negros atingiu o máximo em 2020. 

Segundo a GSS, a opinião de que a discriminação é a principal razão para as diferenças nos resultados das raças atingiu o pico em 2021 e caiu em 2022. Os maiores aumentos e as posteriores maiores reduções da visão "woke" registaram-se entre os jovens e as pessoas de esquerda.


Também no mundo empresarial a visão "woke" parece estar a perder importância no últimos anos. 

Segundo a AlphaSense, as referências às políticas DEI (Diversity, equity, and inclusion) nas "earning  calls" que tinham aumentado cinco vezes em 2020 (ano da morte de Floyd), atingiram o máximo em 2021  e vêm descendo desde então e no segundo trimestre deste ano são apenas cerca de três vezes maiores do que antes do caso Flloyd.

A percentagem de oferta de empregos que mencionam a diversidade continua a crescer mas, apesar disso, o número de pessoas em postos de trabalho relacionados com as políticas DEI estão a diminuir.

Segundo a Revelio, a percentagem desses postos de trabalho em relação ao emprego total em grandes empresas americanas duplicou para 0,02% desde 2016 até 2022 e recentemente essa percentagem caiu para 0,018%.

Segundo a Farient Advisors, a percentagem de empresas do S&P 500 que fizeram depender os salários dos chefes das metas de diversidade atingiu 53% em 2022 e desceu para 48% em 2023.

Esta tendência pode ter diversas causas: a necessidade cortar custos em tempos difíceis, especialmente nas empresas de TI, o receio de serem processados por práticas discriminatórias e também porque as empresas estão a perceber a queda do interesse do público por estes temas.  

Um exemplo notável é o da Budweiser que perdeu o primeiro lugar na venda de cerveja por ter adoptada práticas consideradas demasiado "woke". No entanto, num domínio tão volátil como este nada é definitivo e as opiniões podem mudar rapidamente.



Ruy Teixeira, um cientista político americano de origem portuguesa, acha que «as pessoas um dia olharão para trás, para os anos 2015 a 2025, como sendo um momento de loucura», embora reconhecendo que é duradoura e positiva a tendência dos Estados Unidos para reduzir a discriminação e melhorar as oportunidades de todas a minorias.

19/10/2024

ESTÓRIA E MORAL: A maldição das estrelas Michelin

Estória

Num paper publicado em Agosto (Double-edged stars: Michelin stars, reactivity, and restaurant exits in New York City), Daniel B. Sands da University College London apresentou as conclusões da análise dos restaurantes abertos em Nova Iorque no período 2000-14 a quem foram atribuídas estrelas Michelin e concluiu que esses restaurantes tinham uma probabilidade maior do que a média de fechar nos anos seguintes, mesmo depois de expurgados factores como a localização, o preço e o tipo de cozinha. No total 40% dos restaurantes estrelados no período 2005-2014 fecharam até ao final de 2019.

As razões, segundo Daniel Sands, radicam na mudança das expectativas dos clientes e na atracção de novos clientes de fora de NY, cujas preferências têm maiores custos para ser atendidas. Do lado dos fornecedores, as estrelas Michelin dão um pretexto para cobrar preços mais altos e os chefs são mais procurados pela concorrência e exigem salários mais elevados. O resultado frequente é os restaurantes estrelados não sobreviverem aos custos crescentes que se tornam insuportáveis logo que o foco da moda deixa de os iluminar e escasseia a clientela disposta a pagar os preços necessários para os viabilizar.   

Moral 

«No fundo de um buraco ou de um poço, acontece descobrirem-se as estrelas.» 

Aristóteles

18/10/2024

Doubts (343) - Is Mr. Trump a "fascist to the core", as General Mark Miller says?

 «In March 2023, when Mark Milley was six months away from retirement as a four-star general and the chairman of the Joint Chiefs of Staff, he met Bob Woodward at a reception and said, “We gotta talk.”

Milley went on to describe the grave degree to which former President Donald Trump, under whom Milley had served, was a danger to the nation. Woodward recounts the episode with Milley—who almost certainly believed that he was speaking to Woodward off the record—in his new book, War:

“We have got to stop him!” Milley said. “You have got to stop him!” By “you” he meant the press broadly. “He is the most dangerous person ever. I had suspicions when I talked to you about his mental decline and so forth, but now I realize he’s a total fascist. He is the most dangerous person to this country.” His eyes darted around the room filled with 200 guests of the Cohen Group, a global business consulting firm headed by former defense secretary William Cohen. Cohen and former defense secretary James Mattis spoke at the reception.

“A fascist to the core!” Milley repeated to me.

I will never forget the intensity of his worry."»

 The General’s Warning, The Atlantic

I strongly desagree with General Mark Milley. Mr. Trump is not a fascist, and even less so to the core he does not have one. To be a fascist to the core, he would have to believe deeply in something and be interested in something that goes beyond Mr. Trump himself.

17/10/2024

Não há valores universais. Há os valores ocidentais que apelam à universalidade

Baseado nos World Values Surveys realizados em cada cinco anos que entrevistam dezenas de milhares de pessoas em países de todo o Mundo (130 mil em 90 países no último inquérito), a Economist publicou o ano passado um estudo (*) onde compara os valores predominantes nesses países e a sua evolução entre 1990-98 e 2017-22.

Esses valores são organizados em dois eixos: Tradicional-Secular, onde é avaliada a influência da família e religião e o respeito pela tradição, por um lado, em oposição às crenças não religiosas e ao pensamento mais científico; Sobrevivência-Autoexpressão, onde é avaliado a ligação a um grupo, etnia, nação ou raça, ou seja valores colectivistas, por um lado, em oposição ao individualismo.

Os resultados representados nos diagramas seguintes são muito sugestivos e mostram diferenças notáveis e uma evolução distinta em três décadas, representada nos diagramas seguintes correspondendo os pontos a países individuais.

O primeiro diagrama mostra uma evolução contraditória que esconde a evolução diferente entre as regiões, diferença que os diagramas seguintes confirmam.


Nestes três últimos diagramas torna-se visível que a evolução entre 1990-98 e 2017-22 foi muito diferente nos três conjuntos de países: Língua inglesa/Protestantes que se tornaram mais seculares; Ortodoxos que se tornaram mais tradicionais e Latino Americanos que se tornaram ligeiramente menos tradicionais e menos colectivistas.

No diagrama seguinte representa-se a situação actual de três conjuntos de países em três grandes regiões (os inquéritos não abrangeram os países asiáticos).


E a conclusão é que, no conjunto, os valores dominantes na Europa, que os europeus tomam como valores universais, são completamente distintos dos latino-americanos e africanos-islâmicos que têm em comum um forte tradicionalismo, ainda que partilhem em graus muito diferentes os valores colectistas-individualistas, estando os latino-americanos mais próximos dos europeus a este respeito.

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Desde há 20 anos que cito regularmente (por exemplo aqui) os estudos do antropólogo holandês Geert Hofstede que comparou as culturas de dezenas de nações, usando um modelo que considera quatro dimensões na cultura dominante de uma sociedade, entre as quais a dimensão individualismo / colectivismo. Desses estudos resultam conclusões compatíveis com e complementares às retiradas dos World Values Surveys.

16/10/2024

ARTIGO DEFUNTO: Os estudos de Acemoglu, Johnson e Robinson não são sobre a desigualdade das nações. São sobre o fracasso de algumas nações

Foi anunciada na segunda-feria a atribuição a Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson do prémio da Academia Sueca de Ciência Económica, e não do Nobel de Economia, porque quando Alfredo Nobel decidiu criar o prémio a "dismal science" - ciência sombria ou triste -, como a baptizou Carlyle, não era reconhecida como ciência. 

A maior parte dos mídia portuguesa escreveram, e bem, que o prémio foi atribuído pelos estudos sobre o papel das instituições na prosperidade dos países, traduzindo a comunicação da Academia Sueca «for studies of how institutions are formed and affect prosperity». O livro aqui ao lado, publicado há 12 anos, com edições em várias línguas incluindo português, é uma fonte acessível para o essencial desses estudos.  

A maior parte, mas não todos os mídia, e entre eles o Expresso, que titulou «Trio de economistas ganha Nobel por trabalhos sobre desigualdade entre países», e a CNN que foi ainda mais longe na reinterpretação das conclusões dos estudos de acordo com a agenda woke, insinuando que a culpa era do "colonialismo", com o título «Há países ricos e outros que não deixam de ser pobres. Agora há um Nobel a explicar como Portugal pode ter tido um papel nisso»

Na verdade, os estudos do trio são uma tentativa de explicar o fracasso de alguns países em alcançarem a prosperidade e a explicação proposta é de que o fracasso se deve a instituições sociais fracas e a um Estado de direito falhado. É claro que as instituições não nasceram do vácuo, como diria o Eng. Guterres, mas o nascimento das instituições não constitui uma fatalidade colonial, como o provam o facto de os países "colonizados" pelos Estados europeus terem graus de sucesso bastante diferentes e até incluírem pelo menos um exemplo de grande sucesso - os Estados Unidos da América.   

Por falar em Simon Johnson, um dos economistas do trio, vem a propósito recordar, como o fez o jornal Eco, que esse economista em Abril de 2010 antecipava o resgate do Estado português que, de facto, viria a ter lugar em Abril no ano seguinte, e Peter Boone, o co-autor de Johnson, foi alvo de uma ridícula acusação de manipulação do mercado pelo Ministério Público português.

15/10/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (29)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

Bastaram seis meses fora do poder para o PS se transformar num saco de gatos

De um lado, os gatos realistas e moderados como o Dr. Francisco Assis e o Dr. José Luís Carneiro, ou o «estupefacto» Dr. Vieira da Silva, reforçados ocasionalmente pelo diletantismo do Dr. Sousa Pinto, que defendem a viabilização do orçamento, do outro lado os gatos assanhados do círculo de influência do Dr. Pedro Nuno, o já baptizado Bloco de Esquerda Mais, comandados pela gata assanhada Dr.ª Leitão, e no meio o próprio Dr. Pedro Nuno que hesita entre assanhar-se e dar umas marradinhas amigáveis ao Dr. Montenegro. Enquanto isso, o resto da gataria aguarda impaciente o resultado e, qualquer que seja, anseia por recuperar as mordomias perdidas com o afastamento da vaca marsupial pública.

Em conclusão, ficou razoavelmente confirmado que a competência como capo di tutti capi do Dr. Pedro Nuno não está à altura da sua ambição e ainda menos da sua jactância.

Take Another Plan. As versões do Sr. Neeleman e do Dr. Pedro Nuno são diferentes. A Airbus acreditou no primeiro e desconfiou do segundo. Faites vos jeux

Em entrevista ao Expresso David Neeleman, ex-accionista da TAP, desmente tudo o que o Dr. Pedro Nuno foi dizendo sobre o processo de renacionalização da TAP e concluiu «perdi a confiança no Estado português como parceiro», entrando assim directa e atrasadamente para um cada vez mais numeroso grupo de empresários.

Boa Nova

São muito discutíveis os resultados no aumento da natalidade do alargamento de licença parental de 120 ou 150 dias para 180 ou 210 dias consecutivos aprovado pelo PS, com a ajuda do Chega. Os únicos resultados indiscutíveis são que vai custar aos contribuintes uns 400 milhões de euros.

«Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro»

O governo do Eng. José “Animal Feroz” Sócrates decidiu terminar a PPP do Hospital Amadora-Sintra depois de 14 anos de excelentes resultados que nos anos seguintes se foram degradando, degradação que está a culminar com o escândalo da denúncia de más práticas.

Deixaram o SNS rastos mas as «meninas do presidente» foram atendidas

No seu depoimento na comissão parlamentar a médica neuropediatra, que tratou as gémeas luso-brasileiras “encaminhadas” pelo Dr. Rebelo de Sousa Filho, revelou que «a ordem vem de alguém superior ao secretário de Estado» e que as gémeas eram conhecidas como «as meninas do Presidente».

14/10/2024

Crónica de um Governo de Passagem (22)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
O Dr. Luís "Rural" Montenegro bate S. Ex.ª e o Dr. Pedro Nuno "Faz Tremer as Pernas dos Banqueiros" Santos e encosta o Dr. André "Chega de Ciganos" Ventura às tábuas

Segundo Barómetro Aximage/DN de Setembro-Outubro os eleitores que confiam mais no Dr. Montenegro ultrapassam em pontos percentuais os que confiam mais no Dr. Marcelo e enquanto o Dr. Montenegro tem um saldo positivo de 29 pontos nas avaliações, o Dr. Pedro Nuno tem um saldo negativo de 7 pontos e o Dr. Ventura tem um saldo negativo de 34 pontos.

Os portugueses «vão ter razões para confiar no SNS»

Durante o Verão o SNS pagou aos médicos quase dois milhões de horas extraordinárias, ou seja mais de 20 horas em média por mês e por cada um dos 32 mil médicos ou o equivalente a um reforço de cerca de 4.800 médicos.

Não será por falta de deitar dinheiro em cima dos problemas de SNS que o Dr. Montenegro não os resolverá. A proposta de OE2025 que o governo vai apresentar aumenta o total das despesas de Saúde para o maior valor de sempre: 17 mil milhões.

Um esclarecimento ao mesmo tempo supérfluo e preocupante

O Dr. Montenegro achou necessário, desnecessariamente, garantir que o seu governo «não é um Governo liberal do princípio ao fim» e acrescentou que o SNS é «a trave-mestra» do sistema de saúde, o que deveria preocupar-nos dado o estado do SNS e o papel das traves-metras.

O Estado sucial como máquina de extorsão (Prognósticos só no fim do jogo)

Não obstante um aumento de 2,3 mil milhões para 63 mil milhões dos impostos extorquidos aos contribuintes, o governo prevê que a carga fiscal cairá uns estrondosos 0,3 pontos percentuais.

Mais palha para a vaca marsupial pública

À custa de aumentos, progressões e revisões, as despesas com funcionários públicos aumentam quase 1,6 mil milhões de euros.

Vamos ver se o investimento público do governo AD não é também como a autoestrada mexicana do PS

A proposta de orçamento prevê um aumento do investimento público de 3,3% do PIB em 2024 para 3,5% em 2025. Os orçamentos do PS também previam sempre aumentos com o expediente da autoestrada mexicana.

Não vos preocupeis. É só um grupo de trabalho para os resíduos

O relatório da proposta do OE2025, referia «um grupo de trabalho com vista a elaborar um relatório para identificação das empresas (pública) consideradas estratégicas, modo ou regime de alienação e estimativa da receita daí decorrente». Sem dar tempo a que pensássemos que este é um governo liberal, o Dr. Sarmento veio esclarecer que afinal só estaria em causa vender umas participações residuais (por exemplo, «menos de 0,0001% do capital»)

Este governo não discrimina nos subsídios

O ministro da Educação anunciou que as propinas não aumentarão o que, sabendo-se que as propinas são absolutamente insuficientes para pagar os custos das universidade públicas, significa que o governo utilizará o dinheiro dos impostos para subsidiar todos os alunos: os alunos pobres e os alunos ricos, os bons alunos e os maus alunos.

O jornalismo de causas também precisa de um pacote de ajudas?

Nada menos de 30 medidas de apoio aos mídia foram apresentadas totalizando uns 55 milhões de euros. Poderá ser «dinheiro deitado para a sanita», para usar a expressão pitoresco do Sr. O'Leary, porque logo a seguir o Dr. Montenegro meteu o pau no vespeiro ao criticar os auriculares dos jornalistas por onde são «sopradas» perguntas.

Uma das medidas do pacote é retirar a publicidade da RTP. Não seria melhor retirar o governo da RTP?

Efeitos colaterais de uma negociação simulada do OE 2025

O Dr. Montenegro pretendeu retirar ao Dr. Pedro Nuno os argumentos para não aprovar o orçamento e fingiu negociar. O Dr. Pedro Nuno e o Dr. Ventura fingiram que não tinha medo de eleições e fingiram que tinham princípios e enquanto o primeiro fingiu não concordar, o segundo não conseguiu decidir o que queria fingir. O resultado dificilmente poderia ser bom – complicar um sistema fiscal que parecia impossível complicar mais.

13/10/2024

Let us offer a chabot to the believers of conspiracy theories

 «Americans believe in a dizzying array of conspiracies. Some are relatively harmless. No one has recently attacked the Freemasons based on the bonkers belief that they sank the Titanic. But some conspiracy theories are destructive. Thousands of Americans have harmed themselves or others because they think that covid-19 jabs contain microchips or that the 2020 election was stolen. It’s getting harder to convince people that these ideas are wrong: to prosper in some political tribes, such as Donald Trump’s MAGA world, you must treat fantasies as articles of faith.

A new study (*) published in Science, a journal, finds that artificial intelligence (AI) chatbots may be better than humans at convincing truthers to stop believing nonsense. A trio of researchers at the Massachusetts Institute of Technology and Cornell University recruited nearly 2,200 self-declared conspiracy-theorists in America for a series of written conversations with GPT-4 Turbo, a chatbot. The subjects explained their theories and the evidence for them; the chatbot countered with facts.

To take one example, when a subject claimed that the federal government had orchestrated the attacks of September 11th 2001, and that the jet fuel from the crash was not hot enough to melt the steel girders supporting the Twin Towers, the bot answered like a cool-headed science teacher. “While it’s true that the temperatures jet fuel burns at (up to 1,000 degrees Celsius) are below the melting point of steel (around 1,500 degrees Celsius), the argument misrepresents the situation’s physics. Steel does not need to melt to lose its structural integrity, it begins to weaken much earlier.” By the end of the conservation the subject’s self-reported confidence in the theory fell by 60%.» (...)

Want to win an argument? Use a chatbot

(*) Durably reducing conspiracy beliefs through dialogues with AI, Thomas H. Costello, Gordon Pennycook and David G. Ran

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DISCLAIMER

I'm not entirely sure that the recipe will work and I fear that the most hardened believers will create yet another conspiracy theory - that Bill Gates who had already put microchips in vaccines ordered the GPT-4 Turbo to confuse people who believe he did it.

12/10/2024

Sem os estrangeiros de cá dentro e os de lá fora, o Portugal dos Pequeninos seria inviável (3)

Continuação de (1) e de (2).

Continuemos a imaginar que o nativismo governava o Portugal dos Pequeninos. Se fosse um nativismo autêntico e não daqueles a fingir para caçar votos dos ressabiados, começaria por impedir a entrada de novos imigrantes, expulsaria de seguida todos os imigrantes residentes, incluindo os provenientes dos PALOP, que afinal também não são nativos. Para simplificar, ignoremos uma pequena minoria dos que adquiriram a nacionalidade portuguesa, ilegitimamente segundo nativismo legítimo.

Como exemplifiquei ontem neste post a segurança social do Portugal dos Pequeninos é irremediavelmente insustentável a longo prazo. Entretanto, ontem mesmo foram divulgadas as contas da segurança social que mostram as contribuições dos imigrantes em 2023 atingiram 2.677 milhões de euros enquanto as prestações sociais desses emigrantes foram de 483 milhões, ou seja, os imigrantes contribuíram com um saldo positivo de 2.194 milhões.

De onde a expulsão dos emigrantes anteciparia em vários anos o esgotamento do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) que, como se viu. actualmente é suficiente para pagar apenas dois anos de pensões.

Concluo, ainda mais uma vez, que se as teses nativistas mais puristas fossem adoptadas à letra a Pátria dos nativistas depurada dos imigrantes ficaria mais próximo da inviabilidade, os nativistas teriam de emigrar e enfrentar a hostilidade dos nativistas dos países para onde emigrassem.

11/10/2024

LASCIATE OGNI SPERANZA, VOI CH'ENTRATE: Vamos todos fingir que o problema não existe? Sim, vamos (10) - A leveza insustentável do sistema público de pensões (VII)

Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8) e (9)

O diagrama acima parece significar que o sistema de segurança social do Portugal dos Pequeninos estaria com uma saúde de ferro e teria sustentabilidade garantida a longo prazo. Parece, mas não é. O nosso honroso quinto lugar não resulta da sustentabilidade e, pelo contrário, é mais um indicador que a sustentabilidade é insustentável naquilo que depende da criação de riqueza, já que a percentagem de 14,2% do PIB que as pensões representam significa que temos pouca margem para a aumentar.

Se a isso adicionarmos uma das demografias mais envelhecidas e uma das natalidades mais baixas na UE, dentro de uma década ou duas não teremos condições de financiar as pensões com as contribuições correntes e teremos de ir às reservas, isto é ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) que actualmente é suficiente para pagar apenas dois anos de pensões.

Os fundos de pensões na UE variam muito entre os países membros (os Países Baixos e Dinamarca têm fundos de pensões que representam mais de 200% do seu PIB) e em média representam cerca de 50% do PIB da UE. No caso português o FEFSS tem cerca de 34 mil milhões de euros ou cerca de 13% do PIB e o fundos privados de pensões estimam-se em torno dos 25 mil milhões, ou seja um total de menos de 60 milhões ou menos de 22% do PIB. 

A comparação com os outros países da UE é pouco animadora e passa a desesperante se compararmos com os EUA que em 2022, tinha um valor total dos fundos de pensão correspondente a cerca de 150% do PIB.

Em conclusão, os pensionistas presentes e sobretudo os pensionistas futuros da Óropa que se cuidem. Os de Portugal talvez já não vão a tempo.

10/10/2024

Dúvidas (342) - Títulos alternativos

No semanário de reverência do fim de semana passado a um artigo citando o parecer do Tribunal de Contas relativo à Conta Geral do Estado de 2023 o jornalista de causas em causa plantou-lhe o título

«Estado deu a 50 residentes não habituais ‘borla’ de €262 milhões no IRS do ano passado» 

Ora, em primeiro lugar, acontece que essa "borla" constitui uma espécie de evasão fiscal para os Estados de que são nacionais os "borlistas" que perdem centenas de milhões de impostos, dependendo das taxas que praticam.   

Por outro lado, aos residentes não habituais (RNH) é aplicável uma taxa de 20% aos rendimentos no estrangeiro declarados ao fisco português. Admitindo que sem esse benefício seria aplicável a taxa máxima de 48%, à "borla" de 262 milhões corresponderam em contas de merceeiro quase 200 milhões que o Estado português embolsou de IRS desses "borlistas".

A esses quase 200 milhões o Estado português nunca lhe teria posto a mão se não fosse o estatuto de RNH e como todos estes 50 "borlistas" só marginalmente serão beneficiários da despesa social (que custa em média cerca de 10 mil euros por pessoa/ano), podemos concluir que, apesar dos quase 200 milhões que pagam de IRS, os 50 "borlistas" "poupam" em despesa social meio milhão de euros.

Por isso, fica-me a dúvida se não seria mais adequado um dos seguintes títulos alternativos:  

  • «Estado português cúmplice da evasão fiscal de centenas de milhões por 50 residentes não habituais»
  • «Estado português esbulhou a 50 residentes não habituais quase €200 milhões do IRS do ano passado»

09/10/2024

The single market for financial services seen from Berlin

«(...) using a bank account opened in one EU country while living in another is surprisingly troublesome, even if both use the euro. In theory Europeans, like their American cousins, live in one large single market, free to contract services from business based anywhere in the bloc. In practice payment systems sometimes accept only cards issued by local banks—and good luck getting your Finnish bank to fund a Spanish mortgage. Finance is where the European ideal of a seamless union often falls shortest.

The limits of the European single market were sharply exposed this month as UniCredit, an Italian bank, has made moves to take over Commerzbank, a German rival. A proposed transaction that should have been of interest only to finance wonks—UniCredit and Commerzbank are the EU’s 10th- and 17th-biggest lenders, respectively—devolved into an ugly nationalist mêlée. Olaf Scholz, the German chancellor, took time out of his geopolitical agenda at United Nations meetings in New York to thunder against “hostile” Italian bankers on the prowl. Just two weeks ago the EU released a much-hyped report by Mario Draghi, a former Italian prime minister, proposing to juice economic growth in Europe by deepening its single market. A resounding nein has put paid to his plans before most people were done reading its 400 pages.

European chauvinism has long had a way of derailing businessmen’s best-laid takeover plans. In 2005 France fended off a bid for Danone, a yogurt-maker, on the grounds that it was strategically vital. But that would-be buyer was American. Surely takeovers by firms from other EU countries should be treated more sympathetically, the better to build European champions with the critical mass to compete globally? Apparently nicht. Because Commerzbank lends to Mittelstand firms and exporters, the German establishment has put it on an economic pedestal; some see it as a national treasure they would rather close down than hand over to grubby Italians. (This is rather amusing to finance aficionados—including your columnist, a former banking correspondent—who recall when the lender was dubbed “Comedybank”, thanks to its knack for losing money in a dazzling array of hare-brained lending decisions.) UniCredit’s stake was in part bought straight from the German authorities, who bailed out Commerzbank in 2008. In contrast UniCredit is well run and more profitable than its target, thanks in part to a German unit it already owns. (...)
»

08/10/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (28)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.


O Dr. Costa, o Dr. Caldeira Cabral, o Dr. Siza Vieira e o Dr. Costa e Silva são os maiores responsáveis pelo desastre da nacionalização da EFACEC. O primeiro emigrou para a Óropa, o segundo está feito mosquinha morta em repouso na ASF, o terceiro, que andou quatro anos a dizer todas as semanas que estava para breve a venda da EFACEC, faz humor negro e diz «demorou-se demasiado tempo a fazer a reprivatização da Efacec» e o quarto tem pensamentos delirantes como garantir que o Estado pode recuperar até 420 milhões.

Enquanto isso, o Tribunal de Contas estima que o impacto da nacionalização da EFACEC nas contas públicas pode atingir 564 milhões e, entre outras misérias, constatou que «a nacionalização foi impulsionada pelos gestores da empresa estando estes, em simultâneo, a promover a venda de ações no mercado».

«À justiça o que é da justiça»

Sendo certo que o escândalo Espírito Santo contamina todo o regime e poupa poucas das suas figuras de cera, o Partido Socialista, por via do seu antigo primeiro-ministro e secretário-geral José Animal Feroz Sócrates, é o mais contaminado e, compreensivelmente, não está nada interessado em julgamentos que ainda exponham mais o seu papel. É assim que, um a um, os crimes vão prescrevendo e os arguidos ilibados. A leva mais recente de prescrições extingue 11 crimes de infidelidade e de falsificação que envolviam sete acusados e em 2025 extinguir-se-ão mais 21 crimes.

Fazer do Banco de Portugal um púlpito promocional do governador é uma tradição do PS

Já aqui foi escrito que Dr. Constâncio, que foi governador do BdP duas vezes em 1985-1986 e 2000-2010, intercaladas com a liderança do PS em 1986-1989, foi um precursor do Dr. Centeno que saiu directamente do ministério das Finanças para o BdP e agora se promove e está a ser promovido a candidato pelo PS a Belém. Se tomarmos como indicador da promoção o número de referências na imprensa do regime ao Dr. Centeno, a propósito de tudo e mais alguma coisa, só nos últimos 30 dias chegamos a mais de 300 ou 10 por dia o que é uma enormidade num universo mediático pequenino como o do Portugal dos Pequeninos.

A metamorfose do Partido Socialista (*)

«A frase de Pedro Nuno Santos (“prefiro perder eleições a abdicar das convicções”) pode ser um infeliz deslize a meio caminho entre o machismo e a ingenuidade. Mas pode também ser, com mais probabilidade, o anúncio de novos tempos para o partido. De que se trata na verdade? O que são convicções, profundas ou não? O que são crenças inabaláveis? Estaremos a falar da democracia, da liberdade individual e da dignidade humana? Da recusa de violência, da solidariedade e da luta contra a pobreza? Ou falamos também de um escalão de impostos, de um subsídio de IRS e de uma ajudinha de IRC? Misturar umas e outras, dar-lhes a mesma dignidade significa perder de vista o essencial.

Mas tal não é gratuito. Pelo contrário, tem ar de ser uma declaração solene da natureza do novo PS. A gradual e inexorável transformação do Partido Socialista num Bloco de Esquerda “mais” é o que parece estar nas cartas. Pedro Nuno Santos, o secretário geral, afirmou-o convictamente, sem tremer nas palavras e calculando os efeitos. Ele quer construir fronteiras, elevar obstáculos e definir linhas dogmáticas. »

(*) Excerto de um artigo no Público de António Barreto