31/07/2019

ACREDITE SE QUISER: O programa de governo secreto ou o centralismo não democrático de Rio

«Rui Rio apresentou, na madrugada desta quarta-feira, “Uma Visão para Portugal”, com as linhas gerais do seu programa eleitoral às legislativas. Noite dentro, o Conselho Nacional aprovou as mais da 100 páginas de propostas, entregues na hora para evitar fugas de informação, queixando-se os críticos que não passaram do índice.» (Expresso)

Ocorre-me o que Vasco Pulido Valente disse da criatura: «Rui Rio é uma anormalidade sem importância, um vice-reitor do liceu de Cinfães que se enganou na porta».

Dúvidas (273) - Boosterism? Onde é que já ouvimos algo parecido?

Boosterism: That's Boris Johnson's new economic mantra as he plans to turbo-charge Britain in the run-up to Brexit

  • Prime Minister Boris Johnson 'wants an end to the tight austerity spending rules'
  • Senior Tories say Mr Johnson wants to make a huge investment in infrastructure
  • He is considering proposal to give £100 billion to help bridge North/South divide
  • 'Boosterism' mantra due to get its first outing in emergency Budget in October

    (MailOnline)
Parece o mantra do animal feroz nos seus tempos heróicos, antes de ir estudar para Paris.

Não há fome que não dê em fartura: há mais obesos do que famintos

«As estimativas apontam para 830 milhões de pessoas obesas em todo o mundo, contra cerca de 820 milhões de pessoas famintas.

Esta comparação foi feita ontem, dia 20 de julho, por José Graziano da Silva, diretor geral da FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação, no âmbito do FISAS – Fórum Internacional Territórios Relevantes para Sistemas Alimentares Sustentáveis, que pela primeira vez decorreu em Portugal, em Idanha-a-Nova.» (fonte)

Primeiro o «imperialismo, fase superior do capitalismo» (Vladimiro dixit), causou a fome e criou famintos. Depois a globalização, fase superior do imperialismo, causou a fartura e criou obesos. Está tudo explicado.

30/07/2019

SERVIÇO PÚBLICO: Um exemplo exemplar, infelizmente raro


«Os ideólogos pós-modernistas pretendem destruir as bases da civilização que proporcionou ao mais alto nível a liberdade, procura da felicidade, prosperidade e que mais massas levantou da pobreza em países que adotaram o seu sistema económico, o capitalismo, como por exemplo a Índia. O objetivo neomarxista é transformar as universidades, instituições que deviam transmitir todas as conquistas da civilização ocidental, em completos campos de doutrinação. (...)

No entanto, quem preza a liberdade e a prosperidade que vivemos no Ocidente deve fazer frente a esta ideologia. Além disso, devemos tratar cada ser humano como um indivíduo único, que tem características próprias que definem o seu curso de vida. Um dos aspetos do seu curso de vida é, então, a entrada na universidade que deve ser independente de características físicas que o indivíduo não controla. Nem o Estado nem a reitoria de uma universidade pública ou privada deve através de critérios arbitrários que nada têm que ver com as capacidades de um indivíduo definir se este entrará no ensino superior.»

Vicente Teles Baltazar, Estudante do ensino secundário

Estado empreendedor (106) - o aeroporto que só abria, abre ou abrirá aos domingos (10)

[Continuação de outras aterragens: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aquiaqui, aqui]

Recapitulação

Ao princípio era o verbo do Eng. José Sócrates: mais de um milhão de passageiros até 2015 e o investimento seria recuperado nos 10 anos seguintes. Era o multiplicador socialista a funcionar de acordo com o estudo «Plano Regional de Inovação do Alentejo» da autoria de Augusto Mateus, um ex-ministro socialista da Economia do 1.º governo de Guterres. Segundo o estudo o aeroporto de Beja iria constituir uma «plataforma logística para a carga a receber e a expedir de/para a América e África, incluído o transporte de peixe, utilizando aviões de grande porte e executando em Beja o transhipment para aviões menores para a ligação com os aeroportos europeus».

Isso não impediu o emérito economista mais tarde, em entrevista ao Expresso, de dizer «temos de ter a coragem de dizer não a muitos projectos» porque «só se devem apoiar projectos que trazem algo de verdadeiramente importante em matérias de reestruturação e reorientação da economia portuguesa». Sem dúvida que a ginástica do emérito exige muita coragem.

Últimos desenvolvimentos

«Depois de aterrar esta manhã (ontem) no aeroporto de Beja o Benfica teve de esperar 45 minutos para poder sair do avião. (...)  a demora deveu-se ao facto de não estar presente, no momento da aterragem, nenhum membro da alfândega ou do Serviço de Estrangeiros e Fronteiros (SEF)» (Observador)

Não se percebe a surpresa (vê-se logo que não frequentam este blogue). Pois se o avião com os campeões nacionais do chuto chegou na segunda-feira e o aeroporto só abre aos domingos.

Nota: Este é mais um exemplo do efeito que baptizei de Lockheed TriStar e que no Portugal dos Pequeninos ocorre com inusitada frequência. Em linguagem popular pode ser assim descrito: «perdido por cem, perdido por mil».

29/07/2019

Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País (198)

Outras avarias da geringonça e do país.

As pessoas não são números

O episódio das 780 mil «golas» inflamáveis distribuídas aos velhinhos perdidos por esses vales e montes para se protegerem dos incêndios florestais, golas que afinal,explicou a Protecção Civil, eram apenas para “merchandising“ e “propaganda“, é tão grotesco que qualificaria o Portugal do Dr. Costa para ser classificado como património mundial do ridículo e da pequena e média corrupção.

A família socialista tem imenso jeito para o negócio

Ajuda a perceber o episódio o facto de as «golas» terem custado mais do dobro do seu preço de mercado e o seu fornecimento ter sido adjudicado a uma empresa unipessoal do marido da presidente da Junta de Freguesia de Langos, no concelho de Guimarães, eleita pelas lista do PS.

Deixando perceber que num novo mandato perderá o resto da pouca vergonha que ainda finge ter, Costa quer rever o modelo de recrutamento dos quadros do Estado para aumentar a «transparência e igualdade de oportunidades», que no patuá socialista significa colocar os membros da grande família dos novos-situacionistas.

28/07/2019

O racismo como problema social é uma profecia auto-realizada do berloquismo

Existem, sempre existiram e possivelmente sempre existirão, em Portugal ou em qualquer outra parte do mundo, pessoas com um preconceito racista, pois se até existem preconceitos em várias regiões, a começar entre lisboetas e setubalenses, em relação aos alentejanos ou no Alentejo em relação aos beirões que lá iam trabalhar, depreciativamente chamados ratinhos.

Que esse preconceito tenha sido ou seja um problema social é outra coisa diferente. Ou, mais exactamente, era outra coisa até que a estratégia berloquista descobriu que poderia vitimizar e instrumentalizar em seu proveito algumas minorias, nomeadamente negros e ciganos (as etnias asiáticas tem sido poupadas, et pour cause), para uma nova «causa fracturante» - a luta contra a mais imaginada do que real descriminação dessas minorias, luta que objectivamente as considera «raças inferiores», incapazes de se afirmarem por si próprias.

O resultado da exacerbação das diferenças, reais ou supostas, acabará inevitavelmente por alimentar o preconceito até contaminar a sociedade portuguesa tornando-o um problema social. Estará então cumprida a profecia.

Dúvidas (272) - Algum dos 13 portugueses assassinados pelas FP25 entre 1980 e 1987 vai ter uma rua com o seu nome?


«A Câmara de Lisboa aprovou na quinta-feira, por unanimidade, uma proposta do BE para dar o nome da vereadora e ativista brasileira Marielle Franco, morta em 2018, a uma rua da capital portuguesa.»

27/07/2019

Porque não fiquei surpreendido, ainda outra vez? (9)

Alguém acredita que Kim alienará a sua nomenclatura político-militar subtraindo-lhe o armamento nuclear? Perguntei-me várias vezes: (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8)

A propósito dos dois mísseis provocatoriamente lançados na quarta-feira, lembrei-me de ter lido um interessante artigo sobre as «Non-working-level talks» (é este o título na versão impressa da Economist) entre Trump e Kim, que vai no mesmo sentido do que a este respeito tenho escrito, de onde respigo as seguintes passagens:

«Trump, em contraste, está sempre em busca de um triunfo na televisão. Ele não usa a vileza do Sr. Kim contra uma criatura que mandou matar o tio, o meio-irmão e muitos outros. Pelo contrário, depois de três reuniões, o déspota é um amigo firme. Nem o arsenal nuclear de Kim parece ser uma ameaça para o senhor Trump. Desde o primeiro encontro com o jovem ditador numa cimeira em Singapura há pouco mais de um ano, «desapareceu todo o perigo». Por artes mágicas.

Para os desmancha-prazeres, não apenas o Sr. Kim manteve o seu arsenal nuclear, como sossegadamente o expandiu desde então para talvez 60 ogivas. Apenas os testes de bombas nucleares e de mísseis de longo alcance foram interrompidos, por enquanto. Killjoy-in-chief é John Bolton, conselheiro de segurança nacional do Sr. Trump. Há muito tempo ele destaca a litania de promessas quebradas da Coréia do Norte. Apontou que não estava ao lado de seu chefe em Panmunjom, mas a mais de 1.600 quilômetros de distância, em importantes negócios na Mongólia. (...)

Parece improvável que o Sr. Trump tenha a fé cega que ele às vezes professa na sinceridade do Sr. Kim. (...) 

(...) Um boato que circula em Washington sugere que Trump concordará em suspender as sanções em troca de um mero congelamento do programa nuclear da Coréia do Norte, sem abrir mão das bombas que já produziu. Autoridades americanas negaram veementemente tal perspectiva. Houve indícios, no entanto, de que os Estados Unidos poderiam aceitar um acordo escalonado, no qual gradualmente se aproximaria da Coréia do Norte em troca de uma série de pequenas concessões, em vez de um acordo único de desarmamento completo para alívio generalizado. das sanções.

Tal gradualismo não funcionou com a Coreia do Norte no passado

Como já escrevi algumas vezes, nada disto constitui um insucesso para um Trump que não visa a paz no mundo ou qualquer outro desígnio grandioso, nem mesmo alcançar um resultado concreto. O que está em causa é o processo trumpiano, um processo em que os meios são tudo e os fins são pouca coisa. Não é impossível que o resultado final seja positivo, mas será um resultado aleatório. Acrescento que não visando um resultado concreto, há pelo menos para já uma unitended consequence das iniciativas de Trump: transformar Kim de assassino e ditador inconfiável num estadista.

Dúvidas (271) - Também podemos chamar neocomunistas aos admiradores do socialismo soviético?


Supondo que faz sentido chamar neonazi a alguém porque o Estado Nazi se decompôs há 74 anos, como o Estado Soviético também se decompôs 44 anos depois, se fosse um encontro promovido pelo Sr. Jerónimo com os comunistas europeus (se ainda houvesse alguns fora deste nosso rectangulozinho) o Expresso faria o título «Neocomunistas europeus reúnem-se em Lisboa»?

26/07/2019

DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (87) - Diferentes mas iguais

Outras preces

«Quero dizer, no entanto, que Marcelo é e nunca deixou de ser um produto intelectual do Estado Novo, que por muito que se entusiasme com “o povo” e aprecie o “contacto” com “as pessoas”, desconfia instintivamente delas, ao mesmo tempo que sendo um político que não fez nem faz outra coisa para além das intrigas de corredor e gabinete de uma “classe política” obcecada com a “politiquice”, desconfia instintivamente dessa “classe política”, da sua tendência natural para essa “politiquice”, e da incapacidade do “povo” para não ser enganado pelas artimanhas da dita “classe”.

E como poderia ser de outra maneira? Como poderia Marcelo não desconfiar dos “políticos” e do “povo” que os observa, quando todos os dias se olha ao espelho, e todos os dias vê nas sondagens a sua estratosférica popularidade? Como poderia Marcelo não desconfiar das “pessoas” e de uma “classe política” que as “manipula” em prol das suas ambições pessoais, quando sabe que ele próprio manipula “as pessoas” em prol das suas ambições pessoais, e vê “as pessoas” deixarem-se levar pelo seu engodo?

Como poderia Marcelo não desconfiar da possibilidade de “os políticos” sacrificarem políticas potencialmente eficazes em detrimento da sua popularidade, quando o próprio Marcelo sacrifica a defesa da normal alternativa democrática em detrimento da sua popularidade? No fundo, a falta de apreço de Marcelo por essa normal alternativa democrática é também um sintoma de uma enorme falta de apreço por si próprio. Não admira que sinta uma tão grande necessidade de aprovação popular

Excerto de «O Presidente e os consensos», Bruno Alves no Jornal Económico

Por falar em consenso, em tempos definimos-lo assim no Glossário:

Consenso (politiquês)

Um acordo virtual, sobre matérias que não se sabe exactamente quais são, mas sobre as quais se suspeita existirem opiniões muito diferentes, que nenhuma das partes está muito interessada em conhecer. Durante o processo de procura do consenso todos se sentem obrigados a fingir boa vontade para chegar a resultados práticos que, em definitivo, ninguém quer chegar.

Há dois desfechos possíveis para o consenso: o positivo e o negativo (em rigor equivalem-se nos efeitos finais). No consenso positivo concorda-se com «grandes princípios», o que entre gente sem princípios não significa o que significa. No consenso negativo concorda-se que não se concorda, por a outra parte estar de má fé como se demonstrou durante o processo negocial (quem está de má fé é afinal o único ponto insusceptível de consenso).

25/07/2019

ACREDITE SE QUISER: Não, não é pelo que parece que é


O que trouxe esta notícia até ao Acredite se quiser não foi a aula de código da estrada para a condução de carroças, foi um jornal progressista como o Público ter-se referido aos roma como ciganos, designação que como se sabe tem uma conotação negativa, por exemplo «o gajo é um cigano». Ou, na sabedoria popular, como «um olho no burro e outro no cigano», «à conta dos ciganos, todos furtamos», «roubam os ciganos. mas comem os aldeanos» ou «arrenego do judeu e do burguês, e o homem de Cavês, mas vem o Vilarês, que é o pior dos três e do cigano no seu contrato é o pior dos quatro».

What it takes to the whatever it takes?

Com o «whatever it takes» de Mario Draghi há seis anos e as medidas que se seguiram como as TLTRO (operações de financiamento de médio longo prazo), as reduções sucessivas da taxa directora e o programa de aquisição de ABS (asset backed securities) emitidos por empresas privadas não financeiras e um programa de compra de covered bonds emitidas por entidades financeiras, o BCE salvou o Euro da desintegração

Foi uma medida equivalente à de um médico administrar uma dose de morfina a um paciente com fracturas múltiplas que caiu de um quinto andar. Passados seis anos, a continuação dessas medidas equivale ao paciente continuar a receber a sua injecção diária sem a qual já não consegue viver.

Não será por acaso que, com excepção da Irlanda e de Malta, por razões muito particulares, os países que mais cresceram nos últimos 10 anos estão todos fora da Zona Euro. No caso de Portugal, com uma taxa de poupança que é um terço da média da Zona Euro, taxas de juro próximas de zero são um incentivo irresistível a manter um dos mais elevados endividamentos públicos e privados da União Europeia e do mundo.

Não admira por isso que uma das boas novas regularmente anunciadas seja a dos leilões de dívida pública a taxas baixas, o que funciona como uma espécie de garantia de que tudo continuará na mesma. As consequências a longo prazo são bem conhecidas. Basta olhar para os últimos trinta anos com um crescimento anémico que nos deixa mais pobres em termos relativos e um endividamento cada vez mais pesado.

[Para aprofundar o tema: leiam-se os posts «Too big to fail» - another financial volcanic eruption in the making (1) e (2) e «Da próxima vez também não vai ser diferente» e a série« QUEM SÓ TEM UM MARTELO VÊ TODOS OS PROBLEMAS COMO PREGOS: O alívio quantitativo aliviará?»]

Adenda: escrito a propósito da anunciada conferência de imprensa do BCE onde o pior que podia acontecer seria Draghi anunciar mais do mesmo. Agora que terminou, sabemos que aconteceu isso mesmo, mais do mesmo: uma provável descida dos juros e um novo programa de compra de ativos. Veja-se o vídeo da conferência.

24/07/2019

Curtas e grossas (52) - O argumento definitivo contra o nacionalismo como doutrina

«Uma pessoa percebe os erros do nacionalismo quando se vê obrigada a partilhar a nacionalidade com o ministro Eduardo Cabrita»

Helena Matos no Blasfémias

Evidentemente que o argumento é igualmente válido quando se substitui o nome da criatura pelo do seu chefe ou qualquer outro nome da grande família dos dirigentes socialistas,

DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (21) - Até na Lua?

Outros portugueses no topo do mundo.

Segundo a lenda, os remates da bandeira americana deixada na Lua por Buzz Aldrin, fabricada por Annin & Co, uma empresa de New Jersey, foram feitos por Isilda Ribeiro, uma portuguesa de Vagos.

A lenda não é confirmada pela NASA que diz que a bandeira foi comprada à pressa numa loja em Houston, mas que sabe a NASA de lendas para nos ensinar, a nós cidadãos do Quinto Império?

23/07/2019

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: A ameaça de colonização do Estado pela geringonça

«A geringonça fez-se para manter e reforçar o poder dos seus parceiros no Estado, e do Estado na sociedade, e, por isso, para impedir quaisquer “reformas estruturais” que pusessem em causa esse poder.

É o que os parceiros da maioria têm feito e que têm razão para continuar a fazer. Sobretudo se finalmente ganharem umas eleições, como não ganharam em 2015, e a sua maioria for graduada em “maioria de revisão constitucional” (isto é, dois terços da Assembleia da República). Talvez não restaurem o Conselho da Revolução, mas a dimensão de uma vitória dessas será, só por si, pressão suficiente para irem mais longe, quer na colonização do Estado pelos seus agentes e ideologias, quer na colonização da sociedade pelo Estado. É por exemplo possível que uma geringonça reforçada aproveite eventuais substituições de juízes no Tribunal Constitucional para, como Trump está a fazer nos EUA, garantir que, perdida um dia a maioria parlamentar, continuará a dispor de uma maioria togada para bloquear reformas. Teremos então geringonça por muitos mais anos.»

Excerto de «Mais quatro anos de geringonça?», Rui Ramos no Observador

O eleitorado prefere o socialismo do PS à imitação do PS-D de Rio e do CD-S de Cristas (2) - Pior é difícil

É só a confirmação disto.

Jornal de Notícias

Os resultados confirmam o que se suspeitava. Os fracassos de Rio, sem ideias próprias, sem programa, colando-se a Costa, e de Cristas, com as suas derivas oportunistas, miudezas light e imagem modernista nos costumes, mostram que os eleitores preferem, apesar de tudo, as versões originais, no primeiro caso os socialistas e no segundo os berloquistas.

Pior é difícil. Portugal não precisa de um PSD como lóbi socialista alternativo para fazer a mesma coisa com outra gente que não encontra lugar no PS por lhe faltar a pátina cóltural da esquerda.

22/07/2019

Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País (197)

Outras avarias da geringonça e do país.

Paz social

Depois da pacificação muito celebrada atribuída aos dotes do ministro Pedro Nuno Santos, os motoristas de matérias perigosas voltaram a anunciar uma greve a partir de 12 da Agosto. Desta vez a coisa foi entregue ao secretário de Estado da Energia, João Galamba que confessou, quando ascendeu ao governo, com um grande sentido de humor involuntário, «como pessoa de esquerda encontro na área da energia o sonho de qualquer esquerdista».

Podemos pois dormir tranquilos e aguardar com serenidade. A criatura declarou peremptoriamente que estava «a criar as condições para, se necessário, montar um sistema logístico alternativo de distribuição de combustíveis».

Boa nova

Com o fim da legislatura e aproximação das eleições, o anúncio de boas notícias intensificou-se culminando na apresentação do programa eleitoral do PS que é por definição o lugar geométrico dos pontos dos amanhãs que cantarão espraiados por 140 densas páginas. Passemos em revista alguns deles.

Aumentará o investimento público (56%), aumentarão os salários da freguesia eleitoral, diminuirão os impostos da classe média e das PME (uma tentativa de adicionar à freguesia eleitoral alguns contribuintes e pequenos empresários crédulos e distraídos), consultas aos sábados nos centros de saúde (o que deu um mega-título de primeira página no semanário de reverência), vale para a compra de óculos até aos 18 anos (prescritos numa consulta do SNS que terá lugar muitos meses ou anos depois...), cheque dentista para as crianças entre 2 e os 6 anos (se for no SNS, quando chegar a vez da consulta já lhe caíram os dentes às criancinhas), expandir os metropolitanos e comprar material circulante com fartura, luta sem tréguas contra a corrupção (o «princípio dos quatros olhos» é para ser aplicado a dois pares de olhos de familiares?), introdução de círculos uninominais (já estava no programa anterior e foi deixado cair por causa de geringonça, possivelmente vai ter o mesmo destino).

Pro memoria (395) – Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades (ainda outra vez). Trump, uma espécie de Obama louro?

«OMC dá razão à China na queixa contra taxas impostas por Obama» é o título do Público para noticiar a «decisão do tribunal comercial internacional (que) pode aumentar tom das críticas dos EUA ao modo de funcionamento da Organização Mundial do Comércio.»

«Taxas impostas por Obama»? Pergunto-me se não será engano? Não estarão a falar de Trump?

Ocasionalmente, ao procurar confirmar se não seria engano (não é, porque a disputa remonta a 2012), deparei-me com o título «Obama Asks for $3.7 Billion to Aid Border», desta vez do New York Times, onde se relata que «President Obama urged Congress on Tuesday to quickly provide almost $4 billion to confront a surge of young migrants from Central America crossing the border into Texas, calling it “an urgent humanitarian situation. (...) The president said he needed the money to set up new detention facilities, conduct more aerial surveillance and hire immigration judges and Border Patrol agents to respond to the flood of 52,000 children.»

«To set up new detention facilities» Pergunto-me se não será engano? Não estarão a falar de Trump? Não, não estavam, porque o título tem cinco anos.

Por falar em problemas de fronteira e imigração, o Secure Fence Act de 2006, da iniciativa da administração Bush, que financiou com USD 1,4 mil milhões a construção de mais de 1.000 km de muro na fronteira sul dos EU, teve votos a favor de Barack Obama e Hillary Clinton, na altura senadores do Illinois e de Nova Iorque, respectivamente.

21/07/2019

CASE STUDY: Um imenso Portugal (52) - Bolsonaro foi eleito pela corrupção extrema do pêtismo

[Outros imensos Portugais]

«O ex-ministro Antonio Palocci afirmou, em acordo de delação premiada homologado pela Justiça, que alguns dos principais bancos do país fizeram doações eleitorais que somam R$ 50 milhões a campanhas do PT em troca de favorecimentos nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Em trechos de sua delação obtidos pelo GLOBO, Palocci citou casos envolvendo Bradesco, Safra, BTG Pactual, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. O interesse das instituições, de acordo com o ex-ministro, ia de informações privilegiadas sobre mudanças na taxa básica de juros, a Selic, até a busca por apoio do governo na defesa de interesses das instituições e seus acionistas.» (O Globo)

20/07/2019

CASE STUDY: Trumpologia (48) - Podem queixar-se deles próprios

Mais trumpologia.

«Our analysis of polls and election results suggests that President Trump’s Electoral College advantage may be even larger than it was in 2016» concluiu o New York Times.

A infelicidade que é para os americanos terem um narcisista demagogo como presidente, com um provável segundo mandato à vista, deve-se menos aos seus admiradores do que aos seus detractores que inspirando repugnância àqueles a quem Hillary Clinton chamava deplorables inspiram complacência em relação ao Donaldo. O próprio NYT para isso contribui com as suas constantes notícias e duas ou três newletters diárias obsessivamente focadas no Donaldo, verdadeiros exercícios de double-standards.

Os quereres do berloquismo


Li com pasmo este inventário de Helena Matos dos 15 quereres do Berloque de Esquerda, só este mês e até hoje, que vão desde o «alargar dispensa de três horas para levar filhos à escola ao privado» até ao «englobar rendimentos prediais e de capitais no IRS».

É o esquerdismo não já como «doença infantil do comunismo» mas como doença senil do socialismo, com a actualização da palavra de ordem no PREC dos pais e tios dos actuais berloquistas de «os ricos que paguem a crise» para «os contribuintes que paguem a festa».

19/07/2019

Primeiro cria-se o problema, depois arranjam-se soluções que criam outros problemas e assim sucessivamente



«O Ministério da Educação lançou hoje uma campanha para sensibilizar pais, alunos, professores e diretores escolares a adotar medidas que reduzam o peso excessivo das mochilas, como o uso partilhado dos manuais de forma rotativa.»

Primeiro, adoptam-se mais de mil manuais para o ensino básico e secundário, muitos deles redundantes e uma boa parte inútil que nem sequer é usada pelos alunos - perguntem aos vossos filhos e aos dos vossos amigos.

De seguida, obrigam-se os alunos a carregarem os manuais todos os dias para a escola.

Depois, os alunos queixam-se aos pais, que se queixam aos professores, que se queixam aos apparatchiks do ME pelo peso excessivo nas costas dos alunos.

Para "resolver" o problema juntam-se umas dúzias de apparatchiks do ME para parirem a «campanha “Mochila Leve” com 22 medidas de planificação, gestão do material escolar e iniciativas que envolvem os encarregados de educação e quem trabalha nas escolas

Inicia-se assim um novo ciclo que vai complicar tudo e, dentro de algum tempo, juntam-se outras dúzias de apparatchiks para parirem mais medidas para resolver o problema criado pelas anteriores, problema que até pode ser nenhum se, como é provável, a campanha “Mochila Leve” não produzir quaisquer resultados.

18/07/2019

CASE STUDY: Trumpologia (47) - O que sabem 137 democratas que os outros não sabem?

Mais trumpologia.

Na última contagem eram duas dúzias de candidatos democratas a competirem para disputarem a presidência ao Donaldo.

A complicar as coisas para os democratas, ontem quarta-feira, a Câmara de Representantes reprovou uma tentativa de impeachment de Trump pelas suas declarações que a Câmara condenou como racistas, acusando-o de ter ridicularizado e desacreditado a administração. Os representantes democratas dividiram-se na votação e só 95 aprovaram a moção que foi reprovada por 137. (NYT)

Encalhados numa ruga do contínuo espaço-tempo (88) - A queda anunciada de um esquerdista senil às mãos do seu lugar-tenente


«We’ll have a new prime minister next week, but who will he be up against? Maybe not Jeremy Corbyn, says Isabel Hardman: the plot to depose the Labour leader is stepping up because Tom Watson, his deputy, has hatched a plan. Watson would like to build a centrist answer to Momentum, the Corbynite campaign group, and his aim is to harangue Corbyn until he quits.» (Spectator)

17/07/2019

LA DONNA E UN ANIMALE STRAVAGANTE: A polícia dos costumes já chegou aos talhos

Segundo o Movimento Democrático de Mulheres, o anúncio seguinte «ajuda a manter estereótipos de género, a disseminar e a naturalizar o desrespeito pelas mulheres enquanto seres humanos, desrespeito esse que incita à submissão, ao escárnio e à própria violência contra as mulheres.» (Público)


Pelo contrário, a imagem seguinte da campanha da marca Suistudio em 2017 da holandesa Suitsupply ajuda a combater os estereótipos de género, a disseminar e a naturalizar o respeito pelas mulheres enquanto seres humanos.

Quem disse que os africanos não fazem parte da Cristandade?

«O grande erro de MF Bonifácio (pessoa que, sublinho, abomino e de quem repudio tudo o que escreve, seja artigos académicos, crónicas nos jornais ou recados para a mãe) foi não ser de esquerda. O segundo, foi ter sido factualmente incorrecta e logo desmentida pela realidade. Bonifácio (que, lembro, esconjuro e decreto que lhe salguem o útero, para que não nasçam Bonifacinhos racistas) disse que os africanos não fazem parte da Cristandade e, passados dois dias, Mamadou Ba veio contradizê-la ao demonstrar que está perfeitamente integrado na cultura desse momento-chave da Cristandade que é a Inquisição. O nosso Torquemada dos Trópicos apareceu logo a exigir o respectivo auto-de-fé.»

José Diogo Quintela repôs aqui a verdade história deturpada por Fátima Bonifácio.

16/07/2019

Mais tarde ou mais cedo, as profecias do (Im)pertinências realizam-se



Ainda não chegámos lá mas estamos a caminho da minha profecia de há três anos:
Um dia chegará em que veremos um filme de James Bond dirigido por uma lésbica muçulmana, protagonizado por um James transexual do Soweto, um gay asiático como Bond girl e uma gueisha bissexual como Dr. No. E, para equilibrar as coisas, teremos na ópera um baixo maori a interpretar a Cio-cio-san da Madama Butterfly e um índio navajo no papel de Mr Pinkerton.
E, por falar em profecias, profetizo que dentro de uma década ou duas, o homem branco heterossexual será considerado uma espécie de género ameaçada pela International Union for Conservation of Nature (IUCN) e viverá em zonas protegidas para impedir a sua caça pelos outros 70 géneros.

Um amigo enviou-me há dias uma mensagem:
«Quando nasci era proibido ser gay. Depois passou a ser tolerado, desde que às escondidas... antes de ser aceite publicamente. Rapidamente se transformou num orgulho. Espero morrer antes que se torne obrigatório.»
Perguntei-lhe se estava com alguma doença grave.

Mitos (291) - Diferenças salariais entre homens e mulheres (7) - «Quem acha que as mulheres devem ganhar mais, deve sintonizar sempre que pode a televisão para ver os jogos femininos»

Outros mitos: (1), (2), (3), (4), (5) e (6)

Este é um dos temas que mais se presta à demagogia e desonestidade intelectual que alimentam as ondas de indignação propagadas pelas redes sociais nas mentes fracas e pouco propensas à racionalidade. O texto que se segue é um exemplo, infelizmente raro, de uma abordagem séria do tema do equal pay no futebol.

«A liga inglesa de futebol partilha os direitos televisivos entre clubes, o que leva a que mesmo clubes do fundo da tabela possam vir comprar os melhores jogadores do Benfica ou do Porto. Podemos achar que isto é justo (ou não) da mesma forma que achamos que os portugueses ricos devem pagar muitos impostos (embora sejam mais pobres do que os ricos ingleses que pagam menos impostos) e os portugueses pobres receber subsídios. Mas ninguém de bom senso acha que a redistribuição fiscal deve ser tão intensa que ponha todos a ganhar o mesmo em Portugal depois de impostos.
Olhando antes para a fonte da discrepância salarial, ela está nos direitos televisivos. A imprensa britânica fez grande eco das audiências televisivas recorde neste campeonato do mundo. Quando a Inglaterra jogou contra os EUA na meia-final há dez dias, teve 11,7 milhões de espectadores, quando a final da Liga dos Campeões entre Liverpool e Tottenham só teve 11,3 milhões de espectadores. No entanto, novamente está-se a comparar bananas com maçãs. A comparação deve ser com a meia-final que a seleção inglesa jogou contra a Croácia há 12 meses no campeonato do mundo masculino. Esse jogo foi visto em média por 24,2 milhões de telespectadores.

15/07/2019

Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País (196)

Outras avarias da geringonça e do país.

A minha renda é mais acessível do que a tua

Fernando Medina, o sucessor de Costa na câmara de Lisboa e presumível sucessor na liderança do PS, e Pedro Nuno Santos, líder da tendência pedronunista, ministro da Habitação e também candidato à sucessão em concorrência com Medina, iniciaram a disputa usando como ersatz os programas de renda acessível que ambos estão a promover, o primeiro para a cidade de Lisboa e o segundo para o país. É um poucochinho ridículo, mas cada um tem os sucessores que merece.

A família socialista tem imenso jeito para o negócio

André Matias de Almeida, irmão de Bruno Matias de Almeida, adjunto do secretário de Estado da Economia, nomeado pelo ex-secretário de Estado da Indústria João Vasconcelos para vários cargos dirigentes em fundos de apoio a empresas, foi agora empossado como porta-voz da Antran, a associação dos transportadores. (Fonte: Sol) Business as usual.

SERVIÇO PÚBLICO: Ele e os outros não viram, não ouviram, não sabiam de nada

«O Costa não tem 'tomates' para isso.» «Ele é um merdas.» (*)
«António Costa não achou estranho o licenciamento do Freeport? Nem teve um momento de perplexidade perante o processo de licenciatura de José Sócrates? Nunca lhe causou surpresa o estilo de vida do primeiro-ministro? A intervenção na TVI? A CGD? O BCP? A PT?… Nada. Nadinha. (...)

Mas o problema das declarações de António Costa não se esgota nesta inverosimilhança, aparentemente grosseira. Na verdade, para lá desta revelação quase anedótica sobre o que não percebeu, António Costa tenta habilmente passar a ideia de que os factos só foram conhecidos num depois que não se sabe ao certo quando aconteceu mas que há-de ter sido “depois”. Só que não foi depois. Foi “durante”, pois praticamente desde que José Sócrates se tornou primeiro-ministro que começaram a vir a público notícias que levantavam muitas dúvidas sobre a sua maneira de proceder.
Ao contrário do que declarou António Costa, os socialistas não só conheciam essas revelações como atacavam quem as fazia. Eram os tempos da “devassa”. Os diplomas de curso de Sócrates e as suas fichas na AR apresentavam várias incongruências? O que é que isso interessava? Era uma devassa. Como era possível José Sócrates manter aquele nível de vida? Lá vinha a devassa. O unanimismo soviético que os socialistas garantiam a Sócrates permitiu-lhe fazer o que quis

«PS, o partido com défice de atenção», Helena Matos no Observador

(*) José Sócrates nas escutas da Operação Marquês citadas pelo jornal SOL há dois anos.

14/07/2019

No estado da Nação o que é bom não se deve a Costa e o que se deve a Costa não é bom

Afinal qual é o estado da Nação? Segundo o Dr. Costa é um estado bom, segundo a oposição é um estado mau. Segundo comunistas e berloquistas, o estado da Nação tem dois estados: o estado bom que é sua obra e, vá lá, do pedronunismo (a parte boa do PS) e o estado mau, obra de Costa.

Segundo a imprensa do regime, o estado da Nação tem partes boas e, no caso da imprensa dita séria, aqui representada pelo semanário de reverência, tem parte menos boas. Para dar exemplos de partes boas, o emprego aumentou 318 mil e o desemprego caiu de 12,4% para 7,0%. O contributo do Dr. Costa para o primeiro foi "apenas" um aumento de 24 mil no número já pantagruélico de servidores do Estado, como lhes chamavam no antigo regime. Para o segundo, o contributo foi nenhum, visto que nunca existiu desemprego porque os servidores do Estado têm emprego vitalício. Outra parte boa citada foi o aumento das exportações que em percentagem do PIB passou de 40,4% para 43,6%. É um poucochinho exagerado atribuir ao Dr. Costa o aumento das exportações (aumento que de resto está a transformar-se em redução percentual...) porque a única coisa que o Dr. Costa tentou exportar, sem sucesso, foi a geringonça.

Ocorre-me, pois, a conhecida anedota do doutorando que plagiou a tese e a quem um dos arguentes disse «a sua tese tem parte boas que não são originais e partes originais que não são boas».

13/07/2019

Não sendo derrotado pela direita, será o PS de Costa derrotado pela realidade?

«A própria dinâmica cíclica do sistema de partidos faz com que o PS nunca consiga estar no poder mais de seis anos. Ou seja, o PS cumpre um mandato, onde destrói as potencialidades deixadas pelos governos de centro-direita anteriores, e depois, porque tem sempre o mesmo modelo de crescimento baseado na venda de ativos, crescimento pelo aumento da despesa pública e consumo privado, o que inevitavelmente leva ao desequilíbrio da balança comercial - e o mesmo padrão ético - captura do Estado com esquemas de rent-seeking e de corrupção - acaba por não cumprir o segundo mandato. Aconteceu isso como António Guterres e com José Sócrates e certamente, irá acontecer com António Costa: os socialistas dificilmente irão cumprir o próximo mandato até ao fim, mais uma vez.»

Excerto de «A sina socialista de não acabar o segundo mandato». Rui Teixeira Santos no jornal SOL

É bem provável. No caso de dúvida, recomenda-se a leitura das Crónicas da avaria que a geringonça está a infligir ao País que já vão no seu número 195, crónicas em que cada exemplar é um número e cada número é um exemplar - dito assim em homenagem ao Pif Paf de Millôr Fernandes em que «cada exemplar é um número e cada número é exemplar».

O eleitorado prefere o socialismo do PS à imitação do PS-D de Rio e do CD-S de Cristas

Sondagem Expresso/SIC
Sendo certo que as sondagens publicadas pelo Expresso têm uma merecida tradição de serem sondagens amigas (como as notícias, naturalmente) a diferença é tão grande que se torna patente que a oposição continua na situação de Zugzwang em que Costa a deixou.

12/07/2019

A patrulha berloquista dos costumes pretende recriar o delito de opinião

A historiadora Fátima Bonifácio escreveu no Público um artigo de opinião contra as quotas para as minorias raciais. Pode concordar-se ou discordar-se da sua tese e/ou dos argumentos com que a fundamenta. Concordo com a tese, não pelas razões que Fátima Bonifácio refere, as quais, aliás, me parecem disparatadas, e sem atenuantes vindas de uma historiadora.

Pode concordar-se ou discordar-se. O que não se pode, numa sociedade democrática e aberta, é criminalizar-se opiniões, como a SOS Racismo pretende, ao reclamar a punição de Fátima Bonifácio pelo seu artigo, apresentando uma queixa-crime ao abrigo do artigo 240.º do Código Penal, o qual sujeita a uma pena de prisão de um a oito anos quem:

«fundar ou constituir organização ou desenvolver atividades de propaganda organizada que incitem à discriminação, ao ódio ou à violência contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, ... ou participar na organização ou (nessas) actividades ...»

«publicamente, por qualquer meio destinado a divulgação (...) provocar atos de violência (...) difamar ou injuriar (...) ou ameaçar Difamar ou injuriar (...) ou incitar à violência ou ao ódio contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional (...)»


Que a SOS Racismo, uma organização semi-clandestina servindo o agitprop do Bloco de Esquerda usando temas raciais, se proponha pedir a prisão de Fátima Bonifácio pelas suas opiniões, fazendo-as equivaler às referidas actividades criminosas, não nos diz muito sobre essas opiniões. Diz-nos imenso sobre essa organização e os seus promotores que convivem mal com a liberdade de opinião e denunciam assim a sua génese ideológica inspirada no marxismo-leninismo e nas suas variantes trotskistas, estalinistas, maoístas, correntes que, após o colapso do império soviético e a conversão do comunismo chinês ao capitalismo de Estado, se viram obrigadas a camuflar-se sob a capa do politicamente correcto.

11/07/2019

ARTIGO DEFUNTO: A Boa Nova anunciada pelo Público, fazendo o papel do Diário da Manhã do regime sucialista


Como seria de esperar, a Boa Nova anunciada é hipotética e para o futuro: «admite» e «quer», o «avança com a obra» é «vai avançar com um concurso para iniciar as obras» e os cinco aviões são para começar a entregar (e a pagar) ... a partir de 2023 até 2027.

Especulação impertinente: a primeira página com a ministra com pior imagem no governo é um serviço à facção pedronunista para ajudar a limpar a folha da criatura com vista ao próximo governo.

Diário da Manhã foi o diário fundado em 1931 e fechado em 1971, considerado o porta-voz do falecido regime. Por extensão, um diário da manhã é um jornal publicado todos os dias (ou quase) de manhã, que se pode considerar um dos porta-voz do regime moribundo que substituiu o falecido.

10/07/2019

DIÁLOGOS DE PLUTÃO: Só há duas bóias e uma não está a funcionar

O Dr. Costa, o Doutor Centeno e o governo socialista em geral são militantes ambientais preocupadíssimos com o aquecimento global e em particular com a subida da temperatura do mar.

Por isso, quando o meteorologista Bruno Café disse ao Jornal i que «no domingo, o IPMA registou ao longo de todo o dia uma temperatura que rondava os 19 graus, valor que “costuma ser mais baixo”», as luzes vermelhas nas consolas dos ministros acenderam todas e a sirene de alarme tocou a reunir.

- É geral em toda a costa? perguntou o Dr. Costa ao director do IPMA. 
- Isso não sabemos senhor primeiro-ministro. Só temos a temperatura de uma bóia, explicou o director.
- Como não sabem? perguntou Costa ao aflito director do IPMA. E voltando-se para o líder da tendência pedronunista e putativo futuro secretário-geral, perguntou irritado
- Ó camarada Pedro, sabes alguma coisa disto?
- Ó camarada presidente, isso é com a Ana Paula?
- Qual Ana Paula, pá?
- A ministra do Mar, quem haveria de ser?
- Ah! OK, a mulher do Eduardo. Chamem-na lá. 
- Ó Tó, ela está fora, ao largo, responde o ministro marido.
- E tu sabes o que se passa?, pergunta o Tó, 
- Claro! Ó pá, o que a Ana Paula me disse foi que só há duas bóias, uma está avariada e o Mário cativou a verba.
- OK, pronto, não há nada a fazer, vamos passar à frente, isto é um act of God como dizia o Tony Blair.

SERVIÇO PÚBLICO: A luta de raças é a nova luta de classes do berloquismo

«A esquerda radical confunde as duas coisas, para melhor esconder que quer praticar uma delas. Tal como sempre precisou de fascistas, precisa agora de racistas. Precisou de fascistas, porque se toda a gente que não pensa como Catarina Martins for fascista, está legitimado o uso da força para perseguir e calar quem não pensa como Catarina Martins. E precisa agora de racistas, porque só havendo muitos racistas é que pode justificar o sórdido projecto com que substituiu a “luta de classes”: usar cinicamente as migrações para segmentar as sociedades ocidentais em “raças” mutuamente hostis.  A pretexto da causa da “integração” e da denúncia do “racismo”, o objectivo desta esquerda que trocou Marx por Fanon é tentar reduzir certas pessoas a membros de “minorias”, e estas “minorias” a meros colectivos identitários de “vítimas”, dependentes do Estado e controlados por demagogos.»

Excerto de «A máquina de inventar racistas», Rui Ramos no Observador

09/07/2019

E quando se pensava que já tinha sido atingido o supremo descaramento, Costa volta a superar-se

Expresso
«Prosseguir a diminuição de impostos»?

Clicar para ver a carga fiscal em todo o seu esplendor (Jornal Económico)

Melhorar os serviços públicos? Serviços públicos descapitalizados, SNS sem capacidade de resposta, transportes públicos em decomposição, filas e tempos de espera intermináveis para renovar documentos, etc.

É verdade! O DDT não corrompeu ninguém. Eles já estavam todos corrompidos

«Já disse várias vezes que nunca corrompi ninguém» disse ontem no tribunal, uma vez mais, Ricardo Salgado, o antigo presidente do GES, também conhecido como Dono Disto Tudo, a respeito do seu papel na trama investigada na Operação Marquês.

CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: De como o melhor que pode acontecer ao paraíso prometido aos gregos pelo Syriza é ser um purgatório (LXVII) - Relembrando a visita de estudo de Costa

Outros purgatórios a caminho dos infernos.

A propósito da derrota do Syriza nas eleições do fim de semana passado, relembrando os tempos em que a «vitória do Syriza (era) um sinal de mudança que dá força para seguir a mesma linha».

Tradução do pensamento do Alexis: Porquê me fará este gajo lembrar o Papandreou?
Fica por esclarecer qual o sinal de mudança que dá a derrota do Syriza.

Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País (195)

Outras avarias da geringonça e do país.

A família socialista tem imenso jeito para o negócio

Quem sai aos seus não degenera, diz o ditado popular, e exemplifica o jovem Pedro Costa, filho do pai Costa, primeiro-ministro, que na qualidade de membro de junta de freguesia contratou três amigos como assessores para verificarem «no terreno a limpeza das ruas». Um deles, licenciado em Cultura e Comunicação, ganhou 15 mil euros num ano o que não está mal para contar os cocós de cães em Campo de Ourique, ainda que uma licenciatura em matemática fosse mais adequada.

As dívidas não são para se pagar, foi isto que ele aprendeu

Tudo o que sobe, desce, costuma dizer-se. E é frequentemente assim, sobretudo nas bolsas. Porém, o aforismo não parece aplicável à pantagruélica dívida pública portuguesa. Depois de cinco meses a crescer, atingiu em Abril um novo máximo de 252,5 mil milhões de euros, qualquer coisa como duas vezes e meia a dívida pública do início de 2005, quando José Sócrates iniciou a sua missão de levar o país à bancarrota.

O Estado sucial é um caloteiro

Não obstante o endividamento crescente, os pagamentos em atraso superior a 90 dias aos fornecedores do SNS voltaram a crescer 100 milhões em Abril atingindo 626,5 milhões.

07/07/2019

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Eles são ateus mas acreditam no seu direito divino ao poder

«As esquerdas olham para a democracia de um modo muito particular, sobretudo quando não ganham eleições. Para eles, o socialismo tem um valor muito superior à democracia. A maioria dos socialistas não entende a democracia como uma competição entre forças políticas diferentes mas com a mesma legitimidade. A democracia é apenas uma forma de chegar ao poder com o apoio do povo. Se não tiverem esse apoio, tentem chegar ao poder com outros argumentos. Sabem porquê? Porque é bom para o povo, o pobre do povo é que ainda não entendeu. É isso mesmo que os socialistas pensam

Excerto de «A esquerda tem um entendimento curioso da democracia», João Marques de Almeida no Observador

06/07/2019

Dúvidas (270) - Porque fogem os refugiados de Portugal e fazem fila para entrar no Império do Mal?

Como explicar que sendo Portugal habitado pelos melhores dos melhores, governado por socialistas no pós-austeridade, com um presidente que distribui beijinhos e abraços e faz selfies com metade da população, os poucos refugiados precisaram de ser pastoreados por ONG que os trazem até cá ao colo e ao fim de algum tempo metade deles fogem deste pequeno paraíso?

Em contraste, os Estados Unidos, uma sociedade racista, dominada pelo capitalismo selvagem e governada por um fascista louro, são procurados por milhões de sul-americanos, alguns deles provenientes de paraísos socialistas como a Guatemala, El Salvador, a Venezuela ou a Nicarágua, que fazem longas marchas de milhares de quilómetros, correm riscos para atravessar a fronteira, protegida por milhares de quilómetros de muros, alguns deles morrem,  proporcionando fotografias com que a pornografia do jornalismo de causas ilustra primeiras páginas. E os que conseguem entrar são internados em campos de concentração pelas forças policiais ao serviço do fascista louro e as famílias são separadas, proporcionando mais fotografias comoventes com que o jornalismo de causas ilustra primeiras páginas quando faltam fotografia dos mortos. Pelo menos é esta a versão com que um alienígena chegado de uma galáxia distante seria confrontado ao ler o jornalismo de causas nacional e internacional.

05/07/2019

A fábula do crescimento ou os perigos da Felicidade Nacional Bruta

No post «A direita a que temos direito não tem ideias, tem elucubrações poéticas» dei umas pauladas simbólicas no toutiço de duas luminárias, o dirigente do PSD Pedro Duarte e a líder do CDS Assunção Cristas, pelos seus delírios a respeito da medida da felicidade em alternativa à medida da produção pelo PIB. Por distracção, nem falei do absurdo que é querer substituir a métrica de um fluxo (o PIB) pela métrica de um stock (a Felicidade).

Volto a este tema um pouco idiota, apenas para exemplificar o risco que mencionei de usar a «Felicidade Interna Bruta» para vigarizar as «contas». 

Desde 2011 até 2017 os números oficiais do governo indiano mostraram um crescimento anual ao redor dos 7%, ultrapassando a China como a grande economia que mais crescia. Arvind Subramaniam, durante vários anos o assessor económico principal do governo indiano, que já há dois anos tinha implicitamente sugerido que a contabilidade nacional tinha sido objecto de engenharia estatística por razões políticas (ofuscar a China) e económicas (atrair investimento estrangeiro), publicou recentemente um paper pela universidade de Harvard onde mostra que o crescimento não poderia ter ultrapassado os 4,5%. (Fonte: um artigo da Economist sugestivamente intitulado The Indian Growth Fable

Podemos imaginar o que teria feito Narandra Modi na corrida da «Felicidade Nacional Bruta» com Xi Jinping. 

04/07/2019

SERVIÇO PÚBLICO: "Vai haver um momento em que teremos de fazer escolhas"

«O que nos leva ao ponto mais difícil, àquele que teremos de enfrentar mais tarde ou mais cedo: sendo os recursos limitados (e ainda mais limitados num país como Portugal, onde o crescimento económico é anémico), vai haver um momento em que teremos de fazer escolhas. É aquele momento em que mesmo a maior onda de solidariedade não conseguirá manter vivo esse dogma de que “a saúde não tem preço” (e o Estado que pague). É o momento das escolhas

Excerto de «A história da Matilde é a história do nosso futuro», José Manuel Fernandes no Observador, uma das poucas coisas lúcidas que se escreveram sobre este caso

A maldição da tabuada (51) - E nós a pensarmos que um terço a menos são dois terços

«Portugueses pouparam um terço a menos do que na zona euro» titulou o Jornal Económico para explicar que «entre os portugueses, a poupança baixou ligeiramente para os 4,5% e em comparação com a taxa de poupança média da Zona Euro, o instituto de estatísticas europeu afirma que anda à volta de um terço.»

E mais grave do que a inumeracia, muito comum no jornalismo, é que, se menos um terço da taxa de poupança já seria um problema, menos dois terços é uma desgraça que nos vai arrastar outra vez para o resgate.

03/07/2019

DIÁRIO DE BORDO: A ministra alemã da Defesa e provável presidente da CE tem um exército em casa

Há dois anos publiquei um post sobre Ursula von der Leyen, a recém-proposta presidente da CE, post que agora republico com adenda.

Ursula von der Leyen, ministra alemã da Defesa e provável futura presidente da CE,
 o marido Heiko Echter,  professor de medicina, e os seus 7 filhos
O que pensarão de Ursula as tropas dos vários esquadrões do politicamente correcto?

É um exemplo raro de como as instâncias eurocratas podem acidentalmente por maus caminhos chegar a um desfecho aceitável na mercearia dos lugares. Ursula von der Leyen fará provavelmente uma muito melhor presidência da CE do que Frans Timmermans. É uma mulher competente que sucede a... Jean-Claude.

02/07/2019

LASCIATE OGNI SPERANZA, VOI CH'ENTRATE: Vamos todos fingir que o problema não existe? Sim, vamos (2)


De volta a um tema recorrente no (Im)pertinências, com posts semeados ao longo dos últimos 15 anos - por exemplo esteesteeste ou este mais recente -, desta vez a propósito dos protestos do mês passado na Holanda, cujos transportes públicos paralisaram com uma greve de 24 horas.

Protestos contra o corte previsto para Janeiro do próximo ano das pensões dos reformados - não, não são futuros reformados, são dos já reformados - e aumento da idade da reforma de 66 para 67 anos. Note-se que o sistema de segurança social holandês proporciona pensões em média de 2/3 do último salário, é considerado um dos mais generosos mas também um dos mais sustentáveis em todo o mundo.

A sustentabilidade do sistema holandês é garantida por fundos de pensões do segundo pilar (complementares do sistema público) cujos activos duplicaram nos últimos dez anos e atingem agora 1,4 biliões de euros, o equivalente a duas vezes o PIB holandês ou sete vezes o PIB português. Esses fundos que ainda são de benefício definido, ou seja garantem o pagamento de uma pensão fixa, a partir do próxima ano serão de contribuição definida e pagarão as pensões que resultarem dos seus rendimentos. (fonte: «Clock ticks louder as Netherlands’ pension crisis intensifies»)

Em contraponto, como o estudo sobre a Segurança Social da Fundação Francisco Manuel dos Santos tornou patente, a sustentabilidade do sistema de benefício definido da segurança social portuguesa está ameaçada. Os fundos privados têm um peso pouco significativo e o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, mesmo depois das vacas gordas dos últimos anos, não ultrapassa 18 mil milhões de euros o que é suficiente para pagar as pensões durante pouco mais de um ano. A isto o governo socialista responde no pasa nada e a reacção dos actuais ou, principalmente, dos futuros reformados inspira-se no álbum da Banda do Casaco «Hoje Há Conquilhas, amanhã não Sabemos» (nem queremos saber).

01/07/2019

Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País (194)

Outras avarias da geringonça e do país.

Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos

Segundo o grande princípio de Monsieur de La Palice, para crescer a economia precisa de aumentar a produção por trabalhador e/ou aumentar o número de trabalhadores.

As estimativas do BdP apontam para uma redução de 0,6% do VAB (valor acrescentado bruto) por trabalhador em 2018, continuando a tendência desde 2014.

Há dez anos havia 757 mil desempregados e hoje há 347 mil. Nessa altura população a empregada entre os 15 e os 74 anos era 4,8 milhões e hoje é exactamente a mesma. De onde: (1) em 10 anos saíram do mercado de trabalho 400 mil trabalhadores e (2) o crescimento do PIB foi conseguido apenas por redução do desemprego. Como o desemprego parou de descer e parece ter atingido o seu mínimo estrutural, para a economia crescer precisaríamos de aumentar a produtividade e não de a reduzir que é o que está a acontecer,

Para aumentar a produtividade precisaríamos (entre outras coisas) de aumentar o capital por trabalhador e para isso precisaríamos de investir. Para investir precisaríamos de poupar e/ou de nos endividarmos mais. Quanto à poupança temos uma taxa de 4% uma das mais baixas da UE. Quanto à dívida temos a terceira mais alta da UE. De modo que.

Entretanto, como que para nos tranquilizar, a imprensa do regime lembra-nos que o risco de bancarrota da Zona Euro está nos mínimos de 2008 e, como fazemos parte da Zona Euro, podemos dormir tranquilos.

ESTÓRIA E MORAL: Eu tenho dois amores

Um novo paradigma: a mula do PAN
Estória

Na apresentação de uma recomendação à assembleia municipal para «protecção dos equídeos», uma deputada do PAN referiu «uma etnia que se multiplicou e que todos os dias se passeiam pela Moita e arredores, empilhados em cima de carroças puxadas por um único cavalo subnutrido».

A referência à etnia gerou um tsunami de indignação surfado pelos comunistas da CDU e a infeliz deputada amante dos equídeos sentiu-se forçada a pedir a demissão, prontamente aceite pelo PAN que aproveitou para declarar o seu mais entranhado amor à dita etnia.

Moral nº 1
Eu tenho dois amores / Que em nada são iguais / Mas não tenho a certeza/ De qual eu gosto mais

Moral nº 2
Mal com os ciganos por amor ao cavalo e mal com o cavalo por amor aos ciganos.