Como explicar que sendo Portugal habitado pelos melhores dos melhores, governado por socialistas no pós-austeridade, com um presidente que distribui beijinhos e abraços e faz selfies com metade da população, os poucos refugiados precisaram de ser pastoreados por ONG que os trazem até cá ao colo e ao fim de algum tempo metade deles fogem deste pequeno paraíso?
Em contraste, os Estados Unidos, uma sociedade racista, dominada pelo capitalismo selvagem e governada por um fascista louro, são procurados por milhões de sul-americanos, alguns deles provenientes de paraísos socialistas como a Guatemala, El Salvador, a Venezuela ou a Nicarágua, que fazem longas marchas de milhares de quilómetros, correm riscos para atravessar a fronteira, protegida por milhares de quilómetros de muros, alguns deles morrem, proporcionando fotografias com que a pornografia do jornalismo de causas ilustra primeiras páginas. E os que conseguem entrar são internados em campos de concentração pelas forças policiais ao serviço do fascista louro e as famílias são separadas, proporcionando mais fotografias comoventes com que o jornalismo de causas ilustra primeiras páginas quando faltam fotografia dos mortos. Pelo menos é esta a versão com que um alienígena chegado de uma galáxia distante seria confrontado ao ler o jornalismo de causas nacional e internacional.
Sem comentários:
Enviar um comentário