31/07/2024

J.D. Vance, Trump's running mate, from Never Trump to Ever Trump and beyond (2)

Sequel to (1)

The following portrait of J. D. Vance shows that Trump's running mate, like all populists, is a repository of contradictions. In some areas he is more socialist than Elisabeth Warren, despite severely criticizing the new English Labor government (it happens to be not very socialist) which, according to him, will transform the United Kingdom into the first Islamic State to have nuclear weapons. A false prophecy, because Pakistan already has them, and empty of meaning, typical of those who bring together ignorance, parochialism and radicalism that characterizes Trumpism.

«On economics, Mr Vance is one of the new breed of Republicans who have appropriated Democratic contempt for Wall Street and professed admiration for the working class. He is solicitous of labour unions, but dislikes “Big Labour” (along with “Big Tech” and big business). He has more in common with Elizabeth Warren, a progressive Democratic senator from Massachusetts, than you might expect. Last year he introduced a bill with her that aimed to claw back compensation from bank executives. He once endorsed a German-style proposal for giving workers seats on company boards. He has praised Lina Khan, Mr Biden’s antitrust enforcer and a pariah to Silicon Valley, as “one of the few people in the Biden administration that I think is doing a pretty good job”.

He has made positive sounds about industrial policy, tariffs and expanded tax credits for families. He justifies immigration restrictions by claiming they raise the wages of the native-born. “At the basic conceptual level, he’s in favour of worker power,” says Oren Cass, the founder of American Compass, an outfit that is taking conservative economics in a more populist direction. “Vance is the most distinctive possible choice [for Mr Trump], which shows that the centre of gravity for the Republican Party has permanently shifted.”

On foreign policy, Mr Vance has managed to outdo even Mr Trump in his scepticism towards NATO and opposition to American aid for Ukraine. Mr Trump is often elliptical on Ukraine, claiming that he would somehow settle the conflict in one day. When Volodymyr Zelensky visited Capitol Hill to beg for more military aid and urge Republicans against linking it to extra border funding, Mr Vance criticised the Ukrainian president’s actions as “disgraceful”. “There are a lot of bad guys all over the world, and I’m much more interested in some of the problems in East Asia right now than I am in Europe,” Mr Vance told the Munich Security Conference.

Still, Mr Vance maintains that it is important for America to continue giving military aid to Israel because that, in contrast to Ukraine’s case, has “clear end goals”, including weakening Iran. Like Mr Trump, he is sceptical of America’s capacity to shape the world. At a recent confab of anti-globalists he even fired some shots at America’s closest ally. “I was in London last year, and it’s not doing so good,” he said, before musing that Britain might be the first Islamist country to have nuclear weapons, given Labour’s election victory.

The vice-presidency can be a tragicomic position. And those who drift too close to Mr Trump can find themselves excommunicated or in serious legal trouble. Might Mr Vance wind up similarly sidelined? Two reasons suggest he might not.

First, he has already proved adept at managing up, successfully moving beyond his past publicised worries about Mr Trump as “cultural heroin” and “America’s Hitler”. Such canniness does not just disappear. Second, when Mr Trump became president he was content to delegate policymaking to congressional figures like Paul Ryan, then the speaker of the House, and Mitch McConnell, then the Senate majority leader. His vice-president, Mike Pence, was not a policy maestro. All three were from the old guard. This time he would have not just a sharp vice-president interested in policy, but a Trumpified Congress as well. The speaker of the House if Republicans kept their majority would be deferential to the president. Mr McConnell will be leaving his leadership post.

What began as an insurgent movement within the Republican Party, organised around a cult of personality, has become steadily more mainstream and professionalised. There are now parallel institutions including think-tanks armed with detailed plans for power. Mr Trump and his allies have fostered their own international alliance of like-minded anti-globalists. The next presidential term would be the last for Mr Trump; but it may well not be the last for Trumpism. »

30/07/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (18)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

Temos um governo paralelo que é um governo paralamentar

A despesa aprovada pela oposição PS-Chega e aprovada pelo Dr. Marcelo chegou aos mil milhões de euros, sendo metade resultante da redução do IRS e um sexto resultante do fim das portagens. A este sexto devemos acrescentar cerca de 1,2 mil milhões que é custo estimado para os próximo dez anos.

A redução do IRS, que vai só até ao 6.º escalão deixando de fora os rendimentos colectáveis superior a 40 mil euros, torna ainda mais progressivo um imposto que atinge a taxa máxima de 48% acima de 80 mil euros, o que compara com a taxa máxima de 47% em Espanha a partir de 600 mil euros.

Já agora acrescente-se que esta alterações parecem violar a chamada “lei-travão” (n.º 2 do artigo 167.º da Constituição.

Lapso freudiano

A Drª Mariana Vieira da Silva, filha do seu pai Dr. Vieira da Silva e ex-ministra da Presidência, acusou o governo AD de «vontade inequívoca» daquilo que o seu próprio partido (e o PSD) mais receia «avançar para eleições».

Estado sucial empreendedor perde mais uma das suas participadas

O papel produzido pela INAPA numa economia cada vez mais digitalizada é um produto de baixa tecnologia com uma procura evanescente. Por isso, só um génio como o Dr. Centeno poderia ter decidido mandar a Parpública comprar à CGD uma participação de controlo na INAPA que agora declarou falência e foi pedir mais dinheiro ao sucessor do Dr. Centeno que, ao contrário do Dr. Centeno, teve mais juízo e declarou que não iria gastar o dinheiro dos contribuintes para salvar um cadáver.

«A educação é a nossa paixão»

Os ministros da Educação actual e anterior acusam-se mutuamente pela baderna da colocação de professores que foi em várias escolas superior aos lugares disponíveis. Não é difícil concluir quem tem razão quando se sabe que a Direcção-Geral da Administração Escolar aumentou 6 mil vagas às 8 mil que as escolas tinham identificado, e o ministro socialista da Educação socialista botou mais 6 mil em cima da soma das anteriores. (fonte)

A vaca do Dr. Costa não era voadora, era marsupial

mais liberdade

Palavras para quê? Foram três governos socialistas a engordar a vaca marsupial pública.

Sequelas da geringonça

Em 2019 a Transtejo comprou 10 embarcações eléctricas das quais só uma tinha bateria e sem nenhuma estação de carregamento. O PCP, grande defensor das empresas e santo padroeiro da Transtejo, esperou cinco anos para «questionar o governo» que tomou posse há quatro meses e apontar-lhe o dedo por «tanta propaganda em torno de navios elétricos e estarem a ser carregados nas suas baterias com geradores a gasóleo». Só se compreende o atraso porque se trata de uma agremiação política que ainda não se deu conta de que o Kremlin é ocupado pelo Sr. Putin e não pelo camarada Breznev.

Choque da realidade com a Boa Nova da Ferrovia

A conclusão da linha do Oeste fui empurrada para o final do próximo ano. No conjunto do Ferrovia 2020 que, portanto, deveria ser rebaptizado para Ferrovia 20??, o atraso em todos os troços vai em 34.537 dias. Por memória, remeto para este post de 06-01-2021 que enumera os anúncios feitos até essa data pelo Dr. Pedro Nuno, actual capo do PS, que tinha ficado encarregado dos combóis em 18-02-2019 e salienta a sua única realização - compra de 51 carruagens velhas com amianto à Renfe..

O Dr. Costa deixou a bazuca encravada

Segundo o Dr. Dominguinhos, presidente nomeado pelo Dr. Costa da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, apenas 5% dos 103 investimentos acompanhados pela Comissão estão concluídos, apenas um terço está dentro do plano, 40% desses investimentos estão em estado crítico ou preocupante e menos de 20% das recomendações foram adoptadas.













29/07/2024

Crónica de um Governo de Passagem (11)

Navegando à bolina
(Continuação de (10)

Tomando ao nuvem por Juno

Multiplicam-se as declarações sobre o OE 2025 que ainda ninguém sabe o que virá a ser, sem nenhum propósito visível para além de constituir um pretexto para meter o palito no bolo do adversário. Como quer que seja, em si mesmo, o orçamento interessa muito pouco, desde logo porque até hoje os orçamentos aprovados são sempre compridos mas nunca foram cumpridos.

Não se sabe ao certo o que vai ser, só se sabe que não será barato

Só a despesa aprovada pela oposição PS-Chega que o Dr. Marcelo aprovou na terça-feira passada atingiu a bonita soma de mil milhões de euros, dos quais metade resulta da redução do IRS até ao 6.º escalão e um sexto resulta do fim das portagens (fonte).

Como se fosse pouco, o governo anunciou um aumento do «suplemento da condição militar» (don’t ask) para 200 euros agora, para 250 em 2025 e 300 em 2026.

De longe vê-se melhor

Enquanto por cá se continua a adicionar despesa para comprar votos ou pagar promessas, a Comissão Europeia, sem ainda considerar essa despesa adicional, já vai avisando que o OE2025 está demasiado expansionista.

Governo AD imita o PS e também defende que «o SNS é um tesouro»

Três meses depois de tomar posse, o governo do Dr. Montenegro mudou as regras de contratação dos novos médicos especialistas e transferiu os concursos para as Unidades Locais de Saúde (uma medida certa na altura errada). O resultado foi induzir mais entropia num SNS que já a tinha em excesso.

Incrementar a asneira

Explicando que o governo não concorda com a redução das portagens do Interior e do Algarve, o ministro das Infraestruturas propõe em alternativa «baixá-las todas». Na melhor versão, pode ser só uma figura de retórica, e nesse caso o ministro não deveria deixar que a retórica comandasse o discurso político. Na pior e mais provável, é o resultado de uma confusão no pensamento político do ministro que imagina que o papel do governo é colocar os contribuintes que não circulam em autoestradas a pagar as portagens dos que circulam.

28/07/2024

ESG investing may be dumb, but the war against “woke capital” that says it practices ESG investing may be even dumber

«One of the stranger political crusades of the past few years has been the Republican war on so-called woke capital, which has led GOP politicians across the country to adopt a kind of anti-corporate, pro-regulatory rhetoric that one normally associates with the left wing of the Democratic Party. And among the GOP’s favorite targets in this war has been ESG investing—investment funds that take “environmental, social, and governance” considerations into account.

For Republicans, ESG funds are a Trojan horse, designed to smuggle progressive attitudes toward climate change, and diversity and inclusion, into executive suites and corporate boardrooms, all under the guise of supposedly improving investment returns. And so, in red states, state treasurers have pulled public money out of firms that are associated with ESG, including even some of the world’s biggest investment firms, such as BlackRock and State Street.

On top of that, Republican legislatures in at least 20 states have adopted anti-ESG rules of one sort or another. Last year, after the Biden administration revised a Trump-era rule to make clear that pension-fund managers could use ESG if it did not hurt investment returns, Republicans in the House and Senate (along with two Senate Democrats) passed a resolution seeking to repeal the rule. And a coalition of Republican state attorneys general filed suit in federal court to have the rule overturned. (Biden vetoed the congressional resolution, and a district court tossed out the lawsuit, so the rule remains in effect.)

But the ESG front in the right’s war on woke capital is still active. Republican legislators in New Hampshire are now trying to raise the stakes. Earlier this month, they proposed a bill that would order any government agency investing state funds to ensure that no public money goes to investors who manage their funds “with any regard whatsoever based on environmental, social, and governance (ESG) criteria.” More striking, the bill would make it a felony to knowingly violate this order. (The wording of the bill does not attempt to define ESG, aside from using this catchphrase language.) In other words, the bill would effectively criminalize any ESG investments on the state’s behalf.

As I wrote last year, ESG investing is far from the vehicle for woke capitalism that Republicans say it is. Instead, it’s largely a faddish label that allows investment managers to pretend they’re doing good while mostly doing business as usual. The ESG trend also hit a wall in the past year, thanks in part to the political backlash and in part to the accurate perception that it chiefly amounts to greenwashing. The Republican Party is really battling against a specter of its own imagining.

Even so, that battle has the potential to do actual damage. ESG investing may be dumb, but laws like this possible one in New Hampshire are even dumber. For a party supposedly dedicated to the free market, the GOP has become oddly comfortable with trying to dictate how investors make decisions.

27/07/2024

Pro memoria (434) - The difference between a comedian and a buffoon demagogue is just one of the least important differences


On March 30, 1981, John W. Hinckley Jr., a nuts, fired several shots to impress Jodie Foster with whom he was in love, and seriously injured President Ronald Reagan, who upon arriving at the hospital told a joke to his wife.


43 years later, Thomas Matthew Crooks, another nuts and registered Republican voter, fired several shots and one of them hit the ear of former president and current candidate Donald Trump, who soon after got up from the ground and made a gesture and exhorted the public.

O que está o imperador Xi Jinping a preparar?

Desde 2020 a capacidade de armazenamento de petróleo da China aumentou de 1,7 mil milhões para 2 mil milhões de barris e o stock actual de 1,3 mil milhões de barris (compara com 800 mil milhões dos EUA) cobre quase quatro meses de importações. Entre 2010 e 2020 a capacidade de armazenamento subterrâneo de gás cresceu 6 vezes para 15 bcm (mil milhões de metros cúbicos) e o objectivo é atingir a 55 bcm em 2025 e, incluindo tanques de gás de petróleo liquefeito, o objectivo total de armazenamento é 85 bcm até 2030. Os stocks de trigo e milho representam 51% e 67% do total mundial e são suficientes para o consumo de um ano. Os stocks de soja duplicaram desde 2018. Estima-se que os stocks de cobre, níquel e outros metais raros sejam suficientes para cobrir entre 35% e 133% do consumo anual. (fonte)

Parece haver duas explicações mais prováveis para o crescimento acelerado dos stocks e o secretismo oficial que tem envolvido a divulgação dos seus valores. A explicação mais benigna é que o imperador Xi antecipe a possível eleição de Donald Trump e receie que imponha restrições às exportações para a China e tente pressionar outros países para fazerem o mesmo. A outra explicação é que o imperador Xi se prepare para invadir Taiwan e antecipe o quase certo embargo de exportações para a China.

25/07/2024

E estamos assim... como os gatos

Observador                                                               Observador

24/07/2024

Another nail in the coffin of wokeness: schools playing adoptive parents with other people’s children

«The “SAFETY Act,” AB 1955, signed by California Democratic governor Gavin Newsom, legally forbids schools from adopting any policy that would force them to disclose “any information related to a pupil’s sexual orientation, gender identity, or gender expression to any other person without the pupil’s consent.” Schools may not, as a matter of policy, inform parents of a child’s new gender identity unless the child volunteers her approval. The law also prohibits schools from punishing any school employee found to have “supported a pupil” hurtling down a path toward risky and irreversible hormones and surgeries.

The law effectively shuts down the local parents’ rights movement in California by eliminating its most important tool: the ability to organize at the community level to stop schools from deceiving them. No longer can families hope to convince their school boards to require schools to notify parents that their daughter, Sophie, has been going by “Sebastian” in class; that her teacher, school counselor, and principal have all been celebrating Sebastian’s transgender identity; that they’ve been letting her use the boys’ bathroom and reifying the sense that she is “really a boy.” 

It is difficult to avoid the conclusion that the law supports the priming of minor children for a secret life with a new gender identity. This includes having school-aged children participate in sexualized discussions and make identity declarations with school faculty, which are often actively hidden from the child’s parents. Elon Musk called the law “the final straw” for families and announced his intention to move both SpaceX and X, two of California’s most prominent tech companies, out of the state as a result. “The goal [of] this diabolical law,” he tweeted, “is to break the parent-child relationship and put the state in charge of your children.”»

Excerpt from Abigail Shrier: New California Law Lets Schools Keep Secrets from Parents

23/07/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (17)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

As “contas certas” trocadas em miúdos

A última Spending Review do Tribunal de Contas divulgada a semana passada desacredita liminarmente a gestão orçamental dos três ministros das Finanças do Dr. Costa, concluindo que o governo não esteve interessado em saber o dinheiro era bem ou mal gasto, considerando que se sucederam «três experiências distintas de desenvolvimento … (de revisão da despesas pública). As duas primeiras revelaram-se episódicas e desconexas e não permitiram um desenvolvimento contínuo do exercício. A terceira experiência está atualmente em curso». «A indicação dispersa, descoordenada e não fundamentada de medidas destinadas a gerar poupanças por ganhos de eficiência não é um processo de revisão da despesa

No topo da Óropa

Se há rankings em que o Estado sucial português está bem colocado são os rankings do peditório. Segundo o relatório do Banco Europeu de Investimento, do qual foi um dos vice-presidentes o Dr. Ricardo Mourinho Félix, um verdadeiro socialista para todo o terreno, saído directamente de SE das Finanças onde ajudava o Dr. Centeno, Portugal com 1,4 mil milhões de euros foi o oitavo país que mais financiamentos de “coesão” recebeu em 2023.

Lost in translation: para o ano já cá não estou, por isso fáxavor de mandar já o pilim

Foi divulgado o email do Dr. Medina para extorquir 100 milhões às Águas de Portugal acusando o seu presidente de «falta de diligência e de profissionalismo exigidos a um gestor público» por ainda não ter acatado a ordem de entregar o guito ao MF para cumprir o brilharete da redução da dívida pública.

O último a sair apaga a luz

No ano passado voltou a subir de 65 mil para 70 mil o número de tugas, a maioria jovens qualificados, que abandonaram o paraíso socialista trocando-o por infernos neo-liberais.

22/07/2024

Crónica de um Governo de Passagem (10)

Navegando à bolina
(Continuação de 9)

A Nação não está em bom Estado

Escrevo de ouvido e de leitura, visto que, como de costume nos espectáculos políticos, não vi o debate, chamemos-lhe assim, do Estado da Nação no parlamento. Parece ter sido uma peixeirada de baixo nível, quero dizer ao nível de muitos parlamentares e em particular daqueles que falam para ressabiados com QI<80 e apelam aos intestinos da plateia.

O governo AD ainda tem de pedalar muito para chegar ao nível dos governos do Dr. Costa

Queixa-se o PS que o governo AD está a demitir toda a gente nomeada pelos governos PS. Feitas as contas certas, o governo AD fez sete demissões em quatro meses, ainda muito longe do score de 273 demissões do primeiro governo PS no mesmo período.

«Quem tem a bitola certa nunca se perde nos trilhos da vida»

Já escrevi que também quanto à preferência pela bitola ibérica, incompatível com a bitola internacional adoptada na Óropa, o governo AD do Dr. Montenegro partilha das ideias dos governos do Dr. Costa. Para não me repetir, remeto para as «11 perguntas ao ministro Miguel Pinto Luz» de Henrique Neto que são tão pertinentes e evidentes que fazem suspeitar que a resposta seja mais uma teoria da conspiração.

Governo AD imita o PS e também defende que «o SNS é um tesouro»

Nos 30 dias iniciados em 14 de junho foram encerrados mais 34 atendimentos SOS para grávidas, um aumento de 40%, e quadruplicaram os serviços com congestionamentos, comparativamente com o mesmo período do ano passado (fonte).

… e também mostrou algum serviço de Boas Novas

Fechou acordos salariais com professores e polícias, anunciou vários pacotes, e anunciou decisões sobre o TGV, o novo aeroporto de Lisboa e uma nova ponte sobre o Tejo.

21/07/2024

A produtividade do trabalho pode aumentar trabalhando-se melhor ou trabalhando-se mais

A maioria das pessoas (que sabem o que é a produtividade) tendem a pensar que a produtividade do trabalho na economia americana é largamente superior à da maioria dos países da União Europeia. O que é verdade quando medimos a produtividade do trabalho em termos nominais, isto é, pelo valor médio por trabalhador da produção de bens e serviços a preços correntes. Se em vez disso, tivemos em conta o poder aquisitivo da moeda nos diferentes países e compararmos o valor médio da produção por trabalhador a preços a paridade do poder de compra (PPP) a produtividade por trabalhador altera-se nalguns casos substancialmente. Se dermos mais um passo e medirmos a produtividade a PPP por hora trabalhada chegamos ainda a outros valores diferentes.

Há uns meses a Economist fez esse exercício e calculou as produtividades segundo esses três diferentes conceitos. Os resultados representados no diagrama mostram algumas coisas interessantes: a produtividade a PPP por hora trabalhada nos EUA desce quatro lugares no ranking revelando que a produtividade americana se deve em parte a simplesmente trabalharem mais horas; a produtividade asiática (Japão e Coreia do Sul) depende ainda mais das horas de trabalho; a maioria dos países europeus mais desenvolvidos sobe no ranking da produtividade por hora.

Quanto ao Portugal dos Pequeninos, a produtividade medida em qualquer dos conceitos é fraca mas a produtividade total poderia aumentar se trabalhássemos mais horas, ou seja, se fizéssemos o contrário do que o pensamento económico milagroso nos está a sugerir que façamos: a semana dos quatro dias.

20/07/2024

Consequências imprevistas das boas intenções de que o inferno está cheio ou não há almoços grátis


A partir do próximo ano entrará em vigor na UE uma regulamentação que obrigará os importadores de cacau, café, borracha, soja, óleo de palma, madeira ou produtos de gado a provar que esses produtos não têm origem em terras que foram desflorestadas depois de 2020. Um importador incumpridor terá uma multa que pode ir até 4% do seu volume de negócios na UE. Para cumprir essa regulamentação milhões de pequenas fazendas terão de ser geolocalizadas e as cadeias de fornecimento terão ser ser adaptadas desde a América Latina à Ásia, passando por África onde isso será especialmente difícil de realizar. Tudo indica que não haverá tempo até ao fim do ano, o que terá um impacto profundo sobre os pequenos produtores e as economias dos países para quem as exportações desses produtos são vitais. (fonte)

Para fabricar um veículo de combustíveis fósseis são precisos 30 kg de cobre e peróxido de manganês. Para fabricar um veículo elétrico são necessários 200 kg de minérios raros, incluindo grafite e cobre. Só a quantidade de sílica para fabricar painéis solares é maior por unidade de energia do que todos os minérios necessários para produzir energia usando carvão. A maior parte dos minerais necessários para os equipamentos de produção de energias renováveis não se encontra na UE nem nos EUA e concentra-se em países como a República Democrática do Congo (70% da produção de cobalto), Brasil (90% do nióbio) ou a China (80% ou mais do gálio, germânio, volfrâmio, telúrio e bismuto), China que controla uma parte significativa da indústria mineira africana. E quando esses minerais se encontram na UE a sua extracção está sujeita a tantas restrições  que são necessários anos para abrir novas minas. Estamos a trocar a dependência da Rússia, Arábia Saudita e de outros produtores de petróleo, na sua maioria Estados autocráticos, pela dependência dos minerais necessários à "economia verde" existentes em outros ou nos mesmos Estados autocráticos. (fonte)

Estes são dois exemplos das consequências imprevistas e indesejadas de políticas e medidas inspiradas pelas boas intenções (algumas delas eventualmente incontornáveis a longo prazo) que são adoptadas com base no lunatismo e no pensamento milagroso do qual podem resultar consequências evitáveis e o agravamento das inevitáveis, ignorando o trade-off entre medidas alternativas e prioridades.

19/07/2024

DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (65) - Agora está tudo explicado

Outros portugueses no topo do mundo

«Segundo um estudo (*) sobre o padrão de uso de psicofármacos em Portugal, publicado no ano passado na revista “Nature”, mais de 1,5 milhões de pessoas — 15% da população — tomam estes medicamentos (benzodiazepinas), que causam forte dependência e, com uso prolongado, podem provocar défice cognitivo», ilumina-nos o Expresso.

O mesmo estudo revela que no consumo diário medido em doses diárias definidas por mil habitantes de ansiolíticos e de antidepressivos na OCDE, os portugueses ocupam o primeiro e o segundo lugares, respectivamente, e na prevalência de depressão crónica com 12,2% ocupam o segundo lugar entre os 38 países da OCDE. É obra!

Ocorre-me que isso possa explicar a obsessão visível na observação das nossas elites e nomeadamente nos políticos e plumitivos que opinam (frequentemente os mesmos), uns como comentadores e outros como jornalistas, sobre os feitos da pátria e dos patrícios, obsessão que Eduardo Lourenço descreveu com um estado de «permanente representação, tão obsessivo é neles (os portugueses) o sentimento de fragilidade íntima inconsciente e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura, a título pessoal ou colectivo.» Talvez devessem aumentar a dose de ansiolíticos e de antidepressivos. 

18/07/2024

Dúvidas (373) - Não será um poucochinho exagerado? (9) - O surto inovador e inventivo que nos assalta

Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7) e (8)

Esta série de posts é dedicada a demolir o mito das patentes que pretende exaltar a suposta inventividade inata no Portugal dos Pequeninos e é apenas mais um expediente de compensação do complexo de inferioridade que infecta o país e as suas elites.

Os oito posts anteriores mostraram que o surto inovador e inventivo imaginado pelas luminárias do regime e propagandeado pela imprensa do regime é na verdade uma ficção. Este post mostra uma outra face da inovação que não é ficção - é a realidade do dinheiro derramado para incentivar a inovação.

Fonte

Recordando: os 329 pedidos de patentes portuguesas em 2023 correspondem a 0,38% e 0,17% do número total de pedidos dos 39 países do European Patent Office (EPO) e do número total de países, respectivamente, e que o rácio de 33,9 patentes por milhão de habitantes nos coloca no 38.º lugar do ranking (terceiro a contar do fim) dos países que apresentaram pedidos de patentes ao EPO.

Pois bem, estes resultados merdosos não resultam de falta de dinheiro público (ou seja, dinheiro privado extorquido pelo Estado) à I&D, uma vez que, segundo os dados do relatório Corporate Tax Statistics 2024 da OCDE, Portugal é o quarto da OCDE país que mais afecta dinheiro público - 0,33% do PIB, dos quais cerca de um quarto em financiamento directo e três quartos em benefícios fiscais. Poderia ser de outra maneira? Dificilmente, se imaginarmos os departamentos do Estado sucial português completamente desligados do mundo real e desprovidos de quadros tecnicamente preparados a seleccionarem os projectos de I&D que justificam ser apoiados.

17/07/2024

J.D. Vance, Trump's running mate, from Never Trump to Ever Trump

For those, like me, who found it unexpected that someone like J.D. Vance, who has said about Donald Trump in the past what Muhammad did not say about pork, has been named Trump's running mate, the following article by Olivia Reingold of The Free Press, who followed Vance on the campaign trail in 2022, shed some light.

«Donald Trump’s selection of J.D. Vance as his running mate is remarkable in more ways than one. There is Vance’s journey from the broken home in a poor, rural Ohio he wrote about in Hillbilly Elegy, to the Marines, to Ohio State, then to Yale Law School and to the Senate, and now a presidential ticket. Also remarkable is his transformation from a prominent “Never Trumper”—who once called his now–running mate “America’s Hitler” and an “opioid for the masses”—to an enthusiastic Trumpist in the vanguard of the New Right. 

For some, Vance’s journey is simple enough to explain: it’s the story of a smart and ambitious “sellout” and an “angry jerk,” as one of his (ex-) friends from law school put it on X yesterday. To this crowd, Vance is only the most extreme example of a familiar story of Republicans kowtowing to the man who took over their party. 

But Vance is a much more complicated—and interesting—figure than that. 

Agree with him or not, he has undergone a sincere ideological conversion since 2016. That much was obvious to me when I followed him on the campaign trail in 2022. And it’s obvious from any speech or interview he gives. He is not someone who just parrots his party’s talking points. (He has also undergone an actual conversion: I recommend Rod Dreher’s interview with him on the day he was baptized and received into the Catholic Church in 2019.) 

In the Senate, he hasn’t just voted with the GOP herd but teamed up with Democrats on a range of bills that stake out new ideological territory for Republicans. He makes some of Trump’s donors uncomfortable. 

By picking Vance, Trump has made clear his project is about more than personality. The Republican presidential ticket now has a distinct ideological flavor. It has teeth. National Review’s Philip Klein called the pick “another nail in the coffin of Reagan Republicanism.” (This is not a compliment at that magazine.) Vance is a prominent critic of U.S. involvement in Ukraine (for more on his foreign policy views, I recommend this piece by my colleague Isaac Grafstein). 

He’s also economically unorthodox—and more relaxed about government involvement in the economy than many of his colleagues. He has backed a higher minimum wage and praised Lina Khan, Joe Biden’s FTC chair and a proponent of more robust antitrust policies. 

Did these ideological considerations clinch it for Vance? I suspect a bigger factor was that in Vance, Trump saw someone who was welcomed into the elite—as Trump never has been—but who turned his back on it.»

16/07/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (16)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

Os governos do Dr. Costa colocaram Portugal no topo

No seu último relatório sobre a execução dos fundos de coesão, o Tribunal de Contas Europeu coloca-nos no top 2 das "irregularidades" com uma taxa de trapalhadas de 33% no período 2017-2022.

Os mesmos governos que administraram o saúde pública sob os lemas «Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro» colocaram-nos no top 3 dos países da OCDE em que a despesa directa das famílias com saúde é mais alta.

Também o Tribunal de Justiça da União Europeia reconheceu o nosso desempenho no pagamento das transações comerciais pelas entidades públicas condenando o Estado pelo não cumprimento entre 2013 e 2022 dos prazos de pagamento previstos na Diretiva 2011/7/UE.

Demasiado de uma coisa boa não é bom

O crescimento e o desenvolvimento não nascem dos diplomas, escreveu um dia Vasco Pulido Valente (e este blogue escreveu-o vezes sem conta por outras palavras), sobretudo se esses diplomas são na área das “ogias”. O estudo «(Des)ajustamentos qualificacionais em Portugal» do Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Proteção Social confirmou concluindo que um quarto dos licenciados estão sobrequalificados, dos quais 40% em actividades administrativas. Sobrequalificados no patuá da "ogia" aplicável a este tipo de estudo significa não qualificado para o propósito do emprego em questão.

A Operação Maestro. A família socialista tem imenso jeito para o negócio

Confirma-se que o entertainer Manuel Serrão & Amigos em 14 projectos financiados pelo FEDER torraram 40 milhões de euros, incluindo 372 mil euros para alojar durante 8 anos o entertainer no Sheraton do Porto (fonte).

Submetendo a engenharia financeira do Dr. Medina à reverse engineering

Quanto mais se esgravata a grande realização do Dr. Medina ao reduzir 9 mil milhões da dívida pública nos últimos dias do ano passado mais ficam evidentes as “contas certas” dos governos socialistas, com recurso à compra de dívida pública por entidade públicas e à extracção de 100 milhões da Águas de Portugal, de 20 milhões da NAV, de 10 milhões da Casa da Moeda.

15/07/2024

Crónica de um Governo de Passagem (9)

Navegando à bolina
(Continuação de 8)

Boa Nova. O Pacote. Depois logo se vê

Na crónica passada prometi comentar esta semana o pacote com 60 medidas para 20 desafios cujo custo-benefício global não foi estimado, o que desde logo o aproxima dos “pacotes” socialistas, o que se confirma quando se percorre o elenco das medidas, algumas delas enunciadas de modo tão vago que podem ser o que se quiser.

Mais tarde, o ministro das Finanças estimou o custo de algumas das medidas: dirigidas às empresas cerca de 600 milhões; relacionadas com o IRS cerca de 1.500 milhões, relacionadas com salários da função pública e pensões cerca de 750 milhões, o que totaliza menos do que a injecção que o governo socialista fez na TAP.

Várias dessas medidas parecem mais frutos do pensamento milagroso do que objectivos exequíveis. Destas, as minhas favoritas são as medidas: 28. Indústria 2045, 29. Programa de desenvolvimento da indústria tecnológica de suporte a infraestruturas científicas, 30. Lançamento do programa para a Economia de Defesa, 35. Acelerar a economia circular no comércio e serviços, 36. Marca PORTUGAL

Outras medidas, como as 17 dedicadas ao Turismo, um sector que tem revelado um grande dinamismo, parecem perfeitamente supérfluas e até nocivas quando potenciam uma maior dependência conjuntural.

Na verdade, não se perdia grande coisa se o «Programa Acelerar a Economia» se resumisse às medidas de natureza fiscal (medidas 1 a 8) e à medida 9. Lançamento do plano “Estado a pagar em 30 dias”.

Cuidando da freguesia eleitoral

Usei esta epígrafe nos semanários dedicados aos governos do Dr. Costa, cuja freguesia eleitoral tem uma parte muito significativa de “servidores do Estado”. Para referir os aumentos salariais a 156 mil deles, ou quase 30% da administração pública central, no caso do governo da AD seria mais adequado a epígrafe “Conquistando novos fregueses”, visto com o governo do Dr. Passos Coelho se ter dado uma debandada geral desta clientela, que agora o Dr. Montenegro tenta recuperar.

Desta vez, a golpada do Dr. Ventura não compensou

Apesar do movimento dos Polícias Unidos Vencerão do Processo Reivindicativo em Curso do Dr. Ventura, a ministra da Administração Interna conseguiu um acordo com cinco organizações dos polícias.

Boa Nova e o seu choque com a realidade

O Dr. Montenegro anunciou que a Defesa em 2029 atingirá a meta de 2% da NATO. Uma vez que o «esforço» é «desde logo a componente humana de recrutamento e retenção de pessoal nas Forças Armadas Portuguesas e também o apoio a ex-combatentes», podemos esperar militares mais satisfeitos, porém, não sabemos o resultado em termos de capacidade militar.

O «truque» (o PS sabe do que fala, quando fala de truques)

O Partido Socialista acusou o governo AD de truques orçamentais ao excluir a despesa com as medidas do “Programa Acelerar a Economia” da proposta do OE2025, as quais farão parte de uma autorização legislativa separada.

«Monumental trapalhada». Ele sabe do que fala

«Estamos a assistir a uma monumental trapalhada na gestão da resposta de emergência em Portugal. Isso gera insegurança em todos nós e é o espelho da incompetência do Governo», acusou o Dr. Pedro Nuno. Considerando a sua participação em três governos do Dr. Costa e a sua experiência pessoal no ministério das Infraestruturas, devemos dar-lhe o devido crédito.

14/07/2024

DIÁRIO DE BORDO: Estórias do outro mundo (8) - Estão explicados os raptos dos gatos no Barreiro

Outras estórias do outro mundo: (1), (2), (3), (4), (5), (6) e (7)

Conheci Alf, aka Gordon Shumway, em pessoa (se é que "pessoa" é aplicável a um natural de Melmac) no Verão de 2002, quando ele passava férias com os Tanners na Quinta da Balaia. A primeira vez que o vi teria uns 245 anos e corria atrás de um gato, um dos muitos que o acusaram de ter comido nas redondezas.

Depois disso, Alf ligou-me algumas vezes através do Skype, que em Melmac se chama Skalpe, outras vezes através do WhatsApp que em Melmac se chama WhatheFack, sobre vários temas do Portugal dos Pequeninos que ele acompanha regularmente através de um programa do Holomac (o canal de TV por holograma de Melmac) dedicado às civilizações primitivas de outras galáxias.

Tudo isto para explicar que desta vez resolvi eu ligar-lhe ontem pelo Skype-Skalpe, depois de ter lido uma peça do comediante Luís Pedro Nunes com o estranho título «O nada estranho caso dos gatos do Barreiro» onde se citavam "notícias", como esta do Avante da Sonae (um diário independente conhecido pelo seu rigor e isenção), de raptos de dezenas de gatos que nas "redes sociais" vigilantes patriotas começaram a atribuir a imigrantes com costumes bárbaros.

Sabendo os hábitos de Alf, que há mais de 20 anos assombraram todo o concelho de Albufeira, perguntei-lhe se teria estado recentemente em Portugal. Depois de uma longa conversa e repetidas negações, Alf confessou que ao saber pelo Holomac terem sido criados bancos alimentares para os felinos, apanhou o primeiro TransMelm e desembarcou numa "savana" na margem sul do "Tagus", onde lhe tinham dito que estaria um aeroporto com o nome de um poeta, e de passagem por uma aldeia nas imediações tinha "degustado" (sic) 123 deles. Está tudo explicado, certamente com grande desgosto dos nativistas que já preparavam os seus pogroms.

Birds of a Feather Flock Together (7) It's a new polyamorous bromance. They're going to solve it!

 

On his tour to Make Europe Great Again and achieve peace in Ukraine, on the 5th Mr. Órban visited Mr. Putin, on the 8th in Beijing Mr. Xi, and on the 12th Mr. Trump at Mar-a-Lago resort, where he emphatically declared "It was an honor to visit President Trump today. We discussed ways to make peace. The good news of the day: he’s going to solve it!".

12/07/2024

O Dr. Costa como funambulista-em-chefe na Óropa

Edward Lee Thorndike, um psicólogo educacional, descreveu em 1920 um enviesamento, que baptizou de "efeito de halo", que consiste em observar e avaliar uma pessoa a partir de uma impressão global que contamina a visão que temos de certas características dessa pessoa e distorce a avaliação que dela fazemos. Esse efeito pode manifestar-se de diferentes maneiras. Por exemplo, se consideramos que uma pessoa é particularmente competente numa determinada área tendemos a generalizar e esperar que essa pessoa seja igualmente competente em outras áreas, ou, ao contrário, se avaliamos com incompetente uma pessoa numa determinada área tendemos a considerá-la incompetente noutras áreas ou mesmo incompetente em qualquer área.  

O efeito de halo explica, por exemplo, que muita gente, em especial os seus adversários políticos, antecipe que o Dr. António Costa vai ser um desastre como presidente do Conselho Europeu, pelo facto de ele ter desempenhado com incompetência as suas funções de primeiro-ministro (para além de ter adoptado políticas erradas, mas isso são contas de outro rosário).

Na verdade, pode não ser assim e até, com alguma probabilidade, o Dr. Costa pode sair-se muito bem no novo cargo na Óropa. De facto, as funções do presidente do Conselho Europeu consistem essencialmente em preparar e presidir às reuniões e, em especial, «facilitar a coesão e o consenso no âmbito do Conselho Europeu», tudo isto em «cooperação com o presidente da Comissão». Em substância requer-se um moderador com uma boa relação funcional com o presidente da Comissão Europeia, que é uma condição indispensável de sucesso (uma das razões das falhas de Charles Michel foi a guerra de poleiro com Frau von der Leyen), requisitos que o Dr. Costa parece cumprir,  admitindo a continuidade da presidente da CE.

Por isso, são muito exagerados os prognósticos de um mau desempenho do Dr. Costa e ainda mais exagerados os prognósticos de um desempenho desastroso.

11/07/2024

A Social-Democracia está cumprida e aborrece. As coisas desmoronam-se e o centro não se aguenta

...
Things fall apart; the centre cannot hold;
Mere anarchy is loosed upon the world,
...
The best lack all conviction, while the worst
Are full of passionate intensity. 

The Second Coming, William Butler Yeats

«O que aconteceu que levasse agora uma grande parte da Europa a rebelar-se, enjeitando a social-democracia e, a avaliar pelo exemplo francês (mas outros exemplos houve já num tempo recente) a sentir-se atraída pelos extremos? Porque a Social-democracia se esgotou, quero dizer, porque se cumpriu. 

Logicamente, já não mobiliza quase ninguém. A extrema-esquerda oferece 'amanhãs que cantam', sonha com uma sociedade igualitária independentemente das capacidades e habilitações de cada um. A extrema-direita agita a bandeira do nacionalismo e uma espécie de regresso à Europa das nações semelhante à que se desenhou e vingou na sequência da Paz de Vestfália em 1648. A miragem da sociedade igualitária, sem ricos, sem hierarquias é, continua a ser, uma utopia atractiva que congrega multidões na rua e desafia a polícia 'burguesa'. Em suma: é um combate que desperta emoções, desencadeia movimento, agitação. A inundação das ruas parisienses pelos adeptos da 'França Insubmissa' ilustra isto mesmo: partir montras e incendiar carros e caixotes de lixo dá gozo, é entusiasmante. 

No outro extremo, à direita, os riscos de cerceamento dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos não amedronta os adeptos. Na sua maioria são xenófobos e racistas, convencidos de que a miscigenação da França degrada a pureza da raça francesa e branca. Sonham com a restauração da grandeza passada da França tal como De Gaulle a via: independente de todos os Estados, em especial dos Estados Unidos da América, da Nato e de quaisquer outras agremiações que pudessem embaraçar a França na afirmação da sua inigualável e insuperável 'grandeur'.

De tal maneira o Centro social-democrata está subalternizado, que os seus problemas específicos mal foram abordados. E no entanto eles são muitos e graves. A começar por saber se a França e a Europa serão capares de crescer economicamente para fazer face às despesas crescentes que o Estado Social custa, um tema que, comas hostes sideradas coma luta entre os dois extremos, constituiu nas eleições francesas um assunto de terceira ordem. Somos mimados e estamos mal habituados. Demos o Estado Social como garantido, e com este desleixo desvalorizámos desferimos um enorme golpe na Democracia. A Social-Democracia está cumprida e aborrece

 Fátima Bonifácio, historiadora, no jornal Sol

10/07/2024

CASE STUDY: Outro exemplo de humorismo de causas de Ricardo Araújo Pereira

Na Revista do Expresso de 5 de Julho, o humorista Ricardo Araújo Pereira (RAP) escreveu numa peça sobre o debate Biden-Trump com o título «Um candidato que esteja vivo, se faz favor», o seguinte:

Apesar de esperar quase tudo dos disparates e do chorrilho habitual de meias mentiras e mentiras completas de Donald Trump, duvidei de que, mesmo ele, pudesse ter produzido a frase sublinhada. Não tive pachorra para ver o vídeo de mais de uma hora e meia do debate entre um velhote severamente diminuído e um velhote totalmente destituído de escrúpulos, fiz algumas pesquisas e não encontrei em fontes credíveis qualquer citação daquela frase. Encontrei-a apenas num post do X citado numa lista de memes publicados a pretexto do debate, obviamente parodiando-o.   

Ainda assim, resolvi perguntar ao ChatGPT que respondeu com alguma inteligência (artificial):

«The claim that Donald Trump stated "there are ten billion Guatemalans attacking the Lincoln Memorial right now" during the June 27, 2024, debate with Joe Biden on CNN does not appear to be accurate. Comprehensive reviews and fact-checks of the debate by sources such as FactCheck.org, PolitiFact, and Poynter did not report any instance of Trump making this statement.

Fact-checking sources covered a wide range of claims made during the debate, but there was no mention of such a quote from Trump regarding an exaggerated number of Guatemalans or an attack on the Lincoln Memorial​ (FactCheck.org)​​ (PolitiFact)​​ (PolitiFact)​​ (Poynter)​.

It is important to rely on verified sources and official transcripts for accurate information regarding statements made during public debates.»

Se, como tudo indica, Donald Trump não disse o que lhe foi atribuído, RAP praticou outra vez uma espécie de humor de causas, desta vez citando factos inexistentes, que na melhor hipótese não se deu ao trabalho de verificar e na pior os citou apesar de saber não serem verdadeiros, partilhando a mesma falta de profissionalismo ou de isenção, respectivamente, habitual no jornalismo de causas e assim desperdiçando o seu inegável talento.

09/07/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (15)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

Choque da realidade com a Boa Nova. A Creche Feliz ficou infeliz

Em 2022, durante a discussão do OE 2022, o Dr. Costa anunciou o programa Creche Feliz em que as creches seriam gratuitas. Quase dois anos depois, para cumprir o anunciado faltam segundo as contas do jornal Pôr do Sol quase 20 mil lugares na rede pública e nas redes social e privada não há capacidade para acolher essas crianças.

A família socialista tem imenso jeito para o negócio

Desta vez foi o Dr. Luís Bernardo, antigo assessor de imprensa do Eng. Animal Feroz Sócrates entre muitas outras coisas (ver aqui uma espécie de biografia), que em conjunto com outras personagens da bolha socialista está a ser investigado por trafulhices na adjudicação de contratos públicos.

A pesada herança da autoestrada mexicana do PS

Aqui vai uma outra versão do investimento público no período de 8 anos, em complemento do diagrama publicado nas Sequelas do dia 13 de Maio que mostra mais uma vez que um dos segredos dos sobreviventes do colapso do Império Soviético nos estarem a ultrapassar é a utilização dos fundos europeus para financiar o investimento produtivo e potenciar o crescimento em vez de financiar investimento de obras faraónicas, elefantes brancos e de despesa para manter o monstro do aparelho estatal.

mais liberdade

As “contas certas” da Defesa são incertas

Segundo o Expresso, a despesa efectiva na Defesa é metade da que foi reportado à NATO o ano passado.

Entradas de leão podem ter saídas de sendeiro

O Dr. Pedro Nuno, líder do pedronunismo e actual secretário-geral do PS, começou por declarar «praticamente impossível» viabilizar  o orçamento de 2025, o que é no mínimo precipitado, uma vez que ninguém ainda sabe o que será o OE 2025, e no máximo um tiro antecipado no pé. Um mês e meio mais tarde admite viabilizar o OE 2025 «se não for ignorado pelo Governo», o que é no mínimo infantil e no máximo disparatado.

08/07/2024

Crónica de um Governo de Passagem (8)

Navegando à bolina
(Continuação de 7)

Vamos ver se o dinheiro chega para tudo e se serve para tudo o que é suposto servir

Esquecendo que limitar a reforma do IRS ao IRS Jovem não é seguramente uma boa opção, o FMI questiona se a perda de mil milhões de receita é justificada pela eficácia duvidosa do IRS Jovem. E eu com o FMI porque, baseado numa dúzia de casos que conheço directamente, não me parece que a maioria dos jovens quadros emigrem por pagarem impostos elevados, mas por terem salários baixos.

Já não tenho essa dúvida quanto à redução para 20% do IRS para trabalhadores estrangeiros qualificados porque isso, por muito hipotéticos que sejam os benefícios económicos e fiscais, não tem custos fiscais.

E também não tenho dúvidas quanto à redução em 2025 para 19% do IRC, por duas razões: (1) o aumento líquido de impostos dos lucros será tributado pelo IRS, e (2) o aumento dos lucros permite aumentar o investimento e mais tarde o produto (e portanto a receita fiscal).

Boa Nova. O Pacote. Depois logo se vê

Entretanto, o governo anunciou um pacote com 60 medidas para 20 desafios que comentarei para a semana. Por agora, tenho só duas certezas: (1) há pelo menos uma medida indiscutível e barata que é o compromisso do governo pagar a 30 dias aos seus fornecedores e (2) é um “pacote” genuinamente lusitano porque questionado sobre o seu custo o ministério das Finanças respondeu que «será ainda impossível estimar o seu custo-benefício global».

Take Another Plan. Quando levantar voo pode não ter onde aterrar

Como está em curso uma reestruturação da viação comercial europeia com a Lufthansa a comprar a Alitalia (agora ITA), a IAG (Ibéria e BA) a comprar a Aireurope e a Airfrance/KLM a comprar a SAS, quando o governo um dia decidir vender uma participação na TAP pode não haver ninguém para a comprar e a avaliar pelos valores destas negociações não há qualquer hipótese de se recuperarem os 3,5 mil milhões que lá foram torrados.

A costela socialista do PS-D e do CD-S

Depois do PSD ter torpedeado, e bem, o “negócio” que o governo socialista pretendia fazer com a Global Media com o pretexto de comprar a participação desta última na agência Lusa, o governo AD anunciou que queria voltar a ser maioritário porque a Lusa é “o último reduto” para combater as fake news (fonte) – dado o passado da Lusa, talvez fosse mais apropriado pretender que fosse o “o último reduto” das fake news.

O governo AD que se cuide porque começa a estar na altura de “virar a página

Sendo certo que até as contas até Março são totalmente de conta do PS, desde então e gradualmente a factura vai à conta do governo AD e os números começam a inspirar pré-ocupações. Até Maio a receita desceu 3,7%, a despesa subiu 13,1% e o défice até Maio subiu para 2,5 mil milhões.

Ao contrário do que dizia o Sr. Eng. Animal Feroz Sócrates, pagar a dívida não é «uma ideia de criança»

A dívida pública bruta nos dois meses do governo AD aumentou de 270,8 em Março para 277,1 mil milhões até Maio. Enquanto isso, para complicar mais, as perspectivas de crescimento no segundo trimestre deterioram-se ligeiramente.

«Quem tem a bitola certa nunca se perde nos trilhos da vida»

O governo AD do Dr. Montenegro tem várias coisas em coisas em comum com os governos do Dr. Costa, e não será uma das menos importantes a preferência pela bitola ibérica que é diferente e incompatível com a bitola internacional adoptada na Óropa, o que além de não permitir a ligação à rede europeia de grande velocidade poderá levar a perder o financiamento da UE.

Uma ajuda inesperada. A montanha do Chega pariu o rato da manif dos polícias

A resposta dos 43 mil polícias (chuis no vernáculo popular ou “bosta da bófia” para o Sr. Mamadou Ba da SOS Racismo, o spin off do Berloque de Esquerda) ao chamamento do Dr. Ventura para invadirem o parlamento foi pífia e não teve mais do que umas poucas centenas da presenças. Ficou assim muito longe da performance inspiradora do Sr. Trump na invasão do Capitólio. Talvez o Dr. Ventura tenha de ficar louro com a face cor de laranja.

07/07/2024

Pro memoria (433) - Desta vez, se for, vai ser diferente, o que não é necessariamente uma boa notícia

Steve Bannon, durante alguns anos presidente da Breitbart News, que ele próprio considerou em 2016 como «the platform for the alt-right», foi consultor da campanha presidencial em 2016 e estrategista-chefe de Donald Trump durante os primeiros sete meses. Acusado de fraude e outros crimes, beneficiou de um perdão presidencial no último dia do mandato e foi preso no dia 1 de Julho passado por acusações criminais relacionadas com a invasão do Capitólio em 2021. Em Outubro de 2021, seis meses depois do fim do mandato, o Sr. Bannon comentou numa entrevista telefónica à NBC News:

«If you’re going to take over the administrative state and deconstruct it, then you have to have shock troops prepared to take it over immediately (...) I gave 'em fire and brimstone.»

As "shock troops" a que o Sr. Bannon se referiu não eram literalmente tropas de choque, nem mesmo voluntários dos Proud Boys ou outra organização neo-fascista semelhante, como os teóricos esquerdistas da conspiração tentaram interpretar. Eram quadros técnicos e administrativos para preencher as quatro mil nomeações presidenciais nas agências federais que no primeiro mandato foram nomeados tardiamente e, em muitos casos, sem competências para os cargos, o que originou uma enorme confusão potenciando o estilo caótico do Sr. Trump. 

É isso que o Sr. Bannon e as pessoas com algum juízo que esperam usar o Sr. Trump como wrecking ball quererão corrigir num eventual segundo mandato, o que faz prever uma maior competência e uma aplicação menos turbulenta de políticas mais consistentes, naturalmente iliberais, desde o nativismo anti-imigração até ao nacionalismo económico, passando por restrições à liberdade de expressão para combater o wokeism usando as mesmos processos, uma política externa isolacionista e transaccional em relação às potências com regimes autocráticos.

06/07/2024

A metalúrgica do regime afunda-se com ele (11) - A Martifer, um case study do empreendedorismo do Estado sucial

Actualização de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9) e (10)

Recordando: a Martifer, dos irmãos Martins, foi em tempos um dos exemplos de sucesso de José Sócrates e uma das meninas dos olhos do jornalismo promocional (uma variante do jornalismo de causas). Quando começou a afundar-se foi acolhida em 2007 pela Mota-Engil, a construtora mais emblemática do regime, de que foi presidente executivo Jorge Coelho. A Martifer teve mais 137 milhões de euros de prejuízos em 2014 e esteve desde Abril de 2015 a tentar vender 55% da Martifer Solar que contribuiu com metade dos prejuízos do grupo. Em Agosto de 2016, uma participação de 55% da Martifer Solar foi finalmente vendida à francesa Voltaliad. Nessa altura a Martifer Solar foi avaliada em de nove milhões de euros, uma fracção do que lá foi torrado.

Sem surpresa para ninguém, o principal financiador da Martifer foi o BES, à época o banco privado do regime, créditos que foram herdados pelo Novo Banco que entretanto já havia perdoado 26 milhões à Estia, uma imobiliária dos Martins. Entalado com os restantes muitos mais milhões, o Novo Banco pressionou a Mota-Engil (outro dos grandes devedores do Novo Banco) a tomar conta da gestão afastando os irmãos Martins.

Outro dos financiadores, igualmente sem surpresa para ninguém, foi a CGD, o banco público do regime, que entre outros financiou em 2007 o investimento pela Martifer do centro comercial Porto Gran-Plaza. Era para criar 700 postos de trabalhos e acabou a criar zero, transformado em mais um elefante branco. Foi agora vendido pela CGD que lá enterrou 65 milhões a uma private equity francesa por 20 milhões.

05/07/2024

Os equívocos do Programa "Mais Habitação", ou como tentar administrar uma medicação sem saber qual é a doença (12) - A medida da inacessibilidade das rendas em Lisboa

Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10) e (11)

Não é novidade nenhuma que as rendas em Lisboa não são acessíveis, ainda assim é interessante medir essa inacessibilidade em termos comparativos com outras cidades europeias. O diagrama e o quadro seguintes contém os dados de um índice de acessibilidade da habitação criado pela Economist que mede a capacidade de um solteiro arrendar sozinho uma habitação, baseada na comparação entre o salário líquido de impostos médio e o salário que seria necessário para que a renda média de um T1 não ultrapasse 30% desse salário.
Em termos absolutos, o diferencial em Lisboa entre o salário para tornar a renda acessível e o salário médio efectivo é o quarto mais elevado depois de Londres, Dublin, Berlim,


Em termos relativos, Lisboa tem a terceira mais elevada inacessibilidade de entre as 35 cidades europeias consideradas. Pelo menos em termos de inacessibilidade das rendas estamos no topo da Óropa.