...
Things fall apart; the centre cannot hold;
Mere anarchy is loosed upon the world,
...
The best lack all conviction, while the worst
Are full of passionate intensity.
The Second Coming, William Butler Yeats
«O que aconteceu que levasse agora uma grande parte da Europa a rebelar-se, enjeitando a social-democracia e, a avaliar pelo exemplo francês (mas outros exemplos houve já num tempo recente) a sentir-se atraída pelos extremos? Porque a Social-democracia se esgotou, quero dizer, porque se cumpriu.
Logicamente, já não mobiliza quase ninguém. A extrema-esquerda oferece 'amanhãs que cantam', sonha com uma sociedade igualitária independentemente das capacidades e habilitações de cada um. A extrema-direita agita a bandeira do nacionalismo e uma espécie de regresso à Europa das nações semelhante à que se desenhou e vingou na sequência da Paz de Vestfália em 1648. A miragem da sociedade igualitária, sem ricos, sem hierarquias é, continua a ser, uma utopia atractiva que congrega multidões na rua e desafia a polícia 'burguesa'. Em suma: é um combate que desperta emoções, desencadeia movimento, agitação. A inundação das ruas parisienses pelos adeptos da 'França Insubmissa' ilustra isto mesmo: partir montras e incendiar carros e caixotes de lixo dá gozo, é entusiasmante.
No outro extremo, à direita, os riscos de cerceamento dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos não amedronta os adeptos. Na sua maioria são xenófobos e racistas, convencidos de que a miscigenação da França degrada a pureza da raça francesa e branca. Sonham com a restauração da grandeza passada da França tal como De Gaulle a via: independente de todos os Estados, em especial dos Estados Unidos da América, da Nato e de quaisquer outras agremiações que pudessem embaraçar a França na afirmação da sua inigualável e insuperável 'grandeur'.
De tal maneira o Centro social-democrata está subalternizado, que os seus problemas específicos mal foram abordados. E no entanto eles são muitos e graves. A começar por saber se a França e a Europa serão capares de crescer economicamente para fazer face às despesas crescentes que o Estado Social custa, um tema que, comas hostes sideradas coma luta entre os dois extremos, constituiu nas eleições francesas um assunto de terceira ordem. Somos mimados e estamos mal habituados. Demos o Estado Social como garantido, e com este desleixo desvalorizámos desferimos um enorme golpe na Democracia. A Social-Democracia está cumprida e aborrece.»
Fátima Bonifácio, historiadora, no jornal Sol
Pureza raça branca ? Só tretas para impedir o debate . Basta visitar Paris, Nante ou Marselha , ou falar com franceses para perceber a invasão do 3 mundo e a incompatibilidade dos valores humanistas ocidentais com os valores do Islão. É apenas isto. Basta estar atento às manifs desta malta em França após as eleições : aos gritos de morte à França morte aos judeus e morte à polícia.
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ResponderEliminarContinuamos "eurocêntricos"...velhos e impotentes, olhando o passado.
ResponderEliminarUma França replicada nas sucessivas, consecutivas e irreversíveis derrotas pós Sedan e que hoje borda o caos.
Para Pequim, Nova Delhi, até Moscovo , nada disto faz sentido - só os reafirma na certeza de que o futuro ( talvez mesmo o presente... ) lhes foi entregue de mão beijada.