«Governo prepara o regresso do "pleno emprego"»
[Sónia Santos Pereira do diário da manhã DE]
31/03/2010
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Pelas obras, não pelo vestido é o homem conhecido
Só porque se licenciou ao domingo numa universidade rasca e tem um certificado em que a bota (a data) não diz com a perdigota (os indicativos dos telefones), não é obrigado a andar mal vestido.
Clique para ampliar
[A partir de material enviado por JB]
30/03/2010
ESTADO DE SÍTIO: a engorda da vaca marsupial pública prossegue a bom ritmo
Não sei se alguém conhece exactamente quantos funcionários públicos existem. Não há dois números citados iguais. Já que não conhece o stock, o governo pelo menos deve ser capaz de saber os fluxos de entrada e saída. Admitamos que é capaz. O que mostram os números divulgados de «oportunidades de emprego criadas»?
Sendo 2008 e 2009 anos os anos de crise mais intensa, o que se pode concluir do aumento dos utentes da vaca ter ser o dobro do ano anterior? E o que dizer de 40% dos empregos da administração central no ano passado foram criados no ministério da Economia? Agora percebe-se a popularidade que o ex-ministro Pinho diz ter.
Sendo 2008 e 2009 anos os anos de crise mais intensa, o que se pode concluir do aumento dos utentes da vaca ter ser o dobro do ano anterior? E o que dizer de 40% dos empregos da administração central no ano passado foram criados no ministério da Economia? Agora percebe-se a popularidade que o ex-ministro Pinho diz ter.
Lost in translation (38) – se não parecer que nós acreditamos, quem é que vai acreditar?
As palavras de circunstância de Trichet, presidente do BCE, e Barroso, presidente da Comissão, foram interpretadas pela imprensa indígena como «elogios». Se as palavras fossem sinceras deveríamos estar preocupados por aquelas duas luminárias conseguirem ter fé num plano tapa-buracos e que, ainda assim, muito provavelmente não irá ser cumprido, a não ser à custa de mais manobras contabilísticas. As palavras não são sinceras. São declarações de circunstância para tentar conter a contaminação grega ao elo mais fraco seguinte e assim travar a queda do dominó.
Quanto à S&P, que um diário da manhã garante ter-se juntado aos «elogios ao PEC», manteve a notação A+, o que deixou muito alegres o governo e a sua imprensa. Sem razão porque, como se pode confirmar pela comparação aqui, a S&;P mantém A+ que é uma notação ainda desfavorável do que o rating da Fitch degradado a semana passada de AA para AA-.
Quanto à S&P, que um diário da manhã garante ter-se juntado aos «elogios ao PEC», manteve a notação A+, o que deixou muito alegres o governo e a sua imprensa. Sem razão porque, como se pode confirmar pela comparação aqui, a S&;P mantém A+ que é uma notação ainda desfavorável do que o rating da Fitch degradado a semana passada de AA para AA-.
29/03/2010
A defesa dos centros de decisão nacional (3) - a procissão ainda vai no adro
[Continuação de (1) e (2)]
A coisa começou com um Manifesto dos 40, seguido pouco depois pelo Compromisso Portugal, fóruns de empresários e gestores que defendiam a manutenção no rectângulo dos chamados centros de decisão nacional.
Ainda a tinta das assinaturas dos manifestos e compromissos não tinha secado e a família Vaz Guedes vendia a Somague aos espanhóis da Sacyr Vallehermoso – hoje, esmagada pelo endividamento, não tarda estará a vender-se a alguém. Depois foi a Galp vendida aos italianos e aos angolanos. Mais recentemente Teixeira Duarte, também signatário, e outros accionistas vendem as suas participações na Cimpor aos brasileiros.
A semana passada começou a circular o rumor, confirmado pelas movimentações na bolsa, de que está em preparação um aumento da posição da Sonangol no Millenium bcp. Os angolanos terão exigido aliviar a blindagem (uma iniquidade que vem dos tempos de Jardim Gonçalves) aumentando de 10% para 20% o limite dos direitos de voto.
E o que dizer dos saldos previstos no PEC 2010-3 das jóias da coroa socialista: Galp, EDP, Cahora Bassa, Estaleiros Navais, ANA, TAP, CP, EMEF, BPN, Caixa Seguros, CTT, INAPA, SPE? É o equivalente a uma família financeiramente libertina que, depois de torrar os activos fungíveis da herança e de assaltar a caixa das esmolas da capela, começa a vender as pratas, não para educar os filhos, o que seria aceitável, mas para pagar as dívidas de jogo.
Assim prossegue o eterno sacrifício dos «princípios» à dura realidade da falta de dinheiro do país, do estado, das empresas e das famílias, produto inevitável do desgoverno. A procissão ainda vai no adro.
A coisa começou com um Manifesto dos 40, seguido pouco depois pelo Compromisso Portugal, fóruns de empresários e gestores que defendiam a manutenção no rectângulo dos chamados centros de decisão nacional.
Ainda a tinta das assinaturas dos manifestos e compromissos não tinha secado e a família Vaz Guedes vendia a Somague aos espanhóis da Sacyr Vallehermoso – hoje, esmagada pelo endividamento, não tarda estará a vender-se a alguém. Depois foi a Galp vendida aos italianos e aos angolanos. Mais recentemente Teixeira Duarte, também signatário, e outros accionistas vendem as suas participações na Cimpor aos brasileiros.
A semana passada começou a circular o rumor, confirmado pelas movimentações na bolsa, de que está em preparação um aumento da posição da Sonangol no Millenium bcp. Os angolanos terão exigido aliviar a blindagem (uma iniquidade que vem dos tempos de Jardim Gonçalves) aumentando de 10% para 20% o limite dos direitos de voto.
E o que dizer dos saldos previstos no PEC 2010-3 das jóias da coroa socialista: Galp, EDP, Cahora Bassa, Estaleiros Navais, ANA, TAP, CP, EMEF, BPN, Caixa Seguros, CTT, INAPA, SPE? É o equivalente a uma família financeiramente libertina que, depois de torrar os activos fungíveis da herança e de assaltar a caixa das esmolas da capela, começa a vender as pratas, não para educar os filhos, o que seria aceitável, mas para pagar as dívidas de jogo.
Assim prossegue o eterno sacrifício dos «princípios» à dura realidade da falta de dinheiro do país, do estado, das empresas e das famílias, produto inevitável do desgoverno. A procissão ainda vai no adro.
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: será uma alternativa clara uma clara alternativa?
«O PSD do dr. Passos Coelho é, pois, uma alternativa clara ao PSD da dra. Ferreira Leite, não ao PS do eng. Sócrates.»
(Alberto Gonçalves no DN)
(Alberto Gonçalves no DN)
28/03/2010
Óropa adopta uma das leis de Murphy (5) - Vielen Dank, Frau Merkel
[Continuação de (1), (2), (3) e (4)]
Graças a Angela Merkel, ou mais exactamente graças às pressões da opinião pública alemã, a Alemanha impôs a intervenção do FMI, primeiro a Sarko Boina-aparte e depois aos países da Zona Euro, como condição para participar na ajuda à Grécia. Muito prudentemente, o despoletar das ajudas efectivas vai depender dum voto unânime da Zona Euro o que coloca a faca e o queijo na mão da Alemanha.
Os alemães em primeiro lugar e os europeus em geral devem agradecer a Merkel ter ficado firme perante a megalomania de Sarkozy - fortemente movido pelo receio de dar protagonismo ao presidente do FMI Dominique Strauss-Kahn, o qual muito provavelmente será seu rival nas próximas eleições.
Igualmente os gregos, os portugueses e outros povos sob o jugo de governos despesistas e irresponsáveis deverão ficar gratos a Merkel por ter ameaçado os países financeiramente libertinos com a expulsão da Zona Euro. Não fora a sua firmeza e teriam sido dados sinais muito fortes e um incentivo para esses governos continuarem a fazer mais do mesmo, ainda que o mesmo fosse devidamente travestido de medidas de saneamento para alemão ver.
E porquê devemos ficar gratos pela ajuda de Merkel para nos obrigar a apertar do cinto? Por muitas e boas razões. Para citar duas: (1) está perfeitamente demonstrada a existência uma correlação negativa entre défice e crescimento - quando maior a frequência de défices, menor o crescimento; (2) maior défice resulta de mais despesa pública que equivale a maior intervenção do Estado, com as consequências conhecidas.
Graças a Angela Merkel, ou mais exactamente graças às pressões da opinião pública alemã, a Alemanha impôs a intervenção do FMI, primeiro a Sarko Boina-aparte e depois aos países da Zona Euro, como condição para participar na ajuda à Grécia. Muito prudentemente, o despoletar das ajudas efectivas vai depender dum voto unânime da Zona Euro o que coloca a faca e o queijo na mão da Alemanha.
Os alemães em primeiro lugar e os europeus em geral devem agradecer a Merkel ter ficado firme perante a megalomania de Sarkozy - fortemente movido pelo receio de dar protagonismo ao presidente do FMI Dominique Strauss-Kahn, o qual muito provavelmente será seu rival nas próximas eleições.
Igualmente os gregos, os portugueses e outros povos sob o jugo de governos despesistas e irresponsáveis deverão ficar gratos a Merkel por ter ameaçado os países financeiramente libertinos com a expulsão da Zona Euro. Não fora a sua firmeza e teriam sido dados sinais muito fortes e um incentivo para esses governos continuarem a fazer mais do mesmo, ainda que o mesmo fosse devidamente travestido de medidas de saneamento para alemão ver.
E porquê devemos ficar gratos pela ajuda de Merkel para nos obrigar a apertar do cinto? Por muitas e boas razões. Para citar duas: (1) está perfeitamente demonstrada a existência uma correlação negativa entre défice e crescimento - quando maior a frequência de défices, menor o crescimento; (2) maior défice resulta de mais despesa pública que equivale a maior intervenção do Estado, com as consequências conhecidas.
27/03/2010
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: avalista – a última encarnação do Bokassa das Ilhas
Secção Entradas de leão e saídas de sendeiro
«Nós consideramos que, teoricamente, academicamente, tecnicamente, o PEC é um bom documento», avalisou Alberto João Jardim, não sem esclarecer que este aval «é independente do PSD nacional … e é bom que o País se vá habituando ao PSD da Madeira ter cada vez mais posições diferentes do PSD nacional, em tudo». Pelo menos enquanto durar o governo Sócrates II e houver grana para enviar para a torrefacção insular, terá pensado.
Neste final de semana, leva Jardim mais cinco ignóbeis pelo descaramento e outros cinco bourbons pela continuidade, a adicionar aos do princípio da semana.
«Nós consideramos que, teoricamente, academicamente, tecnicamente, o PEC é um bom documento», avalisou Alberto João Jardim, não sem esclarecer que este aval «é independente do PSD nacional … e é bom que o País se vá habituando ao PSD da Madeira ter cada vez mais posições diferentes do PSD nacional, em tudo». Pelo menos enquanto durar o governo Sócrates II e houver grana para enviar para a torrefacção insular, terá pensado.
Neste final de semana, leva Jardim mais cinco ignóbeis pelo descaramento e outros cinco bourbons pela continuidade, a adicionar aos do princípio da semana.
DIÁLOGOS DE PLUTÃO: os tentáculos do polvo socialista estão onde estão porque pensam alto
- ...[Diálogo citado pelo Sol entre Paiva Nunes, ex-gestor da EDP Imobiliária e angariador do sucateiro Godinho, a mando de Armando Vara, casado com uma prima de Sócrates, e José Nascimento, empresário e presidente da CCAM de Sintra]
- Ó pá, neste momento, mais dois aninhos e a gente tem que olhar para a frente.
- Exactamente. Ok.
- …
- Olha, temos que ter sinergia. Eu porque sou ponta–de-lança e tenho uma empresa imobiliária e posso aparecer. Ele porque está a conhecer o mercado. Tu porque estás onde estás. Eh pá, e o nosso amigo [Vara], que está onde está. Podemos fazer uma multinacional bem feitas.
- …
- Tens de pensar alto, percebes? Pensar alto. É que neste momento estou free para fazer coisas bonitas.… Temos que aproveitar porque isto passa num instante, pá.
- Eu dou-te um feedback.
Se este país fosse para levar a sério, ou o governo se teria demitido por iniciativa própria ou por pressão do PS ou o jornal Sol seria condenado a pagar milhões de euros de indemnizações. Acontece que este país não é para ser levado a sério, o governo não se demitiu, continua a ser apoiado pelo aparelho do polvo socialista e pelos novos situacionistas, e o Sol não será condenado, a não ser talvez por violar o segredo de justiça.
26/03/2010
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (13) – amarrados ao Vara
Segundo informações não desmentidas, a clique socrática por intermédio da Caixa prepara-se, ou preparou-se, para tentar vender aos brasileiros, que são actualmente os maiores accionistas da Cimpor, a ideia de escolher para a administração Mário Lino (presidente), o que já seria bastante mau, e, por inacreditável que pareça, Armando Vara (administrador não executivo). Se estes candidatos se destinavam a garantir a defesa dos centros nacionais de decisão eu acharia preferível entregá-los de mão beijada aos estrangeiros.
Não se ouviu um lamento, um protesto, nem mesmo um discordar sussurrado, dos novos situacionistas.
Não se ouviu um lamento, um protesto, nem mesmo um discordar sussurrado, dos novos situacionistas.
ESTADO DE SÍTIO: navio almirante
Ao ritmo a que os promovemos, já poderemos equipar os submarinos do doutor Portas só com almirantes e substituir nas fragatas os grumetes por almirantes.
Estamos a entrar no caminho do crescimento sustentado
A Fitch degradou o rating da dívida portuguesa de longo prazo de AA para AA- e, tão mau quanto isso, com outlook negativo, avisando que lá mais para a frente pode haver nova degradação do rating. Curiosamente esta degradação vem depois da apresentação do PEC e só pode significar que os analistas da Fitch não ficaram impressionados.
Voltaram a ouvir-se os apelos para matar o mensageiro e enfatizar a excepcionalidade portuguesa – já havia l’exception française, agora temos também a versão lusa. A verdade é que a situação da economia portuguesa acumula os défices gémeos do orçamento e das contas externas em cima de um endividamento público e privado pantagruélicos e crescentes. Como tudo isto aumenta o risco da dívida pública e privada, os spreads aumentarão e a curto prazo também as taxas de referência começarão gradualmente a subir, pelo que os encargos crescentes da dívida irão alimentar o crescimento da própria dívida. É uma espécie de crescimento sustentado do endividamento.
Voltaram a ouvir-se os apelos para matar o mensageiro e enfatizar a excepcionalidade portuguesa – já havia l’exception française, agora temos também a versão lusa. A verdade é que a situação da economia portuguesa acumula os défices gémeos do orçamento e das contas externas em cima de um endividamento público e privado pantagruélicos e crescentes. Como tudo isto aumenta o risco da dívida pública e privada, os spreads aumentarão e a curto prazo também as taxas de referência começarão gradualmente a subir, pelo que os encargos crescentes da dívida irão alimentar o crescimento da própria dívida. É uma espécie de crescimento sustentado do endividamento.
25/03/2010
CAMINHO PARA A SERVIDÃO: o socialismo tropical não é pior do que o temperado – é apenas mais estúpido
A Venezuela já foi o 6.º exportador de petróleo em 2006. Actualmente a produção caiu bastante porque depois da nacionalização a clique chavista não consegue manter os níveis de extracção, constantemente interrompida por avaria, negligência e incompetência. A mesma negligência e incompetência afecta a produção hidroeléctrica, condicionada também pela fraca precipitação que deixou as barragens perto do ponto crítico. Neste quadro, não surpreende que a produção de energia eléctrica esteja seriamente comprometida, até porque a prioridade chavista é exportar petróleo para pagar as importações de tudo o que a Venezuela não produz.
Face a este quadro, quais são as medidas de curto prazo que a clique chavista vai tomar? Tentar repor os níveis de extracção de petróleo? Desviar para a produção de energia o petróleo extraído? Limitar o fornecimento de energia eléctrica a algumas horas por dia (supondo que tecnicamente faria sentido e é duvidoso que faça)? Nada disso. O coronel Chávez decidiu decretar mais 3 feriados na semana da Páscoa, pelo que a Venezuela vai paralisar uma semana inteira «para que a gente poupe electricidade», segundo o linguajar pitoresco do caudilho.
Que a clique chavista conduza o país desta maneira não é de todo surpreendente. O que surpreende é o culto chavista das luminárias socialistas e esquerdistas europeias.
Face a este quadro, quais são as medidas de curto prazo que a clique chavista vai tomar? Tentar repor os níveis de extracção de petróleo? Desviar para a produção de energia o petróleo extraído? Limitar o fornecimento de energia eléctrica a algumas horas por dia (supondo que tecnicamente faria sentido e é duvidoso que faça)? Nada disso. O coronel Chávez decidiu decretar mais 3 feriados na semana da Páscoa, pelo que a Venezuela vai paralisar uma semana inteira «para que a gente poupe electricidade», segundo o linguajar pitoresco do caudilho.
Que a clique chavista conduza o país desta maneira não é de todo surpreendente. O que surpreende é o culto chavista das luminárias socialistas e esquerdistas europeias.
Lost in translation (37) – Rigor? Já fizemos engenharia orçamental no passado. Voltaremos a fazê-lo no futuro, queria ele dizer (VII)
O hospital Curry Cabral foi convertido em entidade pública empresarial (dotada «de autonomia administrativa, financeira e patrimonial, não estando sujeitas às normas da contabilidade pública», de acordo com o Decreto-Lei 558/99). E daí? Continua tudo na mesma, salvo a gestão que irá ser nomeada a partir da fila de espera dos boys e a consequente desorçamentação que irá ajudar a cosmética do défice e da dívida pública.
SERVIÇO PÚBLICO: Serviço público? Qual serviço público? (2)
Os portugueses ficaram arrepiados com os furores do ministro das Finanças quando este admitiu que a RTP, essa venerável instituição, lugar geométrico da independência jornalística, poderia sofrer (nunca este verbo foi tão apropriado) uma «hipotética operação de privatização». O que fazer aos mais de 140 milhões de subsídios? Como passar sem a programação de «serviço público» que a RTP nos serve todas as noites?
Suspirámos todos de alívio, com as palavras serenas e tranquilizadoras daquele pilar da democracia e paradigma do político socialista que é o ministro dos Assuntos Parlamentares: «o Governo não tem a intenção, nem o fará, de privatizar a RTP». Bem haja doutor Lacão.
Suspirámos todos de alívio, com as palavras serenas e tranquilizadoras daquele pilar da democracia e paradigma do político socialista que é o ministro dos Assuntos Parlamentares: «o Governo não tem a intenção, nem o fará, de privatizar a RTP». Bem haja doutor Lacão.
BREIQUINGUE NIUZ: mais uma bastonada
Independentemente de Lula da Silva não ter obviamente nem perfil, nem background, nem domínio das línguas francas, etc. (um enorme etc.) adequados para vir a ser um aceitável secretário-geral da ONU, donde resulta que quem se tenha lembrado dele para esse efeito é também obviamente uma criatura delirante, pergunto-me qual o sentido duma associação profissional como a Ordem dos Advogados estar a meter o bedelho na ONU?
Nenhum. Não espanta por isso que o autor dessa proposta tenha sido o bastonário António Marinho que, à míngua de talento para contribuir no sentido de endireitar a justiça portuguesa, se ocupa destes temas galácticos.
Nenhum. Não espanta por isso que o autor dessa proposta tenha sido o bastonário António Marinho que, à míngua de talento para contribuir no sentido de endireitar a justiça portuguesa, se ocupa destes temas galácticos.
24/03/2010
Lost in translation (36) - José Sócrates, o português encalhado
O artigo de François Musseau, enviado especial do Libération a Lisboa, «José Sócrates, le Portugais ensablé» não foi publicado em Portugal devido a «problemas de impressão», leu-se no Expresso da semana passada.
Provavelmente os problemas de impressão resultaram do Libé, como é conhecido no meio esquerdista, ter feito eco dos problemas de carácter do homem, das inúmeras trapalhadas em que se tem visto envolvido desde sempre, e do beco político sem saída em que se encontra. O artigo cita inclusive uma frase assassina do bloquista Fernando Rosas que é um bom resumo do CV de Sócrates: «o seu percurso é o de um jovem lobo sem ideologia, oportunista, um produto puro do aparelho por onde trepou».
Há um mês e meio não houve qualquer problema de impressão quando foi publicado no mesmo Libération um artigo laudatório aqui citado pelo Insurgente que provocou o êxtase do ramo blogueiro da clique socrática.
Provavelmente os problemas de impressão resultaram do Libé, como é conhecido no meio esquerdista, ter feito eco dos problemas de carácter do homem, das inúmeras trapalhadas em que se tem visto envolvido desde sempre, e do beco político sem saída em que se encontra. O artigo cita inclusive uma frase assassina do bloquista Fernando Rosas que é um bom resumo do CV de Sócrates: «o seu percurso é o de um jovem lobo sem ideologia, oportunista, um produto puro do aparelho por onde trepou».
Há um mês e meio não houve qualquer problema de impressão quando foi publicado no mesmo Libération um artigo laudatório aqui citado pelo Insurgente que provocou o êxtase do ramo blogueiro da clique socrática.
SERVIÇO PÚBLICO: TGV, o comboio dos pés grandes
O TGV e o pé castelhano
O TGV vai custar 15 mil milhões de euros; o investimento irá para as empresas estrangeiras e o Estado deverá ter de subsidiar a deficitária linha Lisboa-Madrid. Dividido pelos 3 milhões de pessoas que pagam impostos, custará 5 mil euros a cada contribuinte. E é com o dinheiro dos impostos que o Ministério das Obras Públicas fez circular meia-verdades num encarte.
Na Suécia, o Tribunal de Contas critica fortemente as PPP, que tiveram derrapagens de custos e obrigaram o Estado a subsidiar os 30 quilómetros da única linha-piloto. A Espanha paga, em subsídios à AVE, 1,1 mil milhões de euros por ano. Em Portugal, o Tribunal de Contas condena com frequência as PPP.
Ainda falam em vantagens como:
- Reduzir os custos para o Estado;
- Diluir custos no tempo;
- Cumprir prazos sem derrapagens;
- Estimular a inovação e eficiência.
Vamos a elas:
- Reduzir: Os TGV são deficitários. A alternativa não é gastar menos, mas não gastar no inútil.
- Diluir: O TGV rouba o escasso capital das inovadoras e empregadoras PME para obras megalómanas. Substitui o capital público dos contribuintes pelo acumulo do bilhete dez vezes mais caro que um voo low-cost. Assim, não é investimento, mas custo para o Estado.
- Derrapagem: Até na Suécia derrapou. Seria o primeiro contrato em 750 anos (*) de Portugal sem derrapagem?
- Inovação: A tecnologia do TGV tem 150 anos; uma locomotiva, força bruta. Já o Alfa usa a ciência, pendula, com motores por baixo das carruagens, é leve, usa pontes ligeiras, carris normais.
O TGV custa nove vezes mais a construir, cinco mais a explorar. Ganha só 20 min. no total de 5,5 horas dos centros de Lisboa a Madrid. O vital é o tempo total, não a velocidade máxima. E o bilhete custará o triplo. Inovar é Light-alfa, que faz 260km/h e une Lisboa a Abrantes e Castelo Branco, antes da Espanha. E bitola europeia, não a ibérica a que ela nos obrigou há cem anos, com seis pés castelhanos.
Com os impostos dos contribuintes estão a desinformar! Leia o Plano Integrado dos Transportes!
[Jack Soifer no OJE]
(*) O autor retirou 117 anos a Portugal, o que se compreende considerando a a idade mental do eleitorado.
O TGV vai custar 15 mil milhões de euros; o investimento irá para as empresas estrangeiras e o Estado deverá ter de subsidiar a deficitária linha Lisboa-Madrid. Dividido pelos 3 milhões de pessoas que pagam impostos, custará 5 mil euros a cada contribuinte. E é com o dinheiro dos impostos que o Ministério das Obras Públicas fez circular meia-verdades num encarte.
Na Suécia, o Tribunal de Contas critica fortemente as PPP, que tiveram derrapagens de custos e obrigaram o Estado a subsidiar os 30 quilómetros da única linha-piloto. A Espanha paga, em subsídios à AVE, 1,1 mil milhões de euros por ano. Em Portugal, o Tribunal de Contas condena com frequência as PPP.
Ainda falam em vantagens como:
- Reduzir os custos para o Estado;
- Diluir custos no tempo;
- Cumprir prazos sem derrapagens;
- Estimular a inovação e eficiência.
Vamos a elas:
- Reduzir: Os TGV são deficitários. A alternativa não é gastar menos, mas não gastar no inútil.
- Diluir: O TGV rouba o escasso capital das inovadoras e empregadoras PME para obras megalómanas. Substitui o capital público dos contribuintes pelo acumulo do bilhete dez vezes mais caro que um voo low-cost. Assim, não é investimento, mas custo para o Estado.
- Derrapagem: Até na Suécia derrapou. Seria o primeiro contrato em 750 anos (*) de Portugal sem derrapagem?
- Inovação: A tecnologia do TGV tem 150 anos; uma locomotiva, força bruta. Já o Alfa usa a ciência, pendula, com motores por baixo das carruagens, é leve, usa pontes ligeiras, carris normais.
O TGV custa nove vezes mais a construir, cinco mais a explorar. Ganha só 20 min. no total de 5,5 horas dos centros de Lisboa a Madrid. O vital é o tempo total, não a velocidade máxima. E o bilhete custará o triplo. Inovar é Light-alfa, que faz 260km/h e une Lisboa a Abrantes e Castelo Branco, antes da Espanha. E bitola europeia, não a ibérica a que ela nos obrigou há cem anos, com seis pés castelhanos.
Com os impostos dos contribuintes estão a desinformar! Leia o Plano Integrado dos Transportes!
[Jack Soifer no OJE]
(*) O autor retirou 117 anos a Portugal, o que se compreende considerando a a idade mental do eleitorado.
Lost in translation (35) - brothers in arms
Os parceiros de negócio privilegiados de José Sócrates
Para quando Kim Il Jong e Raul Castro?
Lição: de um mau primeiro-ministro pode fazer-se um delegado de vendas medíocre.
23/03/2010
O Obamacare é bom para Obama. Será bom para os americanos?
Que é bom para Obama confirma-o a evolução do índice de aprovação do Rasmussen Reports.
A aprovação não foi fácil, com todos os republicanos e 34 democratas a votarem contra com os olhos nas próximas eleições nos seus estados e isso só foi possível porque Obama se comprometeu a emitir uma ordem executiva para a lei não seja usada para pagar os abortos. A lei aprovada pela Câmara dos Representantes e as alterações para a tornar compatível com o Senado terão que ser ainda também a aprovadas por este órgão.
Será o Obamacare bom para os americanos? As opiniões dividem-se. Os obamófilos garantem que sim, os cépticos têm dúvidas, os obamófobos garantem que não e os rednecks e o tea party people garantem que é o princípio do comunismo e que a lei vai servir para matar bebés (agora já não) e velhinhos. Os hospitais, os médicos e as empresas farmacêuticas são a favor, jurando que reduzirá os custos da saúde nos EU, o que deveria ligar o desconfiómetro. A AARP (Association for the Advancement of Retired Persons) também está a favor.
Independentemente de ser bom ou mau, podem os americanos, que já têm o sistema de saúde mais caro do mundo, pagá-lo?
A aprovação não foi fácil, com todos os republicanos e 34 democratas a votarem contra com os olhos nas próximas eleições nos seus estados e isso só foi possível porque Obama se comprometeu a emitir uma ordem executiva para a lei não seja usada para pagar os abortos. A lei aprovada pela Câmara dos Representantes e as alterações para a tornar compatível com o Senado terão que ser ainda também a aprovadas por este órgão.
Será o Obamacare bom para os americanos? As opiniões dividem-se. Os obamófilos garantem que sim, os cépticos têm dúvidas, os obamófobos garantem que não e os rednecks e o tea party people garantem que é o princípio do comunismo e que a lei vai servir para matar bebés (agora já não) e velhinhos. Os hospitais, os médicos e as empresas farmacêuticas são a favor, jurando que reduzirá os custos da saúde nos EU, o que deveria ligar o desconfiómetro. A AARP (Association for the Advancement of Retired Persons) também está a favor.
Independentemente de ser bom ou mau, podem os americanos, que já têm o sistema de saúde mais caro do mundo, pagá-lo?
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: o ministro anexo é pirómano, disse ela
Secção Frases assassinas
Provavelmente por razões que só se explicam pela veneração que os portugueses costumam devotar às criaturas que falam com um ar sisudo e não têm nem um grama de senso de humor nas secas meninges, Vítor Constâncio é considerado uma luminária das finanças, e não apenas pelos fregueses do PS, o que até se compreenderia porque a criatura foi chefe lá da casa. Nem mesmo as grossas asneiras que fez em matéria de supervisão abalaram por aí além o prestígio que desfruta por aquelas bandas.
Quem parece não se ter deixado levar por equívocas solidariedades partidárias foi a eurodeputada socialista Astrid Lullig que sem papas na língua, e baseada no currículo de Constâncio (casos BCP, BPN e BPP) se confessou não admirada pelo contentamento dos portugueses pela saída do ministro anexo e concluiu que entregar-lhe a supervisão europeia «é como dar dinamite a um pirómano».
Quatro afonsos para Lullig (não leva cinco porque os pirómanos não costumam usar dinamite, apesar de a gente perceber a ideia) pela sua franqueza - luminosa nos céus pardacentos de Bruxelas - e cinco bourbons para Vítor Constâncio, que não carecem de explicação.
Provavelmente por razões que só se explicam pela veneração que os portugueses costumam devotar às criaturas que falam com um ar sisudo e não têm nem um grama de senso de humor nas secas meninges, Vítor Constâncio é considerado uma luminária das finanças, e não apenas pelos fregueses do PS, o que até se compreenderia porque a criatura foi chefe lá da casa. Nem mesmo as grossas asneiras que fez em matéria de supervisão abalaram por aí além o prestígio que desfruta por aquelas bandas.
Quem parece não se ter deixado levar por equívocas solidariedades partidárias foi a eurodeputada socialista Astrid Lullig que sem papas na língua, e baseada no currículo de Constâncio (casos BCP, BPN e BPP) se confessou não admirada pelo contentamento dos portugueses pela saída do ministro anexo e concluiu que entregar-lhe a supervisão europeia «é como dar dinamite a um pirómano».
Quatro afonsos para Lullig (não leva cinco porque os pirómanos não costumam usar dinamite, apesar de a gente perceber a ideia) pela sua franqueza - luminosa nos céus pardacentos de Bruxelas - e cinco bourbons para Vítor Constâncio, que não carecem de explicação.
22/03/2010
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: o pobre a quem o Bokassa das Ilhas negou o óbolo dá-lhe uma esmola
Secção Entradas de leão e saídas de sendeiro
Em 1999 enquanto em Portugal e em outros países se procurava reunir ajuda financeira para Timor, deixado em destroços pelas milícias a soldo da Indonésia, Alberto João Jardim, o Bokassa das Ilhas, declarou «nem um tostão para Timor … A filosofia popular ensinou-me que cada um se deve governar por si …».
Onze anos depois o governo timorense aprovou um donativo de 750 mil dólares para a ajuda aos súbditos do caudilho da república das bananas, essa região de culto.
Cinco ignóbeis para o Bokassa, se não devolver em dobro a esmola, e cinco bourbons, em qualquer caso, por continuar igual a si próprio. Por falar nisso, cinco urracas a cada um dos líderes passados e presentes do PSD e do PS pela falta de cojones para enfrentar a chantagem permanente do Bokassa.
Em 1999 enquanto em Portugal e em outros países se procurava reunir ajuda financeira para Timor, deixado em destroços pelas milícias a soldo da Indonésia, Alberto João Jardim, o Bokassa das Ilhas, declarou «nem um tostão para Timor … A filosofia popular ensinou-me que cada um se deve governar por si …».
Onze anos depois o governo timorense aprovou um donativo de 750 mil dólares para a ajuda aos súbditos do caudilho da república das bananas, essa região de culto.
Cinco ignóbeis para o Bokassa, se não devolver em dobro a esmola, e cinco bourbons, em qualquer caso, por continuar igual a si próprio. Por falar nisso, cinco urracas a cada um dos líderes passados e presentes do PSD e do PS pela falta de cojones para enfrentar a chantagem permanente do Bokassa.
Auditores auditados
Não foi a primeira vez, nem será a última, mas cada vez que acontece perpassa um frémito de emoção na esquerdalhada que vê logo mais um armagedão em que as forças maléficas do neoliberalismo, representadas na circunstância pela aliança entre multinacionais e seus auditores, são expostas pelas forças do bem.
Desta vez pode ter sido, se for provado, a Ernst & Young, auditores da Lehman Bros, que passou ao lado de 50 mil milhões de dólares de operações fora do balanço do ano fiscal terminado do 30-11-2007, cerca de um ano antes da falência do banco. E estes crimes ficarão impunes, berra a esquerdalhada. Se forem crimes não ficarão impunes e, mesmo não sendo crimes, também não ficarão impunes. Um exemplo do primeiro caso: a falência da Enron que determinou a liquidação da Arthur Andersen, à época a maior das majors na auditoria (as outras também tinha e têm consultoria). Exemplos do segundo caso: inúmeros – cada vez que acontece, os auditores são obrigados a pagar milhões ou mesmo centenas de milhões aos accionistas (e a outros eventualmente) ao abrigo da responsabilidade profissional.
Em qualquer caso, terá a esquerdalhada uma solução melhor, sem contar com a solução final – a sovietização? Costumam responder que têm o reforço da regulação. Mas então como explicar, nos EU, os casos dos escândalos ligados às Government-sponsored enterprises (GSE), como Fannie Mae (Federal National Mortgage Association ) e Freddy Mac (Federal Home Loan Mortgage Corporation)? Ou como explicar por cá os escândalos ligados a empresas públicas ou semi-públicas (nem vale a pena falar do Face Oculta, fiquemos só com os outros)?
Desta vez pode ter sido, se for provado, a Ernst & Young, auditores da Lehman Bros, que passou ao lado de 50 mil milhões de dólares de operações fora do balanço do ano fiscal terminado do 30-11-2007, cerca de um ano antes da falência do banco. E estes crimes ficarão impunes, berra a esquerdalhada. Se forem crimes não ficarão impunes e, mesmo não sendo crimes, também não ficarão impunes. Um exemplo do primeiro caso: a falência da Enron que determinou a liquidação da Arthur Andersen, à época a maior das majors na auditoria (as outras também tinha e têm consultoria). Exemplos do segundo caso: inúmeros – cada vez que acontece, os auditores são obrigados a pagar milhões ou mesmo centenas de milhões aos accionistas (e a outros eventualmente) ao abrigo da responsabilidade profissional.
Em qualquer caso, terá a esquerdalhada uma solução melhor, sem contar com a solução final – a sovietização? Costumam responder que têm o reforço da regulação. Mas então como explicar, nos EU, os casos dos escândalos ligados às Government-sponsored enterprises (GSE), como Fannie Mae (Federal National Mortgage Association ) e Freddy Mac (Federal Home Loan Mortgage Corporation)? Ou como explicar por cá os escândalos ligados a empresas públicas ou semi-públicas (nem vale a pena falar do Face Oculta, fiquemos só com os outros)?
21/03/2010
DIÁRIO DE BORDO: glaciares vistos do espaço (2)
Southern Patagonian Ice Field of Chile and Argentina, visto da International Space Station em 2007 (*)
(*) Ao que parece a superfície do glaciar diminuiu consideravelmente desde 1996, a primeira vez que foi medido – um tema para ser discutido pelos cientistas de causas, catastrofistas e negacionistas.
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: o jovem Barroso explicado à luz da física quântica
«Premissa: ando a ler um livro sobre física quântica e a ficar um pouco obcecado com as questões que levanta pelo que tudo o que vejo está relacionado com esse tema.
Vem isto a propósito do vídeo do jovem Durão Barroso.
As pessoas são como os fotões. Têm duas naturezas simultâneas: por um lado são ondas e por outro são partículas. O estado natural da pessoa é ser uma onda, que é muito mais cómodo. Ou seja, vai mudando de opinião sobre isto e aquilo (ou pelo menos pode mudar). Mais, tal como para o comportamento de um fotão, a sua opinião política sobre um tema muitas vezes é aleatória, nem que seja só parcialmente aleatória. E se for parcialmente aleatória, então é aleatória.
Nesse sentido, uma pessoa poder ter uma opinião política hoje e outra amanhã. Não convém mudar demasiado drasticamente nem com muita frequência por questões de aceitação social (precisamos de ser mais ou menos credíveis perante os outros), mas não vem mal ao mundo se as nossas opiniões não forem sempre as mesmas. E, sobretudo, podem mudar ao longo do tempo. Daí eu aceitar o tal conceito de esquerdismo pueril (que para alguns vai ate à fase senil: têm uma onda curta!).
Fica portanto clara a natureza ondulatória da pessoa no que se refere às suas opiniões políticas.
Voltemos aos fotões. Eles têm uma natureza ondulatória. Só que quando os observamos, não conseguimos ver a onda. Conseguimos isso sim ver a partícula. Pode parecer estranho o facto de serem simultaneamente onda e partícula, mas é isso mesmo que nos dizem os físicos deste mundo há mais de um século (Young e outros quanto à natureza ondulatória, Newton e Einstein quanto à natureza particular).
Por definição, os políticos são pessoas – pelo menos alguns deles são, os outros ficam-se pela classe dos anelídeos hematófagos (vem no dicionário o que isso é, mas para poupar trabalho informo que se trata de sanguessugas) – cuja opinião política é observada. Perdem a sua natureza ondulatória e tornam-se partículas. Convém esclarecer que estamos a falar da “opinião política” pois os vermes mantêm a sua natureza ondulatória “física”.
Ou seja, uma pessoa – ou um verme – que se tenha tornado político perdendo assim a sua natureza ondulatória, assume a sua natureza de partícula. Alterar essa natureza agora assumida seria descredibilizar todo o edifício político (não que eu seja contra isso, mas apesar de tudo preferiria ter algumas referências mais ou menos sólidas e constantes no tempo, senão caímos na anarquia completa).
Por esta razão, aceito que uma pessoa mude de opinião, mesmo radicalmente, durante a sua vida (usufruindo da sua natureza ondulatória). Já não aceito que um político mude de opinião (a não ser em detalhes) pois ao submeter-se à observação dos outros, á semelhança de um fotão, abdicou da sua natureza ondulatória e tornou-se partícula.»
[Enviado por AB e publicado sem autorização só para demonstrar que a leitura do (Im)pertinências pode ter efeitos alucinatórios]
Vem isto a propósito do vídeo do jovem Durão Barroso.
As pessoas são como os fotões. Têm duas naturezas simultâneas: por um lado são ondas e por outro são partículas. O estado natural da pessoa é ser uma onda, que é muito mais cómodo. Ou seja, vai mudando de opinião sobre isto e aquilo (ou pelo menos pode mudar). Mais, tal como para o comportamento de um fotão, a sua opinião política sobre um tema muitas vezes é aleatória, nem que seja só parcialmente aleatória. E se for parcialmente aleatória, então é aleatória.
Nesse sentido, uma pessoa poder ter uma opinião política hoje e outra amanhã. Não convém mudar demasiado drasticamente nem com muita frequência por questões de aceitação social (precisamos de ser mais ou menos credíveis perante os outros), mas não vem mal ao mundo se as nossas opiniões não forem sempre as mesmas. E, sobretudo, podem mudar ao longo do tempo. Daí eu aceitar o tal conceito de esquerdismo pueril (que para alguns vai ate à fase senil: têm uma onda curta!).
Fica portanto clara a natureza ondulatória da pessoa no que se refere às suas opiniões políticas.
Voltemos aos fotões. Eles têm uma natureza ondulatória. Só que quando os observamos, não conseguimos ver a onda. Conseguimos isso sim ver a partícula. Pode parecer estranho o facto de serem simultaneamente onda e partícula, mas é isso mesmo que nos dizem os físicos deste mundo há mais de um século (Young e outros quanto à natureza ondulatória, Newton e Einstein quanto à natureza particular).
Por definição, os políticos são pessoas – pelo menos alguns deles são, os outros ficam-se pela classe dos anelídeos hematófagos (vem no dicionário o que isso é, mas para poupar trabalho informo que se trata de sanguessugas) – cuja opinião política é observada. Perdem a sua natureza ondulatória e tornam-se partículas. Convém esclarecer que estamos a falar da “opinião política” pois os vermes mantêm a sua natureza ondulatória “física”.
Ou seja, uma pessoa – ou um verme – que se tenha tornado político perdendo assim a sua natureza ondulatória, assume a sua natureza de partícula. Alterar essa natureza agora assumida seria descredibilizar todo o edifício político (não que eu seja contra isso, mas apesar de tudo preferiria ter algumas referências mais ou menos sólidas e constantes no tempo, senão caímos na anarquia completa).
Por esta razão, aceito que uma pessoa mude de opinião, mesmo radicalmente, durante a sua vida (usufruindo da sua natureza ondulatória). Já não aceito que um político mude de opinião (a não ser em detalhes) pois ao submeter-se à observação dos outros, á semelhança de um fotão, abdicou da sua natureza ondulatória e tornou-se partícula.»
[Enviado por AB e publicado sem autorização só para demonstrar que a leitura do (Im)pertinências pode ter efeitos alucinatórios]
20/03/2010
Óropa adopta uma das leis de Murphy (4)
[Continuação de (1), (2) e (3)]
Gradualmente, sob pressão da opinião pública e do próprio governo alemão, Angela Merkel vai derrapando para posições mais realistas. Há pouco mais duma semana o ministro das Finanças rejeitava em nome do governo liminarmente qualquer intervenção do FMI. Na 5.ª feira já um porta-voz do governo anunciava que Angela Merkel estaria «aberta a uma participação financeira do FMI» na ajuda à Grécia.
Como não poderia deixar de ser, o governo de Sarkozy sofrendo, como todos os governos franceses, da malaise de l’exception française, uma doença degenerativa que assola os antigos impérios em decadência, recusa a intervenção do FMI e, pela boca da ministra Christine Lagarde, faz uma comparação completamente idiota da Zona Euro com os Estados Unidos, que evidentemente também é uma zona monetária, e da Grécia com a Califórnia.
Gradualmente, sob pressão da opinião pública e do próprio governo alemão, Angela Merkel vai derrapando para posições mais realistas. Há pouco mais duma semana o ministro das Finanças rejeitava em nome do governo liminarmente qualquer intervenção do FMI. Na 5.ª feira já um porta-voz do governo anunciava que Angela Merkel estaria «aberta a uma participação financeira do FMI» na ajuda à Grécia.
Como não poderia deixar de ser, o governo de Sarkozy sofrendo, como todos os governos franceses, da malaise de l’exception française, uma doença degenerativa que assola os antigos impérios em decadência, recusa a intervenção do FMI e, pela boca da ministra Christine Lagarde, faz uma comparação completamente idiota da Zona Euro com os Estados Unidos, que evidentemente também é uma zona monetária, e da Grécia com a Califórnia.
CAMINHO PARA A SERVIDÃO: lasciate ogni speranza voi che siete qui
O que podemos esperar num país, onde segundo uma luminária histórica do socialismo, o líder do partido mais à direita no parlamento «dá lições de esquerda» ao governo do seu partido a propósito das privatizações que este pressionado pelos credores pretende fazer?
Por falar em credores, o endividamento externo líquido ultrapassou no final do ano 110% do PIB.
19/03/2010
O animal feroz converteu-se em cordeiro manso
Em poucos meses, o governo Sócrates II entregou os pontos em três áreas que a versão I tinha convertido em cavalos de batalha. Na reforma da educação, recuou em toda a linha e continua sob ameaça de manifestações acusado de «traição negocial» pelos sindicatos. Na reforma da saúde depois de ter substituído o ímpeto reformista de Correia Campos pelo ímpeto comunicacional de Ana Jorge, prepara-se para ceder às ameaças de greve e manifestações dos enfermeiros e a contratar médicos reformados pagando-lhes pensão e salário. Em matéria de investimento em infra-estruturas, meteu na gaveta vários projectos que até há pouco tempo considerava inadiáveis.
Em suma está a guterrar, com todos os inconvenientes em relação ao original, que tinha por hábito começar cedo a guterrar. José Sócrates começa tarde, depois de ter gasto energia e paciência e torrado incontáveis milhões de euros.
Em suma está a guterrar, com todos os inconvenientes em relação ao original, que tinha por hábito começar cedo a guterrar. José Sócrates começa tarde, depois de ter gasto energia e paciência e torrado incontáveis milhões de euros.
CASE STUDY: o poder aumenta a hipocrisia e corrompe (principalmente os que pensam que o merecem)
Em Janeiro a Economist publicou um artigo sobre «Power Increases Hypocrisy - Moralizing in Reasoning, Immorality in Behavior», um trabalho de Lammers, Stapel e Galinsky publicado na Psychological Science, que pode ser lido na íntegra aqui. Curiosamente, apesar de, salvo erro, na semana seguinte ter sido publicada uma tradução no Expresso, este artigo não suscitou qualquer interesse na imprensa. Na blogosfera doméstica só detectei uma referência, por sinal tradução do artigo da Economist. Não deixa de ser estranho essa falta de interesse quando nos últimos meses vivemos imersos no turbilhão das trapalhadas da clique socrática que têm em comum o abuso do poder e a hipocrisia.
Resultados do trabalho (24 densas páginas), segundo o resumo dos autores:
Resultados do trabalho (24 densas páginas), segundo o resumo dos autores:
«Cinco estudos testaram a hipótese do poder aumentar a hipocrisia moral, uma situação caracterizada pela imposição de padrões morais rigorosos aos outros mas com um comportamento próprio moralmente menos exigente. Na experiência 1, os indivíduos com grande poder, apesar de fazerem mais trapaças, condenaram as trapaças alheias muito mais do que os indivíduos com poder reduzido. Nas experiências 2 a 4 os indivíduos com grande poder foram mais exigentes no julgamento das transgressões morais dos outros e mais tolerantes com as suas próprias. Um estudo final evidenciou que o efeito do poder na hipocrisia moral depende da sua legitimidade: quando o poder é [sentido pelos próprios como] ilegítimo, a hipocrisia moral não só desaparece como se inverte, tornando-se o poder [sentido pelos próprios como] ilegítimo mais exigente no julgamento dos comportamentos próprios do que nos alheios. Este padrão comportamental, a que poderemos chamar hipercrisia, foi encontrado também entre os participantes com poder reduzido nas experiências 3 e 4. Analisamos o modo como os padrões de hipocrisia e hipercrisia dos indivíduos com grande poder e poder reduzido ajudam com perpetuar a desigualdade social.»Armados com estas conclusões, podemos agora compreender melhor o aforismo de Lord Acton («Power corrupts; absolute power corrupts absolutely»), e podemos confirmar a importância vital da separação de poderes e dos mecanismos de accountability a que todos poderes têm que estar sujeitos. Podemos ainda concluir pela insuficiência de elegermos sujeitos íntegros que, na ausência desses mecanismos, rapidamente abusarão do poder. Contudo, insuficiência não é irrelevância, porque um eleito sem integridade será um corruptor ainda antes de ser corrupto.
18/03/2010
DIÁRIO DE BORDO: se o homem vivesse cá seria considerado um idiota sem remissão (2)
Além destas razões que só por si o desqualificariam neste nosso país emproado, o homem ainda se presta a fazer de Axl Rose.
Bastonário não tem conflitos, só tem interesses
Deve ser muito cansativo para um bastonário andar a correr atrás do governo. É o caso do bastonário dos economistas que ainda há uns meses se indignava com um manifesto de «28 prestigiados economistas» que pedia o adiamento e a reavaliação do projecto TGV, e agora teve que engolir em seco o adiamento por imperativo patriótico do governo, ou seja por falta de grana.
Mas o homem é infatigável e um sério candidato a ministro anexo, ou pelo menos a secretário de estado anexo. Sendo impossível de ignorar por mais tempo o estado deprimente das finanças públicas, o homem com a mesma desfaçatez que andou erguendo durante 4 anos a bandeira do investimento público em elefantes brancos, ergue agora a bandeira de vender as pratas para pagar aos credores. Além de não ter ficado «chocado» com a intenção do governo quanto às privatizações considera que «todas elas são … relativamente lógicas, com excepção dos seguros», excepção que, esforçando-se, acabou também por perceber. A coisa para ele resolve-se com golden shares que saem mais baratas e permitem fazer o mesmo.
Que esta gente saltite dos governos, para as empresas públicas (PT), ou privadas com golden share (PT) ou privadas sem golden share da área da coligação situacionista (BES) ou para as instituições de «utilidade pública» (Fundação Oriente, Câmara Luso-Chinesa) e acumule estas tenças do regime com a direcção duma associação profissional, é coisa que não parece incomodá-los. Conflito de interesses não consta do seu dicionário.
Mas o homem é infatigável e um sério candidato a ministro anexo, ou pelo menos a secretário de estado anexo. Sendo impossível de ignorar por mais tempo o estado deprimente das finanças públicas, o homem com a mesma desfaçatez que andou erguendo durante 4 anos a bandeira do investimento público em elefantes brancos, ergue agora a bandeira de vender as pratas para pagar aos credores. Além de não ter ficado «chocado» com a intenção do governo quanto às privatizações considera que «todas elas são … relativamente lógicas, com excepção dos seguros», excepção que, esforçando-se, acabou também por perceber. A coisa para ele resolve-se com golden shares que saem mais baratas e permitem fazer o mesmo.
Que esta gente saltite dos governos, para as empresas públicas (PT), ou privadas com golden share (PT) ou privadas sem golden share da área da coligação situacionista (BES) ou para as instituições de «utilidade pública» (Fundação Oriente, Câmara Luso-Chinesa) e acumule estas tenças do regime com a direcção duma associação profissional, é coisa que não parece incomodá-los. Conflito de interesses não consta do seu dicionário.
17/03/2010
Não estou nada preocupado
Ao contrário dos Pastorinhos da Economia dos Amanhãs que Cantam, como os baptizou o Impertinente, que descobriram subitamente há apenas alguns meses o buraco em que estamos afundados pelo menos desde o século XVI, com curtas emergências no final dos anos 60 e 80, nós aqui no (Im)pertinências não estamos desiludidos porque nunca estivemos iludidos - pelo menos desde o final da adolescência, falando por mim.
Não estamos desiludidos, nem pré-ocupados. Temos estado ocupados a tentar perceber o porquê de nos últimos 10 anos nos termos afundado ainda mais no buraco de que nunca chegámos a sair e a tentar espalhar a palavra no nosso círculo de amigos e conhecidos, com muito pouco sucesso, reconheça-se.
Contudo, agora que os Pastorinhos não se cansam de nos mostrar as labaredas do inferno, onde até aqui sempre negaram que estivéssemos, podemos descansar. Mas não por muito tempo, porque já há sinais que os Pastorinhos, que não conseguem viver sem uma ilusão que lhes alimente as meninges, começam a limpar as delicadas gargantas e afinar as vozes para entrarem no coro da central de manipulação, cantando em uníssono louvores ao PEC e aos milagrosos efeitos que esperam dele. Não tardará um ano e serão acometidos outra vez pelo desânimo, a não ser que a engenharia contabilística do ministério das Finanças consiga iludir os contabilistas do Eurostat e prolongar por mais algum tempo a ilusão.
Não estamos desiludidos, nem pré-ocupados. Temos estado ocupados a tentar perceber o porquê de nos últimos 10 anos nos termos afundado ainda mais no buraco de que nunca chegámos a sair e a tentar espalhar a palavra no nosso círculo de amigos e conhecidos, com muito pouco sucesso, reconheça-se.
Contudo, agora que os Pastorinhos não se cansam de nos mostrar as labaredas do inferno, onde até aqui sempre negaram que estivéssemos, podemos descansar. Mas não por muito tempo, porque já há sinais que os Pastorinhos, que não conseguem viver sem uma ilusão que lhes alimente as meninges, começam a limpar as delicadas gargantas e afinar as vozes para entrarem no coro da central de manipulação, cantando em uníssono louvores ao PEC e aos milagrosos efeitos que esperam dele. Não tardará um ano e serão acometidos outra vez pelo desânimo, a não ser que a engenharia contabilística do ministério das Finanças consiga iludir os contabilistas do Eurostat e prolongar por mais algum tempo a ilusão.
BREIQUINGUE NIUZ: o plano decenal do governo anual
Apesar da esperança do Pertinente, que há dias incentivou o ministro da Economia a continuar calado e só voltar no fim do mandato, este, surdo aos apelos do bom senso, anunciou ontem que o governo vai criar até 2020 na área da energia (escolha uma das opções):
Para se aferir da credibilidade deste plano do governo Sócrates II convirá recordar que o programa do governo Sócrates I tinha «como objectivo recuperar, nos próximos quatro anos, os cerca de 150.000 postos de trabalho perdidos na última legislatura» e que o resultado foi aumentar 150 mil novos desempregados aos já existentes. A estória que começou por ser saga, continuou como comédia e acabou como tragédia está aqui relatada e devidamente quantificada, porque a idade mental do eleitorado é o que se sabe e a sua memória não é melhor.
E perguntar-se porquê um plano a 10 anos? O governo não consegue sequer cumprir planos a um ano? José Sócrates conta ainda residir em S. Bento em 2020? É mais um expediente para evitar ser confrontado com o falhanço completo.
Para se aferir da credibilidade deste plano do governo Sócrates II convirá recordar que o programa do governo Sócrates I tinha «como objectivo recuperar, nos próximos quatro anos, os cerca de 150.000 postos de trabalho perdidos na última legislatura» e que o resultado foi aumentar 150 mil novos desempregados aos já existentes. A estória que começou por ser saga, continuou como comédia e acabou como tragédia está aqui relatada e devidamente quantificada, porque a idade mental do eleitorado é o que se sabe e a sua memória não é melhor.
E perguntar-se porquê um plano a 10 anos? O governo não consegue sequer cumprir planos a um ano? José Sócrates conta ainda residir em S. Bento em 2020? É mais um expediente para evitar ser confrontado com o falhanço completo.
16/03/2010
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: José Trocas-te
«E agora vai usar da palavra o primeiro-ministro José Trocas-te», disse o speaker para anunciar o próprio a apresentar esta tarde a Estratégia Nacional de Energia, no Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações.
Lost in translation (34) – clientes, queria ele dizer
«Faltam mais três ou quatro empresários como Berardo» terá dito André Luiz Gomes, por coincidência advogado de Berardo, em entrevista a um diário da manhã. Assuma-se que a criatura não é parva e que, em consequência, perceberá que os maiores contributos de Berardo ao país terão sido:
- Esportular os contribuintes, por intermédio do governo Sócrates I, que lhe pagam um armazém para as suas peças e ainda lhe prometem comprá-las se ele lhe apetecer vendê-las;
- Ajudar a coligação situacionista (governo Sócrates I, acolitado pelos Espíritos e o peão Vasconcellos) a sabotar a OPA da Sonae à PT;
- Servir de tropa de choque à mesma coligação (com novos aderentes) no assalto ao Millenium bcp;
- Descobrir petróleo em Aljubarrota.
DIÁRIO DE BORDO: liberdade respeitosa
Um congresso partidário excita-me menos do que uma cena de sexo entre caracóis. Por isso não deviam contar comigo para acompanhar os exorcismos de Mafra durante o fim de semana passado. O único fenómeno digno de nota parece ter sido a adopção do centralismo democrático, que aliás condiz com o enlevo assolapado que a instituição nutre pelo estado (com letra maiúscula) em geral e pelo estado social em particular.
Como seria de esperar, a outra agremiação de adoradores do estado social, que sob a batuta do querido líder já pratica há 6 anos o centralismo democrático, fez uma cena de ciúmes e acusa os de Mafra de estalinismo.
Como seria de esperar, a outra agremiação de adoradores do estado social, que sob a batuta do querido líder já pratica há 6 anos o centralismo democrático, fez uma cena de ciúmes e acusa os de Mafra de estalinismo.
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (12) – o processo
O vereador Manuel Salgado (compagnon de route também citado nas conversas do Face Oculta) «ordenou em Abril passado a sua localização e, se necessário, a sua reconstituição - depois de o PÚBLICO ter feito perguntas sobre ele -, mas até agora não aconteceu uma coisa nem outra.» Trata-se do processo das obras no andar comprado em Lisboa pelo então jovem animal feroz em 1991 e vendido por 5 vezes o preço de compra declarado 5 anos depois.
Sejamos justos, um em cada dois portugueses não será inocente em trapalhadas destas. Se ficássemos por aqui poderíamos dizer que José Sócrates é um líder político que se identifica com o seu eleitorado. Infelizmente para os portugueses, esta é a enésima trapalhada em que o cidadão que está de serviço em S. Bento se envolveu. É uma questão de probabilidades, carago.
Sejamos justos, um em cada dois portugueses não será inocente em trapalhadas destas. Se ficássemos por aqui poderíamos dizer que José Sócrates é um líder político que se identifica com o seu eleitorado. Infelizmente para os portugueses, esta é a enésima trapalhada em que o cidadão que está de serviço em S. Bento se envolveu. É uma questão de probabilidades, carago.
15/03/2010
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: o eleitorado sofre de esquerdismo infantil e os políticos de esquerdismo senil
«As eleições não se ganham com verdades; ganham-se com mentiras porque os portugueses preferem-nas. E se existiu erro no consulado de Ferreira Leite foi o de sobrevalorizar a maturidade dos portugueses; a crença ingénua de que era possível falar para adultos. Não é. Para regressar ao poder, não basta ao PSD eleger um líder e esperar que o eng. Sócrates caia da cadeira. É preciso nivelar o discurso com a idade mental do eleitorado.»
[Creche e aparece de João Pereira Coutinho, no CM]
[Creche e aparece de João Pereira Coutinho, no CM]
CASE STUDY: PIIGS, iguais mas diferentes ou diferentes mas iguais? (2)
Já aqui se tratou do que une os PIIGS, que é quase tanto como o que os separa. Em complemento, veja-se o seguinte quadro extraído do Wall Street Journal com os primeiros 10 de 21 países considerados no estudo do RBC:
Lamentavelmente, o quadro não inclui uma coluna para o défice do comércio externo (a este respeito, veja o quadro 3 aqui reproduzido), factor que se considerado no índice colocaria Portugal em 2.º lugar coladinho à Grécia.
Lamentavelmente, o quadro não inclui uma coluna para o défice do comércio externo (a este respeito, veja o quadro 3 aqui reproduzido), factor que se considerado no índice colocaria Portugal em 2.º lugar coladinho à Grécia.
14/03/2010
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (11) - já estava a estranhar
Já estava a estranhar o antigo estradista e actual presidente da Mota-Engil Jorge Coelho não ter sido apanhado na teia de aranha do Face Oculta. Fica-se a saber pelo Sol que Jorge Coelho teve no dia 13 de Outubro do ano passado uma interessante conversa com Paiva Nunes, o administrador da EDP Imobiliária, entretanto despedido, a quem o sucateiro ofereceu um Mercedes em troca de serviços prestados. Nessa conversa, a propósito da construção da nova sede da EDP, Paiva Nunes diz «o que queria combinar consigo (o ex-estradista) é que esta situação pode melhorar a nossa conversa … está a ver o que eu quero dizer … dividimos e podemos despachar logo isto, isto e … e um grupo» e mais à frente esclarece que «só falta meter lá o Manuel Salgado» (o arquitecto compagnon de route do PS).
É claro que não estamos livres de um dos tentáculos deste polvo que é o PS nos vir insultar a inteligência e explicar indignadamente que tudo isto são conversas privadas tiradas do seu contexto. No estado em que estão as coisas compreende-se, mas não haverá uma só criatura com um pouco de vergonha que se demarque desta latrina em que a clique socrática, com o silêncio cúmplice dos novos situacionistas, transformou o PS e está a transformar o país?
É claro que não estamos livres de um dos tentáculos deste polvo que é o PS nos vir insultar a inteligência e explicar indignadamente que tudo isto são conversas privadas tiradas do seu contexto. No estado em que estão as coisas compreende-se, mas não haverá uma só criatura com um pouco de vergonha que se demarque desta latrina em que a clique socrática, com o silêncio cúmplice dos novos situacionistas, transformou o PS e está a transformar o país?
DIÁRIO DE BORDO: se o homem vivesse cá seria considerado um idiota sem remissão
Warren Buffet, também conhecido por Sage of Omaha (pode ler-se aqui a minha homenagem de há 6 anos ao homem), é o maior accionista da Berkshire Hathaway, uma gigantesca holding cujos capitais próprios aumentaram em 2009 21,8 mil milhões de dólares, o que fez dele (sim, foi ele que se fez, porque os pais só o educaram bem educado) o terceiro homem mais rico do mundo. Costuma escrever todos os anos uma divertida carta com mais de uma dúzia de páginas aos accionistas, numa linguagem simples e directa, entremeada com anedotas. A última, de 26 de Fevereiro, pode ser lida aqui. Costuma ir à pesca com Bill Gates, levando umas sandes dentro dum saco de papel para o almoço. Deve ter sido numa dessas sessões de pesca, enquanto mastigava uma sandes, que informou Bill que iria doar à fundação Gates uma parte considerável da sua fortuna, em detrimento dos seus herdeiros, que ele certamente inclui no grupo a que chamou members of the lucky sperm club. Sabe-se agora que há 29 anos recebe os mesmos 100 mil dólares da Berkshire Hathaway e em 2009 devolveu metade para pagar as suas despesas pessoais (telefones, correio, etc.).
Estou convencido que, se trocássemos um milhar dos nossos empresários membros do dito clube, entremeados com uns berardos, e mais uns 50 mil varas, sucateiros, sócrates, assessores jotas, boys et alia por um quarto das meninges do tio Warren, isso faria Portugal passar da classe dos países em vias de subdesenvolvimento para o dos países desenvolvidos numa geração. Enquanto isso, os 50 mil desgraçariam os ianques enquanto o diabo esfregaria um olho.
Estou convencido que, se trocássemos um milhar dos nossos empresários membros do dito clube, entremeados com uns berardos, e mais uns 50 mil varas, sucateiros, sócrates, assessores jotas, boys et alia por um quarto das meninges do tio Warren, isso faria Portugal passar da classe dos países em vias de subdesenvolvimento para o dos países desenvolvidos numa geração. Enquanto isso, os 50 mil desgraçariam os ianques enquanto o diabo esfregaria um olho.
13/03/2010
Óropa adopta uma das leis de Murphy (3)
[Continuação de (1) e (2)]
Que a Óropa não fala a uma só voz já se sabia (e nunca poderia falar sendo essa voz a do não líder Herman Van Rumpuy). Vai-se também sabendo que até a Alemanha não fala a uma só voz e Angela Merkel não tem batuta que chegue para o governo alemão. Enquanto ela cantava hossanas à solidariedade comunitária para tirar a Grécia do pântano financeiro em que se atolou, pelo menos desde a entrada no euro, o seu ministro da Finanças Wolfgang Schäuble, um democrata-cristão bávaro que tem o corpo preso a uma cadeira de rodas (mas não o cérebro), um bocadinho menos desconfiado dos mercados do que a sua patroa, disse o óbvio para qualquer mente ainda não devastada pelo dogma europeu: «se um país membro da zona euro, no limite, não conseguir consolidar o seu orçamento ou restaurar a sua competitividade, este país, deve, como solução de último recurso, sair da zona euro, embora mantendo-se como membro da União Europeia». Também disse que a UE deveria criar um Fundo Monetário Europeu, ou seja um FMI só para a Óropa, mas ninguém é perfeito.
Que a Óropa não fala a uma só voz já se sabia (e nunca poderia falar sendo essa voz a do não líder Herman Van Rumpuy). Vai-se também sabendo que até a Alemanha não fala a uma só voz e Angela Merkel não tem batuta que chegue para o governo alemão. Enquanto ela cantava hossanas à solidariedade comunitária para tirar a Grécia do pântano financeiro em que se atolou, pelo menos desde a entrada no euro, o seu ministro da Finanças Wolfgang Schäuble, um democrata-cristão bávaro que tem o corpo preso a uma cadeira de rodas (mas não o cérebro), um bocadinho menos desconfiado dos mercados do que a sua patroa, disse o óbvio para qualquer mente ainda não devastada pelo dogma europeu: «se um país membro da zona euro, no limite, não conseguir consolidar o seu orçamento ou restaurar a sua competitividade, este país, deve, como solução de último recurso, sair da zona euro, embora mantendo-se como membro da União Europeia». Também disse que a UE deveria criar um Fundo Monetário Europeu, ou seja um FMI só para a Óropa, mas ninguém é perfeito.
CASE STUDY: what book is this book? (2)
What book is this book? It is the other book.
This book is this book and can be ordered here. No joke.
This book is this book and can be ordered here. No joke.
[Via Dissecting Leftism]
12/03/2010
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: pensamentos para o fim-de-semana
«O feminismo é a afirmação da superioridade da mulher em função de um estúpido complexo de inferioridade». (perspectivas)
«Um keynesiano na penúria é um liberal» (Pedro Carvalho no DE)
«Um keynesiano na penúria é um liberal» (Pedro Carvalho no DE)
CASE STUDY: what book is this book?
What book is this book?
- Henry Miller’s Plexus
- Truman Capote’s In cold blood
- Adolf Hitler’s Mein Kampf
- Arthur Rimbaud’s Une saison a l'enfer
- Other
Lost in translation (33) – Rigor? Já fizemos engenharia orçamental no passado. Voltaremos a fazê-lo no futuro, queria ele dizer. (VI)
«Rigor, confiança … Já o fizemos (reduzir o défice) uma vez…», disseram eles.
«Os défices acumulados entre 2011 e 2013 somam quase 15% do PIB e, no entanto, a dívida subiria menos de 4% do PIB. Não há crescimentos do PIB nem receitas de privatizações que justifiquem uma diferença tão grande.» (Pedro Bráz Teixeira, via O Insurgente)
Gato escondido com o rabo de fora.
«Os défices acumulados entre 2011 e 2013 somam quase 15% do PIB e, no entanto, a dívida subiria menos de 4% do PIB. Não há crescimentos do PIB nem receitas de privatizações que justifiquem uma diferença tão grande.» (Pedro Bráz Teixeira, via O Insurgente)
Gato escondido com o rabo de fora.
Atirado para a fogueira
Não tenho a menor dúvida que Vítor Bento faz parte do pequeno grupo de economistas simultaneamente tecnicamente bem preparados, íntegros e politicamente independentes qualificados para poderem ser nomeados governador do BdeP. Tenho as maiores dúvidas que a promoção que o PSD dele faz pela boca da sua líder seja melhor para a sua candidatura do que a promoção de género que Edite Estrela adoptou para Teodora Cardoso.
11/03/2010
Eu não me queixo
Há quem se queixe do desaparecimento do ministro da Economia, lamentando que Vieira da Silva, tão abundantemente produtivo quando ministro do Trabalho, não apresente ideias, acções, planos, programas, medidas, não anuncie investimentos, subsídios, incentivos, etc. Eu não me queixo e daqui apelo ao ministro que continue sossegado, vá de férias, tranque as portas, feche o ministério e só volte a aparecer no final do mandato. Pois, se após tantas ideias, acções, planos, programas, medidas, investimentos, subsídios, incentivos, etc. promovidos pelos seus antecessores, chegámos onde estamos, é altura de suspender a medicina e dar uma oportunidade ao doente para tratar de si próprio.
SERVIÇO PÚBLICO: se já é assim no orçamento, imaginamos o que será na conta
«O Governo aponta para uma redução do défice público de 8,3% do PIB no final deste ano para 2,8% em 2013, o que permite cumprir o compromisso internacional assumido perante a Comissão Europeia. Os 5,5 pontos de ajustamento orçamental serão conseguidos com os contributos de 2,8 pontos do lado da receita (51%) e 2,7 pontos do lado da despesa (49%).»
Voltamos a falar lá mais para o fim do ano.
Voltamos a falar lá mais para o fim do ano.
10/03/2010
Magalhães é filho de pai incógnito?
O laptop ClassMate da Intel, baptizado de Magalhães pela propaganda socrática, já foi alvo do interesse do (Im)pertinências várias vezes:
- Enganei-me no Magalhães. Não é um insulto à inteligência.
- O conto do vigário como inovação que acrescenta valor
- Uma 1.ª página que é um cemitério.
- Um exemplo de publicidade enganosa - um Magalhães que é um Magellan
- O SOL aos quadradinhos
- As trapalhadas de Magalhães.
À medida que iam passando pela comissão parlamentar de inquérito, os putativos pais foram recusando a paternidade. Primeiro Mário Lino, ex-ministro do pelouro, passou-a para os operadores. A seguir Zorrinho, o coordenador do plano tecnológico à época, fez o mesmo, mas meteu os pés pelas mãos quando explicou que os requisitos do computador foram definidos por uma equipa por si coordenada com representantes de vários ministérios. Muito convenientemente, das reuniões da equipa e das suas recomendações não existem actas.
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: agora já sabemos
Secção Padre Anchieta
Numa altura em que ainda não estava confirmada a exportação do doutor Constâncio, exprimi aqui a minha inquietação: eu não sei o que será do governo se o ministro anexo for para Frankfurt.
Sabemos agora que o doutor Constâncio é insubstituível, ou pelo menos ele assim se vê. Interrompendo a mala que estava a fazer, o ainda ministro anexo apressou-se a aprovar as medidas do PEC em directo para a RTP – o canal do governo – ou, segundo as palavras do Público, «a aplaudir as medidas do PEC».
Ganha três chateaubriands por continuar confuso acerca do seu mandato de ministro anexo e cinco bourbons por não conseguir deixar de fazer o mesmo papel.
Numa altura em que ainda não estava confirmada a exportação do doutor Constâncio, exprimi aqui a minha inquietação: eu não sei o que será do governo se o ministro anexo for para Frankfurt.
Sabemos agora que o doutor Constâncio é insubstituível, ou pelo menos ele assim se vê. Interrompendo a mala que estava a fazer, o ainda ministro anexo apressou-se a aprovar as medidas do PEC em directo para a RTP – o canal do governo – ou, segundo as palavras do Público, «a aplaudir as medidas do PEC».
Ganha três chateaubriands por continuar confuso acerca do seu mandato de ministro anexo e cinco bourbons por não conseguir deixar de fazer o mesmo papel.
09/03/2010
SERVIÇO PÚBLICO: os programas não são para se cumprir
As principais medidas do PCE não estão previstas no programa eleitoral do PS (lista de Pedro Correia do Delito de Opinião):
- Corte no subsídio de desemprego para controlar défice;
- Congelamento dos salários reais dos funcionários públicos até 2013;
- Aumento da carga fiscal para a generalidade dos contribuintes;
- Redução do investimento público até 2013 para metade do registado em 2009;
- Adiamento do lançamento das linhas de alta velocidade Lisboa-Porto e Porto-Vigo;
- Suspensão do lançamento de novas concessões rodoviárias;
- Privatização da TAP, CTT e a área seguradora da Caixa Geral de Depósitos;
- Venda de participações na EDP, Galp e REN.
As medidas são excessivas? As medidas são insuficientes. O que é excessivo é o recurso à mentira recorrente como método de governação.
Sócrates fez o pleno e suicidou a credibilidade
«Ana Margarida Ximenes, especialista em gestão de crises e directora do grupo Inforpress, explica que, "em situações de crise, existem cinco erros muito comuns: negação, incompreensão, apatia, silêncio e mentira. Mentir é, inequivocamente, o suicídio da credibilidade.»
Recomendação: contrate os serviços da Inforpress. Assim, como assim, é só mais um a acrescentar à lista.
Recomendação: contrate os serviços da Inforpress. Assim, como assim, é só mais um a acrescentar à lista.
DIÁRIO DE BORDO: vamos lá tentar alargar a linha estreita
«Existe uma linha estreita entre a ciência climática e o evangelismo climático.»
Jairam Ramesh, ministro indiano do Ambiente e Florestas
Jairam Ramesh, ministro indiano do Ambiente e Florestas
08/03/2010
Read my lips
17-02-2010
«O Ministro das Obras Públicas garante que o TGV e o novo aeroporto são para avançar.»
08-03-2010
«As linhas de alta velocidade entre Lisboa e Porto e entre Porto e Vigo vão ser adiadas por dois anos, disse o ministro das Finanças.»
Em conclusão, o que era indispensável e inadiável para a recuperação económica em 3 semanas deixa de o ser. Voltamos a falar em 2012.
«O Ministro das Obras Públicas garante que o TGV e o novo aeroporto são para avançar.»
08-03-2010
«As linhas de alta velocidade entre Lisboa e Porto e entre Porto e Vigo vão ser adiadas por dois anos, disse o ministro das Finanças.»
Em conclusão, o que era indispensável e inadiável para a recuperação económica em 3 semanas deixa de o ser. Voltamos a falar em 2012.
ESTADO DE SÍTIO: sinal de grande modernidade
«Governadora seria "sinal de grande modernidade", diz Edite Estrela». E porque não um gay no Banco de Portugal? Pois se já tivemos um travesti. Deixemo-nos de paródias, sinal de grande modernidade seria um governador (M/F) de grande competência e independente do poder político e económico.
Em Roma não sejas romano e na Grécia não sejas grego
A situação portuguesa é muito diferente da grega? Como já aqui escrevi, sou capaz de concordar se omitirmos o muito quanto à situação financeira. Agora acrescento que o muito pode ficar no que respeita à situação política, nomeadamente à capacidade e determinação que o governo grego está mostrar para atacar o endividamento e a sua génese. O muito diferente pode ficar principalmente pelo facto do governo português não ter um primeiro-ministro como George Papandreou. A começar na integridade e no círculo de amigos (diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és) e a acabar no currículo académico, onde em vez da universidade Independente se encontram a universidade de Estocolmo, a London School of Economics e Harvard, e, no lugar do inglês técnico Papandreou oferece-nos um inglês fluentíssimo e ainda sueco, francês e italiano.
Renegando a herança do seu pai e do seu avô que ajudaram a Grécia a chegar onde se encontra hoje, George Papandreou parece determinado a acabar com a cultura de corrupção e declara pretender que a Grécia se torne na «Dinamarca do Sul». O seu homólogo português parece querer pretender que Portugal se torne a Venezuela da Europa, sem o petróleo, valham-nos os deuses. Em, suma, Papandreou parece possuir a parte melhor dos gregos e Sócrates parece possuir a parte pior dos portugueses.
Renegando a herança do seu pai e do seu avô que ajudaram a Grécia a chegar onde se encontra hoje, George Papandreou parece determinado a acabar com a cultura de corrupção e declara pretender que a Grécia se torne na «Dinamarca do Sul». O seu homólogo português parece querer pretender que Portugal se torne a Venezuela da Europa, sem o petróleo, valham-nos os deuses. Em, suma, Papandreou parece possuir a parte melhor dos gregos e Sócrates parece possuir a parte pior dos portugueses.
O calote crescente
À míngua de poupança, as famílias endividaram-se à banca, o que reduziu ainda mais a poupança actual e reduzirá a poupança futura. Com a poupança evanescente, a banca também tem que se endividar para emprestar dinheiro às famílias para estas aumentarem o endividamento e assim garantirem que no futuro continuarão a não poupar e endividarem-se. É claro que, nestas condições, o funding dos bancos não pode fazer-se senão com o seu próprio endividamento ao sistema financeiro internacional. Em Dezembro os bancos portugueses financiaram-se junto do BCE em 16 mil milhões de euros ou 10% do PIN num só mês.
07/03/2010
ESTADO DE SÍTIO: PRACE? Qual PRACE?
Ainda alguém se lembra do PRACE (Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado) anunciado com pompa e circunstância pelo governo Sócrates I? O efeito mais relevante do PRACE parece ter sido manter praticamente intacta a estrutura da administração central e transferir para o sector empresarial do estado (SEE) uma parte dos serviços que prestava: como hospitais e estradas. Resultados:
[Dados extraídos do caderno Confidencial do Sol de 5 de Março]
- A administração central continuou a engordar - entre 2006 e 2008 as despesas com salários aumentarem 4,7%;
- O SEE explodiu, aumentando essas despesas de 62% entre 2005 e 2009 e o número de efectivos de 40% entre 2005 e 2008.
[Dados extraídos do caderno Confidencial do Sol de 5 de Março]
CASE STUDY: How Milton Friedman Saved Chile
«Milton Friedman has been dead for more than three years. But his spirit was surely hovering protectively over Chile in the early morning hours of Saturday. Thanks largely to him, the country has endured a tragedy that elsewhere would have been an apocalypse.
Earthquake magnitudes are measured on a logarithmic scale. The earthquake that hit Northridge in 1994 measured 6.7 on the Richter scale. But its seismic-energy yield was only half that of the 7.0 quake that hit Haiti in January, which was the equivalent of 2,000 Hiroshima-sized bombs exploding all at once.
By contrast, Saturday's earthquake in Chile measured 8.8. That's nearly 500 times more powerful than Haiti's, or about one million Hiroshimas. Yet Chile's reported death toll—711 as of this writing—was a tiny fraction of the 230,000 believed to have perished in Haiti.
It's not by chance that Chileans were living in houses of brick—and Haitians in houses of straw—when the wolf arrived to try to blow them down. In 1973, the year the proto-Chavista government of Salvador Allende was overthrown by Gen. Augusto Pinochet, Chile was an economic shambles. Inflation topped out at an annual rate of 1000%, foreign-currency reserves were totally depleted, and per capita GDP was roughly that of Peru and well below Argentina's.
What Chile did have was intellectual capital, thanks to an exchange program between its Catholic University and the economics department of the University of Chicago, then Friedman's academic home. Even before the 1973 coup, several of Chile's "Chicago Boys" had drafted a set of policy proposals which amounted to an off-the-shelf recipe for economic liberalization: sharp reductions to government spending and the money supply; privatization of state-owned companies; the elimination of obstacles to free enterprise and foreign investment, and so on.»
Continue a ler How Milton Friedman Saved Chile.
[Não sou um particular admirador da doutrina Friedman, mas na grande divisão capitalismo e liberdade / colectivismo nas suas diversas modalidades, Friedman está do lado certo. Não entendo que a pinochetada esteja moralmente justificada pelo resultado passados quase 40 anos, mas imagino o inferno que seria hoje o Chile sob o comunismo e recordo que a intervenção dos militares foi pedida pela maioria da Câmara dos Deputados.]
Earthquake magnitudes are measured on a logarithmic scale. The earthquake that hit Northridge in 1994 measured 6.7 on the Richter scale. But its seismic-energy yield was only half that of the 7.0 quake that hit Haiti in January, which was the equivalent of 2,000 Hiroshima-sized bombs exploding all at once.
By contrast, Saturday's earthquake in Chile measured 8.8. That's nearly 500 times more powerful than Haiti's, or about one million Hiroshimas. Yet Chile's reported death toll—711 as of this writing—was a tiny fraction of the 230,000 believed to have perished in Haiti.
It's not by chance that Chileans were living in houses of brick—and Haitians in houses of straw—when the wolf arrived to try to blow them down. In 1973, the year the proto-Chavista government of Salvador Allende was overthrown by Gen. Augusto Pinochet, Chile was an economic shambles. Inflation topped out at an annual rate of 1000%, foreign-currency reserves were totally depleted, and per capita GDP was roughly that of Peru and well below Argentina's.
What Chile did have was intellectual capital, thanks to an exchange program between its Catholic University and the economics department of the University of Chicago, then Friedman's academic home. Even before the 1973 coup, several of Chile's "Chicago Boys" had drafted a set of policy proposals which amounted to an off-the-shelf recipe for economic liberalization: sharp reductions to government spending and the money supply; privatization of state-owned companies; the elimination of obstacles to free enterprise and foreign investment, and so on.»
Continue a ler How Milton Friedman Saved Chile.
[Não sou um particular admirador da doutrina Friedman, mas na grande divisão capitalismo e liberdade / colectivismo nas suas diversas modalidades, Friedman está do lado certo. Não entendo que a pinochetada esteja moralmente justificada pelo resultado passados quase 40 anos, mas imagino o inferno que seria hoje o Chile sob o comunismo e recordo que a intervenção dos militares foi pedida pela maioria da Câmara dos Deputados.]
06/03/2010
A queima O massacre
A Inquisição queimou obras profanas. Hitler mandou queimar obras que duvidavam da superioridade ariana. Inspirado nesses exemplos, Ray Bradbury escreveu e François Truffaut adaptou ao cinema Fahrenheit 451 em 1966. Se ainda fosse vivo, Truffaut inspirar-se-ia em Pais do Amaral e na destruição de livros que mandou executar na Leya, e teria realizado, em vez de Fahrenheit 451, um filme a que chamaria «O massacre», com script da autoria de Gabriela Canavilhas, a senhora ministra da Cóltura. Desta vez não são livros profanos, nem livros que não exaltam a raça ariana, são livros invendáveis que a senhora ministra poderia comprar com o dinheiro dos sujeitos passivos e armazená-los na Torre do Tombo – estou certo que a Leya não se importaria.
CASE STUDY: quem é o deus ex machina da Ongoing? (9)
[Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7) e (8)]
Quem é a Ongoing e o seu deus ex machina já é conhecido. Quem são os timoneiros da Ongoing vai-se sabendo, também pela boca de Armando Vara, uma autoridade na matéria, que explicou ao amigo Oliveira que quem se mete com a Ongoing «não sabe com quem se meteu (porque Nuno Vasconcelos e Rafael Mora) … não têm quaisquer escrúpulos». Já não é apenas a versão do camarada Jorge Coelho «quem se mete com o PS leva» que, apesar de tudo, tinha algo de previsível - leva-se o que já se sabia que se levaria. Com o par Ongoing, devidamente apadrinhado pelos Espíritos, não se sabe o que se pode levar e teme-se o pior, vindo a informação de alguém que um Vara classifica sem quaisquer escrúpulos. Quem somos nós para discordar dum parecer de alguém tão conhecedor do meio como o banqueiro Vara.
Quem é a Ongoing e o seu deus ex machina já é conhecido. Quem são os timoneiros da Ongoing vai-se sabendo, também pela boca de Armando Vara, uma autoridade na matéria, que explicou ao amigo Oliveira que quem se mete com a Ongoing «não sabe com quem se meteu (porque Nuno Vasconcelos e Rafael Mora) … não têm quaisquer escrúpulos». Já não é apenas a versão do camarada Jorge Coelho «quem se mete com o PS leva» que, apesar de tudo, tinha algo de previsível - leva-se o que já se sabia que se levaria. Com o par Ongoing, devidamente apadrinhado pelos Espíritos, não se sabe o que se pode levar e teme-se o pior, vindo a informação de alguém que um Vara classifica sem quaisquer escrúpulos. Quem somos nós para discordar dum parecer de alguém tão conhecedor do meio como o banqueiro Vara.
05/03/2010
BREIQUINGUE NIUZ: agora é oficial
Depois ter sido compagnon de route do socialismo socrático durante vários anos e autor dum celebrado panegírico manteigueiro do engenheiro Sócrates, o professor Freitas do Amaral parece ter iniciado este ano um processo de branqueamento da sua persona política. Primeiro, sugerindo explicações que o governo deveria dar sobre o endividamento e a desorçamentação em curso, e agora prenunciando as tempestades que se foram formando durante 5 anos no bojo de supostas bonanças:
«Toda a gente já percebeu que, além da crise económica, Portugal está a viver neste momento uma crise política. Só o PS não quer reconhecê-la… É certo que a crise ainda não explodiu, mas as nuvens negras acumulam-se no céu e, para quem saiba olhar e queira ver, elas prenunciam uma tempestade.»
O insigne tremendo com a visão da tempestade
Só lhe falta a corrida para fora de S. Bento
«O primeiro-ministro, que correu hoje pelas ruas de Maputo, disse no final que faz o seu 'jogging' porque "é preciso estar em forma" ou, caso contrário, "comem-nos vivos".
...
O primeiro-ministro já realizou corridas em Luanda, Angola, em Caracas, Venezuela, em Pequim, na China e em Moscovo, na Rússia.»
...
O primeiro-ministro já realizou corridas em Luanda, Angola, em Caracas, Venezuela, em Pequim, na China e em Moscovo, na Rússia.»
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: uma nódoa que se limpa e um ministro anexo que se perde (2)
Secção Assault of thoughts
Morais Sarmento ainda recentemente zurziu o ex-ministro anexo a propósito da sua nomeação para a vice-presidência do BCE, alegadamente devida às suas competências. O antigo boxeur, mostrando que ainda não perdeu o punho, reincidiu com um jab e convida-nos a imaginar «que Vítor Constâncio estava no lugar de Anthímio de Azevedo, encarregue de nos fazer a previsão do tempo. Com o desempenho que teve, imaginem a anarquia total em que teríamos vivido os últimos anos: de gabardina no pico do calor, e de manga curta à chuva. Imaginem-se de havaianas nos pés nestes dias de Inverno, e de gola alta e galochas cada vez que o sol abrisse e o calor apertasse.»
Aposto que os novos situacionistas estão a protestar entre dentes contra a suposta injustiça de Morais Sarmento e a cantar a boca chiusa loas às competências do excelso. Antes de continuarem, leiam o que escreveu a Economist a respeito do processo de nomeação do excelso (e do seu papel em alavancar a candidatura a presidente de Axel Webel):
(*) Stitch-up = an act of manipulating something or securing a deal to someone's disadvantage or to one's own advantage
Morais Sarmento ainda recentemente zurziu o ex-ministro anexo a propósito da sua nomeação para a vice-presidência do BCE, alegadamente devida às suas competências. O antigo boxeur, mostrando que ainda não perdeu o punho, reincidiu com um jab e convida-nos a imaginar «que Vítor Constâncio estava no lugar de Anthímio de Azevedo, encarregue de nos fazer a previsão do tempo. Com o desempenho que teve, imaginem a anarquia total em que teríamos vivido os últimos anos: de gabardina no pico do calor, e de manga curta à chuva. Imaginem-se de havaianas nos pés nestes dias de Inverno, e de gola alta e galochas cada vez que o sol abrisse e o calor apertasse.»
Aposto que os novos situacionistas estão a protestar entre dentes contra a suposta injustiça de Morais Sarmento e a cantar a boca chiusa loas às competências do excelso. Antes de continuarem, leiam o que escreveu a Economist a respeito do processo de nomeação do excelso (e do seu papel em alavancar a candidatura a presidente de Axel Webel):
«Cynics have a rule about European appointments: the most qualified contenders never get them. This week’s decision by the Eurogroup of euro-area finance ministers to nominate Vitor Constâncio as the next vice-president of the European Central Bank (ECB) certainly looks like a stitch-up (*). Luxembourg’s prime minister, Jean-Claude Juncker, who chairs the Eurogroup, moaned that there had been no discussion of the merits of each candidate.»Por tudo isto, sou levado a atribuir mais 3 afonsos a Morais Sarmento (seriam 5 se não fosse o atraso).
(*) Stitch-up = an act of manipulating something or securing a deal to someone's disadvantage or to one's own advantage
04/03/2010
Vamos ver-nos todos gregos (2)
Faltou considerar no nosso futuro o conselho dos deputados alemães ao estado grego para «desprender-se de forma radical das suas participações em empresas e também vender terrenos, como por exemplo, as suas ilhas desabitadas». Uma parte desse futuro já é presente (Cimpor) e a outra parte, pode ajudar a resolver o problema do défice, no caso da Madeira e Porto Santo, se estendermos o conselho às ilhas habitadas. No mínimo, dá-nos mais um dinheirinho para torrar em subsídios e prebendas para os boys se vendermos só as Selvagens, as Berlengas e a ilha da Armona no All Garb. (*)
(*) Pensando melhor, a Armona não vendemos. Fica como retiro para o doutor Pinho, ex-ministro e futuro ministro anexo.
(*) Pensando melhor, a Armona não vendemos. Fica como retiro para o doutor Pinho, ex-ministro e futuro ministro anexo.
Vamos ver-nos todos gregos
A tese oficial é que a situação portuguesa é muito diferente da grega e, portanto, patati patata. Sou capaz de concordar se omitirmos o muito. Em qualquer caso, podemos olhar para a Grécia como o futuro mais ou menos próximo de Portugal. Este futuro é o próximo primeiro-ministro português a encontrar também «novos buracos no orçamento todos os dias», aumentar também o IVA (o deles de 19% para 21%, o nosso de 20% para 21% ou 22%), fazer também cortes na função pública e talvez também «turn to the International Monetary Fund as a last resort» (Papandreou said).
03/03/2010
ESTÓRIA E MORAL: era uma vez um Pedro Passos Coelho
Estória
Era uma vez um Pedro Passos Coelho que foi jota desde o fim da adolescência, mas garante ser um agente de mudança do aparelho onde tem sido apparatchik há décadas. Que se apresenta como o opositor por excelência ao governo de José Sócrates, mas à pala de se distinguir da actual liderança do PSD tem-se confundido com a do PS. Que se põe em bicos de pés para mostrar credibilidade, mas que dificilmente inspira confiança com aquele ar postiço e emproado. Que se apresenta como independente dos poderes fácticos, mas percebe-se por trás da cortina de fumo a silhueta dum dos maiores traficantes de influências - Ângelo Correia.
Moral
À força de querer parecer outro, ele pode já não saber quem é.
Era uma vez um Pedro Passos Coelho que foi jota desde o fim da adolescência, mas garante ser um agente de mudança do aparelho onde tem sido apparatchik há décadas. Que se apresenta como o opositor por excelência ao governo de José Sócrates, mas à pala de se distinguir da actual liderança do PSD tem-se confundido com a do PS. Que se põe em bicos de pés para mostrar credibilidade, mas que dificilmente inspira confiança com aquele ar postiço e emproado. Que se apresenta como independente dos poderes fácticos, mas percebe-se por trás da cortina de fumo a silhueta dum dos maiores traficantes de influências - Ângelo Correia.
Moral
À força de querer parecer outro, ele pode já não saber quem é.
ESTÓRIA E MORAL: era uma vez um Paulo Rangel
Estória
Era uma vez um Paulo Rangel que foi para Bruxelas jurando que só voltaria a Lisboa se Cristo descesse à terra (não foi bem assim, mas vem dar ao mesmo). Cristo não desceu e ele voltou. Desmentiu que quisesse ser candidato e acabou por ser. Garantiu que estava à direita do PSD e parece já não estar.
Moral
À força de querer parecer outro, ele pode já não saber quem é.
Era uma vez um Paulo Rangel que foi para Bruxelas jurando que só voltaria a Lisboa se Cristo descesse à terra (não foi bem assim, mas vem dar ao mesmo). Cristo não desceu e ele voltou. Desmentiu que quisesse ser candidato e acabou por ser. Garantiu que estava à direita do PSD e parece já não estar.
Moral
À força de querer parecer outro, ele pode já não saber quem é.
02/03/2010
BLOGARIDADES: mais vale tarde do que nunca
O Blasfémias e O Insurgente completaram há dias 6 e 5 anos, respectivamente, publicando diariamente insultos à estupidez colectivista. São dois blogues que desde a nascença fazem parte da lista Sempre com um olho neles do (Im)pertinências e está tudo dito.
Óropa adopta uma das leis de Murphy (2)
Perante a paralisia da comissão e a inexistência política do presidente do conselho europeu (*), a Alemanha e a França prometem 30 mil milhões à Grécia a financiar por um misto de bancos públicos e investidores privados em troca de medidas de austeridade não especificadas mais fortes do que as preparadas pelo governo grego. Talvez isso signifique a Óropa a tentar passar da solução c) aqui descrita para algo mais próximo da solução b), mas nada garante que sem mecanismos, nem instituições independentes, nem know-how, nem ganas, fará o papel do FMI. O FMI foi afastado supostamente para evitar mostrar a fragilidade e eventual descredibilização do euro, mas o eventual insucesso da intervenção comunitária fará muito mais por isso do que faria a intervenção oportuna do FMI.
(*) Até os mais distraídos já devem estar a perceber porque a Alemanha e a França se puseram de acordo em nomear um não líder como Herman Van Rumpuy, que nem chega a desempenhar o papel de procurador porque o eixo franco-alemão não lhe dá procuração.
(*) Até os mais distraídos já devem estar a perceber porque a Alemanha e a França se puseram de acordo em nomear um não líder como Herman Van Rumpuy, que nem chega a desempenhar o papel de procurador porque o eixo franco-alemão não lhe dá procuração.
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (10) o governo fala pela boca do boy
O que têm a dizer os novos situacionistas do PS ao papel desempenhado pelo boy Rui Pedro Soares que em 2007 «se apresentou nas reuniões para a escolha do Conselho de Administração da Taguspark em nome de um grupo de accionistas que incluía a Caixa Geral de Depósitos e ainda o Instituto Superior Técnico e a Universidade Técnica de Lisboa, com o "apoio implícito do senhor ministro Mariano Gago"»?
01/03/2010
Um torquemada no Eurogrupo
Enquanto uns louvam (provocatoriamente) os especuladores nossos amigos, Juncker, presidente do Eurogrupo, ameaçou-os com «os instrumentos de tortura (que temos) no sótão e vamos mostrá-los se for necessário» e propõe-se «fortalecer a primazia da política para poder travar os mercados financeiros». É preciso algum cuidado com a dose da primazia da política porque, como a história e a geografia económicas demonstram abundantemente, o mundo está cheio de países economicamente falhados por excesso da dose. Passando ao lado dos exemplos óbvios de irmãos separados à nascença, como as Coreias ou as Alemanhas, veja-se o que a primazia da política fez no continente africano ou na América do Sul, com as excepções também óbvias do Chile, Brasil e Uruguai. Isto claro, se quisermos evitar olhar para o nosso próprio exemplo.
DIÁRIO DE BORDO: Desertos vistos do espaço (3)
Dunas do deserto da Namíbia (o mais antigo do mundo), com mais de 300 metros de altura
[Foto de 2000 do satélite Landsat-7]