Secção Frases assassinas
Provavelmente por razões que só se explicam pela veneração que os portugueses costumam devotar às criaturas que falam com um ar sisudo e não têm nem um grama de senso de humor nas secas meninges, Vítor Constâncio é considerado uma luminária das finanças, e não apenas pelos fregueses do PS, o que até se compreenderia porque a criatura foi chefe lá da casa. Nem mesmo as grossas asneiras que fez em matéria de supervisão abalaram por aí além o prestígio que desfruta por aquelas bandas.
Quem parece não se ter deixado levar por equívocas solidariedades partidárias foi a eurodeputada socialista Astrid Lullig que sem papas na língua, e baseada no currículo de Constâncio (casos BCP, BPN e BPP) se confessou não admirada pelo contentamento dos portugueses pela saída do ministro anexo e concluiu que entregar-lhe a supervisão europeia «é como dar dinamite a um pirómano».
Quatro afonsos para Lullig (não leva cinco porque os pirómanos não costumam usar dinamite, apesar de a gente perceber a ideia) pela sua franqueza - luminosa nos céus pardacentos de Bruxelas - e cinco bourbons para Vítor Constâncio, que não carecem de explicação.
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