Deve ser muito cansativo para um bastonário andar a correr atrás do governo. É o caso do bastonário dos economistas que ainda há uns meses se indignava com um manifesto de «28 prestigiados economistas» que pedia o adiamento e a reavaliação do projecto TGV, e agora teve que engolir em seco o adiamento por imperativo patriótico do governo, ou seja por falta de grana.
Mas o homem é infatigável e um sério candidato a ministro anexo, ou pelo menos a secretário de estado anexo. Sendo impossível de ignorar por mais tempo o estado deprimente das finanças públicas, o homem com a mesma desfaçatez que andou erguendo durante 4 anos a bandeira do investimento público em elefantes brancos, ergue agora a bandeira de vender as pratas para pagar aos credores. Além de não ter ficado «chocado» com a intenção do governo quanto às privatizações considera que «todas elas são … relativamente lógicas, com excepção dos seguros», excepção que, esforçando-se, acabou também por perceber. A coisa para ele resolve-se com golden shares que saem mais baratas e permitem fazer o mesmo.
Que esta gente saltite dos governos, para as empresas públicas (PT), ou privadas com golden share (PT) ou privadas sem golden share da área da coligação situacionista (BES) ou para as instituições de «utilidade pública» (Fundação Oriente, Câmara Luso-Chinesa) e acumule estas tenças do regime com a direcção duma associação profissional, é coisa que não parece incomodá-los. Conflito de interesses não consta do seu dicionário.
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