O que pode fazer um banqueiro, de quem se diz ser piedoso e professar os princípios da Obra, alegadamente envolvido em actividades ilegais que alegadamente infligiram prejuízos comprovadamente consideráveis ao banco, e que comprovadamente influenciou a atribuição à sua pessoa de privilégios exorbitantes?
Poderia sempre suicidar-se ou admitir a culpa e ser condenado a 150 anos de prisão. Contudo, aparentemente, opta por sacudir a água do capote, indicar como testemunha o fundador do socialismo pós-moderno em Portugal, depois de ter embolsado um generoso pára-quedas e continuar a usufruir de pantagruélica tença e abundante mordomia.
30/06/2009
A credibilidade é como a virgindade (*), disse um dia o engenheiro Belmiro
«Já parecem esquecidas as tentativas de intervenção do governo do PSD na Lusomundo Media, que levaram à minha demissão … (e) … ainda está na memória de toda a gente a venda pelo Estado à PT da rede fixa como forma de conter o défice público nos limites impostos por Bruxelas, sendo Manuela Ferreira Leite ministra das Finanças», comentou Henrique Granadeiro ao i.
(*) Como a virgindade será um exagero. Sejamos razoáveis, para recuperar a credibilidade é necessário um longo período de abstinência.
(*) Como a virgindade será um exagero. Sejamos razoáveis, para recuperar a credibilidade é necessário um longo período de abstinência.
BREIQUINGUE NIUZ: Crisis? What crisis?
«Temos os sinais de que estaremos, porventura, a chegar ao fim desta crise» disse ontem o ministro Teixeira dos Santos, escalado para o anúncio pelo governo em substituição do ministro Pinho.
Se o ministro se está a referir à crise internacional estará, porventura, certo. É provável que durante o próximo ano se possa assistir a uma retoma gradual da economia mundial com a Europa a coxear na cauda da recuperação. Se está a pensar na economia portuguesa, Teixeira dos Santos está, porventura, a esquecer que o governo de que faz parte se esmerou em continuar a obra dos antecessores, garantindo que na próxima década Portugal continuará a arrastar-se vergado sob o peso da dívida, dos aeroportos, dos TGVs, das auto-estradas, das rotundas, das mansões, das casas, das casinhas e dos apartamentos.
Se o ministro se está a referir à crise internacional estará, porventura, certo. É provável que durante o próximo ano se possa assistir a uma retoma gradual da economia mundial com a Europa a coxear na cauda da recuperação. Se está a pensar na economia portuguesa, Teixeira dos Santos está, porventura, a esquecer que o governo de que faz parte se esmerou em continuar a obra dos antecessores, garantindo que na próxima década Portugal continuará a arrastar-se vergado sob o peso da dívida, dos aeroportos, dos TGVs, das auto-estradas, das rotundas, das mansões, das casas, das casinhas e dos apartamentos.
É precisa uma fé sólida para atribuir a crise nos EU à falta de regulação
Cinco reguladores federais para a banca, um para acções e obrigações, outro para derivados e outro para a Fannie Mae e o Freddie Mac. Aos federais é preciso acrescentar um regulador por cada um dos 50 estados.
Dúvidas que nos atormentam
«O Governo lança hoje a rede nacional de mobilidade eléctrica, uma das primeiras da Europa, que prevê 320 locais de abastecimento de carros eléctricos em 2010 e 1.300 daqui a dois anos, para aproveitar o início da comercialização dos carros eléctricos da Renault Nissan.
O Governo português tem a expectativa de que Portugal possa vir a ter 180 mil carros eléctricos em 2020, ano em que o número de pontos de carregamento das baterias deverá rondar as 25 mil ligações.» (Jornal de Negócios)
Porquê só o governo, composto por gestores incompetentes de negócios inviáveis e falhados, vê estas oportunidades?
Não haverá um pequenino exagero em ter um ponto de carregamento para 7 carros eléctricos?
O Governo português tem a expectativa de que Portugal possa vir a ter 180 mil carros eléctricos em 2020, ano em que o número de pontos de carregamento das baterias deverá rondar as 25 mil ligações.» (Jornal de Negócios)
Porquê só o governo, composto por gestores incompetentes de negócios inviáveis e falhados, vê estas oportunidades?
Não haverá um pequenino exagero em ter um ponto de carregamento para 7 carros eléctricos?
29/06/2009
LA DONNA E UN ANIMALE STRAVAGANTE: Para quando aulas de masturbação nas escolas C+S?
«É a pesada herança judaico-cristã que está associada ao modelo reprodutivo do sexo e à ideia de que a masturbação é pecado. Mas isto está a mudar. A educação das mulheres é menos repressiva e a sexualidade é vivenciada com mais liberdade."»
Não é um caso de falha do mercado
Um reformado com 40 seguranças privados é mais um caso de polícia.
CASE STUDY: o homem doente da Europa
Segundo o relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental da Assembleia da República, o crescimento real acumulado nos 10 anos de 2000 a 2010 será de apenas 3,2%, o pior desempenho da UE15, com excepção da Itália.
Nesse período, com os subsídios (dinheiro dos contribuintes europeus) e o dinheiro emprestado pelos estrangeiros, torraram-se recursos na construção dos estádios do Euro 2004, na Casa da Música, em auto-estradas, em milhares de rotundas e centenas de milhar de mansões, casas, casinhas e apartamentos por esse país, das quais uma boa parte está agora às moscas, como estão às moscas a maioria dos estádios e muitas das auto-estradas.
No mesmo período 3 governos, 2 dos quais do PS, responsáveis por 7 dos 10 anos, prometeram levar a economia às cavalitas, os empresários ao colo e os trabalhadores nos joelhos.
Como explicar que as mesmas receitas aplicadas pelo PS e o PSD (acolitado pelo CDS, um partido colectivista de direita) durante 10 anos, que fizeram de Portugal o homem doente da Europa, sejam agora apresentadas pelo PS (e com aditivos pelo PCP e o BE) como a única medicina capaz de salvar o doente?
E de quem é a responsabilidade pela década perdida? Segundo a visão do PS e do PSD (e do acólito), que estiveram em exercício e se assumiram como o deus ex machina da economia, só podem ser os seus próprios dirigentes.
Nesse período, com os subsídios (dinheiro dos contribuintes europeus) e o dinheiro emprestado pelos estrangeiros, torraram-se recursos na construção dos estádios do Euro 2004, na Casa da Música, em auto-estradas, em milhares de rotundas e centenas de milhar de mansões, casas, casinhas e apartamentos por esse país, das quais uma boa parte está agora às moscas, como estão às moscas a maioria dos estádios e muitas das auto-estradas.
No mesmo período 3 governos, 2 dos quais do PS, responsáveis por 7 dos 10 anos, prometeram levar a economia às cavalitas, os empresários ao colo e os trabalhadores nos joelhos.
Como explicar que as mesmas receitas aplicadas pelo PS e o PSD (acolitado pelo CDS, um partido colectivista de direita) durante 10 anos, que fizeram de Portugal o homem doente da Europa, sejam agora apresentadas pelo PS (e com aditivos pelo PCP e o BE) como a única medicina capaz de salvar o doente?
E de quem é a responsabilidade pela década perdida? Segundo a visão do PS e do PSD (e do acólito), que estiveram em exercício e se assumiram como o deus ex machina da economia, só podem ser os seus próprios dirigentes.
28/06/2009
Manifesto (im)pertinente
A semana passada foi o manifesto dos 28 economistas. Uma dúzia de ex-ministros e outras luminárias, entre as quais conseguimos com algum esforço encontrar uma meia dúzia que já teria estado em algo parecido com uma empresa, expuseram as suas aflições e partilharam connosco as suas dúvidas sobre os investimentos públicos. Em conclusão, pediram mais estudos.
Esta semana maninfestaram-se outras 60 criaturas, economistas, sociólogos, politólogos, filósofos, geógrafos e diversos outros académicos. Procurando com atenção encontrámos 2-gestores-2, não sabemos de quê. As criaturas não têm dúvidas sobre quais são os problemas e exigem, para sermos curtos e grossos, mais estudos e mais Estado.
Está ainda em falta o manifesto dos economistas que fazem estudos e trabalham para o governo e o manifesto dos que trabalham para os empreiteiros. Espera-se uma síntese dos pedidos de uns e das exigências de outros e ideias para mais investimentos públicos, todos devidamente fundamentados em mais estudos.
Nós, aqui no (Im)pertinências, resolvemos também fazer um manifesto que, por definição, é um manifesto (im)pertinente.
Considerando,
a. Há décadas vêm sendo torrados recursos nacionais e comunitários (um muito obrigado aos contribuintes alemães) em muitos e variados investimentos públicos, com e sem estudos, que têm entre si de comum um notável índice de derrapagem e um negligenciável efeito sobre a capacidade produtiva do país,
b. Que nem por isso a economia e o país deram sinais de sair do estado de anomia,
c. O reforço contínuo da presença sufocante dum Estado incompetente e gastador,
d. Que, consequentemente, a situação do país pode atribuir-se a quase tudo menos ao liberalismo, seja o neo seja qualquer outro.
Pedimos e exigimos que,
1. Não sejam feitos mais investimentos nem estudos,
2. Seja dada uma oportunidade ao liberalismo (ao clássico, ao neo ou a qualquer outro), a única doutrina que em 866 anos de existência do país ainda não inspirou nenhum governo,
3. O governo se concentre na governação e nas funções essenciais do estado e deixe a governação das empresas para os empresários,
4. Consequentemente, liberte a sociedade civil da tutela asfixiante do estado, em particular, deixe o dinheiro no bolso dos contribuintes para eles decidirem o que fazer com ele.
Esperamos e imploramos ainda que,
i. A sociedade civil tome conta de si própria e, em particular,
ii. Empresários e trabalhadores abandonem o colo do estado e se disponham a assumir cada um os seus próprios riscos.
Assinado
Impertinente Pertinente
Esta semana maninfestaram-se outras 60 criaturas, economistas, sociólogos, politólogos, filósofos, geógrafos e diversos outros académicos. Procurando com atenção encontrámos 2-gestores-2, não sabemos de quê. As criaturas não têm dúvidas sobre quais são os problemas e exigem, para sermos curtos e grossos, mais estudos e mais Estado.
Está ainda em falta o manifesto dos economistas que fazem estudos e trabalham para o governo e o manifesto dos que trabalham para os empreiteiros. Espera-se uma síntese dos pedidos de uns e das exigências de outros e ideias para mais investimentos públicos, todos devidamente fundamentados em mais estudos.
Nós, aqui no (Im)pertinências, resolvemos também fazer um manifesto que, por definição, é um manifesto (im)pertinente.
Considerando,
a. Há décadas vêm sendo torrados recursos nacionais e comunitários (um muito obrigado aos contribuintes alemães) em muitos e variados investimentos públicos, com e sem estudos, que têm entre si de comum um notável índice de derrapagem e um negligenciável efeito sobre a capacidade produtiva do país,
b. Que nem por isso a economia e o país deram sinais de sair do estado de anomia,
c. O reforço contínuo da presença sufocante dum Estado incompetente e gastador,
d. Que, consequentemente, a situação do país pode atribuir-se a quase tudo menos ao liberalismo, seja o neo seja qualquer outro.
Pedimos e exigimos que,
1. Não sejam feitos mais investimentos nem estudos,
2. Seja dada uma oportunidade ao liberalismo (ao clássico, ao neo ou a qualquer outro), a única doutrina que em 866 anos de existência do país ainda não inspirou nenhum governo,
3. O governo se concentre na governação e nas funções essenciais do estado e deixe a governação das empresas para os empresários,
4. Consequentemente, liberte a sociedade civil da tutela asfixiante do estado, em particular, deixe o dinheiro no bolso dos contribuintes para eles decidirem o que fazer com ele.
Esperamos e imploramos ainda que,
i. A sociedade civil tome conta de si própria e, em particular,
ii. Empresários e trabalhadores abandonem o colo do estado e se disponham a assumir cada um os seus próprios riscos.
Assinado
Impertinente Pertinente
27/06/2009
DIÁRIO DE BORDO: sayonara para a Kaguya (1)
O nascer da Terra, visto da sonda de exploração lunar Kaguya, lançada pela JAXA em 14-09-2007, que se esmagou na superfície lunar no passado dia 10.
As crises são um autêntico desastre
O Senhor de La Palice também poderia ter escrito este sedutor working paper: «Power curves’: What natural and economic disasters have in common», Michele Zanini, The McKinsey Quarterly.
Clique para ampliar
26/06/2009
ESTADO DE SÍTIO: Sócrates (ainda não) resolve na release 2.0 bug da release 1.1 (CORRECÇÃO)
24-06-2009 12:37 no Diário Digital
«Governo remete negócio PT com Media Capital para reguladores»
26.06.2009 - 10h52 no Público
«O Governo vai opor-se ao negócio de compra de uma participação da TVI pela PT para que "não haja a mínima suspeita" de que a operação "se destina e qualquer alteração da linha editorial" do canal, anunciou hoje o primeiro-ministro no Parlamento, em declarações aos jornalistas.»
Pensamento queiroziano que me ocorre: «Este Governo não cairá porque não é um edifício, sairá com benzina porque é uma nódoa».
«Governo remete negócio PT com Media Capital para reguladores»
26.06.2009 - 10h52 no Público
«O Governo vai opor-se ao negócio de compra de uma participação da TVI pela PT para que "não haja a mínima suspeita" de que a operação "se destina e qualquer alteração da linha editorial" do canal, anunciou hoje o primeiro-ministro no Parlamento, em declarações aos jornalistas.»
Pensamento queiroziano que me ocorre: «Este Governo não cairá porque não é um edifício, sairá com benzina porque é uma nódoa».
ARTIGO DEFUNTO: O relógio da central de manipulação tem um atraso de 12h 40m (2)
25/06/09 11:25
Poder de compra nacional volta a diminuir em relação à Europa
O Produto Interno Bruto (PIB) por habitante português situou-se em 2008 nos 75% da média europeia, um valor inferior aos 76% conseguidos em 2007, revela o Eurostat.
26/06/09 00:05
Riqueza dos portugueses é 75% da média da União Europeia
A riqueza de cada português é igual a 75% da média da União Europeia. Era assim em 2008 e nos dois anos anteriores, o que indica que não houve nenhuma perda de poder de compra, apesar da crise. Atrás de Portugal estão oito países da UE.
Poder de compra nacional volta a diminuir em relação à Europa
O Produto Interno Bruto (PIB) por habitante português situou-se em 2008 nos 75% da média europeia, um valor inferior aos 76% conseguidos em 2007, revela o Eurostat.
26/06/09 00:05
Riqueza dos portugueses é 75% da média da União Europeia
A riqueza de cada português é igual a 75% da média da União Europeia. Era assim em 2008 e nos dois anos anteriores, o que indica que não houve nenhuma perda de poder de compra, apesar da crise. Atrás de Portugal estão oito países da UE.
Somewhere in the nowhere
[Gráfico extraído de «The big sweat», The Economist print edition, Jun 11th 2009 e completado com as estimativa do rácio de dívida pública do governo português]
25/06/2009
DIÁRIO DE BORDO: Remake de «Les uns et les autres» com banda sonora de Orchestral Manoeuvres in the Dark
Compra da Media Capital pela PT "é uma questão altamente preocupante"
PS considerou "lamentável e indigna" atitude de Manuela Ferreira Leite sobre alegado negócio PT-Media Capital
Zeinal Bava era contra o negócio há três semanas
Cavaco "abre excepção" e pede transparência na compra da TVI
Rui Moreira critica intervenção de Cavaco sobre negócio PT/TVI
Moniz aprova entrada da PT na TVI
PS considerou "lamentável e indigna" atitude de Manuela Ferreira Leite sobre alegado negócio PT-Media Capital
Zeinal Bava era contra o negócio há três semanas
Cavaco "abre excepção" e pede transparência na compra da TVI
Rui Moreira critica intervenção de Cavaco sobre negócio PT/TVI
Moniz aprova entrada da PT na TVI
Bastonário dos economistas presta lip service aos seus camaradas do governo e passa a perna aos seus colegas
«A forma como foi publicitada esta opinião - através de um manifesto - é relativamente inédita entre economistas em Portugal. Mas, independentemente da forma, pessoalmente acho que não haverá nenhum economista responsável em Portugal que não concorde em que se aprofunde e clarifique a rentabilidade destes projectos, bem como se avalie o impacto que eles poderão ter no ‘deficit' corrente do país, atendendo ao preocupante nível do mesmo - próximo dos 100 % do PIB - aproveitando-se de resto a oportunidade que o Governo nos deu, "empurrando" a 1ª grande adjudicação sobre o TGV para depois das eleições legislativas. Por isso também sou solidário com as preocupações dos meus colegas, quanto a esta questão.»
[O manifesto, Francisco Murteira Nabo no Diário Económico]
Percebe-se que as ideias do bastonário do que é melhor para o país, como por acaso, coincidam com as da clique dirigente do PS momentaneamente no governo. Percebe-se e aceita-se. Não se percebe, nem se pode aceitar, a falta de escrúpulo profissional que o leva a ignorar quatro anos dos jamais de Sócrates e dos seus acólitos em relação ao TGV que precederam a derrota nas eleições europeias e a súbita descoberta do «escrúpulo democrático» que nos concedeu a graça da «oportunidade».
Um país que tem elites deste calibre tem que ser um país em vias de subdesenvolvimento. Esta gente esgota-se e esgota-nos com a sua doentia e obsessiva manipulação.
[O manifesto, Francisco Murteira Nabo no Diário Económico]
Percebe-se que as ideias do bastonário do que é melhor para o país, como por acaso, coincidam com as da clique dirigente do PS momentaneamente no governo. Percebe-se e aceita-se. Não se percebe, nem se pode aceitar, a falta de escrúpulo profissional que o leva a ignorar quatro anos dos jamais de Sócrates e dos seus acólitos em relação ao TGV que precederam a derrota nas eleições europeias e a súbita descoberta do «escrúpulo democrático» que nos concedeu a graça da «oportunidade».
Um país que tem elites deste calibre tem que ser um país em vias de subdesenvolvimento. Esta gente esgota-se e esgota-nos com a sua doentia e obsessiva manipulação.
24/06/2009
ESTADO DE SÍTIO: Sócrates resolve na release 2.0 bug da release 1.1 (ADENDA)
ESTADO DE SÍTIO: Sócrates resolve na release 2.0 bug da release 1.1 (*)
«A Prisa, que tem uma dívida de cinco mil milhões à banca (dos quais 1,9 tinham pagamento obrigatório em Março passado) conseguiu prorrogar os prazos de pagamento por um ano. Necessita, pois, urgentemente de dinheiro.
O Expresso apurou, no entanto, que até o regresso de Moura Guedes à antena foi comunicado a Sócrates e que este, na altura, não se terá oposto. "O pior foi depois", acrescentou a mesma fonte. Recorde-se que com a entrada da Prisa na TVI (e a nomeação de Pina Moura para presidente do grupo em Portugal) se gerou a ideia de que seria, a partir de então, uma estação dócil para o Governo. Mas Moniz, como sempre fez na vida, soube esperar e, no momento certo, fez o que lhe apeteceu.»(Expresso, sem link directo)
«A Portugal Telecom confirma a existência de contactos entre o Grupo Prisa e a Portugal Telecom”, adiantando que esses contactos “abordaram diversos cenários de investimento, incluindo a possível aquisição de uma participação no capital social da Media Capital e formas de relacionamento entre esta empresa e a PT”.
Face à resistência da PT em entrar na área dos conteúdos, esta inflexão é encarada como tendo sido resultado de um "empurrão" do Governo para que a PT avançasse sobre a "holding" detentora da TVI, o canal que tem funcionado como contra-poder a José Sócrates, nomeadamente através do "Jornal Nacional" de sexta-feira, apresentado por Manuela Moura Guedes.» (Jornal de Negócios)
«O valor oferecido pela Portugal Telecom à Prisa pelos 30 por cento da Media Capital é quase o dobro do que deveria ser pago caso a participação fosse adquirida em Bolsa, onde ficaria por cerca de 84,4 milhões de euros.» (Público)
(*) Financiado pelos accionistas da PT
O Expresso apurou, no entanto, que até o regresso de Moura Guedes à antena foi comunicado a Sócrates e que este, na altura, não se terá oposto. "O pior foi depois", acrescentou a mesma fonte. Recorde-se que com a entrada da Prisa na TVI (e a nomeação de Pina Moura para presidente do grupo em Portugal) se gerou a ideia de que seria, a partir de então, uma estação dócil para o Governo. Mas Moniz, como sempre fez na vida, soube esperar e, no momento certo, fez o que lhe apeteceu.»(Expresso, sem link directo)
«A Portugal Telecom confirma a existência de contactos entre o Grupo Prisa e a Portugal Telecom”, adiantando que esses contactos “abordaram diversos cenários de investimento, incluindo a possível aquisição de uma participação no capital social da Media Capital e formas de relacionamento entre esta empresa e a PT”.
Face à resistência da PT em entrar na área dos conteúdos, esta inflexão é encarada como tendo sido resultado de um "empurrão" do Governo para que a PT avançasse sobre a "holding" detentora da TVI, o canal que tem funcionado como contra-poder a José Sócrates, nomeadamente através do "Jornal Nacional" de sexta-feira, apresentado por Manuela Moura Guedes.» (Jornal de Negócios)
«O valor oferecido pela Portugal Telecom à Prisa pelos 30 por cento da Media Capital é quase o dobro do que deveria ser pago caso a participação fosse adquirida em Bolsa, onde ficaria por cerca de 84,4 milhões de euros.» (Público)
(*) Financiado pelos accionistas da PT
ARTIGO DEFUNTO: O relógio da central de manipulação tem um atraso de 4h 29m
Economia portuguesa vai registar o sexto pior desempenho da Zona Euro em 2009
24 Junho 2009 11:28
Teixeira dos Santos sublinha que Portugal está melhor que a média
24 Junho 2009 15:57
24 Junho 2009 11:28
Teixeira dos Santos sublinha que Portugal está melhor que a média
24 Junho 2009 15:57
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: A ciência ao serviço de causas
«A insistência no antropocentrismo climático é mais do que oportunismo conjuntural: é reveladora de uma mutação no racionalismo dominante na política ocidental, inaugurado por Bacon e prosseguido por Saint-Simon e Lenine, entre outros. A forma permanece invariante, com a promiscuidade entre os discursos científico e político a propiciar a subordinação da sociedade a projectos colectivos dirigidos pelo Estado. Mas a natureza do projecto está a mudar -já não se trata da exploração planeada dos recursos para a maior felicidade do maior número: sob a histeria das alterações climáticas começam a definir-se propostas mais perigosas, que apontam para a auto-extinção económica do Ocidente.»
[A profecia Xhosa, Fernando Gabriel, no DE]
[A profecia Xhosa, Fernando Gabriel, no DE]
E não se pode exterminá-los? (*)
Os bloquistas voltam à carga com uma proposta de lei para encerrar os hipermercados aos domingos, com o propósito salvífico de «evitar maior número de encerramentos [de unidades comerciais] e travar uma maior desertificação" dos centros das grandes cidades».
É da natureza dos bloquistas, herdada do ADN dos seus componentes trotskistas, simplesmente marxistas, marxistas-leninistas, albaneses e simplesmente maoístas, terem soluções ainda antes de perceberem se os problemas que eles vêem como tais são mesmo problemas e, sendo-o, quais são as suas causas.
O problema do encerramento do pequeno comércio não é um problema, é uma oportunidade para melhorar a qualidade e o preço dos produtos e a produtividade. Problema será o inevitável desemprego que exigirá algumas soluções específicas, sobretudo no que respeita à maioria de idosos que dependem do pequeno comércio.
O problema da desertificação dos centros das grandes cidades é, de facto, um problema, só que não tem nada a ver com os hipermercados. Resulta em grande parte do congelamento republicano das rendas (1919) e da inflexibilidade contratual dos arrendamentos para habitação, que atravessou a 1.ª, a 2.ª e a 3.ª Repúblicas até à década de 80 e perdura nalguns dos seus condicionamentos, os quais desvirtuaram durante décadas e ainda desvirtuam o mercado de arrendamento e são responsáveis pela destruição dos centros das grandes cidades muito antes de surgir o primeiro hipermercado.
Se os bloquistas quisessem, mesmo, resolver os problemas que dizem querer resolver, proporiam a liberalização do mercado de habitação e medidas de apoio aos pequenos comerciantes, sem esquecer a liberalização do horário dos hipermercados, dos supermercados, dos minimercados, das mercearias, dos talhos e tutti quanti.
(*) Aos problemas, obviamente.
É da natureza dos bloquistas, herdada do ADN dos seus componentes trotskistas, simplesmente marxistas, marxistas-leninistas, albaneses e simplesmente maoístas, terem soluções ainda antes de perceberem se os problemas que eles vêem como tais são mesmo problemas e, sendo-o, quais são as suas causas.
O problema do encerramento do pequeno comércio não é um problema, é uma oportunidade para melhorar a qualidade e o preço dos produtos e a produtividade. Problema será o inevitável desemprego que exigirá algumas soluções específicas, sobretudo no que respeita à maioria de idosos que dependem do pequeno comércio.
O problema da desertificação dos centros das grandes cidades é, de facto, um problema, só que não tem nada a ver com os hipermercados. Resulta em grande parte do congelamento republicano das rendas (1919) e da inflexibilidade contratual dos arrendamentos para habitação, que atravessou a 1.ª, a 2.ª e a 3.ª Repúblicas até à década de 80 e perdura nalguns dos seus condicionamentos, os quais desvirtuaram durante décadas e ainda desvirtuam o mercado de arrendamento e são responsáveis pela destruição dos centros das grandes cidades muito antes de surgir o primeiro hipermercado.
Se os bloquistas quisessem, mesmo, resolver os problemas que dizem querer resolver, proporiam a liberalização do mercado de habitação e medidas de apoio aos pequenos comerciantes, sem esquecer a liberalização do horário dos hipermercados, dos supermercados, dos minimercados, das mercearias, dos talhos e tutti quanti.
(*) Aos problemas, obviamente.
23/06/2009
DIÁRIO DE BORDO: Se a moda pega aqui no burgo
O Senado americano aprovou há dias uma resolução politicamente correcta pedindo desculpa pela escravatura, tendo o cuidado politicamente incorrecto de clarificar que as desculpas não darão o direito aos descendentes dos escravos de reclamar indemnizações pelo sofrimento dos seus antepassados. Premonitoriamente, muitos desses descendentes têm o hábito de ser hóspedes do sistema prisional cumprindo penas por, para me exprimir em termos politicamente correctos, tentativa de obter por meios violentos reparação directa dos descendentes dos opressores dos seus antepassados (uma espécie de estória moderna do lobo e do cordeiro?).
Nós por cá, com os nossos 866 anos repletos de malfeitorias a inúmeros gentios dos 5 continentes, se enveredamos por essa via do pedido de desculpa, inauguramos mais um tema fracturante e vamos ocupar os deputados nos 4 anos da próxima legislatura. O que talvez fosse uma boa ideia para os manter entretidos, evitando que o ócio dê pasto à sua produção legiferante e delirante, emaranhando ainda mais o já emaranhado quadro legislativo que entropia as nossas tristes vidas.
Nós por cá, com os nossos 866 anos repletos de malfeitorias a inúmeros gentios dos 5 continentes, se enveredamos por essa via do pedido de desculpa, inauguramos mais um tema fracturante e vamos ocupar os deputados nos 4 anos da próxima legislatura. O que talvez fosse uma boa ideia para os manter entretidos, evitando que o ócio dê pasto à sua produção legiferante e delirante, emaranhando ainda mais o já emaranhado quadro legislativo que entropia as nossas tristes vidas.
22/06/2009
Who’s who
João Tiago Silveira é o novo porta-voz do PS, «uma lufada de ar fresco» apologeticamente anunciada pelo Expresso, como reparou o Abrupto. É o mesmo Silveira que na sua encarnação de secretário de Estado da Justiça, a propósito das escrituras de José Sócrates, nos «ensinou que escrituras públicas são do foro privado», como registou o marinheiro FNV.
CAMINHO PARA A SERVIDÃO: a expansão em curso do estado napoleónico-estalinista
Clique para ampliar
[Fonte: Taxation trends in the European Union, eurostat newsrelease 92/2009 - 22 June 2009]
21/06/2009
SERVIÇO PÚBLICO: aguarda-se com ansiedade o início do caso Sócrates, Zapatero et alia vs Expresso
«A Prisa, grupo de comunicação social espanhol que tem a propriedade da TVI, via com bons olhos a saída de Moniz. De acordo com o que o Expresso apurou em Madrid, o director-geral da estação de Queluz tornou-se um verdadeiro incómodo. Por um lado, tem um salário exorbitante, por outro, o facto de a sua mulher, Manuela Moura Guedes, ter um telejornal que hostiliza sistematicamente Sócrates não é bem visto pela administração e direcção da Prisa, muito ligadas ao PSOE e a Zapatero.
O tema Moniz terá mesmo chegado a ser objecto de conversas entre os chefes dos governos de Portugal e Espanha, sobretudo desde que o espanhol Manuel Polanco deixou a administração em Portugal (Janeiro deste ano) e Moniz passou a ter quase todo o poder.
A Prisa, que tem uma dívida de cinco mil milhões à banca (dos quais 1,9 tinham pagamento obrigatório em Março passado) conseguiu prorrogar os prazos de pagamento por um ano. Necessita, pois, urgentemente de dinheiro. Já deu como garantia a editora de livros escolares Santillana e outra forma de realizar capital seria vender a TVI. O problema é que o Governo português não facilita qualquer solução que englobe Moniz, ....
As intromissões do Governo espanhol na Prisa devem-se à necessidade de o grupo precisar, mais do que nunca, do apoio governamental que lhe assegura negociações mais favoráveis com a banca. ....
O Expresso apurou, no entanto, que até o regresso de Moura Guedes à antena foi comunicado a Sócrates e que este, na altura, não se terá oposto. "O pior foi depois", acrescentou a mesma fonte. Recorde-se que com a entrada da Prisa na TVI (e a nomeação de Pina Moura para presidente do grupo em Portugal) se gerou a ideia de que seria, a partir de então, uma estação dócil para o Governo. Mas Moniz, como sempre fez na vida, soube esperar e, no momento certo, fez o que lhe apeteceu.
...»
[«Director da TVI tornou-se incómodo para a Prisa», artigo não assinado na edição impressa do Expresso de 20-06-2009]
O tema Moniz terá mesmo chegado a ser objecto de conversas entre os chefes dos governos de Portugal e Espanha, sobretudo desde que o espanhol Manuel Polanco deixou a administração em Portugal (Janeiro deste ano) e Moniz passou a ter quase todo o poder.
A Prisa, que tem uma dívida de cinco mil milhões à banca (dos quais 1,9 tinham pagamento obrigatório em Março passado) conseguiu prorrogar os prazos de pagamento por um ano. Necessita, pois, urgentemente de dinheiro. Já deu como garantia a editora de livros escolares Santillana e outra forma de realizar capital seria vender a TVI. O problema é que o Governo português não facilita qualquer solução que englobe Moniz, ....
As intromissões do Governo espanhol na Prisa devem-se à necessidade de o grupo precisar, mais do que nunca, do apoio governamental que lhe assegura negociações mais favoráveis com a banca. ....
O Expresso apurou, no entanto, que até o regresso de Moura Guedes à antena foi comunicado a Sócrates e que este, na altura, não se terá oposto. "O pior foi depois", acrescentou a mesma fonte. Recorde-se que com a entrada da Prisa na TVI (e a nomeação de Pina Moura para presidente do grupo em Portugal) se gerou a ideia de que seria, a partir de então, uma estação dócil para o Governo. Mas Moniz, como sempre fez na vida, soube esperar e, no momento certo, fez o que lhe apeteceu.
...»
[«Director da TVI tornou-se incómodo para a Prisa», artigo não assinado na edição impressa do Expresso de 20-06-2009]
20/06/2009
SERVIÇO PÚBLICO: A segurança social é um território perigoso para o exercício da demagogia
Dois anos depois de mais uma reforma da segurança social feita para durar gerações (lembram-se da reforma do 1.º governo Guterres que seria, segundo o próprio, para durar 50 anos?), começa-se a discutir no parlamento a alteração do Decreto-Lei n.º 187/2007 de 10 de Maio para evitar que as pensões e outras prestações sociais se reduzam com a deflacção prevista este ano. O governo, pela boca do ministro da Solidariedade Social (que raio de nome), já garantiu que irá tratar do assunto lá para Outubro. O BE vai mais longe e propõe a revogação do factor de sustentabilidade que permite ajustar as novas pensões ao aumento da esperança de vida.
Estamos no perigoso território das medidas cujos benefícios propagandísticos são de curto prazo e os respectivos custos sociais são de longo prazo e no terreno da demagogia oposicionista, especialmente da oposição que sabe que terá que esperar que Cristo desça à terra para assumir as maçadas da governação.
Estamos no perigoso território das medidas cujos benefícios propagandísticos são de curto prazo e os respectivos custos sociais são de longo prazo e no terreno da demagogia oposicionista, especialmente da oposição que sabe que terá que esperar que Cristo desça à terra para assumir as maçadas da governação.
«Escrúpulo democrático» - procura-se
«Como a hipocrisia do argumento do "escrúpulo democrático" para passar para o próximo governo a decisão da adjudicação do TGV - onde estava esse "escrúpulo" quando decidiu o licenciamento do Freeport três dias antes das eleições de 2002?»
[Mário Ramires, «Nem duas caras, nem cara de pau», Sol]
[Mário Ramires, «Nem duas caras, nem cara de pau», Sol]
19/06/2009
ESTADO DE SÍTIO: perdidos no nevoeiro e em derrapagem
Cada vez mais o governo me parece uma família falida que sonha todos os dias com grandezas passadas, sem conseguir distinguir o sonho da realidade, a planear mudar do T2 dos subúrbios para uma casinha, viajar para a Patagónia, a combinar um jantar fora, todos os dias adiado, à espera que o amigo do banco «facilite» mais uma reconversão para 50 anos do empréstimo do T2.
Depois de 4 anos a falar de TGV e novo Aeroporto, a bramar pelos investimentos indispensáveis e inadiáveis, o governo em ressaca pós-eleitoral jura que «mantém o rumo» e deixa o TGV perdido no nevoeiro e o novo aeroporto a derrapar ainda antes de começar.
Qual o problema? Nenhum. O que se tem estado a tratar nesta matéria e em tantas outras é mais marketing do que investimento e, nessa precisa medida, adiar não tem qualquer inconveniente, desde que se continue a falar na obra. Até é vantajoso, sempre há esperança de ter matéria para processar na central de manipulação durante 2 legislaturas.
Não há dinheiro? Não há, mas não é problema. Monta-se uma engenharia financeira com os «privados» e a coisa que vai custar os olhos da cara aos meus filhos, netos e bisnetos, como por milagre parece sair de borla.
Vai haver défices de exploração até ao fim dos tempos? Vai, mas os «privados» não se importam. A coisa resolve-se recalibrando a engenheira e esticando a factura até aos meus tetranetos.
Depois de 4 anos a falar de TGV e novo Aeroporto, a bramar pelos investimentos indispensáveis e inadiáveis, o governo em ressaca pós-eleitoral jura que «mantém o rumo» e deixa o TGV perdido no nevoeiro e o novo aeroporto a derrapar ainda antes de começar.
Qual o problema? Nenhum. O que se tem estado a tratar nesta matéria e em tantas outras é mais marketing do que investimento e, nessa precisa medida, adiar não tem qualquer inconveniente, desde que se continue a falar na obra. Até é vantajoso, sempre há esperança de ter matéria para processar na central de manipulação durante 2 legislaturas.
Não há dinheiro? Não há, mas não é problema. Monta-se uma engenharia financeira com os «privados» e a coisa que vai custar os olhos da cara aos meus filhos, netos e bisnetos, como por milagre parece sair de borla.
Vai haver défices de exploração até ao fim dos tempos? Vai, mas os «privados» não se importam. A coisa resolve-se recalibrando a engenheira e esticando a factura até aos meus tetranetos.
A estória não parece bem contada
Não conheço o acordo laboral proposto para aprovação pela comissão aos trabalhadores da Autoeuropa. Creio que é razoável supor que a comissão considera que conseguiu um resultado aceitável com a negociação, sendo por isso surpreendente que os trabalhadores tenham recusado aprová-lo num contexto de profunda crise económica e de risco significativo da VW fechar a fábrica.
Não conheço a estrutura de custos da fábrica mas, mesmo dando pouco crédito aos 5% que Carvalho da Silva, o secretário-geral da CGTP, garante que representa o «volume geral dos salários na Autoeuropa … nos custos de produção», também não me parece que possa representar uma percentagem muito maior. (*)
Sendo assim, se é difícil perceber porque faz tanta questão a Autoeuropa nas «horas extraordinárias de meia dúzia de sábados num ano», não é mais fácil perceber porque recusam os trabalhadores um acordo por causa do que na conjuntura actual terão que se considerar uns trocos.
(*) As etapas de fabrico apenas abrangem Prensagem de painéis da carroçaria, Construção da carroçaria, Pintura e Montagem final, sendo certo que os trabalhadores da Autoeuropa representam apenas 1/3 da mão-de-obra portuguesa incorporada no produto final, sendo os restantes 2/3 dos fornecedores.
Não conheço a estrutura de custos da fábrica mas, mesmo dando pouco crédito aos 5% que Carvalho da Silva, o secretário-geral da CGTP, garante que representa o «volume geral dos salários na Autoeuropa … nos custos de produção», também não me parece que possa representar uma percentagem muito maior. (*)
Sendo assim, se é difícil perceber porque faz tanta questão a Autoeuropa nas «horas extraordinárias de meia dúzia de sábados num ano», não é mais fácil perceber porque recusam os trabalhadores um acordo por causa do que na conjuntura actual terão que se considerar uns trocos.
(*) As etapas de fabrico apenas abrangem Prensagem de painéis da carroçaria, Construção da carroçaria, Pintura e Montagem final, sendo certo que os trabalhadores da Autoeuropa representam apenas 1/3 da mão-de-obra portuguesa incorporada no produto final, sendo os restantes 2/3 dos fornecedores.
18/06/2009
Satisfaz-se com pouco
Um eleitorado atento e inteligente concluirá, perante os resultados de 4 anos de governação, que à míngua de atenção ou de inteligência lhe estão a garantidos mais 4 anos do mesmo.
(Para fruir da confissão do senhor engenheiro do seu estado de alma pós-eleitoral, partilhada com a menina jornalista, que o escutava embevecida, e os milhões de telespectadores, ver este arrebatador vídeo)
CASE STUDY: serão os reguladores americanos como os generais franceses?
Durante décadas, nomeadamente durante todo o mandato de Alan Greenspan, e até hoje, a Reserva Federal americana respeitou o dogma de que não deveria usar a política monetária para rebentar as bolhas imobiliárias. A par de várias outras asneiras, como seja manter as taxas de juro artificialmente baixas numa conjuntura de enorme liquidez, o respeito pelo dogma foi um dos factores que paralisou o Fed durante uma década de «irracionalidade exuberante» no mercado imobiliário.
Recentemente, Janet Yellen, presidente da Reserva Federal de S. Francisco, pôs em causa o dogma, preconizando o aumento das taxas quando o mercado imobiliário aquece, nomeadamente num quadro de crédito fácil resultante do excesso de liquidez. Foi pena não ter cometido a heresia há 2 anos e tentar então convencer o velho Greenspan a mudar a agulha do comboio descarrilado que levou à crise em curso.
Em linha com estas iluminações tardias, Eric Rosengren, presidente do Fed de Boston, reconheceu que os reguladores estavam a dormir em relação aos «perigos da evaporação de liquidez» subsequente ao crash. Tarde demais para esta crise. Pode ser que a coisa pegue no futuro, o que pode tornar os reguladores americanos homólogos dos generais franceses sempre preparados para a última guerra – recordemos a linha Maginot laboriosamente construída no intervalo das duas guerra mundiais que os alemães tornearam em poucos dias com as suas divisões Panzer.
Recentemente, Janet Yellen, presidente da Reserva Federal de S. Francisco, pôs em causa o dogma, preconizando o aumento das taxas quando o mercado imobiliário aquece, nomeadamente num quadro de crédito fácil resultante do excesso de liquidez. Foi pena não ter cometido a heresia há 2 anos e tentar então convencer o velho Greenspan a mudar a agulha do comboio descarrilado que levou à crise em curso.
Em linha com estas iluminações tardias, Eric Rosengren, presidente do Fed de Boston, reconheceu que os reguladores estavam a dormir em relação aos «perigos da evaporação de liquidez» subsequente ao crash. Tarde demais para esta crise. Pode ser que a coisa pegue no futuro, o que pode tornar os reguladores americanos homólogos dos generais franceses sempre preparados para a última guerra – recordemos a linha Maginot laboriosamente construída no intervalo das duas guerra mundiais que os alemães tornearam em poucos dias com as suas divisões Panzer.
CASE STUDY: «Think Twitter as foreign policy»
The aftermath of the Iranian election has provided quite a case study of the intersection between social media, the increasing difficulty of censorship and government affairs.
As most folks know Iran President Mahmoud Ahmadinejad has been reelected and the opposition has been protesting. Now there’s talk about partial recounts and a global display of the Iranian divide over its future. But these protests are different: Everyone is a reporter. Here’s what you learn when everyone has a phone, a Web connection and social media tools:
- Censorship is much harder than it used to be. As the protests over the election escalate Iran has gone to a familiar playbook. Boot foreign journalists, clamp down on text messaging and seal off the Internet. Iran’s elite guard is warning online media to stay away. The problem: Twitter. Users are rearranging their time zones to Tehran and doing what they can to throw off Iran’s government. Something tells me China would be better at the clampdown.
- Future revolutions will be broadcast. As Dan Farber notes, several sites are highlighting data in real time. Flickr photos of the protests abound. Twitter, Facebook and Flickr as well as blogs are filling the journalist void—especially since a lot of the pros have been booted.
- The U.S. government sees social media as a useful tool. Perhaps social media is a way to stir unrest without getting your hands dirty. Think Twitter as foreign policy. When the State Department asks Twitter to delay an upgrade you know the landscape has changed. This government-Web 2.0 shuffle is interesting. On one hand, the State Department is encouraging Iranian Tweets. Twitter has to deny it’s a state organ.
- There may be commercial benefit here. No one will ever admit it right now, but there’s some benefit for Twitter, which has become so intertwined with the news cycle that old media has to mention it. For Twitter, the Iran election has provided a sustained event that has proven its value.
- A new chapter in social media has opened. Institutions will increasingly use social media tools like Twitter to get their messages across. Remember, Twitter has opened the State Department’s eyes. Rest assured every other government agency across the globe has noticed too. That means social media will get its dose of propaganda too. The challenge will be filtering these competing messages.
[Iran protests meet the social Web: What we've learned, Larry Dignan, ZDNet]
17/06/2009
BREIQUINGUE NIUZ: cheira mal, muito mal
«Desconhecida Cored avança com projecto de 600 milhões
A Cored apareceu, de surpresa, associada ao protocolo do Governo para o desenvolvimento das redes de nova geração. Desconhecida, basta andar pelos fóruns ligados às telecomunicações para se perceber as dúvidas.»
(Jornal de Negócios)
A Cored apareceu, de surpresa, associada ao protocolo do Governo para o desenvolvimento das redes de nova geração. Desconhecida, basta andar pelos fóruns ligados às telecomunicações para se perceber as dúvidas.»
(Jornal de Negócios)
ESTADO DE SÍTIO: o TGV perdido no nevoeiro noticioso
«O Presidente da República tem aqui peso porque tem de aprovar as bases de concessão", disse Mário Lino hoje (2.ª feira) no Parlamento."Não estou em crer que o veto vá acontecer".»
«Governo remete TGV para a próxima legislatura»
«Sócrates dá hoje (4.ª feira) uma entrevista à SIC, depois de o comissário europeu ter sugerido mais rapidez no TGV.»
Como levar à falência o (ex-)maior construtor de automóveis do mundo
Em boa verdade vos digo, há mais maneiras de garantir o fracasso do que vias para alcançar o sucesso, o que facilita imenso as coisas.
No caso da GM foram feitas asneiras mais do que suficientes, mas uma só garantiria a falência, mais cedo do que tarde: negociar com o sindicato da indústria automóvel um «book of work rules» com 5.000 páginas.
No caso da GM foram feitas asneiras mais do que suficientes, mas uma só garantiria a falência, mais cedo do que tarde: negociar com o sindicato da indústria automóvel um «book of work rules» com 5.000 páginas.
16/06/2009
De acordo com os conteúdos programáticos
«A Associação de Professores de Português considera que o exame nacional do 12º ano a esta disciplina que hoje se realizou está de acordo com os conteúdos programáticos, pelo que não deverá ter "os resultados catastróficos" da prova de 2008.»
O que significará no dicionário de eduquês dos professores «de acordo com os conteúdos programáticos»? «Muito fácil, super acessível» é a resposta dos alunos.
O que significará no dicionário de eduquês dos professores «de acordo com os conteúdos programáticos»? «Muito fácil, super acessível» é a resposta dos alunos.
ESTADO DE SÍTIO: é uma questão de enfoque
A pesporrência do ministro anexo a dirigir-se aos deputados da comissão parlamentar de inquérito do BPN não pode ser compreendida no contexto da relação dum órgão de soberania com um órgão administrativo do estado napoleónico-estalinista. Contudo, é completamente compreensível no contexto duma relação hierárquica entre empregados dos partidos, em que um deles ganha mais do que uma dúzia dos outros.
BREIQUINGUE NIUZ: Cavaco não vetará o TGV. Jamais.
No estado em que se encontram o país e as relações do governo com o PR e conhecidas as dúvidas deste sobre a maioria dos investimentos faraónicos onde o governo se propõe torrar o dinheiro que não existe, qual o propósito do ministro do jamais, quando nos transmite os seus estados de alma e nos garante que o PR só poderá aprovar as bases da concessão do TGV?
Numa leitura conspiratória, o ministro, actuando em nome do querido líder, estaria a picar o PR para este inviabilizar a concessão, evitando assim ao governo, que teria a noção da inviabilidade financeira do projecto, uma saída de sendeiro.
Mas talvez não seja nada disso. Talvez seja apenas aquele reflexo pavloviano, adquirido durante a sua longa passagem pelo Partido Comunista, que o leva a tentar criar o fait accompli.
Numa leitura conspiratória, o ministro, actuando em nome do querido líder, estaria a picar o PR para este inviabilizar a concessão, evitando assim ao governo, que teria a noção da inviabilidade financeira do projecto, uma saída de sendeiro.
Mas talvez não seja nada disso. Talvez seja apenas aquele reflexo pavloviano, adquirido durante a sua longa passagem pelo Partido Comunista, que o leva a tentar criar o fait accompli.
A tecnologia como ersatz de soluções políticas
Um dos segmentos determinantes do ADN do governo de José Sócrates é a crença nos poderes miraculosos da tecnologia. Ele é o Magalhães para substituir os saberes fundamentais que o ensino básico deveria proporcionar, elas são as redes de alta velocidade para cobrir os desertos sociais e económicos do interior troglodítico, para só citar duas das bandeiras constantemente agitadas pela máquina de propaganda do governo.
Alguns dos exemplos dos últimos dias, como sempre propagados pelas câmaras de eco do jornalismo de causas, são particularmente ridículos. É o caso das declarações do «secretário-geral da UIT (que) acredita que a aposta na fibra vai colocar o país na vanguarda tecnológica», como se a fibra óptica dos finais do século passado não fosse o fio de cobre dos anos 30. Como é o caso da «Paisagem Cultural de Sintra (que) estará ainda este mês totalmente servida por redes de fibra que vão permitir a ligação entre os vários locais classificados pela UNESCO como Património da Humanidade», como se isso acrescentasse algum valor a um visitante do Palácio da Pena, do Castelo dos Mouros, o Palácio de Monserrate ou do Convento dos Capuchos, ou se contribuísse para recompor o estado de degradação em que se encontra a maioria dos monumentos nacionais.
Alguns dos exemplos dos últimos dias, como sempre propagados pelas câmaras de eco do jornalismo de causas, são particularmente ridículos. É o caso das declarações do «secretário-geral da UIT (que) acredita que a aposta na fibra vai colocar o país na vanguarda tecnológica», como se a fibra óptica dos finais do século passado não fosse o fio de cobre dos anos 30. Como é o caso da «Paisagem Cultural de Sintra (que) estará ainda este mês totalmente servida por redes de fibra que vão permitir a ligação entre os vários locais classificados pela UNESCO como Património da Humanidade», como se isso acrescentasse algum valor a um visitante do Palácio da Pena, do Castelo dos Mouros, o Palácio de Monserrate ou do Convento dos Capuchos, ou se contribuísse para recompor o estado de degradação em que se encontra a maioria dos monumentos nacionais.
15/06/2009
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: se fosse um banco era como o BPP
«Se fosse um banco, o Parlamento era como o BPP. Mas a falta de talento parlamentar, visível nas leis incongruentes que tem aprovado, é apenas ultrapassada pela sua desnutrição intelectual. Incapaz de conseguir um consenso para eleger um Provedor de Justiça, o Parlamento conseguiu um rápido consenso para alimentar as finanças dos partidos que o compõem. Legisla melhor sobre os seus interesses do que sobre o País. Agora, face ao veto do PR, os partidos já anunciaram que vão analisar novamente o que aprovaram. Sabe-se que o arrependimento é a melhor forma de anestesiar a asneira.»
[O dinheiro e o talento, Fernando Sobral, no Jornal de Negócios]
[O dinheiro e o talento, Fernando Sobral, no Jornal de Negócios]
CASE STUDY: Madoff devia ter trabalhado para o governo americano
Segundo as projecções da Deloitte, 2/3 do dinheiro dos contribuintes americanos (cerca de 500 mil milhões de dólares) destinado a ajudas aos bancos e outras empresas em dificuldades será canalizado através da rede de contratação e adjudicação do governo. Considerando que neste tipo de adjudicação 1 em cada 10 dólares acaba nas mãos de «ladrões, corruptos ou vigaristas», os 50 mil milhões que Bernie Madoff roubou aos seus clientes durante 20 anos seriam torrados em poucas semanas nestes programas do governo americano.
Ronaldo e a física do caos
«It's the physics of chaos that determines Ronaldo's free kicks»
Deve ser por isso que o Real Madrid vai pagar 80 milhões de libras ao Manchester.
Deve ser por isso que o Real Madrid vai pagar 80 milhões de libras ao Manchester.
Tema fracturante para a próxima geração: quotas para os homens na universidade
[Men 'out-performed at university', BBC News]
E, no entanto, era bastante previsível o resultado politicamente correcto de abolir as diferenças de género na instrução básica e secundária.
14/06/2009
DIÁRIO DE BORDO: viva a cooperativa, abaixo a federação
«Muita gente que conheço estaria disposta a morrer pela sua pátria; não conheço ninguém pronto a morrer pela Europa.
…
Os europeus criaram na União uma espécie de cooperativa fortíssima que promove os seus interesses morais e materiais e é insubstituível.
Mas em tempo de guerra - e a guerra virá um dia – não é defensável porque os corações nacionais se aninharam no pacifismo.»
(A Europa das pátrias, José Cutileiro no Expresso)
…
Os europeus criaram na União uma espécie de cooperativa fortíssima que promove os seus interesses morais e materiais e é insubstituível.
Mas em tempo de guerra - e a guerra virá um dia – não é defensável porque os corações nacionais se aninharam no pacifismo.»
(A Europa das pátrias, José Cutileiro no Expresso)
BREIQUINGUE NIUZ: ovos de Colombo
Adivinhe se as notícias seguintes são verdadeiras, falsas ou uma é verdadeira e a outra falsa (qual delas).
1.º Ovo de Colombo
«Responsáveis do turismo, da saúde e da marinha reuniram-se no final da semana passada … e decidiram que as mesmas podiam perfeitamente integrar-se na designação genérica de “outras funções e serviços” prestados pelos apoios de praia. Ou seja, passam assim a ser permitidas pela lei … e fica resolvida a questão de saúde pública»
2.º Ovo de Colombo
«Responsáveis das finanças, do turismo, da economia, do trabalho e o ministro anexo do BdeP reuniram-se no final da semana passada … e decidiram que o referencial de crescimento nulo passaria a ser uma variação negativa de 5%. Ou seja, a redução do PIB prevista para 2009 passa a ser um aumento … e fica resolvida a questão do crescimento.»
NOTA: aqui explica-se o que é o princípio de Kahn.
1.º Ovo de Colombo
«Responsáveis do turismo, da saúde e da marinha reuniram-se no final da semana passada … e decidiram que as mesmas podiam perfeitamente integrar-se na designação genérica de “outras funções e serviços” prestados pelos apoios de praia. Ou seja, passam assim a ser permitidas pela lei … e fica resolvida a questão de saúde pública»
2.º Ovo de Colombo
«Responsáveis das finanças, do turismo, da economia, do trabalho e o ministro anexo do BdeP reuniram-se no final da semana passada … e decidiram que o referencial de crescimento nulo passaria a ser uma variação negativa de 5%. Ou seja, a redução do PIB prevista para 2009 passa a ser um aumento … e fica resolvida a questão do crescimento.»
NOTA: aqui explica-se o que é o princípio de Kahn.
DIÁRIO DE BORDO: pensamentos que me inspiram
«O aquecimento global está prestes a levar o planeta para uma nova Idade do Gelo».
(Sinopse de «The Day After Tomorrow» exibido no sábado à tarde, na SIC)
(Sinopse de «The Day After Tomorrow» exibido no sábado à tarde, na SIC)
13/06/2009
O PGR atacado pelo síndrome socrático
Ó doutor Pinto Monteiro faça-se um favor: CALE-SE! Deixe-se de tanta entrevista, declaração, opinião, promessa, garantia, foto em pose de pensador. Dê corda aos sapatos, ponha os magistrados a investigar, garanta a sua independência e proteja-os das interferências. E fique calado, se faz favor.
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: pensado para o Brasil, mas que também pode servir para Portugal
«A cantora e activista Rita Lee teve uma daquelas ideias brilhantes, dignas do seu génio criativo. Reclamando da inutilidade de programas como o Big Brother, ela deu a seguinte sugestão: - "Colocar todos os pré-candidatos à presidência da República trancados em uma casa, debatendo e discutindo seus respectivos programas de governo. Sem marqueteiros, sem assessores, sem máscaras e sem discursos ensaiados. Toda semana o público vota e elimina um.
No final do programa, o vencedor ganharia o cargo público máximo do país. Além de acabar com o enfadonho e repetitivo horário político, a população conheceria o verdadeiro carácter dos candidatos.
Assim, quem financiaria essa casa seria o repasse de parte do valor dos telefonemas que a casa receberia e ninguém mais precisará corromper empreiteiras ou empresas de lixo sob a alegação de cobrir o 'fundo de campanha'."
A ideia não é incrivelmente boa? É fantástica. Vamos levar a sério... Se você também gostou, mande essa mensagem para os amigos e faça coro pela campanha: Casa dos Políticos, já!»
[Proposto por JARF]
No final do programa, o vencedor ganharia o cargo público máximo do país. Além de acabar com o enfadonho e repetitivo horário político, a população conheceria o verdadeiro carácter dos candidatos.
Assim, quem financiaria essa casa seria o repasse de parte do valor dos telefonemas que a casa receberia e ninguém mais precisará corromper empreiteiras ou empresas de lixo sob a alegação de cobrir o 'fundo de campanha'."
A ideia não é incrivelmente boa? É fantástica. Vamos levar a sério... Se você também gostou, mande essa mensagem para os amigos e faça coro pela campanha: Casa dos Políticos, já!»
[Proposto por JARF]
12/06/2009
Memo to the file
Sócrates, 10 de Maio de 2009:
«O que estará em causa não é apenas a avaliação do Governo mas também a avaliação de uma oposição que ao longo destes quatro anos não foi capaz de produzir uma alternativa».
Sócrates, 10 de Junho de 2009:
«Nestas eleições não perguntaram aos portugueses acerca do Governo e do futuro, essa pergunta será feita nas próximas eleições legislativas. É um pouco cedo, é um abuso que os partidos queiram transformar as eleições europeias em legislativas. Essa pergunta virá e nessa altura ver-se-á o que é que os portugueses querem.»
[Muito bem recordado pelo blasfemo GS]
«O que estará em causa não é apenas a avaliação do Governo mas também a avaliação de uma oposição que ao longo destes quatro anos não foi capaz de produzir uma alternativa».
Sócrates, 10 de Junho de 2009:
«Nestas eleições não perguntaram aos portugueses acerca do Governo e do futuro, essa pergunta será feita nas próximas eleições legislativas. É um pouco cedo, é um abuso que os partidos queiram transformar as eleições europeias em legislativas. Essa pergunta virá e nessa altura ver-se-á o que é que os portugueses querem.»
[Muito bem recordado pelo blasfemo GS]
CASE STUDY: Sócrates & Pinho, uma dupla de sucesso nos negócios – o caso La Seda
20-09-2007
«O ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmou hoje que gostaria de atrair para Portugal mais investimentos do tipo dos efectuados pelas empresas Abertis, Repsol e La Seda, que totalizam 1,5 mil milhões de euros.»
21-09-2007
«La Seda diz que produção da fábrica de Sines arranca em 2009 e estuda nova unidade em Portugal»
12-03-2008
«O investimento do grupo La Seda de Barcelona, que tem como principais accionistas as portuguesas Imatosgil, com 10,8 por cento, e a Caixa Geral de Depósitos (CGD), com 5 por cento, na unidade de PTA, que ficará localizada na Zona Industrial e Logística de Sines, é de 400 milhões de euros até 2010.
Este é um projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN) e, de acordo com declarações hoje à Lusa do presidente do grupo La Seda de Barcelona, Rafael Español Navarro, "os trabalhos no local estão bastante avançados".
O lançamento da primeira pedra da nova fábrica de PTA conta com as presenças do primeiro-ministro, José Sócrates, do ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, e do presidente do grupo La Seda de Barcelona.»
04-02-2009
«Mais de quarenta accionistas da empresa La Seda de Barcelona apresentam quinta-feira à Comissão Nacional de Mercado de Valores (CNMV) espanhola um pedido de OPA obrigatória para que o grupo português Selenis/CGD/Imatosgil compre 100 por cento do capital da empresa.»
13-03-2009
«Um ano depois do lançamento da primeira pedra, o projecto de engenharia de base da fábrica da Artenius já está concluído em 95% e os equipamentos gerais já foram todos comprados, passando ao lado dos efeitos da crise económica.
A La Seda de Barcelona, onde os portugueses Imatosgil são accionistas (11%), está a investir 400 milhões de euros, em Sines, na construção da única fábrica n Europa dedicada, em exclusívo, à produção de PTA (que serve de matéria-prima ao PET, utilizado na produção de embalagens plásticas).»
20-05-2009
«O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) baixou 99,2 por cento para 300 mil euros e as vendas caíram quase para metade, de 437 milhões de euros, no primeiro trimestre de 2008, para 258 milhões.
A LSB tem planos para construir uma fábrica em Sines, que tem sido apresentada como bom exemplo de investimento pelo Governo de José Sócrates.»
09-06-2009
«O grupo La Seda - que em Portugal está já atrasado cinco meses no desenvolvimento do projecto de 400 milhões de euros da fábrica de PET em Sines, para o qual garantiu financiamento até 320 milhões de euros – tem um passivo de 1,3 mil milhões de euros. A falta de liquidez do grupo foi já motivo suficiente para que a unidade catalã, em El Prat, parasse a laboração.
O “fantasma” de suspensão de pagamento de salários e de cobrança de credores, noticia o jornal económico, só foi afastado porque na semana passada se avançou a hipótese da CGD, “accionista e principal credor” da La Seda, poder “assegurar uma emissão de obrigações convertíveis em 150 milhões de euros como passo prévio ao refinanciamento da dívida”.
O jornal adianta que, em 18 meses, a companhia que detém agora as acções suspensas na praça espanhola nos 0,34 euros, já perdeu mais de 70% do seu valor, com a capitalização bolsista a descer para 213 milhões de euros.»
10-06-2009
«A Caixa Geral de Depósitos injectou 25 milhões de euros na espanhola La Seda, onde é um dos maiores accionistas, para assegurar a viabilidade financeira de curto prazo da companhia, que ontem alterou o presidente da empresa devido à pressão dos accionistas portugueses.»
«O ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmou hoje que gostaria de atrair para Portugal mais investimentos do tipo dos efectuados pelas empresas Abertis, Repsol e La Seda, que totalizam 1,5 mil milhões de euros.»
21-09-2007
«La Seda diz que produção da fábrica de Sines arranca em 2009 e estuda nova unidade em Portugal»
12-03-2008
«O investimento do grupo La Seda de Barcelona, que tem como principais accionistas as portuguesas Imatosgil, com 10,8 por cento, e a Caixa Geral de Depósitos (CGD), com 5 por cento, na unidade de PTA, que ficará localizada na Zona Industrial e Logística de Sines, é de 400 milhões de euros até 2010.
Este é um projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN) e, de acordo com declarações hoje à Lusa do presidente do grupo La Seda de Barcelona, Rafael Español Navarro, "os trabalhos no local estão bastante avançados".
O lançamento da primeira pedra da nova fábrica de PTA conta com as presenças do primeiro-ministro, José Sócrates, do ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, e do presidente do grupo La Seda de Barcelona.»
04-02-2009
«Mais de quarenta accionistas da empresa La Seda de Barcelona apresentam quinta-feira à Comissão Nacional de Mercado de Valores (CNMV) espanhola um pedido de OPA obrigatória para que o grupo português Selenis/CGD/Imatosgil compre 100 por cento do capital da empresa.»
13-03-2009
«Um ano depois do lançamento da primeira pedra, o projecto de engenharia de base da fábrica da Artenius já está concluído em 95% e os equipamentos gerais já foram todos comprados, passando ao lado dos efeitos da crise económica.
A La Seda de Barcelona, onde os portugueses Imatosgil são accionistas (11%), está a investir 400 milhões de euros, em Sines, na construção da única fábrica n Europa dedicada, em exclusívo, à produção de PTA (que serve de matéria-prima ao PET, utilizado na produção de embalagens plásticas).»
20-05-2009
«O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) baixou 99,2 por cento para 300 mil euros e as vendas caíram quase para metade, de 437 milhões de euros, no primeiro trimestre de 2008, para 258 milhões.
A LSB tem planos para construir uma fábrica em Sines, que tem sido apresentada como bom exemplo de investimento pelo Governo de José Sócrates.»
09-06-2009
«O grupo La Seda - que em Portugal está já atrasado cinco meses no desenvolvimento do projecto de 400 milhões de euros da fábrica de PET em Sines, para o qual garantiu financiamento até 320 milhões de euros – tem um passivo de 1,3 mil milhões de euros. A falta de liquidez do grupo foi já motivo suficiente para que a unidade catalã, em El Prat, parasse a laboração.
O “fantasma” de suspensão de pagamento de salários e de cobrança de credores, noticia o jornal económico, só foi afastado porque na semana passada se avançou a hipótese da CGD, “accionista e principal credor” da La Seda, poder “assegurar uma emissão de obrigações convertíveis em 150 milhões de euros como passo prévio ao refinanciamento da dívida”.
O jornal adianta que, em 18 meses, a companhia que detém agora as acções suspensas na praça espanhola nos 0,34 euros, já perdeu mais de 70% do seu valor, com a capitalização bolsista a descer para 213 milhões de euros.»
10-06-2009
«A Caixa Geral de Depósitos injectou 25 milhões de euros na espanhola La Seda, onde é um dos maiores accionistas, para assegurar a viabilidade financeira de curto prazo da companhia, que ontem alterou o presidente da empresa devido à pressão dos accionistas portugueses.»
11/06/2009
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: também gostava de saber
«Pode alguém explicar-me porque no tempo do Scolari a selecção portuguesa ganhava ou pelo menos aos ignorantes na matéria como é o meu caso parecia que não se perdia e empatava tanto e simultaneamente se discutia o seleccionador e agora ninguém diz palavra?» pergunta-se a blasfema Helena Matos.
É uma dúvida que me atormenta, pelo menos desde comecei a ter saudades do sargento. E ainda não vimos todo o potencial do professor Armani Queiroz.
É uma dúvida que me atormenta, pelo menos desde comecei a ter saudades do sargento. E ainda não vimos todo o potencial do professor Armani Queiroz.
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: desperdício de erudição e défice de ideias
Secção Perguntas impertinentes
Em vez de citar Almeida Garrett e o Grande Zarolho para nos ralhar a propósito da abstenção, do «alheamento», da «desistência», da «resignação», da «responsabilidade para todos e para cada um de nós», não poderia o presidente da República usar a sua magistratura de influência, seja lá o que isso for, e inspirar a próxima revisão constitucional tornando efectivo «esse escrutínio indispensável que é o voto popular»? Por exemplo, substituindo os círculos eleitorais com listas que são repositórios de aparatchiks dos queridos líderes por círculos uninominais com candidatos que mostrem a cara aos eleitores e respondam perante eles.
Pelo desperdício de erudição e o défice de ideias leva o PR três chateaubriands e duas urracas.
Em vez de citar Almeida Garrett e o Grande Zarolho para nos ralhar a propósito da abstenção, do «alheamento», da «desistência», da «resignação», da «responsabilidade para todos e para cada um de nós», não poderia o presidente da República usar a sua magistratura de influência, seja lá o que isso for, e inspirar a próxima revisão constitucional tornando efectivo «esse escrutínio indispensável que é o voto popular»? Por exemplo, substituindo os círculos eleitorais com listas que são repositórios de aparatchiks dos queridos líderes por círculos uninominais com candidatos que mostrem a cara aos eleitores e respondam perante eles.
Pelo desperdício de erudição e o défice de ideias leva o PR três chateaubriands e duas urracas.
10/06/2009
DIÁRIO DE BORDO: 10 de Junho, dia negro da exclusão social (REPUBLICADO)
Já não falo mais do meu caso. Apesar das minhas críticas vitriólicas à Nação, não deixo de ser um seu filho, pródigo, mas Filho malgré moi. Mas vou estoicamente esquecer o meu caso. Aceito, rendo-me, desisto de lutar por uma Comenda.
Mas que dirão uns milhares de Portugueses que nunca mereceram uma atenção no 10 de Junho? Que devem pensar esses excluídos, a quem nunca um Venerando Chefe de Estado prantou uma Comendazinha no peito? Desde que foi instituído o Dia da Pátria, por coincidência no mesmo dia consagrado pelo fassismo à raça, já passaram por Belém Generais, Marechais, Doutores, Professores, uns Republicanos, outros fassistas, ainda outros Democratas ou Socialistas ou Social-democratas e esses milhares de excluídos continuam à espera, impacientes.
Esperava que professor Cavaco, que inscreveu no seu Pograma o Combate à Exclusão, erradicasse esta mancha do Estado Social. Imaginei que … finalmente tínhamos um critério claro e inequívoco - o Venerando iria a partir de agora condecorar, Concelho a Concelho, ou Distrito a Distrito, quem sabe?, as Forças Vivas Concelhias ou Distritais. É certo que, mesmo sendo o Distrito a unidade escolhida, o Venerando precisaria de 4 Mandatos, mas sempre se poderia alterar a Constituição da República, por uma Boa Causa. Se os neo-liberais admitem alterá-La para abolir os Direitos Adquiridos, porque não alterá-La para aumentá-Los - os do Presidente (o Direito a condecorar) e os dos Cidadãos (o Direito a serem condecorados)?
Mas que dirão uns milhares de Portugueses que nunca mereceram uma atenção no 10 de Junho? Que devem pensar esses excluídos, a quem nunca um Venerando Chefe de Estado prantou uma Comendazinha no peito? Desde que foi instituído o Dia da Pátria, por coincidência no mesmo dia consagrado pelo fassismo à raça, já passaram por Belém Generais, Marechais, Doutores, Professores, uns Republicanos, outros fassistas, ainda outros Democratas ou Socialistas ou Social-democratas e esses milhares de excluídos continuam à espera, impacientes.
Esperava que professor Cavaco, que inscreveu no seu Pograma o Combate à Exclusão, erradicasse esta mancha do Estado Social. Imaginei que … finalmente tínhamos um critério claro e inequívoco - o Venerando iria a partir de agora condecorar, Concelho a Concelho, ou Distrito a Distrito, quem sabe?, as Forças Vivas Concelhias ou Distritais. É certo que, mesmo sendo o Distrito a unidade escolhida, o Venerando precisaria de 4 Mandatos, mas sempre se poderia alterar a Constituição da República, por uma Boa Causa. Se os neo-liberais admitem alterá-La para abolir os Direitos Adquiridos, porque não alterá-La para aumentá-Los - os do Presidente (o Direito a condecorar) e os dos Cidadãos (o Direito a serem condecorados)?
Já se ouve em surdina o desembainhar das facas escondidas nas togas
Pensava eu, há dois dias. Entretanto, João Cravinho, a quem os resultados das eleições parecem ter tido efeitos semelhantes à revelação do 3.º segredo de Fátima, desdobrou-se hoje em reflexões no seu programa da Rádio Renascença, deixando adivinhar a naifa debaixo dos folhos.
«Sócrates sozinho já não chega. Tem que estar com mais alguém, vários que dêem a noção de que a política que se vai seguir na próxima legislatura não é a política de um homem só. … A ideia de que o PS ficaria sempre à frente, se ganhava com maioria absoluta ou relativa, estas eleições colocaram as coisas de um modo radicalmente diferente. … As eleições legislativas estão de tal maneira próximas que, de facto, não é altura de comprometer definitivamente o país por dois ou três meses de pura ânsia e sofreguidão num caminho que depois pode ser muito difícil. … Um Governo num país democrático não pode fazer quero, posso e mando. Dizer “eu tenho a minha vontade e porque tenho maioria e dentro de duas semanas já não a tenho, vou usá-la hoje para criar obrigações contratualizadas” que, no fundo, se o futuro Governo ou se o país quiser desfazê-las então paga um balúrdio tal que, aí sim, coloca o país de tanga.»
[Não estou a comparar Cravinho com Brutus – uma personagem tragicamente íntegra – e muito menos Sócrates com Júlio César. Se quisesse comparar Sócrates a um césar, ocorrer-me-ia eventualmente Nero.]
«Sócrates sozinho já não chega. Tem que estar com mais alguém, vários que dêem a noção de que a política que se vai seguir na próxima legislatura não é a política de um homem só. … A ideia de que o PS ficaria sempre à frente, se ganhava com maioria absoluta ou relativa, estas eleições colocaram as coisas de um modo radicalmente diferente. … As eleições legislativas estão de tal maneira próximas que, de facto, não é altura de comprometer definitivamente o país por dois ou três meses de pura ânsia e sofreguidão num caminho que depois pode ser muito difícil. … Um Governo num país democrático não pode fazer quero, posso e mando. Dizer “eu tenho a minha vontade e porque tenho maioria e dentro de duas semanas já não a tenho, vou usá-la hoje para criar obrigações contratualizadas” que, no fundo, se o futuro Governo ou se o país quiser desfazê-las então paga um balúrdio tal que, aí sim, coloca o país de tanga.»
[Não estou a comparar Cravinho com Brutus – uma personagem tragicamente íntegra – e muito menos Sócrates com Júlio César. Se quisesse comparar Sócrates a um césar, ocorrer-me-ia eventualmente Nero.]
A maldição da tabuada (3)
Já que escrevi sobre o drama das contas do recenseamento, as angústias das agências de sondagens (1) e as dificuldades da associação dos polícias com a contagem dos seus sócios ou com a estimativa das necessidades de policiamento (2), vem a propósito lembrar as dificuldades dos governos para fazerem as contas das obras públicas e as contas em geral.
Segundo o Tribunal de Contas, até agora a única instituição pública cujas contas ainda não foram colocadas em causa (3), o custo das cinco obras públicas auditadas derrapou de 427 milhões para 706 milhões e foram encontradas irregularidades na despesa pública de 1,3 milhões de euros em 2008, um acréscimo de 60% em relação a 2007.
NOTAS:
(1) Sobre as sondagens é oportuno lembrar que o CDS pretende eliminar o mal pela raiz e, não podendo eliminar as sondagens ou as agências, ou ambas, propõe-se impedir as sondagens durante as campanhas.
(2) A própria tutela dos polícias também parece estar um pouco perdida com as contas.
(3) Posso admitir que os órgãos da administração pública, cujas contas o TC audita, não sabendo fazer contas, terão dificuldades em pôr em causa as reservas do TC às suas próprias contas.
Segundo o Tribunal de Contas, até agora a única instituição pública cujas contas ainda não foram colocadas em causa (3), o custo das cinco obras públicas auditadas derrapou de 427 milhões para 706 milhões e foram encontradas irregularidades na despesa pública de 1,3 milhões de euros em 2008, um acréscimo de 60% em relação a 2007.
NOTAS:
(1) Sobre as sondagens é oportuno lembrar que o CDS pretende eliminar o mal pela raiz e, não podendo eliminar as sondagens ou as agências, ou ambas, propõe-se impedir as sondagens durante as campanhas.
(2) A própria tutela dos polícias também parece estar um pouco perdida com as contas.
(3) Posso admitir que os órgãos da administração pública, cujas contas o TC audita, não sabendo fazer contas, terão dificuldades em pôr em causa as reservas do TC às suas próprias contas.
09/06/2009
A maldição da tabuada (2)
As dificuldades com a aritmética não se limitam às matérias eleitorais, ainda que nesta área o handicap nacional seja preocupante, como se viu pela contagem de um milhão de recenseados em excesso dos maiores de 18 anos ou pelas previsões dos resultados eleitorais feitas pelas agências de sondagens. Embora neste segundo caso com a desculpa da complexidade dos processos estocásticos e do intrincado da teoria da amostragem poder ser um desafio excessivo para as sinapses dos nossos técnicos.
Também no domínio da segurança a inumeracia dita a sua lei dos grandes números (*). Segundo a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia deveria haver 14 mil polícias na cidade de Lisboa, que tem menos de 700 mil habitantes, e onde só existirão 7.500 a 8.000 agentes. Repare-se, só a amplitude do intervalo da estimativa da associação seria suficiente para policiar umas quantas freguesias. Em Santa Catarina, por exemplo, os 500 polícias poderiam prestar um serviço quase personalizado aos cerca de 5.000 habitantes.
Se os 14.000 são necessários na cidade de Lisboa, teríamos 2.000 polícias por 100 mil habitantes o que daria o espantoso número total de 200.000 polícias necessários no país. Com 2.000 polícias por 100 mil habitantes teríamos o triplo do rácio do país mais policiado do mundo e atingiríamos o estado supremo do Estado Social: o estado policial. Poderá assim concluir-se que os nossos polícias são suspeitos de ter quase tantas dificuldades com os números como as luminárias das agências de sondagens.
(*) Não me refiro ao teorema de Bernoulli, mas a uma outra lei com o mesmo nome que acabei de descobrir: se não conseguimos estar aproximadamente certos podemos estar redondamente enganados.
Também no domínio da segurança a inumeracia dita a sua lei dos grandes números (*). Segundo a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia deveria haver 14 mil polícias na cidade de Lisboa, que tem menos de 700 mil habitantes, e onde só existirão 7.500 a 8.000 agentes. Repare-se, só a amplitude do intervalo da estimativa da associação seria suficiente para policiar umas quantas freguesias. Em Santa Catarina, por exemplo, os 500 polícias poderiam prestar um serviço quase personalizado aos cerca de 5.000 habitantes.
Se os 14.000 são necessários na cidade de Lisboa, teríamos 2.000 polícias por 100 mil habitantes o que daria o espantoso número total de 200.000 polícias necessários no país. Com 2.000 polícias por 100 mil habitantes teríamos o triplo do rácio do país mais policiado do mundo e atingiríamos o estado supremo do Estado Social: o estado policial. Poderá assim concluir-se que os nossos polícias são suspeitos de ter quase tantas dificuldades com os números como as luminárias das agências de sondagens.
(*) Não me refiro ao teorema de Bernoulli, mas a uma outra lei com o mesmo nome que acabei de descobrir: se não conseguimos estar aproximadamente certos podemos estar redondamente enganados.
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: poderá ser mais um caso de falta de memória
Secção Insultos à inteligência
O doutor Dias Loureiro informa que, contrariamente ao que ontem se escrevia nos jornais, não tem bens em paraísos fiscais e que os seus 8,3 milhões de investimentos financeiros e 11 milhões de outros activos são propriedade da empresa de consultoria de que é sócio maioritário.
Ocorrem-me duas perguntas. Não continuará o doutor Dias Loureiro a sofrer da falta de memória já abundantemente demonstrada no caso SLN? A sua empresa não deveria mudar o objecto social de consultoria para gestão de activos?
Enquanto não temos as respostas, cedo-lhe à consignação dois ignóbeis e quatro chateaubriands.
O doutor Dias Loureiro informa que, contrariamente ao que ontem se escrevia nos jornais, não tem bens em paraísos fiscais e que os seus 8,3 milhões de investimentos financeiros e 11 milhões de outros activos são propriedade da empresa de consultoria de que é sócio maioritário.
Ocorrem-me duas perguntas. Não continuará o doutor Dias Loureiro a sofrer da falta de memória já abundantemente demonstrada no caso SLN? A sua empresa não deveria mudar o objecto social de consultoria para gestão de activos?
Enquanto não temos as respostas, cedo-lhe à consignação dois ignóbeis e quatro chateaubriands.
ESTADO DE SÍTIO: coisas que só surpreendem o professor Cavaco
«Os imóveis de Dias Loureiro estão registados em nome de familiares ou pertencem a sociedades sedeadas em paraísos fiscais. As contas bancárias que tem em seu nome, por outro lado, possuem saldos médios que não ultrapassam os cinco mil euros.»
(Público)
«Se tivesse respondido às perguntas do Expresso esta questão não existia. Cavaco nunca omitiu nada, mas recusou-se a responder. E o seu comunicado de Novembro não assumia nem referia a anterior ligação à SLN.
A Presidência errou nisto como errou ao proteger Dias Loureiro. Nos dois casos, o Presidente foi obrigado a corrigir em público as suas posições.»
(A má moeda do BPN, Ricardo Costa no Expresso)
(Público)
«Se tivesse respondido às perguntas do Expresso esta questão não existia. Cavaco nunca omitiu nada, mas recusou-se a responder. E o seu comunicado de Novembro não assumia nem referia a anterior ligação à SLN.
A Presidência errou nisto como errou ao proteger Dias Loureiro. Nos dois casos, o Presidente foi obrigado a corrigir em público as suas posições.»
(A má moeda do BPN, Ricardo Costa no Expresso)
08/06/2009
É impressão minha ou …
- Várias empresas de sondagens trabalharam durante a campanha para a central de manipulação.
- O BE não sabe trabalhar com fracções e, por isso, não percebeu que nas legislativas o numerador deles quase não vai aumentar mas o denominador, que é a soma de todos os numeradores, vai multiplicar-se por dois.
- O jovem aspirante Passos Coelho não fez ontem nenhuma aparição.
- Alguns barões do PSD desaparecidos voltaram a aparecer.
- O cheiro a poder apoderou-se das narinas dos jotas, alguns dos quais muito excitados se penduraram em Paulo Rangel.
- Na sala do Altis, além do querido líder, dos candidatos (não sei se todos), dos membros do governo (não sei se todos) e dos claqueurs da JS, só se viram umas poucas figuras históricas tresmalhadas.
- Ouviu-se o estrondo da queda do mito de Sócrates-seguro de vida do PS, mas as notícias da queda do próprio ainda são prematuras.
- O jornalismo de causas entrou no defeso, enquanto tenta ler os sinais de fumo e perscrutar os astros.
- Já se ouve em surdina o desembainhar das facas escondidas nas togas dos brutus que hão-de apunhalar o césar Sócrates e a sua corte de fiéis na primeira oportunidade (que pode tardar).
07/06/2009
O futuro do PSD são aqueles jotas colados nas costas de Rangel?
You scratch my back, I’ll scratch yours
Em 06-11-2006
«A TAP comprou hoje à Espírito Santo Internacional 99,81 por cento do capital da companhia de aviação PGA–Portugália por 140 milhões de euros.»
Dois anos e meio depois:
Em 03-06-2009
«O presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, afirma que a Qimonda Solar tem todas as características para ser viável, estando disponível para financiar esta área de negócio da multinacional alemã em Portugal.»
Em 05-06-2009
«O ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, (*) afirmou que após “negociações extremamente difíceis” foi possível chegar a um acordo» com o financiamento garantido pelo BES, a CGD-1 e a CGD-2 (Millennium BCP) .
(*) O empregado de Ricardo Salgado, em comissão de serviço no MEI, que já tinha anunciado n vezes a salvação da Qimonda.
«A TAP comprou hoje à Espírito Santo Internacional 99,81 por cento do capital da companhia de aviação PGA–Portugália por 140 milhões de euros.»
Dois anos e meio depois:
Em 03-06-2009
«O presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, afirma que a Qimonda Solar tem todas as características para ser viável, estando disponível para financiar esta área de negócio da multinacional alemã em Portugal.»
Em 05-06-2009
«O ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, (*) afirmou que após “negociações extremamente difíceis” foi possível chegar a um acordo» com o financiamento garantido pelo BES, a CGD-1 e a CGD-2 (Millennium BCP) .
(*) O empregado de Ricardo Salgado, em comissão de serviço no MEI, que já tinha anunciado n vezes a salvação da Qimonda.
ESTADO DE SÍTIO: por muito que os priores não sejam grande coisa, não é possível ser prior duma freguesia assim
«Em relação ao sistema prisional e tudo o que tem a ver com ele, por exemplo, o legislador não sabe o que está a fazer. Quando o registo criminal passou a apagar todas as condenações antigas, deixou de haver informação sobre a reincidência das pessoas no crime. Por outro lado, desde 1981 que a lei prevê estabelecimentos prisionais para jovens delinquentes, mas nenhum foi construído. Nunca foi feita uma verdadeira reforma do sistema prisional e as cadeias evoluíram de uma forma que o legislador ignora: há taxas altíssimas de ocupação, de estrangeiros e de penas grandes, por crimes graves. Depois, não é possível a Justiça suportar que um Código Penal (CP) e um Código de Processo Penal (CPP) tenham 15 e 23 redacções nos últimos 20 anos. De cada vez que despacho um processo, tenho de saber a data do facto e quantas leis existem posteriores àquele facto, pois tem de se aplicar a lei mais favorável. É um trabalho insano. As leis são feitas ao sabor e a toque dos acontecimentos relatados pelos media. Por exemplo, quando fugiu um padre para o Brasil [Frederico Cunha, em 1998, condenado pela morte de um jovem madeirense], alteraram a lei de execução de penas. Ora, as coisas têm de ser feitas com ponderação e as leis precisam de estabilidade. Como não têm carácter de estabilidade, corroem a imagem pública da Justiça. Curiosamente, segundo certa comunicação social e certo tipo de sondagens, os juízes têm uma 'cotação' inferior à daqueles que fazem as leis que mandam os juízes soltar homicidas.»
[Entrevista ao juiz Ricardo Cardoso no Tabu do Sol de 29 de Maio]
[Entrevista ao juiz Ricardo Cardoso no Tabu do Sol de 29 de Maio]
06/06/2009
CASE STUDY: ou há moralidade ou comem todos (2)
Que a homossexualidade é uma sexualidade (estatisticamente) anormal, mesmo entre os animais, fica outra vez demonstrado pela excitação dos tratadores de zoo (Bremerhaven) e dos média (BBC News) (*) para chamarem a atenção para a proeza cometida por dois pinguins bichas que conseguiram chocar um ovo, depois de tentativas infrutíferas para chocarem pedras.
Como o zoo em causa anda há 4 anos a fazer experiências com estes pinguins ditos homossexuais, suspeito que a direcção do dito anda a tentar demonstrar a mesma tese dos papas da sexualidade. Até agora, já encontraram (ou induziram, nunca se sabe o que esperar destes "cientistas" de causas) 6-pinguins bichas-6. Não admira, pois, que os pinguins de Humboldt, variedade a que pertencem os bichas, estejam ameaçados de extinção.
Depois disto, não me atirem com as teses do aquecimento global, do overfishing, da redução da biodiversidade, patati patatá. Em vez disso, ponde lá cada pinguim bicha com uma bela duma pinguim e dizei-lhe o mesmo que lhe dizem quando lhe dão por dieta um peixito do mar do Norte, a que qualquer de Humboldt que se preze vira o focinho: come até gostares.
(*) Podia acrescentar a excitação dos blogues, porque foi no A causa foi modificada que encontrei o link, mas o maradona não parece pertencer ao clube.
PS: Apesar deste post, escaparei provavelmente a um ataque cibernético gay, porque tenho a sorte de viver num país em vias de subdesenvolvimento onde até as bichas são retardadas.
Como o zoo em causa anda há 4 anos a fazer experiências com estes pinguins ditos homossexuais, suspeito que a direcção do dito anda a tentar demonstrar a mesma tese dos papas da sexualidade. Até agora, já encontraram (ou induziram, nunca se sabe o que esperar destes "cientistas" de causas) 6-pinguins bichas-6. Não admira, pois, que os pinguins de Humboldt, variedade a que pertencem os bichas, estejam ameaçados de extinção.
Depois disto, não me atirem com as teses do aquecimento global, do overfishing, da redução da biodiversidade, patati patatá. Em vez disso, ponde lá cada pinguim bicha com uma bela duma pinguim e dizei-lhe o mesmo que lhe dizem quando lhe dão por dieta um peixito do mar do Norte, a que qualquer de Humboldt que se preze vira o focinho: come até gostares.
(*) Podia acrescentar a excitação dos blogues, porque foi no A causa foi modificada que encontrei o link, mas o maradona não parece pertencer ao clube.
PS: Apesar deste post, escaparei provavelmente a um ataque cibernético gay, porque tenho a sorte de viver num país em vias de subdesenvolvimento onde até as bichas são retardadas.
Outros obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (1) para cada um a sua justiça
Se ainda houvesse dúvidas que a Sonia Sotomayor, nomeada pelo presidente Obama para o Supremo Tribunal, é a juíza perfeita para aplicar a justiça de causas, o caso Ricci v DeStefano que julgou no tribunal de New Haven, Connecticut, elimina-as definitivamente.
O caso aqui descrito está neste momento no Supremo onde a juíza Sotomayor ainda irá chegar a tempo de participar na decisão final. Num concurso realizado pelo município de New Haven para a promoção de bombeiros nenhum negro conseguiu aprovação e, por essa razão, o município decidiu anular o concurso e não promover nenhum dos bombeiros aprovados. Alguns bombeiros, incluindo um hispânico e um disléxico que fez uma preparação especial e um estudo intensivo para o concurso, accionaram o município por discriminação racial. A juíza Sotomayor decidiu contra eles.
Esta visão da justiça é um retrocesso civilizacional e tanto pode ser usada a pretexto de corrigir as desigualdades raciais, como as sociais, como para combater o fascismo, ou o comunismo, ou o socialismo ou o liberalismo. Ou para suprimir a liberdade a pretexto de promover a justiça.
O caso aqui descrito está neste momento no Supremo onde a juíza Sotomayor ainda irá chegar a tempo de participar na decisão final. Num concurso realizado pelo município de New Haven para a promoção de bombeiros nenhum negro conseguiu aprovação e, por essa razão, o município decidiu anular o concurso e não promover nenhum dos bombeiros aprovados. Alguns bombeiros, incluindo um hispânico e um disléxico que fez uma preparação especial e um estudo intensivo para o concurso, accionaram o município por discriminação racial. A juíza Sotomayor decidiu contra eles.
Esta visão da justiça é um retrocesso civilizacional e tanto pode ser usada a pretexto de corrigir as desigualdades raciais, como as sociais, como para combater o fascismo, ou o comunismo, ou o socialismo ou o liberalismo. Ou para suprimir a liberdade a pretexto de promover a justiça.
05/06/2009
ESTADO DE SÍTIO: se tivessem aceitado a sugestão teriam hoje um seguro de vida
«Abdool Vakil, então presidente do Banco Efisa, sugeriu a José Oliveira Costa, no início da década, a pedido deste e segundo critério definidos pelo ex-presidente da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), um conjunto de nomes do universo do Partido Socialista (PS) para integrarem os órgãos sociais do Efisa, a instituição financeira que funciona como braço de investimento do Banco Português de Negócios (BPN).» [Público via O Insurgente]
Vakil que achou que Guilherme Oliveira Martins, indicado por Oliveira e Costa não seria «o mais provável porque não é para Presidente», sugeriu la crème de la crème de luminárias socialistas: Vera Jardim (um sampaísta congénito), João Cravinho (outro sampaísta, que talvez não pudesse aceitar porque que «tinha aceite um lugar no Conselho Consultivo do Banco do Rendeiro»), Augusto Mateus («PS muito bem inserido na máquina do Partido»), Fernando Castro («Mentor do então Ministro Pina Moura»), Alberto Costa («muito ligado ao António Vitorino com quem também me dou bem»), Mário Cristina de Sousa («está neste momento ligado à CGD»).
Foi, de facto, uma infelicidade para Oliveira e Costa, os administradores e os accionistas da SLN que «apenas José Lamego, Augusto Mateus e Guilherme Oliveira Martins chegaram a assumir funções, mais concretamente, no conselho superior do Banco Efisa».
É o regime da III república a mostrar-se num estado mais avançado de decomposição do que o regime da II república salazarista no final dos quase 50 anos da sua bolorenta existência.
Vakil que achou que Guilherme Oliveira Martins, indicado por Oliveira e Costa não seria «o mais provável porque não é para Presidente», sugeriu la crème de la crème de luminárias socialistas: Vera Jardim (um sampaísta congénito), João Cravinho (outro sampaísta, que talvez não pudesse aceitar porque que «tinha aceite um lugar no Conselho Consultivo do Banco do Rendeiro»), Augusto Mateus («PS muito bem inserido na máquina do Partido»), Fernando Castro («Mentor do então Ministro Pina Moura»), Alberto Costa («muito ligado ao António Vitorino com quem também me dou bem»), Mário Cristina de Sousa («está neste momento ligado à CGD»).
Foi, de facto, uma infelicidade para Oliveira e Costa, os administradores e os accionistas da SLN que «apenas José Lamego, Augusto Mateus e Guilherme Oliveira Martins chegaram a assumir funções, mais concretamente, no conselho superior do Banco Efisa».
É o regime da III república a mostrar-se num estado mais avançado de decomposição do que o regime da II república salazarista no final dos quase 50 anos da sua bolorenta existência.
Verdict on the Crash (3)
Já se tinha chegado à conclusão que a culpa da crise financeira era da ganância dos banqueiros (quase todos), da falta de regulação e dos pecados do neo-liberalismo. Faltava encontrar “o” culpado que dá sempre muito mais jeito do que muitos culpados.
É aqui que entra Paul Krugman, o último Nobel da Economia, que na sua coluna no NYT escreveu a semana passada «Reagan Dit It» onde explica que tudo começou há 27 anos com a ratificação por Reagan do Garn-St. Germain Depository Institutions Act (a tese de Krugman pode ser lida também em português aqui).
Comecei por ler a versão do i online do «Reagan Dit It», por coincidência imediatamente a seguir a ter lido o artigo de Pedro Lomba «Ainda somos um povo de culpados», onde é evocado Cunha Rego que «responsabilizava Salazar pela criação deste exército de culpados», que somos nós os portugueses. Não concordo nada com a tese de Pedro Lomba que nos vê com um povo de culpados. A minha tese é mais no sentido dum povo de irresponsáveis, ou pelo menos um povo de bananas com uma elite de irresponsáveis. Por isso, mais do que nos culparmos, procuramos desesperadamente um culpado dos nossos males que, na circunstância, para muitos dos nossos políticos e pensadores em exercício, ainda é Salazar.
Paul Krugman, passando por cima duns pequenos pormenores como os aqui demonstrados, encontrou o seu Salazar. O facto de o Salazar de Krugman ser Reagan e o Reagan de Krugman ser o Salazar das nossas luminárias esquerdistas, mostra bem que o que separa a nossa cultura da cultura americana é bem mais do que o que separa Krugman das nossas luminárias esquerdistas.
É aqui que entra Paul Krugman, o último Nobel da Economia, que na sua coluna no NYT escreveu a semana passada «Reagan Dit It» onde explica que tudo começou há 27 anos com a ratificação por Reagan do Garn-St. Germain Depository Institutions Act (a tese de Krugman pode ser lida também em português aqui).
Comecei por ler a versão do i online do «Reagan Dit It», por coincidência imediatamente a seguir a ter lido o artigo de Pedro Lomba «Ainda somos um povo de culpados», onde é evocado Cunha Rego que «responsabilizava Salazar pela criação deste exército de culpados», que somos nós os portugueses. Não concordo nada com a tese de Pedro Lomba que nos vê com um povo de culpados. A minha tese é mais no sentido dum povo de irresponsáveis, ou pelo menos um povo de bananas com uma elite de irresponsáveis. Por isso, mais do que nos culparmos, procuramos desesperadamente um culpado dos nossos males que, na circunstância, para muitos dos nossos políticos e pensadores em exercício, ainda é Salazar.
Paul Krugman, passando por cima duns pequenos pormenores como os aqui demonstrados, encontrou o seu Salazar. O facto de o Salazar de Krugman ser Reagan e o Reagan de Krugman ser o Salazar das nossas luminárias esquerdistas, mostra bem que o que separa a nossa cultura da cultura americana é bem mais do que o que separa Krugman das nossas luminárias esquerdistas.
CASE STUDY: ou há moralidade ou comem todos
Perante este caso de polícia, FNV do Mar Salgado faz uma pergunta irrespondível: «Se tivesse sido uma menina de 11 anos a ser seduzida por um homem de 30, também falaríamos de um "despertar para a heterossexualidade"?»
Irrespondível, porque as criaturas adeptas do politicamente correcto têm dois pesos e duas medidas, consoante esteja em causa a sexualidade (estatisticamente) normal ou a sexualidade (estatisticamente) anormal. Se fosse preciso acrescentar um exemplo, nada melhor que um mesmo à mão ontem publicado no i online. Neste caso a pergunta seria: «é possível (ou melhor ética e deontologicamente aceitável) dar resposta a um homossexual que pede ajuda médica para mudar de orientação sexual»?
Segundo o directório da polícia das sexualidades, representado pelos papas Daniel Sampaio, Francisco Allen Gomes e Júlio Machado Vaz, tal ajuda médica não é aceitável. E porquê? pergunto. Elementar meu caro Watson, porque a homossexualidade não é doença. Como não são doenças o nariz grande, o pénis pequeno e a celulite, que os médicos todos os dias, com grande alegria e proveito, encurtam, esticam ou aspiram, respectivamente (eu escrevi respectivamente).
E, por falar em rectificar, as cirurgias para mudar o sexo, a pretexto de tornar compatível o hardware com o software, são práticas médicas aceitáveis para os papas da sexualidade?
Irrespondível, porque as criaturas adeptas do politicamente correcto têm dois pesos e duas medidas, consoante esteja em causa a sexualidade (estatisticamente) normal ou a sexualidade (estatisticamente) anormal. Se fosse preciso acrescentar um exemplo, nada melhor que um mesmo à mão ontem publicado no i online. Neste caso a pergunta seria: «é possível (ou melhor ética e deontologicamente aceitável) dar resposta a um homossexual que pede ajuda médica para mudar de orientação sexual»?
Segundo o directório da polícia das sexualidades, representado pelos papas Daniel Sampaio, Francisco Allen Gomes e Júlio Machado Vaz, tal ajuda médica não é aceitável. E porquê? pergunto. Elementar meu caro Watson, porque a homossexualidade não é doença. Como não são doenças o nariz grande, o pénis pequeno e a celulite, que os médicos todos os dias, com grande alegria e proveito, encurtam, esticam ou aspiram, respectivamente (eu escrevi respectivamente).
E, por falar em rectificar, as cirurgias para mudar o sexo, a pretexto de tornar compatível o hardware com o software, são práticas médicas aceitáveis para os papas da sexualidade?
04/06/2009
A maldição da tabuada
Título do Público de hoje: «Número dos que podem votar não bate certo com os recenseados»
Há os adeptos da prevalência da nature que atribuem a vocação nacional para a inumeracia ao ADN que resultou da miscigenação de tão variados bárbaros, todos igualmente analfabetos, com romanos e árabes um pouco mais letrados, que em épocas diferentes ocuparam a jangada de pedra. Subsidiariamente, a falta de vocação para os números seria compensada pela vocação para a poesia, o que faria de nós um povo de poetas. Outros (os adeptos da prevalência da nurture), explicam a inumeracia com a influência dos adeptos das novas pedagogias nas inúmeras reformas «educativas» nos últimos 35 anos, que aboliram as tabuadas e com elas a esperança dos portugueses serem capazes de fazer pelo menos duas das quatro operações aritméticas. Há ainda os que (possivelmente a maioria) nunca se deram conta da existência do fenómeno. Seja qual for a explicação, parece difícil negá-lo, mas não tanto quanto parece, porque a maioria não se dá conta dele.
A divergência de «quase um milhão de pessoas (que) separa o número de cidadãos maiores de 18 anos e, portanto, com capacidade para votar, e o número de recenseados» parece-me simples de explicar àquela luz, dispensando, portanto, mais elaboração. Parece-me simples, mas pelos vistos não é. Só a vocação nacional para a poesia permitirá compreender as explicações dos especialistas ouvidos pelo Público para o facto de haver mais quase um milhão de recenseados do que de maiores de 18 anos.
Essas explicações vão desde «pessoas que morreram e ainda não foram retiradas dos cadernos eleitorais» a «pessoas que não residem no país mas têm bilhete de identidade com residência em território nacional». Como uns acreditam mais no INE e outros na CNE, a proposta do sociólogo António Barreto é a mais adequada para eliminar o problema e chegar a um só número diferente dos outros dois, provavelmente também errado: «uma só entidade devia coordenar os dois censos».
Há os adeptos da prevalência da nature que atribuem a vocação nacional para a inumeracia ao ADN que resultou da miscigenação de tão variados bárbaros, todos igualmente analfabetos, com romanos e árabes um pouco mais letrados, que em épocas diferentes ocuparam a jangada de pedra. Subsidiariamente, a falta de vocação para os números seria compensada pela vocação para a poesia, o que faria de nós um povo de poetas. Outros (os adeptos da prevalência da nurture), explicam a inumeracia com a influência dos adeptos das novas pedagogias nas inúmeras reformas «educativas» nos últimos 35 anos, que aboliram as tabuadas e com elas a esperança dos portugueses serem capazes de fazer pelo menos duas das quatro operações aritméticas. Há ainda os que (possivelmente a maioria) nunca se deram conta da existência do fenómeno. Seja qual for a explicação, parece difícil negá-lo, mas não tanto quanto parece, porque a maioria não se dá conta dele.
A divergência de «quase um milhão de pessoas (que) separa o número de cidadãos maiores de 18 anos e, portanto, com capacidade para votar, e o número de recenseados» parece-me simples de explicar àquela luz, dispensando, portanto, mais elaboração. Parece-me simples, mas pelos vistos não é. Só a vocação nacional para a poesia permitirá compreender as explicações dos especialistas ouvidos pelo Público para o facto de haver mais quase um milhão de recenseados do que de maiores de 18 anos.
Essas explicações vão desde «pessoas que morreram e ainda não foram retiradas dos cadernos eleitorais» a «pessoas que não residem no país mas têm bilhete de identidade com residência em território nacional». Como uns acreditam mais no INE e outros na CNE, a proposta do sociólogo António Barreto é a mais adequada para eliminar o problema e chegar a um só número diferente dos outros dois, provavelmente também errado: «uma só entidade devia coordenar os dois censos».
DIÁRIO DE BORDO: A beleza do mal (5)
Representação computacional de Alex Dragulescu do código do falso programa anti-spyware Rogueware Spysheriff. Apresentada na Conferência da RSA de 2009 em S. Francisco.
03/06/2009
CASE STUDY: Cyber warfare, that’s it
O que levará a China, de onde são originárias mais de uma centena de tentativas por minuto de intrusão na rede do departamento de Defesa americano, a ter «desenvolvido» (*) um sistema operativo seguro que está a instalar em todos os computadores militares e a ter em curso o recrutamento maciço de hackers?
É um bom exemplo das vulnerabilidades das democracias face às autocracias, cuja única vulnerabilidade é a de não serem democracias. Segundo a doutrina, a longo prazo as democracias vencerão, supondo que os limites ao desenvolvimento das autocracias as conduzirão ou à democracia ou ao subdesenvolvimento. Nesta altura convém lembrar que, a longo prazo, estamos todos mortos, Keynes said.
(*) Na verdade, o sistema Kylin é Chinese way uma versão reforçada em termos de segurança do open source FreeBSD 5.3. (já vai na release 7.2. mas a velocidade de copycat dos chineses tem as suas limitações).
Fontes: China blocks U.S. from cyber warfare; China chooses FreeBSD as basis for secure OS; China installs a secure operating system on all military PCs.
É um bom exemplo das vulnerabilidades das democracias face às autocracias, cuja única vulnerabilidade é a de não serem democracias. Segundo a doutrina, a longo prazo as democracias vencerão, supondo que os limites ao desenvolvimento das autocracias as conduzirão ou à democracia ou ao subdesenvolvimento. Nesta altura convém lembrar que, a longo prazo, estamos todos mortos, Keynes said.
(*) Na verdade, o sistema Kylin é Chinese way uma versão reforçada em termos de segurança do open source FreeBSD 5.3. (já vai na release 7.2. mas a velocidade de copycat dos chineses tem as suas limitações).
Fontes: China blocks U.S. from cyber warfare; China chooses FreeBSD as basis for secure OS; China installs a secure operating system on all military PCs.
02/06/2009
Solidariedade inter-geracional
No novo regime de pensões, o factor de sustentabilidade a aplicar às pensões em cada ano depende da esperança de vida aos 65 anos que no ano passado aumentou para 18,13 anos. Segundo o DE, deste aumento resulta uma redução de 1,32% nas pensões iniciadas este ano.
Quanto mais os avós e os pais, muitos deles antecipadamente reformados entre os 55 e os 65 anos e desde então agitando a celulite diariamente na hidroginástica, prolongam a sua esperança de vida, mais se reduzem as pensões dos seus filhos e netos quando chegar a altura de as receberem.
Será isto a solidariedade inter-geracional de que falam os ideólogos do estado social?
Por falar em estado social, apesar das verbas para combater a pobreza terem aumentado entre 1998 e 2008 de 11,3% para 15,6% do PIB, enquanto a média europeia se manteve estabilizada em 13,8%, a pobreza no mesmo período não diminuiu.
Declaração de interesse: sou sócio do clube dos avós, mas estou preocupado com o futuro dos meus netos.
Quanto mais os avós e os pais, muitos deles antecipadamente reformados entre os 55 e os 65 anos e desde então agitando a celulite diariamente na hidroginástica, prolongam a sua esperança de vida, mais se reduzem as pensões dos seus filhos e netos quando chegar a altura de as receberem.
Será isto a solidariedade inter-geracional de que falam os ideólogos do estado social?
Por falar em estado social, apesar das verbas para combater a pobreza terem aumentado entre 1998 e 2008 de 11,3% para 15,6% do PIB, enquanto a média europeia se manteve estabilizada em 13,8%, a pobreza no mesmo período não diminuiu.
Declaração de interesse: sou sócio do clube dos avós, mas estou preocupado com o futuro dos meus netos.
Estimada a 1.ª prestação do «jamais» do ministro Lino
Como se pode confirmar pelos títulos, a central de manipulação teve um raro episódio de descoordenação:
O expediente encontrado pelo DE para apresentar este belo título foi o de comparar as propostas para a localização Alcochete com as estimativas para a Ota. Título alternativo:
Propostas finais para o TGV entregues hoje com valores acima do previsto
Construção do TGV fica mais barata do que era esperado
Construção do TGV fica mais barata do que era esperado
O expediente encontrado pelo DE para apresentar este belo título foi o de comparar as propostas para a localização Alcochete com as estimativas para a Ota. Título alternativo:
900 milhões de euros é o valor da 1.ª prestação do «jamais» de Lino
LA DONNA E UN ANIMAL STRAVAGANTE: Não se pode medir a felicidade a não ser com o metro da doutora Mónica
«Um estudo publicado pelo National Bureau of Economic Research, nos Estados Unidos ("O Paradoxo da Felicidade Feminina Decadente"), revela que as mulheres modernas são menos felizes, apesar de se terem libertado dos papéis tradicionais. Se nos anos 70 as mulheres eram mais felizes do que os homens, agora elas mostram níveis de felicidade mais baixos do que eles.
…
"Tretas!", contrapõe Maria Filomena Mónica. A socióloga não reconhece legitimidade às conclusões do estudo de Stevenson e Wolfers, mesmo porque "não se pode medir a felicidade". E vai mais longe, garantindo que as mulheres hoje têm de ser mais felizes do que há 40 anos, pelo simples facto de terem todas as oportunidades que reclamaram para si.» (i online)
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"Tretas!", contrapõe Maria Filomena Mónica. A socióloga não reconhece legitimidade às conclusões do estudo de Stevenson e Wolfers, mesmo porque "não se pode medir a felicidade". E vai mais longe, garantindo que as mulheres hoje têm de ser mais felizes do que há 40 anos, pelo simples facto de terem todas as oportunidades que reclamaram para si.» (i online)
01/06/2009
Macropsias
«Filipe Menezes diz que abandonar o TGV seria a "albanização" de Portugal»
«"Silicon Valley" portuguesa nasce em Paredes»
Macropsia: estado mórbido em que os objectos da visão aumentam de volume.
«"Silicon Valley" portuguesa nasce em Paredes»
Macropsia: estado mórbido em que os objectos da visão aumentam de volume.