Cada vez mais o governo me parece uma família falida que sonha todos os dias com grandezas passadas, sem conseguir distinguir o sonho da realidade, a planear mudar do T2 dos subúrbios para uma casinha, viajar para a Patagónia, a combinar um jantar fora, todos os dias adiado, à espera que o amigo do banco «facilite» mais uma reconversão para 50 anos do empréstimo do T2.
Depois de 4 anos a falar de TGV e novo Aeroporto, a bramar pelos investimentos indispensáveis e inadiáveis, o governo em ressaca pós-eleitoral jura que «mantém o rumo» e deixa o TGV perdido no nevoeiro e o novo aeroporto a derrapar ainda antes de começar.
Qual o problema? Nenhum. O que se tem estado a tratar nesta matéria e em tantas outras é mais marketing do que investimento e, nessa precisa medida, adiar não tem qualquer inconveniente, desde que se continue a falar na obra. Até é vantajoso, sempre há esperança de ter matéria para processar na central de manipulação durante 2 legislaturas.
Não há dinheiro? Não há, mas não é problema. Monta-se uma engenharia financeira com os «privados» e a coisa que vai custar os olhos da cara aos meus filhos, netos e bisnetos, como por milagre parece sair de borla.
Vai haver défices de exploração até ao fim dos tempos? Vai, mas os «privados» não se importam. A coisa resolve-se recalibrando a engenheira e esticando a factura até aos meus tetranetos.
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