«O texto em inglês enviado por José Sócrates a Luís Arouca, que serviu de elemento de avaliação à cadeira de Inglês Técnico na Universidade Independente (UnI), foi discutido pelos dois num almoço no restaurante Pap’Açorda, no Bairro Alto, em Lisboa. Quem o diz é Rui Verde, ex-vice-reitor da Unir, que requereu na semana passada ao Ministério Público junto do Tribunal Administrativo de Lisboa a Nulidade da licenciatura em Engenharia Civil de Sócrates, lembrando o caso de Miguel Relvas.
“Sei que foi no Pap’Açorda porque fui eu quem levou Luís Arouca ao restaurante para se encontrar com José Sócrates”, revelou Rui Verde ao CM.» (CM)
Onde estão os indignados com as equivalências de Miguel Relvas?
30/04/2013
Pro memoria (112) – Sarko volta. Estás perdoado.
Segundo uma sondagem CSA da semana passada, se as eleições presidenciais em França tivessem sido no domingo os resultados da primeira volta seriam:
Se tivesse sido a segunda volta, os cenários seriam :
Aditamento
A propósito da citada coligação informal, já depois de ter publicado este post, li o que escreveu hoje no DN Mário Soares que deve saber do que fala quando incita Portas a sair do comboio do PSD em andamento e entrar no do PS:
«Enquanto Portas tinha alguma esperança de se associar ao PS, o que seria um conforto para ele, foi deixando andar. ...
Assim sendo, Paulo Portas não pode continuar, no contexto atual - e sem se desacreditar totalmente - a dar uma no cravo e outra na ferradura, sem destruir o seu partido. No interior do CDS/PP há quem pense assim e queira deixar cair o PP e fique só o CDS.»
- Nicolas Sarkozy 34%
- Marine Le Pen 23%
- François Hollande 19%
Se tivesse sido a segunda volta, os cenários seriam :
- Nicolas Sarkozy 61% x François Hollande 39% ou
- Nicolas Sarkozy 67% x Marine Le Pen 33%
Aditamento
A propósito da citada coligação informal, já depois de ter publicado este post, li o que escreveu hoje no DN Mário Soares que deve saber do que fala quando incita Portas a sair do comboio do PSD em andamento e entrar no do PS:
«Enquanto Portas tinha alguma esperança de se associar ao PS, o que seria um conforto para ele, foi deixando andar. ...
Assim sendo, Paulo Portas não pode continuar, no contexto atual - e sem se desacreditar totalmente - a dar uma no cravo e outra na ferradura, sem destruir o seu partido. No interior do CDS/PP há quem pense assim e queira deixar cair o PP e fique só o CDS.»
@RTISTA CONVIDADO: «O que tu quiseres» (1)
«O que tu quiseres», uma colecção de 24 efabulações começa hoje a ser publicada. O estendal onde a artista pendura algumas das suas coisas pode ser visto AQUI.
(Continua)
Veados de Neve |
(Continua)
29/04/2013
Pro memoria (111) – Tomemos nota do que nos pode esperar
O congresso do PS deste fim-de-semana bem poderia ter sido organizado pelos piadistas das Produções Fictícias. Durante mais de um ano António José Seguro fez um discurso de líder da oposição de um país do terceiro mundo (talvez seja o discurso apropriado), como se, gostando-se ou não, não existisse uma maioria no parlamento e como se o PS pudesse falar em nome de uma putativa futura vitória numas talvez longínquas eleições, depois de ter visto as intenções de voto descer de 36,7% em Março para 28,6% em Abril, apesar da mais descarada demagogia.
A mesma criatura que irresponsavelmente prometeu facilidades no resgate do país da situação onde o seu partido o deixou, garante no discurso de encerramento do congresso «ter os pés bem assentes na terra» e que não se importa de «perder votos, mas não vendemos ilusões». Depois ter fugido de negociar com o governo, como o diabo fugiu da cruz, reconheça-se que estribado nos alibis que Passos Coelho lhe deu de mão-beijada, AJS jura que «o estado de emergência do país não dispensa ninguém» e garante não descartar «coligações, mesmo com maioria absoluta».
E ainda teve tempo de enumerar «propostas concretas» que O Insurgente classificou apropriadamente como «Um Novo Rumo Ao Segundo Resgate» e comentou aqui. Se tenho fundadas reservas sobre a governação da coligação PSD-CDS, o que deverei ter sobre uma hipotética governação de um PS com tanta experiência de arruinar o país com um líder que não mostra ter aprendido alguma coisa?
A mesma criatura que irresponsavelmente prometeu facilidades no resgate do país da situação onde o seu partido o deixou, garante no discurso de encerramento do congresso «ter os pés bem assentes na terra» e que não se importa de «perder votos, mas não vendemos ilusões». Depois ter fugido de negociar com o governo, como o diabo fugiu da cruz, reconheça-se que estribado nos alibis que Passos Coelho lhe deu de mão-beijada, AJS jura que «o estado de emergência do país não dispensa ninguém» e garante não descartar «coligações, mesmo com maioria absoluta».
E ainda teve tempo de enumerar «propostas concretas» que O Insurgente classificou apropriadamente como «Um Novo Rumo Ao Segundo Resgate» e comentou aqui. Se tenho fundadas reservas sobre a governação da coligação PSD-CDS, o que deverei ter sobre uma hipotética governação de um PS com tanta experiência de arruinar o país com um líder que não mostra ter aprendido alguma coisa?
Bons exemplos (57) - Um regulador que não jogou golfe com os regulados
«I didn’t know the bank CEOs. I didn’t play golf with them. I just thought I’d call it as I saw it», disse ao Financial Times em Janeiro Matthew Elderfield, um inglês nomeado em 2010 pelo governo irlandês como regulador bancário. Fez um excelente trabalho para combater o compadrio na banca irlandesa e vai agora ser nomeado responsável de «compliance» do Lloyds Banking Group, liderado por António Horta-Osório. (Fonte: Financial Times)
Nós por cá teríamos ficado felizes mesmo se Constâncio, o ministro anexo, tivesse jogado golfe com os Espíritos e Ulrich ou mesmo tivesse ido à missa com Jardim Gonçalves, desde que ao menos tivesse mantido algumas distâncias do governo e do PS a quem serviu. Distâncias que, reconheça-se, não teria sido fácil manter para quem foi o seu secretário-geral de 1986 a 1989.
Nós por cá teríamos ficado felizes mesmo se Constâncio, o ministro anexo, tivesse jogado golfe com os Espíritos e Ulrich ou mesmo tivesse ido à missa com Jardim Gonçalves, desde que ao menos tivesse mantido algumas distâncias do governo e do PS a quem serviu. Distâncias que, reconheça-se, não teria sido fácil manter para quem foi o seu secretário-geral de 1986 a 1989.
DIÁRIO DE BORDO: Reflexões avulsas a propósito do desvelo das luminárias domésticas pelo Estado (1)
Tal como a democracia produz frequentemente escolhas que se vêm a revelar a posteriori desastrosas – por vezes até a priori se pode antecipar o desastre – também os mercados, que são uma espécie de democracia das escolhas económicas, produzem igualmente desastres.
Há quem não aceite nem a democracia política nem a democracia económica, como os comunistas confessos – hoje uma espécie, se não em extinção, pelo menos clandestina.
E há quem aceite a democracia política e, veladamente, se oponha à democracia económica com os mais variados argumentos. Veladamente porque em geral só durante as crises é que as críticas mais ferozes emergem à luz do dia, ou melhor sob o foco mediático. É a economia de casino, é a ditadura da economia ou dos mercados, é o ultra ou neoliberalismo, é simplesmente o capitalismo, que segundo estes detractores está na origem das misérias que ciclicamente nos afligem.
(Continua, espero)
E há quem aceite a democracia política e, veladamente, se oponha à democracia económica com os mais variados argumentos. Veladamente porque em geral só durante as crises é que as críticas mais ferozes emergem à luz do dia, ou melhor sob o foco mediático. É a economia de casino, é a ditadura da economia ou dos mercados, é o ultra ou neoliberalismo, é simplesmente o capitalismo, que segundo estes detractores está na origem das misérias que ciclicamente nos afligem.
(Continua, espero)
28/04/2013
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: As coisas que o amofinam – O princípio da incerteza
[Publicada a «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» e «As coisas que me amofinam – As teorias da conspiração», Pai Silva, o Autor, produziu mais um texto, desta vez sobre a política como instância da mecânica quântica.]
O princípio da incerteza vem da Mecânica Quântica e é aquilo a que poderíamos chamar uma doçura, um bombom.
Graças a ele não sabemos para onde vamos se soubermos onde estamos e não temos a mínima ideia de onde estamos se soubermos para onde vamos.
Paradoxalmente, é possível construir uma ciência exacta, a tal Mecânica Quântica, com base nesta incerteza sobre o passado, o presente e o futuro, ou seja, sobre tudo.
A política, pelo menos aqui a do burgo (sobre a de outros burgos não me posso pronunciar por óbvio paroquialismo de que congenitamente sofro ou até por piores razões), tudo o leva a crer, é a coisa mais parecida com a Mecânica Quântica: não há ou não se conhece político que saiba onde está e muito menos para onde quer ir.
Todavia o que governa a política, quer para os eleitos, democraticamente ou não, quer para os eleitores democráticos ou não, é, curiosamente, um princípio anti-quântico: o princípio da certeza.
Não há, nem se conhece, um único político que não saiba onde está, nem, muito menos, para onde queira ir.
A conclusão mais notória é a de que sobre este princípio da certeza não foi possível e, tudo leva a crer, não será possível construir uma ciência exacta, ou mais rigorosamente, ciência nenhuma.
As coisas que me amofinam – O princípio da incerteza
O princípio da incerteza vem da Mecânica Quântica e é aquilo a que poderíamos chamar uma doçura, um bombom.
Graças a ele não sabemos para onde vamos se soubermos onde estamos e não temos a mínima ideia de onde estamos se soubermos para onde vamos.
Paradoxalmente, é possível construir uma ciência exacta, a tal Mecânica Quântica, com base nesta incerteza sobre o passado, o presente e o futuro, ou seja, sobre tudo.
A política, pelo menos aqui a do burgo (sobre a de outros burgos não me posso pronunciar por óbvio paroquialismo de que congenitamente sofro ou até por piores razões), tudo o leva a crer, é a coisa mais parecida com a Mecânica Quântica: não há ou não se conhece político que saiba onde está e muito menos para onde quer ir.
Todavia o que governa a política, quer para os eleitos, democraticamente ou não, quer para os eleitores democráticos ou não, é, curiosamente, um princípio anti-quântico: o princípio da certeza.
Não há, nem se conhece, um único político que não saiba onde está, nem, muito menos, para onde queira ir.
A conclusão mais notória é a de que sobre este princípio da certeza não foi possível e, tudo leva a crer, não será possível construir uma ciência exacta, ou mais rigorosamente, ciência nenhuma.
27/04/2013
LA DONNA E UN ANIMALE STRAVAGANTE: Para tirar os trapinhos qualquer causa é boa (9)
Outros trapinhos tirados:
(1), (2), (3), (4), (5), (6), (7) e (8).
Desta vez o mulherio assanhado da Femen atacou a conferência «Blasfémia. Ofensa ou liberdade de expressão?» em Ixelles, na Bélgica. Quando o Arcebispo Andre Leonard começou a falar 4 sapatões de Femen trataram logo de tirar os trapinhos, dando assim a sua resposta à pergunta.
Desta vez o mulherio assanhado da Femen atacou a conferência «Blasfémia. Ofensa ou liberdade de expressão?» em Ixelles, na Bélgica. Quando o Arcebispo Andre Leonard começou a falar 4 sapatões de Femen trataram logo de tirar os trapinhos, dando assim a sua resposta à pergunta.
[Fontes: daqui, via O Insurgente] |
26/04/2013
Mitos (108) – Os causadores da nossa desgraça foram eles
A propósito da mitologia sobre as causas da nossa desgraça, este post torna evidente que as finanças públicas estavam persistentemente descarriladas muito antes da crise financeira, como se vê no quadro abaixo extraído de O Insurgente. Nos 14 anos entre 1999 e 2012 o Estado português fez o pleno. Recorde-se também que, muito provavelmente, a maioria dos défices anteriores à intervenção da troika foi aldrabada com contabilidade criativa.
Por isso, é perfeita mitologia toda a lengalenga acerca dos sucessivos culpados da nossa desgraça: o capitalismo de casino, as agências de rating, a Alemanha, e até, por ironia, há quem acrescente à lista a troika que nos empresta dinheiro e nos evitou a falência. Por falar em agências de rating, momentaneamente obscurecidas pelos outros suspeitos do costume, ver a série de posts «as teorias da conspiração sobre as agências de rating».
Défices antes e depois da adesão à Zona Euro a amarelo e a vermelho, respectivamente; o défice de 2012 ficou em 6,6%. |
CONDIÇÃO MASCULINA: Minoria mentalmente diminuída (2)
[Na continuação de (1)]
A propósito desta entrevista e deste congresso promovido pela EASSE, sempre foi para mim um mistério a espantosa capacidade de o politicamente correcto condicionar as opiniões dominantes com preconceitos baseados num ideário, neste caso o da inexistência de diferenças de aprendizagem entre sexos, desmentido pela observação da realidade.
Para usar as palavras de Abigail Norfleet James ao Público:
«Assume [aquilo a que chamo o pensamento politicamente correcto] que as diferenças são determinadas pelos pais ou pela cultura. Eu penso que os pais e a cultura estão simplesmente a responder a comportamentos que vemos nas crianças. Os pais dão carros aos rapazes porque os seus olhos respondem bem ao movimento e dão bonecas às raparigas porque elas respondem bem aos rostos. Os pais não sabem isso, mas se dermos uma boneca a um rapaz ele vai virá-la de cabeça para baixo ou tratá-la como se fosse um jogo de construção; ao passo que as raparigas vão dar nomes aos carros e tratá-los como se fossem seres vivos. A ideia da cultura caça/recolha pode ter chegado a nós através do nosso ADN. Um novo campo de conhecimento, a epigenética, dedica-se a observar como é que o nosso comportamento muda as moléculas no nosso ADN e começa a compreender que essas mudanças podem passar para as crianças.»
Uma das consequências deste ideário que impregna o pensamento único é o handicap traduzido em taxas de sucesso escolar dos rapazes cada vez mais baixas que o sistema dominante de educação, com os seus métodos dirigidos a uma espécie de terceiro sexo existente só nas cabeças dos seus mentores.
A propósito desta entrevista e deste congresso promovido pela EASSE, sempre foi para mim um mistério a espantosa capacidade de o politicamente correcto condicionar as opiniões dominantes com preconceitos baseados num ideário, neste caso o da inexistência de diferenças de aprendizagem entre sexos, desmentido pela observação da realidade.
Para usar as palavras de Abigail Norfleet James ao Público:
«Assume [aquilo a que chamo o pensamento politicamente correcto] que as diferenças são determinadas pelos pais ou pela cultura. Eu penso que os pais e a cultura estão simplesmente a responder a comportamentos que vemos nas crianças. Os pais dão carros aos rapazes porque os seus olhos respondem bem ao movimento e dão bonecas às raparigas porque elas respondem bem aos rostos. Os pais não sabem isso, mas se dermos uma boneca a um rapaz ele vai virá-la de cabeça para baixo ou tratá-la como se fosse um jogo de construção; ao passo que as raparigas vão dar nomes aos carros e tratá-los como se fossem seres vivos. A ideia da cultura caça/recolha pode ter chegado a nós através do nosso ADN. Um novo campo de conhecimento, a epigenética, dedica-se a observar como é que o nosso comportamento muda as moléculas no nosso ADN e começa a compreender que essas mudanças podem passar para as crianças.»
Uma das consequências deste ideário que impregna o pensamento único é o handicap traduzido em taxas de sucesso escolar dos rapazes cada vez mais baixas que o sistema dominante de educação, com os seus métodos dirigidos a uma espécie de terceiro sexo existente só nas cabeças dos seus mentores.
25/04/2013
DIÁRIO DE BORDO: Um 25 de Abril impertinente
O meu 25 de Abril foi o dia em que comecei a descobrir que as coisas não eram o que pareciam ser.
Em que comecei a descobrir que o país estava coalhado de democratas, socialistas e comunistas nunca antes vistos, nascidos nos escombros do colapso por vício próprio do edifício decadente do Estado Novo. Pouco a pouco, nos dias e meses seguintes, para minha surpresa, o coalho derramou-se pelo país numa maré do coming out, como lhe chamaríamos hoje. Em cada empregado servil, venerador, de espinha dobrada e mão estendida, havia um heróico sindicalista pronto a lutar pelos direitos dos trabalhadores e pelo «saneamento» do patrão.
Em que comecei a descobrir como tinha sido possível o marcelismo ter-se mantido de pé 6 longos anos, depois do Botas ter caído da célebre e providencial cadeira. Que nunca tinha havido uma oposição digna desse nome. Que a mole imensa do povinho lá tinha feito pela vidinha, esgueirando-se pelas frestas das fronteiras, pelas cunhas da tropa e pelas veredas das guerras do ultramar.
Em que comecei a perceber que o leitmotiv do drama não era uma ditadura suportada por uma direita retrógrada e infinitamente estúpida. Nem era uma ditadura provinciana, bafienta, decadente, de brandos costumes, que mantinha um número de presos políticos que envergonharia qualquer ditadura à séria (112, depois dum mês agitado de prisões).
Em que comecei a perceber que também não era a guerra colonial, que em 25 anos fez o equivalente ao número de mortos de 4 ou 5 anos de guerra rodoviária. Nem a guerra cujo fim foi uma humilhante fuga às responsabilidades (nem mais um só soldado para as colónias, berravam os bloquistas avant la lettre) que desencadeou em Angola, Moçambique e Timor a enorme hecatombe humana dos 20 anos seguintes.
Em que comecei a perceber que o leitmotiv do drama era a resposta à pergunta: como foi possível a uma tal ditadura manter-se quase 50 longos anos sem ter sido seriamente ameaçada?
Em que comecei a perceber que o 25 de Abril foi princípio do fim das nossas desculpas como povo. Que nada adiantaria sacudir a água do capote, e mandar a coisa para cima dos eles que escolhemos para nos desgovernarem.
E foi neste 25 de Abril que descobri que já não me restava pachorra para aturar, mais um ano, as comemorações do gang do esquerdismo senil que se julga proprietário da data.
[Este post foi publicado no trigésimo aniversário da chamada revolução dos cravos. Hoje poderia escrever o mesmo, mas não foi preciso porque já estava escrito.]
Em que comecei a descobrir que o país estava coalhado de democratas, socialistas e comunistas nunca antes vistos, nascidos nos escombros do colapso por vício próprio do edifício decadente do Estado Novo. Pouco a pouco, nos dias e meses seguintes, para minha surpresa, o coalho derramou-se pelo país numa maré do coming out, como lhe chamaríamos hoje. Em cada empregado servil, venerador, de espinha dobrada e mão estendida, havia um heróico sindicalista pronto a lutar pelos direitos dos trabalhadores e pelo «saneamento» do patrão.
Em que comecei a descobrir como tinha sido possível o marcelismo ter-se mantido de pé 6 longos anos, depois do Botas ter caído da célebre e providencial cadeira. Que nunca tinha havido uma oposição digna desse nome. Que a mole imensa do povinho lá tinha feito pela vidinha, esgueirando-se pelas frestas das fronteiras, pelas cunhas da tropa e pelas veredas das guerras do ultramar.
Em que comecei a perceber que o leitmotiv do drama não era uma ditadura suportada por uma direita retrógrada e infinitamente estúpida. Nem era uma ditadura provinciana, bafienta, decadente, de brandos costumes, que mantinha um número de presos políticos que envergonharia qualquer ditadura à séria (112, depois dum mês agitado de prisões).
Em que comecei a perceber que também não era a guerra colonial, que em 25 anos fez o equivalente ao número de mortos de 4 ou 5 anos de guerra rodoviária. Nem a guerra cujo fim foi uma humilhante fuga às responsabilidades (nem mais um só soldado para as colónias, berravam os bloquistas avant la lettre) que desencadeou em Angola, Moçambique e Timor a enorme hecatombe humana dos 20 anos seguintes.
Em que comecei a perceber que o leitmotiv do drama era a resposta à pergunta: como foi possível a uma tal ditadura manter-se quase 50 longos anos sem ter sido seriamente ameaçada?
Em que comecei a perceber que o 25 de Abril foi princípio do fim das nossas desculpas como povo. Que nada adiantaria sacudir a água do capote, e mandar a coisa para cima dos eles que escolhemos para nos desgovernarem.
E foi neste 25 de Abril que descobri que já não me restava pachorra para aturar, mais um ano, as comemorações do gang do esquerdismo senil que se julga proprietário da data.
[Este post foi publicado no trigésimo aniversário da chamada revolução dos cravos. Hoje poderia escrever o mesmo, mas não foi preciso porque já estava escrito.]
24/04/2013
A maldição da tabuada (15) – Estará o fim da maldição à vista?
O tema da tabuada, ou melhor o tema da sua maldição, tem sido recorrente no (Im)pertinências, cujos contribuintes penaram na infância para conseguir fazer contas de cabeça, competência que ao longo da vida adulta nos tem dado muito jeito.
Se dúvidas tivesse, a observação da inumeracia reinante e a consequente dificuldade de distinguir milhões de biliões e de relacionar grandezas (a audição de praticamente todas as luminárias residentes na televisão e da maioria esmagadora dos jornalistas de causas fundamenta esta asserção) confirmaria a utilidade do domínio desta ferramenta mental.
Por essa razão, não espanta ter sido com grande alívio que fiquei a saber estar à vista o fim deste mito da inutilidade de saber a tabuada par cœur, criado por sucessivas gerações de filhos espirituais de Rousseau. E foi sem surpresa que também fiquei a saber que a Associação dos Professores de Matemática entende que a reintrodução da aprendizagem da tabuada significa «retroceder 40 anos o ensino em geral e, em particular, o da Matemática». Oposição que, considerando os resultados de 40 anos dos métodos preconizados pela bendita Associação, vem desvanecer as últimas dúvidas que poderia ter.
Faço votos para que acabe por prevalecer o bom senso e o saber de experiência feito e só tenhamos que esperar outros 40 anos para desfazer os efeitos nefastos dos lunáticos dos últimos 40 anos.
[Para uma retrospectiva das consequências desta maldição, ver a etiqueta: «a tabuada faz muita falta»]
Se dúvidas tivesse, a observação da inumeracia reinante e a consequente dificuldade de distinguir milhões de biliões e de relacionar grandezas (a audição de praticamente todas as luminárias residentes na televisão e da maioria esmagadora dos jornalistas de causas fundamenta esta asserção) confirmaria a utilidade do domínio desta ferramenta mental.
Por essa razão, não espanta ter sido com grande alívio que fiquei a saber estar à vista o fim deste mito da inutilidade de saber a tabuada par cœur, criado por sucessivas gerações de filhos espirituais de Rousseau. E foi sem surpresa que também fiquei a saber que a Associação dos Professores de Matemática entende que a reintrodução da aprendizagem da tabuada significa «retroceder 40 anos o ensino em geral e, em particular, o da Matemática». Oposição que, considerando os resultados de 40 anos dos métodos preconizados pela bendita Associação, vem desvanecer as últimas dúvidas que poderia ter.
Faço votos para que acabe por prevalecer o bom senso e o saber de experiência feito e só tenhamos que esperar outros 40 anos para desfazer os efeitos nefastos dos lunáticos dos últimos 40 anos.
[Para uma retrospectiva das consequências desta maldição, ver a etiqueta: «a tabuada faz muita falta»]
ESTADO DE SÍTIO: A suprema ejaculação dos órgãos legislativos
Tem circulado por aí um email, a que alguns jornais fizeram referência, sobre a lei n.º 23/2013 de 5 de Março que aprova o regime jurídico do processo de inventário e, para tal, altera o Código Civil, o Código do Registo Predial, o Código do Registo Civil e o Código de Processo Civil. Ora acontece que todos estes códigos foram por sua vez alterados no passado por mais de uma centena de decretos-leis e, à maneira complicativa habitual do juridiquês, todos estes decretos-leis foram citados no artigo 1.º da lei. O resultado é uma longa lista de 165 diplomas que parece ter servido como exemplo aos comentadores para sublinharem a monstruosidade da coisa, em parte confundindo a referência a antigos decretos que modificaram os referidos códigos como sendo a alteração dos próprios decretos.
Não é um bom exemplo. Se os indignados com a pletora legiferante querem bons exemplos, procurem-nos na regulamentação das actividades mais triviais, verbi gratia a caça. Sim a caça que, segundo a pesquisa do Diário da República Electrónico 1.ª Série, deu pretexto à publicação de quase 10.000-diplomas-10.000.
Não é um bom exemplo. Se os indignados com a pletora legiferante querem bons exemplos, procurem-nos na regulamentação das actividades mais triviais, verbi gratia a caça. Sim a caça que, segundo a pesquisa do Diário da República Electrónico 1.ª Série, deu pretexto à publicação de quase 10.000-diplomas-10.000.
23/04/2013
Bons exemplos (56) – Lá se fazem, cá se pagam
Tudo por junto são dois chumbos do TC (Infografia do Público). Clique para ampliar |
O bom exemplo é o governo ter «remodelado» dois secretários de Estado, Paulo Braga Lino e Juvenal Silva Peneda, ambos corresponsáveis por perdas potenciais de 830 milhões no Metro do Porto. Escaparam Marco António Costa, secretário de Estado da Segurança Social (administrador não executivo do Metro do Porto) e Maria Luís Albuquerque, secretária de Estado do Tesouro (à época directora financeira de Refer, com perdas potenciais de «apenas» 40 milhões).
A propósito, em governos anteriores, apesar de várias trapalhadas, não recordo «remodelados», com excepção do caso do amigo daquele por causa de quem os portugueses tanto devem - Armando Vara - levado a demitir-se de secretário de Estado da Juventude e Desportos, por pressão de Jorge Sampaio à época PR, devido às irregularidades da Fundação para a Prevenção e Segurança Rodoviária.
NÓS VISTOS POR ELES: Chronic underachievement and accidental bunga-bunga parties
«That Portugal has managed to stay out of sight for most of the time since it was bailed out in 2011 is an achievement in itself. Its sins were perhaps the least distasteful to creditors. Portugal broke fiscal rules like many others. But it was not mendacious and profligate like Greece; it did not recklessly run a low-tax economic model off the rails like Ireland; it has not lived off dodgy Russian money like Cyprus; and it did not permit a runaway property boom like Spain. Instead Portugal was a chronic underachiever, suffering from years of low growth. It was a bit like Italy, minus the self-indulgent public debt and bunga-bunga parties.»
«Euro wobbles - Portugal’s constitutional court creates new problems for the euro», Economist, April 13th
Rectificação: Diferentemente do que a Economist escreve, não existe assim tanta diferença entre Portugal e Itália no que respeita ao bunga-bunga. Segundo Joaquim Vieira afirmou em entrevista ao ionline, durante a segunda intervenção do FMI em 1983-4 com o governo do Bloco Central, o Dr. Soares, nos intervalos das suas exaltadas justificações da mesma austeridade que hoje condena, e o Dr. Mota Pinto praticavam em conjunto uma espécie de bunga-bunga avant la lettre.
«Euro wobbles - Portugal’s constitutional court creates new problems for the euro», Economist, April 13th
Rectificação: Diferentemente do que a Economist escreve, não existe assim tanta diferença entre Portugal e Itália no que respeita ao bunga-bunga. Segundo Joaquim Vieira afirmou em entrevista ao ionline, durante a segunda intervenção do FMI em 1983-4 com o governo do Bloco Central, o Dr. Soares, nos intervalos das suas exaltadas justificações da mesma austeridade que hoje condena, e o Dr. Mota Pinto praticavam em conjunto uma espécie de bunga-bunga avant la lettre.
22/04/2013
Exemplos do costume (12) – O partido da carta aberta
É costume dizer-se fulano é uma carta aberta significando não ter a a criatura em causa nada a esconder. Na política, e especialmente no PS, uma carta aberta significa que o militante ou o dirigente em causa tem tudo a esconder.
O exemplo mais recente foi o do secretário-geral António José Seguro, divulgando uma carta à troika já conhecida de Portugal inteiro ainda sem ter sido colocada no correio. Aliás já cognominei AJS de «O Epistológrafo» pelas suas inúmeras cartas desde a sua elevação a líder.
O seu exemplo frutificou e agora chegou a vez de um grupo de socialistas eméritos onde parece proliferar a tralha socrática, preocupados com a «crescente falta de confiança dos cidadãos nos partidos» (palavras da jornalista de causas do Expresso que está a transmitir o recado), dirigir uma carta aberta ao líder, reeleito há dias, propondo várias medidas à cabeça das quais encontramos a realização de «eleições primárias abertas a simpatizantes na eleição para secretário-geral do PS». É mais um exemplo de carta aberta onde se tem tudo a esconder, mas à vista de todos.
O exemplo mais recente foi o do secretário-geral António José Seguro, divulgando uma carta à troika já conhecida de Portugal inteiro ainda sem ter sido colocada no correio. Aliás já cognominei AJS de «O Epistológrafo» pelas suas inúmeras cartas desde a sua elevação a líder.
O seu exemplo frutificou e agora chegou a vez de um grupo de socialistas eméritos onde parece proliferar a tralha socrática, preocupados com a «crescente falta de confiança dos cidadãos nos partidos» (palavras da jornalista de causas do Expresso que está a transmitir o recado), dirigir uma carta aberta ao líder, reeleito há dias, propondo várias medidas à cabeça das quais encontramos a realização de «eleições primárias abertas a simpatizantes na eleição para secretário-geral do PS». É mais um exemplo de carta aberta onde se tem tudo a esconder, mas à vista de todos.
21/04/2013
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: As coisas que o amofinam – As teorias da conspiração
[Depois de publicado em 10 fascículos a «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva, o Autor, a atravessar um período de exaltante criatividade, produziu hoje mesmo o texto que em exclusivo aqui se publica.]
O senhor Kim Jong-un é uma ternura.
As coisas que me amofinam – As teorias da conspiração
O senhor Kim Jong-un é uma ternura.
20/04/2013
BREIQUINGUE NIUZ: Pancadaria na Assembleia Nacional Francesa
Pancadaria na Assembleia Nacional Francesa a propósito do casamento homossexual. Foto tirada por um deputado do PS (Fonte: Slate.fr) |
Imagens censuradas na TV
19/04/2013
18/04/2013
DIÁRIO DE BORDO: Pois a mim parece-me o contrário
Cavaco Silva, um pouco a despropósito, resolveu na Colômbia falar das crises portuguesa e europeia, que por acaso não têm a mesma génese e concluiu:
«Da nossa parte, da parte de Portugal, com sacrifícios estamos a fazer aquilo que nos compete e gostaríamos que a Europa fizesse aquilo que é a sua parte, se a Europa fizesse aquilo que é a sua parte - e Portugal está a fazer a sua - as coisas estariam melhor em Portugal e também melhor na Europa».
Dúvidas (15) - … que me atormentam
Tenho andado a matutar e continuo com dúvidas. Os deputados do PCP e do BE que estiveram contra o voto de pesar pela morte da Margaret Thatcher e votaram a favor no caso do coronel Chávez, como teriam votado, se na época tivesse sido possível, pelo passamento de José Estaline, de Mao Ze Dong ou de outro qualquer déspota com milhões de mortes no currículo?
17/04/2013
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Visões irrealistas da natureza humana
«A grande força dos europeus não é o euro, nem a "identidade europeia", nem a paz entre os seus membros. É o mercado único, fundado e mantido sem visões irrealistas da natureza humana (e sem ilusões sobre amor desinteressado dos europeus uns pelos outros, uma vez livres do papão soviético).»
Um eixo Londres-Berlim?, José Cutileiro, no negócios
Um eixo Londres-Berlim?, José Cutileiro, no negócios
Mitos (107) – O contrário do dogma do aquecimento global (III)
Continuação de (I) e (II)
LEMA: O contrário do dogma do aquecimento global não é o dogma do não aquecimento global. É a dúvida sistemática sobre a evolução do clima e dos factores que a condicionam.
Pode ser o aquecimento global, pode ser o arrefecimento global, pode ser o ciclo das manchas solares, podem ser alterações do campo magnético, pode ser uma alteração do eixo terrestre, pode ser qualquer coisa induzida pelas actividades humanas. Ou não.
O certo é que os últimos dados mostram que, diferentemente do que a ciência de causas do aquecimento global vem tentando fazer-nos acreditar, as médias móveis de 5 anos das temperaturas globais nos últimos 10 anos têm-se mantido estáveis, apesar do aumento de emissões de dióxido de carbono e de outros gases e substâncias que contribuem para o aquecimento da atmosfera, como o diagrama seguinte mostra.
As razões poderão ser várias e estão descritas em «A sensitive matter» (Economist March 30th) , mas o facto básico é: está em causa o fundamento das teses do ambientalismo militante. Como estão em causa os modelos até agora desenhados para prever o comportamento do sistema caótico do clima.
LEMA: O contrário do dogma do aquecimento global não é o dogma do não aquecimento global. É a dúvida sistemática sobre a evolução do clima e dos factores que a condicionam.
Pode ser o aquecimento global, pode ser o arrefecimento global, pode ser o ciclo das manchas solares, podem ser alterações do campo magnético, pode ser uma alteração do eixo terrestre, pode ser qualquer coisa induzida pelas actividades humanas. Ou não.
O certo é que os últimos dados mostram que, diferentemente do que a ciência de causas do aquecimento global vem tentando fazer-nos acreditar, as médias móveis de 5 anos das temperaturas globais nos últimos 10 anos têm-se mantido estáveis, apesar do aumento de emissões de dióxido de carbono e de outros gases e substâncias que contribuem para o aquecimento da atmosfera, como o diagrama seguinte mostra.
As razões poderão ser várias e estão descritas em «A sensitive matter» (Economist March 30th) , mas o facto básico é: está em causa o fundamento das teses do ambientalismo militante. Como estão em causa os modelos até agora desenhados para prever o comportamento do sistema caótico do clima.
16/04/2013
Lost in translation (173) – Empurrando com a barriga para a frente
A troika e o Eurogrupo e, mais tarde, o Ecofin puseram-se de acordo em diferir por 7 anos o prazo de reembolso dos empréstimos ao abrigo do PAEF. Ainda é preciso que os parlamentos de alguns países, nomeadamente o Bundestag abençoe este diferimento, mas por cá o governo e a coligação que o suporta já suspiraram de alívio.
Sem surpresa, quem não suspirou de alívio foi o PS que quer mais tempo para reduzir o défice, quer taxas de juros mais baixa e um «diferimento dos juros», ou seja, dito por outras palavras, um novo empréstimo sem juros para pagar os juros. Não é extraordinário? É.
Contudo, o mais extraordinário é a tradução em português vernáculo dos suspiros do governo e dos sonhos do PS, a saber: uns e outros, em doses diferentes, querem empurrar a conta da prodigalidade dos pais e dos avós para os filhos e, no caso do PS, provavelmente para os netos.
Nesta altura, imagino um amigo que eu cá sei a dizer-me: é natural que os nossos filhos e netos paguem a factura porque vão usar as infraestruturas que lhes deixamos. Em resposta, imagino-me a dizer-lhe que ele me faz pensar no pai que deixa ao filho uma empresa com uma sede social sumptuosa comprada a crédito, da qual só metade é usada, falida e com um passivo pantagruélico.
Sem surpresa, quem não suspirou de alívio foi o PS que quer mais tempo para reduzir o défice, quer taxas de juros mais baixa e um «diferimento dos juros», ou seja, dito por outras palavras, um novo empréstimo sem juros para pagar os juros. Não é extraordinário? É.
Contudo, o mais extraordinário é a tradução em português vernáculo dos suspiros do governo e dos sonhos do PS, a saber: uns e outros, em doses diferentes, querem empurrar a conta da prodigalidade dos pais e dos avós para os filhos e, no caso do PS, provavelmente para os netos.
Nesta altura, imagino um amigo que eu cá sei a dizer-me: é natural que os nossos filhos e netos paguem a factura porque vão usar as infraestruturas que lhes deixamos. Em resposta, imagino-me a dizer-lhe que ele me faz pensar no pai que deixa ao filho uma empresa com uma sede social sumptuosa comprada a crédito, da qual só metade é usada, falida e com um passivo pantagruélico.
DIÁRIO DE BORDO: Caught in the Act (63)
15/04/2013
Pro memoria (110) – Irremediavelmente inimputável
O Dr. Mário Soares, em entrevista ao ionline de há dias, produziu sound bites que excederam tudo quanto a antiga musa tem cantado. Cito apenas dois.
«O Presidente Cavaco Silva devia lembrar-se da história do século XX. Por muito menos foi morto D. Carlos», disse, aparentemente querendo motivar Cavaco Silva pelo cagaço para demitir o governo – o que a bendita Constituição não lhe permite fazer sem dissolver a AR, mas isso para o Dr. Soares é um pormenor – e nomear um de iniciativa presidencial com os amigos do Dr. Soares e mais umas figuras de cera do PSD, de entre a lista de ressabiados que já se chegaram à frente.
Falou também do exemplo argentino ao ionline e à Antena 1, e foi citado com grande espanto pelo Telegraph: «Portugal will never be able to pay its debts, however much it impoverishes itself. If you can’t pay, the only solution is not to pay. When Argentina was in crisis it didn’t pay. Did anything happen? No, nothing happened.»
O que aconteceu na Argentina foi um default parcial em 2002. O «nada» foi a Argentina há 11 anos que não tem acesso aos mercados de capitais. Como a Argentina tem uma dívida pública de 42% do PIB (Portugal tem 124%), um superavit histórico nas contas externas devido à exportação pantagruélica de produtos agrícolas (Portugal teve um défice durante décadas e só o ano passado teve um pequeno superavit), tem uma dívida externa de 27% do PIB (Portugal tem mais de 300%), devido a tudo isso, a Argentina não tem tido grandes problemas por não se financiar no exterior. São estas pequenas diferenças que não estão ao alcance do Dr. Soares porque ele não distingue milhões de biliões, além de sofrer de esquerdismo senil irrecuperável.
«O Presidente Cavaco Silva devia lembrar-se da história do século XX. Por muito menos foi morto D. Carlos», disse, aparentemente querendo motivar Cavaco Silva pelo cagaço para demitir o governo – o que a bendita Constituição não lhe permite fazer sem dissolver a AR, mas isso para o Dr. Soares é um pormenor – e nomear um de iniciativa presidencial com os amigos do Dr. Soares e mais umas figuras de cera do PSD, de entre a lista de ressabiados que já se chegaram à frente.
Falou também do exemplo argentino ao ionline e à Antena 1, e foi citado com grande espanto pelo Telegraph: «Portugal will never be able to pay its debts, however much it impoverishes itself. If you can’t pay, the only solution is not to pay. When Argentina was in crisis it didn’t pay. Did anything happen? No, nothing happened.»
O que aconteceu na Argentina foi um default parcial em 2002. O «nada» foi a Argentina há 11 anos que não tem acesso aos mercados de capitais. Como a Argentina tem uma dívida pública de 42% do PIB (Portugal tem 124%), um superavit histórico nas contas externas devido à exportação pantagruélica de produtos agrícolas (Portugal teve um défice durante décadas e só o ano passado teve um pequeno superavit), tem uma dívida externa de 27% do PIB (Portugal tem mais de 300%), devido a tudo isso, a Argentina não tem tido grandes problemas por não se financiar no exterior. São estas pequenas diferenças que não estão ao alcance do Dr. Soares porque ele não distingue milhões de biliões, além de sofrer de esquerdismo senil irrecuperável.
Chávez & Chávez, Sucessores (5) – Much ado about so little
Que as aparições do de cujus sob a forma de «pajarito chiquitico» e de «cristo dos pobres», ajudadas pelo controlo dos mídia e do exército, por uma manipulação abjecta de um eleitorado intoxicado por 15 anos de propaganda e por toneladas de bolívares despejados, não tenham garantido mais do 50,6% ao sucessor do coronel Hugo Chávez é uma vitória para a oposição.
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Uma aplicação do axioma de Sócrates-Passos (10)
Fascículos anteriores: (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8) e (9)
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática, abordada a fundação de Portus Cale, tratados os protagonistas fundadores e os seus herdeiros menos imediatos até àquele que um dia deverá regressar embuçado, tratados os poderes temporais a que se costuma chamar espirituais, entre outros temas obscuros saídos dos delírios criativos do Autor; por fim tratou-se também da reconstrução do Império e do começo dos trabalhos com vista à sua destruição. No presente e último (?) fascículo, o Autor corre pelos séculos montado na máquina do tempo, com breves paragens no conde de Oeiras e nas invasões francesas, de onde voa até ao professor Salazar para aterrar no buraco em que Portus Cale foi enfiado por Cavaco, Guterres, Barros, e, por último e bem fundo, por Sócrates, com grande alegria e colaboração e quase todos os portucalenses, permito-me eu acrescentar. Termina com a garantia de Passos Coelho que, segundo o Autor, fará tudo para dele não sairmos tão cedo.]
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática, abordada a fundação de Portus Cale, tratados os protagonistas fundadores e os seus herdeiros menos imediatos até àquele que um dia deverá regressar embuçado, tratados os poderes temporais a que se costuma chamar espirituais, entre outros temas obscuros saídos dos delírios criativos do Autor; por fim tratou-se também da reconstrução do Império e do começo dos trabalhos com vista à sua destruição. No presente e último (?) fascículo, o Autor corre pelos séculos montado na máquina do tempo, com breves paragens no conde de Oeiras e nas invasões francesas, de onde voa até ao professor Salazar para aterrar no buraco em que Portus Cale foi enfiado por Cavaco, Guterres, Barros, e, por último e bem fundo, por Sócrates, com grande alegria e colaboração e quase todos os portucalenses, permito-me eu acrescentar. Termina com a garantia de Passos Coelho que, segundo o Autor, fará tudo para dele não sairmos tão cedo.]
14/04/2013
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: CRP - Um texto irresponsável, abusivo e tão grandiloquente quanto pretensioso
Miguel Sousa Tavares, de quem são mais as vezes que discordo do que as outras, escreveu na sua coluna no Expresso um artigo com um título que poderia ser usado em 90% dos posts do (Im)pertinências: «Algumas ideias absolutamente impopulares». Concordo com quase tudo.
13/04/2013
Quien a los suyos se parece en nada los desmerece
A un hombre de unos 73 años le está entrevistando un periodista en un jardín. El hombre entrevistado se expresa del siguiente modo:
- Soy hijo de exiliados.
- Hasta los 27 años y poco antes de la transición no pude volver a España por culpa de Franco.
- A mi padre, pobrecito, no sabíamos ni dónde enterrarlo.
- Mi madre, estuvo muchos años en silla de ruedas.
- Ahora tengo 73 años.
- Hace meses me quitaron el 30 % de un pulmón.
- Mi mujer, es inmigrante.
- Tengo tres hijos con ella.
- De los tres, sólo trabaja una, la del medio, ... pero no cobra nada.
- Todos, incluidos los nietos, viven de mi asignación.
- La mayor, se acaba de divorciar.
- Mi yerno, se daba a las drogas y al alcohol y la ha dejado con dos niños.
- El pequeño de mis hijos, aún no se ha ido de casa y, además, se ha casado con una divorciada y la ha traído a vivir con nosotros.
- Esa señora antes trabajaba, tenía muy buen puesto, pero, desde que vino a mi casa ya no hace nada.
- Ahora tienen dos niñas que también viven bajo nuestro techo, para colmo, este año, con lo de la crisis, casi no nos hemos podido ir de vacaciones y, si me apuras, ni he podido celebrar que España ha ganado el Mundial.
- Para colmo, el marido de la mediana, anda en líos con la justicia.
- Al enterarme me desmayé y casi pierdo un ojo al darme con una puerta...
- Acaban de operarme porque me fracturé la cadera.
El periodista, pone cara de asombro y comenta:
- Soy hijo de exiliados.
- Hasta los 27 años y poco antes de la transición no pude volver a España por culpa de Franco.
- A mi padre, pobrecito, no sabíamos ni dónde enterrarlo.
- Mi madre, estuvo muchos años en silla de ruedas.
- Ahora tengo 73 años.
- Hace meses me quitaron el 30 % de un pulmón.
- Mi mujer, es inmigrante.
- Tengo tres hijos con ella.
- De los tres, sólo trabaja una, la del medio, ... pero no cobra nada.
- Todos, incluidos los nietos, viven de mi asignación.
- La mayor, se acaba de divorciar.
- Mi yerno, se daba a las drogas y al alcohol y la ha dejado con dos niños.
- El pequeño de mis hijos, aún no se ha ido de casa y, además, se ha casado con una divorciada y la ha traído a vivir con nosotros.
- Esa señora antes trabajaba, tenía muy buen puesto, pero, desde que vino a mi casa ya no hace nada.
- Ahora tienen dos niñas que también viven bajo nuestro techo, para colmo, este año, con lo de la crisis, casi no nos hemos podido ir de vacaciones y, si me apuras, ni he podido celebrar que España ha ganado el Mundial.
- Para colmo, el marido de la mediana, anda en líos con la justicia.
- Al enterarme me desmayé y casi pierdo un ojo al darme con una puerta...
- Acaban de operarme porque me fracturé la cadera.
El periodista, pone cara de asombro y comenta:
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Uma aplicação do axioma de Sócrates-Passos (9)
Fascículos anteriores: (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7) e (8)
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática, abordada a fundação de Portus Cale, tratados os protagonistas fundadores e os seus herdeiros menos imediatos até àquele que um dia deverá regressar embuçado, tratados poderes temporais a que se costuma chamar espirituais, entre outros temas obscuros saídos dos delírios criativos do Autor. Este fascículo trata da reconstrução do Império e do começo dos trabalhos com vista à sua destruição, que como de costume não foi criativa mas simplesmente destrutiva.]
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática, abordada a fundação de Portus Cale, tratados os protagonistas fundadores e os seus herdeiros menos imediatos até àquele que um dia deverá regressar embuçado, tratados poderes temporais a que se costuma chamar espirituais, entre outros temas obscuros saídos dos delírios criativos do Autor. Este fascículo trata da reconstrução do Império e do começo dos trabalhos com vista à sua destruição, que como de costume não foi criativa mas simplesmente destrutiva.]
12/04/2013
SERVIÇO PÚBLICO: O que sabe a OCDE que os portugueses não sabem?
«A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reafirma a recuperação da atividade económica em Portugal nos próximos meses.» (Expresso)
«O indicador (avançado) compósito da actividade económica para Portugal, elaborado pela Organização, evidencia uma nova subida, agora para mais de 100 pontos, “superando a média de longo praz”, chegando aos 100,28 pontos, sinalizando uma clara recuperação da actividade para os próximos meses...» (Tavares Moreira no 4R)
«O indicador (avançado) compósito da actividade económica para Portugal, elaborado pela Organização, evidencia uma nova subida, agora para mais de 100 pontos, “superando a média de longo praz”, chegando aos 100,28 pontos, sinalizando uma clara recuperação da actividade para os próximos meses...» (Tavares Moreira no 4R)
11/04/2013
Pro memoria (108) - O problema não está no congelamento. O problema está em quem congela.
«No documento, o ministro afirma que "para assegurar o reforço do bom desempenho da execução orçamental é necessário manter o rigor e intensificar os mecanismos de contenção da despesa do sector público administrativo".
De acordo com o despacho, os serviços do sector público administrativo, da administração central e da segurança social e as entidades que tenham sido incluídas no âmbito do Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais não podem, desde 28 de abril, assumir novos compromissos sem autorização prévia do ministro das Finanças.»
(ionline citando a Lusa em 03-05-2011, referindo um despacho de Teixeira dos Santos)
«António José Seguro defendeu ainda que o despacho de Vítor Gaspar, a congelar a maioria das despesas no Estado, revela que o Governo está a tentar fechar serviços e até o próprio país.»
(António José Seguro citado pelo Económico ontem)
(ionline citando a Lusa em 03-05-2011, referindo um despacho de Teixeira dos Santos)
«António José Seguro defendeu ainda que o despacho de Vítor Gaspar, a congelar a maioria das despesas no Estado, revela que o Governo está a tentar fechar serviços e até o próprio país.»
(António José Seguro citado pelo Económico ontem)
Ressabiados do regime (4) – O caso do défice de memória de Manuela Ferreira Leite
A respeito de Manuela Ferreira Leite, pode justamente dizer-se o que escrevi sobre outro ressabiado (António Capucho): é mais um exemplo de o ressabiamento ser um péssimo conselheiro e conduzir as pessoas inteligentes a dizerem e fazerem coisas estúpidas.
Como foi o caso de MFL ao dizer ontem na TVI uma série de barbaridades com uma mal disfarçada satisfação a respeito da declaração de inconstitucionalidade e da reacção do governo. Entre essas barbaridades foco a que é ao mesmo tempo uma barbaridade e um tiro no seu próprio pé, a saber:
Como foi o caso de MFL ao dizer ontem na TVI uma série de barbaridades com uma mal disfarçada satisfação a respeito da declaração de inconstitucionalidade e da reacção do governo. Entre essas barbaridades foco a que é ao mesmo tempo uma barbaridade e um tiro no seu próprio pé, a saber:
Não é uma declaração muito inteligente para quem apresenta no currículo duas presenças na área financeira de governo com os resultados que se evidenciam no diagrama seguinte e enquanto ministra da Educação recebe do seu antecessor uma despesa em 1992 de 3.268 milhões de euros e devolve o ministério ao seu sucessor em 1995 com uma despesa que nesse ano atingiu 4.014 milhões de euros (ambos os valores a preços constantes de 2006 - dados da Pordata), isto é com um aumento real de 23% em 3 anos.«Este valor que está em causa representa pouco mais de 1 % de toda a despesa pública. Se lhe disserem em sua casa que precisa de reduzir a despesa em 1 %, pensa que vai desabar o mundo lá em sua casa? Qualquer um de nós é capaz de reduzir a despesa em 1%».
«Qualquer um de nós é capaz de reduzir a despesa em 1%» |
Pro memoria (107) – Que grande descaramento!
Nascido em 1955 e com décadas de militância comunista, Arménio Carlos tem tido estômago para conviver com gulags, chacinas e severas limitações das liberdades mais elementares conduzidas por ditadores vários, sempre em nome do comunismo, rebaptizado de socialismo após a morte de Estaline. Ainda hoje os comunistas se identificam com regimes tão democráticos como a Coreia do Norte e Cuba e demonstram as maiores simpatias por todos os regimes em que uma clique se instala no poder legitimada por eleições formais na ausência de liberdades de expressão e de uma mídia livre – como o chavismo venezuelano.
É esse mesmo Arménio Carlos, controleiro do PCP e actual chefe da CGTP, que durante uma grandiosa «Marcha contra o Empobrecimento» com 400 «opositores ao governo» (aqui o Expresso distraidamente testemunha a instrumentalização da CGTP pelo PCP), que se «dispersou a meio da iniciativa devido à chuva», compara o ministro das Finanças a Salazar e lhe chama «um ditador do século XXI». É preciso um grande descaramento.
É esse mesmo Arménio Carlos, controleiro do PCP e actual chefe da CGTP, que durante uma grandiosa «Marcha contra o Empobrecimento» com 400 «opositores ao governo» (aqui o Expresso distraidamente testemunha a instrumentalização da CGTP pelo PCP), que se «dispersou a meio da iniciativa devido à chuva», compara o ministro das Finanças a Salazar e lhe chama «um ditador do século XXI». É preciso um grande descaramento.
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Uma aplicação do axioma de Sócrates-Passos (8)
Fascículos anteriores: (1), (2), (3), (4), (5), (6) e (7)
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática, abordada a fundação de Portus Cale, tratados os protagonistas fundadores e os seus herdeiros menos imediatos até àquele que um dia deverá regressar embuçado, entre outros temas obscuros saídos dos delírios criativos do Autor. Este fascículo trata dos poderes temporais a que se costuma chamar espirituais.]
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática, abordada a fundação de Portus Cale, tratados os protagonistas fundadores e os seus herdeiros menos imediatos até àquele que um dia deverá regressar embuçado, entre outros temas obscuros saídos dos delírios criativos do Autor. Este fascículo trata dos poderes temporais a que se costuma chamar espirituais.]
10/04/2013
Bons exemplos (55) – Qual a diferença entre a justiça brasileira e a portuguesa? (IV)
Continuação de (I), (II) e (III)
Segundo a revista Veja, hoje distribuída em Portugal, o caso Mensalão, o escândalo onde chafurdou o PT nos tempos de Lula, teve novos desenvolvimentos 8 anos depois: o ex-presidente Lula passou a figurar formalmente na lista dos investigados, como «comandante em chefe do esquema». Esquema que agora se sabe ter incluído 7 milhões de dólares entregues clandestinamente pela Portugal Telecom e negociados entre António Palocci, à época ministro da Fazenda, e Miguel Horta e Costa, presidente da Portugal Telecom nessa altura. O dinheiro terá vindo das contas de um fornecedor da Portugal Telecom em Macau.
E assim se fecha o círculo: os Espíritos enfiados até ao pescoço nas manobras brasileiras, através de José Dirceu que «trabalhou» para a Ongoing (veja a longa série de posts «Quem é o deus ex machina da Ongoing?»), aparecem agora outra vez por intermédio do seu homem de confiança ao tempo na Portugal Telecom. Como se verá, este processo do Mensalão, com tudo para ser seguido pela justiça portuguesa, vai ficar tão esquecido como todos os outros casos envolvendo os «banqueiros de todos os regimes», como um dia confessou Ricardo Salgado.
Esclarecimentos:
(1) Por falta de tempo e de paciência não escrevi n vezes «alegado» e «alegadamente», mas evidentemente todos os culpados são inocentes antes e depois de serem julgados, caso houvesse julgamento, o que todos evitarão cuidadosamente com a preciosa ajuda da justiça;
(2) O título «Bons exemplos» da série de posts aplica-se obviamente à justiça brasileira.
Segundo a revista Veja, hoje distribuída em Portugal, o caso Mensalão, o escândalo onde chafurdou o PT nos tempos de Lula, teve novos desenvolvimentos 8 anos depois: o ex-presidente Lula passou a figurar formalmente na lista dos investigados, como «comandante em chefe do esquema». Esquema que agora se sabe ter incluído 7 milhões de dólares entregues clandestinamente pela Portugal Telecom e negociados entre António Palocci, à época ministro da Fazenda, e Miguel Horta e Costa, presidente da Portugal Telecom nessa altura. O dinheiro terá vindo das contas de um fornecedor da Portugal Telecom em Macau.
E assim se fecha o círculo: os Espíritos enfiados até ao pescoço nas manobras brasileiras, através de José Dirceu que «trabalhou» para a Ongoing (veja a longa série de posts «Quem é o deus ex machina da Ongoing?»), aparecem agora outra vez por intermédio do seu homem de confiança ao tempo na Portugal Telecom. Como se verá, este processo do Mensalão, com tudo para ser seguido pela justiça portuguesa, vai ficar tão esquecido como todos os outros casos envolvendo os «banqueiros de todos os regimes», como um dia confessou Ricardo Salgado.
Esclarecimentos:
(1) Por falta de tempo e de paciência não escrevi n vezes «alegado» e «alegadamente», mas evidentemente todos os culpados são inocentes antes e depois de serem julgados, caso houvesse julgamento, o que todos evitarão cuidadosamente com a preciosa ajuda da justiça;
(2) O título «Bons exemplos» da série de posts aplica-se obviamente à justiça brasileira.
Chávez & Chávez, Sucessores (4) – Hugo Chávez, o cristo dos pobres
El Comandante que já havia sido visto pelo sucessor Nicolás Maduro sob forma de «pajarito chiquitico», está agora a ser venerado pelos vendedores ambulantes nas igrejas venezuelanas que vendem velas e imagens religiosas com a efígie aureolada de Santo Hugo banhado por uma luz celeste.
(Le Monde)
«Há duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana; no que respeita ao universo, ainda não tenho a certeza absoluta», disse Albert Einstein e eu com ele. Oremos para que o Papa Francisco não se lembre de beatificar o coronel Chávez.
«Há duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana; no que respeita ao universo, ainda não tenho a certeza absoluta», disse Albert Einstein e eu com ele. Oremos para que o Papa Francisco não se lembre de beatificar o coronel Chávez.
09/04/2013
CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: O país das ejaculações legislativas
«Não há em Portugal publicação mais radiosa que o Diário da República. Os "amanhãs que cantam" dos comunistas ao pé dos preâmbulos às nossas leis são uma prosa razoável. Todo um país ficcional se foi desenhando decreto a decreto e todos nós fomos vivendo nesse país-ficção legislativa até que a 6 de Abril de 2011, quando o então primeiro-ministro anunciou que Portugal ia fazer um pedido de ajuda externa, não foi mais possível negar a realidade. O episódio que vivemos agora com o chumbo de várias disposições do OE é apenas mais um capítulo em que os diversos protagonistas desta ficção tentam desesperadamente que não lhes caiba o papel de ter de escrever a palavra Fim.
…
O conflito ou melhor dizendo a traição a que se assiste em Portugal é entre as gerações que receberam em 1974 um país em que a dívida pública equivalia a cerca de 14% do Produto Interno Bruto (PIB) e aquelas que agora o recebem com a dívida em 120% do PIB. O resto é apenas estratégia para não ficar mal nos livros de História.»
Conflito e traição, Helena Matos no Económico
…
O conflito ou melhor dizendo a traição a que se assiste em Portugal é entre as gerações que receberam em 1974 um país em que a dívida pública equivalia a cerca de 14% do Produto Interno Bruto (PIB) e aquelas que agora o recebem com a dívida em 120% do PIB. O resto é apenas estratégia para não ficar mal nos livros de História.»
Conflito e traição, Helena Matos no Económico
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Uma aplicação do axioma de Sócrates-Passos (7)
Fascículos anteriores: (1), (2), (3), (4), (5) e (6)
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática, abordada a fundação de Portus Cale, tratados os protagonistas fundadores e os seus herdeiros menos imediatos até àquele que um dia deverá regressar embuçado. Neste fascículo este vosso Impertinente não conseguiu identificar o tema – trata-se aparentemente apenas de um delírio do Autor, muito conforme com os tempos que atravessamos.]
Uma vez atirados os portucalenses ao buraco, os sucessores legítimos ou ilegítimos (pouco interessa) fizeram o possível e o impossível para os manter lá bem sossegadinhos. O império que se tinha construído e até lhes permitira sair do buraco anterior, lentamente esboroava-se em proveito de todos menos dos sucessores que, irreflectidamente, o deixaram cair nas unhas afiadas e gananciosas de ingleses holandeses e franceses. Finalmente parecia que aos nuestros hermanos as favas estavam contadas. Não era bem assim e mais uma vez lá cometeram o erro de contarem mal as favas. Dificuldade de cálculo benfazeja pois a ela deve agradecer-se a invulgar sobrevivência do condado.
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática, abordada a fundação de Portus Cale, tratados os protagonistas fundadores e os seus herdeiros menos imediatos até àquele que um dia deverá regressar embuçado. Neste fascículo este vosso Impertinente não conseguiu identificar o tema – trata-se aparentemente apenas de um delírio do Autor, muito conforme com os tempos que atravessamos.]
Uma vez atirados os portucalenses ao buraco, os sucessores legítimos ou ilegítimos (pouco interessa) fizeram o possível e o impossível para os manter lá bem sossegadinhos. O império que se tinha construído e até lhes permitira sair do buraco anterior, lentamente esboroava-se em proveito de todos menos dos sucessores que, irreflectidamente, o deixaram cair nas unhas afiadas e gananciosas de ingleses holandeses e franceses. Finalmente parecia que aos nuestros hermanos as favas estavam contadas. Não era bem assim e mais uma vez lá cometeram o erro de contarem mal as favas. Dificuldade de cálculo benfazeja pois a ela deve agradecer-se a invulgar sobrevivência do condado.
08/04/2013
Pro memoria (106) – Tomemos nota para memória futura
«O Governo não aceita aumentar mais os impostos que seria a solução do Tribunal Constitucional», disse Passos Coelho reagindo à declaração de inconstitucionalidade de medidas de redução da despesa no OE 2013.
Mitos (106) – O mau tempo é bom para o país porque faz muito vento, chove muito e temos electricidade barata
Foi muito celebrado por ambientalistas variados e pelos adeptos do Eng. Sócrates a produção de electricidade na última semana de Março ter sido quase totalmente à custa da energia eólica e hídrica.
Infelizmente, os factos são bastante diferentes do pensamento eco-mágico porque essa predominância das energias renováveis o que fez foi aumentar o volume de subsídios. De facto, em cada euro de facturação da EDP cerca de 42 cêntimos destinam-se a subsidiar a produção de energias renováveis mas também, por incrível que pareça, as centrais a carvão, gás natural e fuel, sem as quais não seria possível assegurar a continuidade da produção devido à variabilidade das energias renováveis. É o resultado da política energética do socratismo.
Infelizmente, os factos são bastante diferentes do pensamento eco-mágico porque essa predominância das energias renováveis o que fez foi aumentar o volume de subsídios. De facto, em cada euro de facturação da EDP cerca de 42 cêntimos destinam-se a subsidiar a produção de energias renováveis mas também, por incrível que pareça, as centrais a carvão, gás natural e fuel, sem as quais não seria possível assegurar a continuidade da produção devido à variabilidade das energias renováveis. É o resultado da política energética do socratismo.
DIÁRIO DE BORDO: Caught in the Act (60)
07/04/2013
CASE STUDY: Dissecando a mente de um grande aldrabão (2)
Dissecação anterior: Logo se vê.
«Depois deste introito (na entrevista à RTP), Sócrates atacou os que criticaram o seu regresso à TV, dizendo que o queriam calar, que pretendiam impedi-lo de se defender, que tal era antidemocrático e mostrava «o carácter dessa gente». Ele seria incapaz de fazer o mesmo a alguém. Neste ponto da entrevista, senti um sobressalto: mas, afinal, quem pressionou a TVI para afastar Manuela Moura Guedes? Quem manobrou para pôr José Manuel Fernandes fora do Público? E Mário Crespo fora da SIC! Quem enviou Rui Pedro Soares a Madrid para comprar a TVI, em nome da PT, com vista a mudar-lhe a orientação? Quem deu instruções a Armando Vara, então administrador do BCP, para fechar o SOL? Sócrates desencadeou uma ofensiva sem precedentes contra vários órgãos de comunicação social, e agora tem o desplante de se queixar de que não queriam deixá-lo falar? Ainda por cima, ele sabe perfeitamente que, em cima da sua secretária em Paris, há pedidos de entrevista de toda a imprensa portuguesa. Queriam amordaçá-lo? Não brinquemos com coisas sérias.
«Depois deste introito (na entrevista à RTP), Sócrates atacou os que criticaram o seu regresso à TV, dizendo que o queriam calar, que pretendiam impedi-lo de se defender, que tal era antidemocrático e mostrava «o carácter dessa gente». Ele seria incapaz de fazer o mesmo a alguém. Neste ponto da entrevista, senti um sobressalto: mas, afinal, quem pressionou a TVI para afastar Manuela Moura Guedes? Quem manobrou para pôr José Manuel Fernandes fora do Público? E Mário Crespo fora da SIC! Quem enviou Rui Pedro Soares a Madrid para comprar a TVI, em nome da PT, com vista a mudar-lhe a orientação? Quem deu instruções a Armando Vara, então administrador do BCP, para fechar o SOL? Sócrates desencadeou uma ofensiva sem precedentes contra vários órgãos de comunicação social, e agora tem o desplante de se queixar de que não queriam deixá-lo falar? Ainda por cima, ele sabe perfeitamente que, em cima da sua secretária em Paris, há pedidos de entrevista de toda a imprensa portuguesa. Queriam amordaçá-lo? Não brinquemos com coisas sérias.
Dúvidas (14) – Um Papa mais papista do que o papa?
Instintivamente, desconfiei do Papa Francisco. Tive e tenho dúvidas que seja um bom papa para a Igreja e tenho dúvidas de que seja um bom papa para o mundo. É o estilo e a substância. Cheira-me a teologia da libertação, embora, ao que parece, o padre Bergoglio a tenha combatido. Sou agnóstico e não tenho nenhum conhecimento especial nem da igreja católica nem de religião em geral, e por isso fiquei-me pela desconfiança, reforçada por opiniões mais avalizadas como a de Pedro Arroja (por exemplo, aqui e aqui, e muitos outros posts recentes sobre o tema).
Escusado será dizer que só aumentou a minha desconfiança o ódio de estimação que a esquerdalhada dedicou a Bento XVI ter sido substituído pelo amor de estimação pelo actual papa. Por exemplo, a simpatia desse outro papa emérito da esquerdalhada lusitana, dominado pelo esquerdismo senil, que escreveu acerca do Papa Francisco:
Escusado será dizer que só aumentou a minha desconfiança o ódio de estimação que a esquerdalhada dedicou a Bento XVI ter sido substituído pelo amor de estimação pelo actual papa. Por exemplo, a simpatia desse outro papa emérito da esquerdalhada lusitana, dominado pelo esquerdismo senil, que escreveu acerca do Papa Francisco:
«É pois um Papa antineoliberal, valorizando as pessoas, em favor do Estado social, sem dar valor ao dinheiro, às riquezas, à ostentação, mas sim aos pobres, independentemente das religiões que praticam e mesmo dos que são ateus, porque, segundo ele, são todos filhos de Deus.»
06/04/2013
DIÁLOGOS DE PLUTÃO: Eu só estou cá para os sound bites
Jornalista: «Não está disponível para algum acordo com o governo para ultrapassar este buraco?» (resultante da decisão do TC);
António José Seguro: «Eu estou disponível para substituir o governo.»
Jornalista: «E como é que se vai substitui estes 1.200 milhões de euros?»
António José Seguro: «Quem criou o problema, que o resolva».
[Se não acredita, veja e ouça aqui]
António José Seguro: «Eu estou disponível para substituir o governo.»
Jornalista: «E como é que se vai substitui estes 1.200 milhões de euros?»
António José Seguro: «Quem criou o problema, que o resolva».
[Se não acredita, veja e ouça aqui]
ESTADO DE SÍTIO: O Tribunal Constitucional considera que a perda de soberania e a falência do Estado Português não são matéria de interesse público de excepcional relevo
«Quando a segurança jurídica, razões de equidade ou interesse público de excepcional relevo, que deverá ser fundamentado, o exigirem, poderá o Tribunal Constitucional fixar os efeitos da inconstitucionalidade ou da ilegalidade com alcance mais restrito do que o previsto nos n.ºs 1 e 2.» (n.º 4 do artigo 282.º da CRP)
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Uma aplicação do axioma de Sócrates-Passos (6)
Fascículos anteriores: (1), (2), (3), (4 e (5)
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática e enunciados o axioma de Sócrates-Passos e um axioma popular conexo, penetrado o núcleo da tese com a abordagem à fundação de Portus Cale e tratados em particular os protagonistas encabeçados pelo Senhor Afonso e os seus herdeiros mais imediatos. Neste 6.º fascículo o Autor trata dos herdeiros menos imediatos até àquele que um dia deverá regressar embuçado.]
O processo continuou até cerca de 1495 ano da morte do único génio político que, em 900 e tal anos de história, o condado portucalense foi capaz de engendrar, o único que merece, antes do nome, a palavra Dom (todos os outros são tralha ou, até menos, lixo): Dom João II.
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática e enunciados o axioma de Sócrates-Passos e um axioma popular conexo, penetrado o núcleo da tese com a abordagem à fundação de Portus Cale e tratados em particular os protagonistas encabeçados pelo Senhor Afonso e os seus herdeiros mais imediatos. Neste 6.º fascículo o Autor trata dos herdeiros menos imediatos até àquele que um dia deverá regressar embuçado.]
O processo continuou até cerca de 1495 ano da morte do único génio político que, em 900 e tal anos de história, o condado portucalense foi capaz de engendrar, o único que merece, antes do nome, a palavra Dom (todos os outros são tralha ou, até menos, lixo): Dom João II.
05/04/2013
Epistolário de António José Seguro, o epistológrafo
Diagrama do Expresso |
Registe-se que todas as mencionadas epístolas de AJS são cartas abertas cujo destinatários foram os últimos a conhecer o respectivo conteúdo.
NÓS VISTOS POR ELES: A falta de paciência dos finlandeses
Para compreender o porquê de os finlandeses (para só citar estes) verem a Europa Mediterrânica, e em particular os habitantes deste nosso torrãozinho, como um bando de irresponsáveis, é preciso não esquecer que eles não têm as nossas praias, passam a maior parte do ano com temperaturas que levariam os tugas a ficarem o dia inteiro debaixo dos cobertores nas suas caminhas, aguentaram sozinhos durante a 2.ª guerra investidas dos exércitos bárbaros de dois socialismos – o socialismo soviético e o nacional-socialismo –, enfrentaram uma crise financeira que lhes comeu 10% do PIB entre 1990 e 1993, enquanto os preços do imobiliário desceram 40% e a markka, a sua moeda, desvalorizou 30%, e saíram da crise com as finanças equilibradas e em pleno crescimento.
Em resultado dessa crise aguentaram-se taxas de desemprego acima dos 15% durante 5 anos entre 1993 1997. Tudo isto sem ajudas e sem «solidariedade», a não ser a deles próprios. Percebe-se que não tenham muita paciência para aturar as queixinhas dos tugas e as indignações dos gregos.
Fonte: Trading Economics |
Isso não estava já feito desde os tempos do PRACE?
«O Governo está a criar uma base de dados com um "cadastro" de todos os trabalhadores da Administração Pública, com o objetivo de centralizar o pagamento dos salários e facilitar a definição de políticas remuneratórias, disse hoje Hélder Rosalino.» (ionline)
Outra base de dados? E não havia uma tal base de dados no governo Sócrates.1 para suportar o cumprimento do Programa de Reestruturação da Administração Pública (PRACE)?
Outra base de dados? E não havia uma tal base de dados no governo Sócrates.1 para suportar o cumprimento do Programa de Reestruturação da Administração Pública (PRACE)?
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Uma aplicação do axioma de Sócrates-Passos (5)
Fascículos anteriores: (1), (2), (3) e (4)
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática e enunciados o axioma de Sócrates-Passos e um axioma popular conexo, penetrado o núcleo da tese com a abordagem à fundação de Portus Cale e tratados em particular os protagonistas - em rigor mais figurões do que protagonistas e também as classes sociais. Hoje o Autor trata do Senhor Afonso e dos seus herdeiros mais imediatos.]
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática e enunciados o axioma de Sócrates-Passos e um axioma popular conexo, penetrado o núcleo da tese com a abordagem à fundação de Portus Cale e tratados em particular os protagonistas - em rigor mais figurões do que protagonistas e também as classes sociais. Hoje o Autor trata do Senhor Afonso e dos seus herdeiros mais imediatos.]
04/04/2013
Pro memoria (105) – O que não era inconstitucional ontem pode ser amanhã
«Pelo menos esta moção de censura já serviu para alguma coisa, para os portugueses ficarem a saber que afinal as medidas do OE 2013, que o PS levou ao Tribunal Constitucional e que quer ver chumbadas, constavam, duas delas, no Memorando de Entendimento assinado pelo PS e outra (a taxa de solidariedade) constava no famoso PEC IV o documento predilecto de Sócrates e do PS (dizem eles que salvaria Portugal de um resgaste).»
[Lido no Insurgente e encontrado no Correio da Beira_Serra, assinado por um «Guerra Junqueiro», possivelmente de Oliveira do Hospital]
[Lido no Insurgente e encontrado no Correio da Beira_Serra, assinado por um «Guerra Junqueiro», possivelmente de Oliveira do Hospital]
Dúvidas (13) - O próximo vai ser o Eng. José Sócrates?
Agora que o Dr. Miguel Relvas apresentou a demissão e voltou a ser apenas o Miguel Relvas, espero ansiosamente que a oposição liderada pelo PS exija ao ministro da Educação para anular também a licenciatura do Eng. José Sócrates, marcada por episódios que não ficam nada a dever às trapalhadas do primeiro.
CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: O caminho fez-se caminhando (4)
[Continuação de (1), (2) e (3)]
É possível que a metodologia do estudo do Bundesbank, que concluiu ser o património das famílias alemãs inferior ao das espanholas ou ao das italianas, não seja à prova de bala. Contudo, sendo a percentagem de famílias alemãs com habitação própria cerca de metade das famílias espanholas (e das portuguesas, creio) só esse facto explicaria o património médio das primeiras ser 195 mil euros e o das segundas 286 mil. Isto se estiver em causa o património bruto, como parece, e não o património líquido das dívidas para compra de habitação, porque então o caso muda de figura.
Quando consideramos os dados portugueses aqui referidos e constatamos que os nossos alojamentos têm em média 1,8 ocupantes e, do total de 6 milhões, 735 mil não estão habitados, confirmamos encontrar-se aqui uma das causas da ruína nacional. Foi assim que os portugueses, com um PIB per capital ppc de 60% do alemão, torraram o seu dinheiro nas casinhas e, principalmente, se atolaram em dívida que os bancos portugueses financiaram com dinheiro das poupanças de outros europeus, incluindo os alemães.
O dinheiro torrado nas casinhas excedentárias foi dinheiro que faltou para investir e terá sido claramente superior à Formação Bruta de Capital de 2011. Contribuiu também para a bancarrota a nossa taxa bruta de poupança das famílias em 2007, pouco antes do rebentar da bolha do crédito fácil, ser pouco mais de 1/3 da alemã e 4 pontos percentuais abaixo da média EU27.
[Fontes dos dados citados: Censo 2011 e Eurostat]
É possível que a metodologia do estudo do Bundesbank, que concluiu ser o património das famílias alemãs inferior ao das espanholas ou ao das italianas, não seja à prova de bala. Contudo, sendo a percentagem de famílias alemãs com habitação própria cerca de metade das famílias espanholas (e das portuguesas, creio) só esse facto explicaria o património médio das primeiras ser 195 mil euros e o das segundas 286 mil. Isto se estiver em causa o património bruto, como parece, e não o património líquido das dívidas para compra de habitação, porque então o caso muda de figura.
Quando consideramos os dados portugueses aqui referidos e constatamos que os nossos alojamentos têm em média 1,8 ocupantes e, do total de 6 milhões, 735 mil não estão habitados, confirmamos encontrar-se aqui uma das causas da ruína nacional. Foi assim que os portugueses, com um PIB per capital ppc de 60% do alemão, torraram o seu dinheiro nas casinhas e, principalmente, se atolaram em dívida que os bancos portugueses financiaram com dinheiro das poupanças de outros europeus, incluindo os alemães.
O dinheiro torrado nas casinhas excedentárias foi dinheiro que faltou para investir e terá sido claramente superior à Formação Bruta de Capital de 2011. Contribuiu também para a bancarrota a nossa taxa bruta de poupança das famílias em 2007, pouco antes do rebentar da bolha do crédito fácil, ser pouco mais de 1/3 da alemã e 4 pontos percentuais abaixo da média EU27.
[Fontes dos dados citados: Censo 2011 e Eurostat]
03/04/2013
O dilema de um telespectador pateta
«José Sócrates estará a comentar na RTP no mesmo dia dos comentários de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI» (DN)
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Between a rock and a hard place
«E eis-nos entre um governo a defender cortes que ainda não fez e uma oposição que pretende gastar dinheiro que nunca tivemos. Deve haver um bom termo para descrever isto.»
Miguel Noronha no Insurgente
Miguel Noronha no Insurgente
Pro memoria (104) – O bunga-bunga do Dr. Soares
Lembram-se do jornalismo de causas doméstico divulgar com grande soma de pormenores as festas animadas do Sr. Berlusconi com um misto de indignação e ironia? Algum dia os mídia portugueses tocaram no segredo de Polichinelo das confraternizações do Dr. Soares? Por ser uma questão do foro privado do Sr. Soares? Seria mesmo quando as confraternizações tiveram lugar durante o exercício de funções públicas? E, se o fossem, o Dr. Soares é diferente do Sr. Berlusconi ou do Sr. Clinton ou do Sr. Strauss-Kahn?
Pela primeira vez, que me lembre, alguém tem a coragem de tocar o assunto nos mídia - Joaquim Vieira na sua biografia “Mário Soares, uma vida”, trata a coisa por alto (dizem-me) e sobretudo na sua entrevista ao ionline:
«Ao mesmo tempo dava-se muito bem com políticos de outras áreas que também tinham uma atitude idêntica à dele. Por exemplo, Mota Pinto. Era uma relação de grande amizade apesar de um ser do PS e outro do PSD. O Bloco Central viveu muito desta relação pessoal entre os dois. Há uma assessora do Soares que diz que em relação às mulheres não eram festas bunga-bunga, mas era uma coisa desse género.»
Pela primeira vez, que me lembre, alguém tem a coragem de tocar o assunto nos mídia - Joaquim Vieira na sua biografia “Mário Soares, uma vida”, trata a coisa por alto (dizem-me) e sobretudo na sua entrevista ao ionline:
«Ao mesmo tempo dava-se muito bem com políticos de outras áreas que também tinham uma atitude idêntica à dele. Por exemplo, Mota Pinto. Era uma relação de grande amizade apesar de um ser do PS e outro do PSD. O Bloco Central viveu muito desta relação pessoal entre os dois. Há uma assessora do Soares que diz que em relação às mulheres não eram festas bunga-bunga, mas era uma coisa desse género.»
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Uma aplicação do axioma de Sócrates-Passos (4)
Fascículos anteriores: (1), (2) e (3)
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática e enunciados o axioma de Sócrates-Passos e um axioma popular conexo, e penetrado o núcleo da tese com a abordagem à fundação de Portus Cale. Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática e enunciados o axioma de Sócrates-Passos e um axioma popular conexo, e penetrado o núcleo da tese com a abordagem à fundação de Portus Cale, em particular dos protagonistas - em rigor mais figurões do que protagonistas.
Hoje vamos tratar das classes sociais, da matéria-prima de que foi feito o Portus Cale, versão Beta.]
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática e enunciados o axioma de Sócrates-Passos e um axioma popular conexo, e penetrado o núcleo da tese com a abordagem à fundação de Portus Cale. Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática e enunciados o axioma de Sócrates-Passos e um axioma popular conexo, e penetrado o núcleo da tese com a abordagem à fundação de Portus Cale, em particular dos protagonistas - em rigor mais figurões do que protagonistas.
Hoje vamos tratar das classes sociais, da matéria-prima de que foi feito o Portus Cale, versão Beta.]
02/04/2013
Chávez & Chávez, Sucessores (3) – Poderia ser uma piada do dia das mentiras, mas não é
El Mundo |
Uma referência do leitor Neves, neste comentário.
SERVIÇO PÚBLICO: Ao arrepio das evidências
Como explicar que, enquanto os países da OCDE tiveram em 2012 um aumento de 0,1% da carga fiscal sobre os salários (incluindo IRS e contribuições do trabalhador e da empresa para a Segurança Social), do «colossal» aumento da carga fiscal em Portugal tenha resultado uma redução de 1,3%?
Como explicar que a taxa de poupança das famílias tenha subido de 9,1% em 2011 para 11,6% em 2012, aumento muito superior à redução de 0,9% do rendimento disponível (que se aguentou devido às prestações sociais)?
Fonte: «Les charges fiscales sur le revenu du travail continuent d’augmenter dans les pays de l’OCDE» |
Como explicar que a taxa de poupança das famílias tenha subido de 9,1% em 2011 para 11,6% em 2012, aumento muito superior à redução de 0,9% do rendimento disponível (que se aguentou devido às prestações sociais)?
Fonte: Destaque de 28-03 do INE ( ISFLSF= Instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias) |
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Uma aplicação do axioma de Sócrates-Passos (3)
Fascículos anteriores: (1), (2)
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática e enunciados o axioma de Sócrates-Passos e um axioma popular conexo, e começada a penetração do núcleo da tese com a abordagem à fundação de Portus Cale.]
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
Nos fascículos anteriores foi tratada a axiomática e enunciados o axioma de Sócrates-Passos e um axioma popular conexo, e começada a penetração do núcleo da tese com a abordagem à fundação de Portus Cale.]
01/04/2013
BREIQUINGUE NIUZ: Tribunal Constitucional declara PAEF inconstitucional
Em vez de se limitar à análise do pedido de fiscalização posterior do PR, o TC resolveu ir ao fundo da questão e examinar a constitucionalidade do Memorando, concluindo que os seus pressupostos e fundamentos são inconstitucionais, essencialmente com os seguintes argumentos:
«O Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades da Política Económica do estado português, documento que determina, desde o dia 17 de Março de 2011, as regras pelas quais se tem de pautar a governação de Portugal, durante um período de três anos, é manifestamente inconstitucional.
Essa inconstitucionalidade resulta o facto evidente de Portugal estar obrigado, nas suas opções políticas e orçamentais, ao que nesse documento foi disposto pelo FMI, pelo BCE e pela Comissão Europeia, três instituições que não integram os órgãos de soberania da República Portuguesa, ficando assim imediatamente posto em causa o princípio da soberania popular, sobre o qual se legitima todo o estado português, que está imediatamente consagrado nos primeiros artigos da nossa Constituição.
Para além disso, o Memorando impõe ao país objectivos cuja execução necessariamente colide com diversos princípios e normas constitucionais, o que foi confirmado pelo Tribunal Constitucional na apreciação de várias normas do orçamento de 2012, o que se prevê venha a repetir-se na apreciação do orçamento de 2013.»
Ver mais notícias de última hora AQUI.
«O Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades da Política Económica do estado português, documento que determina, desde o dia 17 de Março de 2011, as regras pelas quais se tem de pautar a governação de Portugal, durante um período de três anos, é manifestamente inconstitucional.
Essa inconstitucionalidade resulta o facto evidente de Portugal estar obrigado, nas suas opções políticas e orçamentais, ao que nesse documento foi disposto pelo FMI, pelo BCE e pela Comissão Europeia, três instituições que não integram os órgãos de soberania da República Portuguesa, ficando assim imediatamente posto em causa o princípio da soberania popular, sobre o qual se legitima todo o estado português, que está imediatamente consagrado nos primeiros artigos da nossa Constituição.
Para além disso, o Memorando impõe ao país objectivos cuja execução necessariamente colide com diversos princípios e normas constitucionais, o que foi confirmado pelo Tribunal Constitucional na apreciação de várias normas do orçamento de 2012, o que se prevê venha a repetir-se na apreciação do orçamento de 2013.»
Ver mais notícias de última hora AQUI.
Lost in translation (172) – Apartidários e independentes em indignadês significa berloquistas e comunas
«Quatro dos seis membros que compõem o núcleo duro (do movimento "Que se Lixe a Troika") são militantes activos do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Comunista Português (PCP). Segundo as mesmas fontes, Belandina Vaz, João Camargo e Marco Neves Marques são militantes do BE, enquanto Tiago Mota Saraiva pertence ao PCP. Já Magda Alves e Nuno Ramos de Almeida não estão actualmente filiados em nenhum partido, mas Alves tem um percurso ligado ao Bloco de Esquerda, enquanto Ramos de Almeida, actualmente editor-executivo do jornal i, foi durante 23 anos militante do Partido Comunista, passando mais tarde para o BE, onde foi eleito em 2005 para a mesa nacional (órgão máximo daquele partido entre congressos). É este grupo de seis que define as linhas orientadoras do movimento, estando a maioria na génese da sua criação.» (ionline)
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Uma aplicação do axioma de Sócrates-Passos (2)
Fascículo (1)
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
O fascículo anterior foi dedicado à introdução à axiomática e ao enunciado do axioma de Sócrates-Passos e de um axioma popular conexo. Neste fascículo Pai Silva começa a penetrar no núcleo da sua tese, abordando a fundação de Portus Cale.]
Com estas duas declarações discricionárias e inquestionáveis penso que é possível construir uma teoria da história de Portus Cale, o que nos abalançamos a fazer sem todavia garantirmos, primeiro, que o façamos, segundo, que o resultado mereça o esforço na imprevisível hipótese de se chegar a um fim.
[Em rigoroso exclusivo, o (Im)pertinências continua a publicar em fascículos o paper «Teoria Geral da História de Portus Cale e Arredores à luz do Axioma de Sócrates-Passos» do detractor e amigo Pai Silva.
O fascículo anterior foi dedicado à introdução à axiomática e ao enunciado do axioma de Sócrates-Passos e de um axioma popular conexo. Neste fascículo Pai Silva começa a penetrar no núcleo da sua tese, abordando a fundação de Portus Cale.]
Com estas duas declarações discricionárias e inquestionáveis penso que é possível construir uma teoria da história de Portus Cale, o que nos abalançamos a fazer sem todavia garantirmos, primeiro, que o façamos, segundo, que o resultado mereça o esforço na imprevisível hipótese de se chegar a um fim.