[Na continuação de (1)]
A propósito desta entrevista e deste congresso promovido pela EASSE, sempre foi para mim um mistério a espantosa capacidade de o politicamente correcto condicionar as opiniões dominantes com preconceitos baseados num ideário, neste caso o da inexistência de diferenças de aprendizagem entre sexos, desmentido pela observação da realidade.
Para usar as palavras de Abigail Norfleet James ao Público:
«Assume [aquilo a que chamo o pensamento politicamente correcto] que as diferenças são determinadas pelos pais ou pela cultura. Eu penso que os pais e a cultura estão simplesmente a responder a comportamentos que vemos nas crianças. Os pais dão carros aos rapazes porque os seus olhos respondem bem ao movimento e dão bonecas às raparigas porque elas respondem bem aos rostos. Os pais não sabem isso, mas se dermos uma boneca a um rapaz ele vai virá-la de cabeça para baixo ou tratá-la como se fosse um jogo de construção; ao passo que as raparigas vão dar nomes aos carros e tratá-los como se fossem seres vivos. A ideia da cultura caça/recolha pode ter chegado a nós através do nosso ADN. Um novo campo de conhecimento, a epigenética, dedica-se a observar como é que o nosso comportamento muda as moléculas no nosso ADN e começa a compreender que essas mudanças podem passar para as crianças.»
Uma das consequências deste ideário que impregna o pensamento único é o handicap traduzido em taxas de sucesso escolar dos rapazes cada vez mais baixas que o sistema dominante de educação, com os seus métodos dirigidos a uma espécie de terceiro sexo existente só nas cabeças dos seus mentores.
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