A troika e o Eurogrupo e, mais tarde, o Ecofin puseram-se de acordo em diferir por 7 anos o prazo de reembolso dos empréstimos ao abrigo do PAEF. Ainda é preciso que os parlamentos de alguns países, nomeadamente o Bundestag abençoe este diferimento, mas por cá o governo e a coligação que o suporta já suspiraram de alívio.
Sem surpresa, quem não suspirou de alívio foi o PS que quer mais tempo para reduzir o défice, quer taxas de juros mais baixa e um «diferimento dos juros», ou seja, dito por outras palavras, um novo empréstimo sem juros para pagar os juros. Não é extraordinário? É.
Contudo, o mais extraordinário é a tradução em português vernáculo dos suspiros do governo e dos sonhos do PS, a saber: uns e outros, em doses diferentes, querem empurrar a conta da prodigalidade dos pais e dos avós para os filhos e, no caso do PS, provavelmente para os netos.
Nesta altura, imagino um amigo que eu cá sei a dizer-me: é natural que os nossos filhos e netos paguem a factura porque vão usar as infraestruturas que lhes deixamos. Em resposta, imagino-me a dizer-lhe que ele me faz pensar no pai que deixa ao filho uma empresa com uma sede social sumptuosa comprada a crédito, da qual só metade é usada, falida e com um passivo pantagruélico.
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