O tema da tabuada, ou melhor o tema da sua maldição, tem sido recorrente no (Im)pertinências, cujos contribuintes penaram na infância para conseguir fazer contas de cabeça, competência que ao longo da vida adulta nos tem dado muito jeito.
Se dúvidas tivesse, a observação da inumeracia reinante e a consequente dificuldade de distinguir milhões de biliões e de relacionar grandezas (a audição de praticamente todas as luminárias residentes na televisão e da maioria esmagadora dos jornalistas de causas fundamenta esta asserção) confirmaria a utilidade do domínio desta ferramenta mental.
Por essa razão, não espanta ter sido com grande alívio que fiquei a saber estar à vista o fim deste mito da inutilidade de saber a tabuada par cœur, criado por sucessivas gerações de filhos espirituais de Rousseau. E foi sem surpresa que também fiquei a saber que a Associação dos Professores de Matemática entende que a reintrodução da aprendizagem da tabuada significa «retroceder 40 anos o ensino em geral e, em particular, o da Matemática». Oposição que, considerando os resultados de 40 anos dos métodos preconizados pela bendita Associação, vem desvanecer as últimas dúvidas que poderia ter.
Faço votos para que acabe por prevalecer o bom senso e o saber de experiência feito e só tenhamos que esperar outros 40 anos para desfazer os efeitos nefastos dos lunáticos dos últimos 40 anos.
[Para uma retrospectiva das consequências desta maldição, ver a etiqueta: «a tabuada faz muita falta»]
Sem comentários:
Enviar um comentário