29/04/2013

Pro memoria (111) – Tomemos nota do que nos pode esperar

O congresso do PS deste fim-de-semana bem poderia ter sido organizado pelos piadistas das Produções Fictícias. Durante mais de um ano António José Seguro fez um discurso de líder da oposição de um país do terceiro mundo (talvez seja o discurso apropriado), como se, gostando-se ou não, não existisse uma maioria no parlamento e como se o PS pudesse falar em nome de uma putativa futura vitória numas talvez longínquas eleições, depois de ter visto as intenções de voto descer de 36,7% em Março para 28,6% em Abril, apesar da mais descarada demagogia.

A mesma criatura que irresponsavelmente prometeu facilidades no resgate do país da situação onde o seu partido o deixou, garante no discurso de encerramento do congresso «ter os pés bem assentes na terra» e que não se importa de «perder votos, mas não vendemos ilusões». Depois ter fugido de negociar com o governo, como o diabo fugiu da cruz, reconheça-se que estribado nos alibis que Passos Coelho lhe deu de mão-beijada, AJS jura que «o estado de emergência do país não dispensa ninguém» e garante não descartar «coligações, mesmo com maioria absoluta».

E ainda teve tempo de enumerar «propostas concretas» que O Insurgente classificou apropriadamente como «Um Novo Rumo Ao Segundo Resgate» e comentou aqui. Se tenho fundadas reservas sobre a governação da coligação PSD-CDS, o que deverei ter sobre uma hipotética governação de um PS com tanta experiência de arruinar o país com um líder que não mostra ter aprendido alguma coisa?

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