Deserto Dasht-e Kavir com 240.000 km2 (aproximadamente 3 vezes a área de Portugal continental) situado no planalto central do Irão, onde no passado existiu um mar interior. (Via Wired) |
30/11/2013
DIÁRIO DE BORDO: A terra vista do céu (5)
29/11/2013
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (74) – Be patient. Is it unaffordable? Don't care. Obama talks.
O arranque do Patient Protection and Affordable Care Act está a ser um falhanço estrondoso (ler aqui o ponto de situação da Economist) em resultado de um enorme amadorismo e incompetência cada vez mais difíceis de esconder por detrás das toneladas de conversa de fiada derramadas por Barack Obama em inúmeras entrevistas, comunicações e discursos.
Verdade seja que o volume de conversa fiada está à altura da dimensão da lei Obamacare que com as suas mais de 900 páginas (ver aqui o pantagruélico texto da lei ao qual se acrescentam mais 1.500 páginas de regulamentos) é um bom exemplo da obsessão legiferante do intervencionismo estatal da administração Obama.
Como se fosse pouco, vão surgindo situações em que o próprio desenho da lei está a ser questionado como, entre outros exemplos, a recusa de organizações e empresas de proporcionarem no seguro de saúde uma cobertura completa de contracepção que é obrigatória no Affordable Care Act, abrangendo desde preservativos, diafragmas, pílulas e ainda medicamentos e dispositivos para impedir o embrião de se implantar no útero considerados como modalidades de aborto.
O Supremo Tribunal decidiu na 3.ª feira passada julgar alguns casos sobre a possibilidade das empresas recusarem contratar a cobertura de seguro de contracepção por razões de religião dos seus proprietários.
Independentemente do desfecho, é mais um exemplo da intrusão na vida privada do intervencionismo estatal que pretende financiar com recursos públicos as suas causas.
Verdade seja que o volume de conversa fiada está à altura da dimensão da lei Obamacare que com as suas mais de 900 páginas (ver aqui o pantagruélico texto da lei ao qual se acrescentam mais 1.500 páginas de regulamentos) é um bom exemplo da obsessão legiferante do intervencionismo estatal da administração Obama.
Como se fosse pouco, vão surgindo situações em que o próprio desenho da lei está a ser questionado como, entre outros exemplos, a recusa de organizações e empresas de proporcionarem no seguro de saúde uma cobertura completa de contracepção que é obrigatória no Affordable Care Act, abrangendo desde preservativos, diafragmas, pílulas e ainda medicamentos e dispositivos para impedir o embrião de se implantar no útero considerados como modalidades de aborto.
O Supremo Tribunal decidiu na 3.ª feira passada julgar alguns casos sobre a possibilidade das empresas recusarem contratar a cobertura de seguro de contracepção por razões de religião dos seus proprietários.
Independentemente do desfecho, é mais um exemplo da intrusão na vida privada do intervencionismo estatal que pretende financiar com recursos públicos as suas causas.
28/11/2013
ARTIGO DEFUNTO: O que seria do PCP e da CGTP sem o jornalismo de causas? (2)
Continuação de (1)
O ano passado existiam cerca de 146 mil professores no ensino básico e secundário (Pordata). Ontem cerca de uma centena de professores, segundo o Público (apesar dos cuidados de enquadramento do cameraman de causas, no vídeo parecem umas duas dúzias), aproximadamente um por mil do total, participaram numa concentração promovida pela Federação Nacional dos Sindicatos de Educação no Campo Pequeno e no final uma parte dirigiu-se «espontaneamente» para a porta do ministério da Educação a protestarem contra a prova de avaliação de conhecimentos.
Foi mais um exercício promovido pela CGTP, que, como aqui escreve Camilo Lourenço, «já perdeu a guerra. A maioria dos cidadãos que diz representar está-se a marimbar para a CGTP. E a prova disso é que, embora com dificuldade, as famílias lá vão apertando o cinto, ao mesmo tempo que se "matam" por manter o emprego. Ou seja, vão-se ajustando a um mundo que mudou sem aviso prévio. Contrariados? Claro. Ninguém gosta de dar dois passos atrás. Mas realistas.
É esta imensa mole de cidadãos que está a mudar o país. Passando por cima de Arménio Carlos e da sua CGTP. Embora descontentes, eles sabem que a contestação "à la PREC" não serve para nada... a não ser para destruir emprego e para criar mais pobreza. São esses estóicos cidadãos que merecem uma homenagem.»
O ano passado existiam cerca de 146 mil professores no ensino básico e secundário (Pordata). Ontem cerca de uma centena de professores, segundo o Público (apesar dos cuidados de enquadramento do cameraman de causas, no vídeo parecem umas duas dúzias), aproximadamente um por mil do total, participaram numa concentração promovida pela Federação Nacional dos Sindicatos de Educação no Campo Pequeno e no final uma parte dirigiu-se «espontaneamente» para a porta do ministério da Educação a protestarem contra a prova de avaliação de conhecimentos.
Foi mais um exercício promovido pela CGTP, que, como aqui escreve Camilo Lourenço, «já perdeu a guerra. A maioria dos cidadãos que diz representar está-se a marimbar para a CGTP. E a prova disso é que, embora com dificuldade, as famílias lá vão apertando o cinto, ao mesmo tempo que se "matam" por manter o emprego. Ou seja, vão-se ajustando a um mundo que mudou sem aviso prévio. Contrariados? Claro. Ninguém gosta de dar dois passos atrás. Mas realistas.
É esta imensa mole de cidadãos que está a mudar o país. Passando por cima de Arménio Carlos e da sua CGTP. Embora descontentes, eles sabem que a contestação "à la PREC" não serve para nada... a não ser para destruir emprego e para criar mais pobreza. São esses estóicos cidadãos que merecem uma homenagem.»
ESTADO DE SÍTIO: O Portugal inconstitucional (7)
Outros Portugais inconstitucionais: (1), (2), (3), (4), (5) e (6)
«TC valida interpretação do Governo, mas sindicatos prometem combater 40 horas no Estado» escreve o Público e acrescenta que «nos tribunais ou fora deles, os sindicatos da UGT e da CGTP prometem não baixar os braços» e Ana Avoila dirigente do PCP e da Frente Comum (CGTP) declarou «é com greves com certeza que se vai fazer a luta dos horários de trabalho, isso não tenho dúvidas. Os trabalhadores não se vão conformar com decisões desta natureza».
Ana Avoila poderá não ter dúvidas mas eu tenho muitas, entre elas as seguintes:
«TC valida interpretação do Governo, mas sindicatos prometem combater 40 horas no Estado» escreve o Público e acrescenta que «nos tribunais ou fora deles, os sindicatos da UGT e da CGTP prometem não baixar os braços» e Ana Avoila dirigente do PCP e da Frente Comum (CGTP) declarou «é com greves com certeza que se vai fazer a luta dos horários de trabalho, isso não tenho dúvidas. Os trabalhadores não se vão conformar com decisões desta natureza».
Ana Avoila poderá não ter dúvidas mas eu tenho muitas, entre elas as seguintes:
- Não será isto uma «pressão descarada» sobre Tribunal Constitucional como referiu o ex-procurador-geral da República Pinto Monteiro, o mesmo que mandou destruir as escutas a José Sócrates;
- Não teremos de dar razão ao chefe de Ana Avoila, camarada secretário-geral Jerónimo de Sousa, e considerar em esta «uma pressão e uma chantagem inaceitáveis»;
- Não devemos alertar o camarada Pacheco Pereira e classificar esta como mais uma das «abundantes pressões para que o Tribunal Constitucional não aplique a Constituição»?
- Não será esta contestação às decisões do TC mais «uma provocação constitucional», como referiu o camarada secretário-geral do PS António José Seguro?
27/11/2013
Lost in translation (193) – O grego é uma língua muito difícil
«Cerca de metade das novas infeções com HIV, na Grécia, foram autoinfligidas por pessoas que pretendem receber subsídios de 700 euros por mês e admissão mais rápida nos programas de drogas de substituição» escreveu a Organização Mundial de Saúde no relatório de Setembro. (Expresso)
A frase «traduzida» para grego ficou assim:
A frase «traduzida» para grego ficou assim:
«Metade dos novos casos de HIV são de indivíduos que se autoinjetam, entre os quais poucos são contaminados deliberadamente com o vírus».
CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: O Vítor Gaspar do Largo do Intendente
Depois de Bernardino Soares em Loures, que se queixou da pesada herança socialista, e do novo presidente da câmara de Vila Nova de Poiares do PS, que se queixou da pesada herança social-democrata, temos António Costa, o presidente da câmara de Lisboa, agora instalado no Largo do Intendente, que não se podendo queixar da sua própria herança (recordar aqui) queixou-se da redução de impostos que o governo lhe impôs e por isso «terá de aumentar taxas municipais no próximo ano para compensar a perda de receita do previsto fim da derrama e do IMT.»
ARTIGO DEFUNTO: O que seria do PCP e da CGTP sem o jornalismo de causas?
CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: O Vítor Gaspar de Vila Nova de Poiares
Depois de Bernardino Soares em Loures, que se queixou da pesada herança socialista, temos o caso do novo presidente da câmara de Vila Nova de Poiares do PS, sucessor do dinossáurio Jaime Marta Soares (PSD) presidente desde 1974, que se queixou da pesada herança social-democrata que consiste numa dívida de 30 milhões, de onde cada um dos 7.281 habitantes (censo 2011) deve a módica quantia de 4.120 euros a adicionar à quota-parte na dívida pública que deve andar pelos 21 mil euros per capita. Um exemplo de como a tendência dissipadora e a atracção pela bancarrota ataca quer o PSD, quer o PS – é o «S».
DIÁRIO DE BORDO: A terra vista do céu (4)
Sundurbans, zona de mangais com 10 mil km2, Golfo de Bengala, India (via Wired) |
26/11/2013
Bons exemplos (72) – A integridade é uma raridade e la crème de la crème é um pastel de nata da 3.ª geração
A propósito da homenagem de ontem, é oportuno lembrar que António Ramalho Eanes proporciona dois exemplos notáveis. Um bom exemplo de integridade de um homem que nunca instrumentalizou em seu proveito nenhum dos cargos públicos que exerceu com grande desprendimento (entre outras coisas recusou em 2000 a promoção a marechal que lhe teria rendido muitas centenas de milhares de euros) e um exemplo de que de boas intenções está o inferno cheio quando promoveu, ou deixou que se promovesse, durante o seu segundo mandato como PR, um partido à sua imagem constituído por arrependidos do PSD e do PS.
Não estará ao nível de Cristiano Ronaldo ou de Mourinho no top 3 dos melhores do mundo nas suas profissões, para isso teria que ser CEO da VW, Toyota ou Ford, mas na área da gestão profissional, além de António Horta-Osório, neste momento, só Carlos Tavares acabado de nomear para a Peugeot-Citroën conta em termos de genes portugueses (por parte dos avós no caso de CT) na primeira linha do mundo do management internacional.
Não estará ao nível de Cristiano Ronaldo ou de Mourinho no top 3 dos melhores do mundo nas suas profissões, para isso teria que ser CEO da VW, Toyota ou Ford, mas na área da gestão profissional, além de António Horta-Osório, neste momento, só Carlos Tavares acabado de nomear para a Peugeot-Citroën conta em termos de genes portugueses (por parte dos avós no caso de CT) na primeira linha do mundo do management internacional.
ARTIGO DEFUNTO: O tiro no pé do jornalismo de causas
Sem surpresa, o jornalismo de causas francês e as suas cópias domésticas salivaram de excitação com o ataque a tiro no jornal Libération – o lugar geométrico do radical chic francês – que fez um ferido grave. O Libé, como é conhecido entre os ungidos, publicou no dia seguinte um artigo, com o pomposo título «Nous continuerons», vitimizando-se, clamando «l’horreur absolue» e garantindo «Libération ne changera pas», insidiosamente implicitando que estaria a ser atacado pelas suas ideias por um fanático.
«Inúmeros jornalistas preparavam os teclados para uma história-tipo do solitário de extrema-direita que abomina imigrantes em geral e árabes em particular, além de manter conversas no Facebook com organizações protonazis. Acrescentavam-se dois parágrafos acerca do perigo dos nacionalismos e o artigo estaria pronto. Azar. Saiu-lhes Abdelhakim Dekhar.» (Alberto Gonçalves no DN).
Mas o pior de tudo é que Abdelhakim Dekhar não só era um perigoso esquerdista, como tinha sido ele em 1994 a armar um casal de anarquistas franceses que assaltaram polícias para lhes roubarem as armas e em meia hora fizeram cinco mortos, incluindo o cabeça de casal. (Ferreira Fernandes no DN)
«Inúmeros jornalistas preparavam os teclados para uma história-tipo do solitário de extrema-direita que abomina imigrantes em geral e árabes em particular, além de manter conversas no Facebook com organizações protonazis. Acrescentavam-se dois parágrafos acerca do perigo dos nacionalismos e o artigo estaria pronto. Azar. Saiu-lhes Abdelhakim Dekhar.» (Alberto Gonçalves no DN).
Mas o pior de tudo é que Abdelhakim Dekhar não só era um perigoso esquerdista, como tinha sido ele em 1994 a armar um casal de anarquistas franceses que assaltaram polícias para lhes roubarem as armas e em meia hora fizeram cinco mortos, incluindo o cabeça de casal. (Ferreira Fernandes no DN)
25/11/2013
SERVIÇO PÚBLICO: O pior cego é o que não quer ver
A propósito do artigo de opinião «Ensaio sobre a cegueira» no DN, independentemente de se concordar ou não com a visão de João César das Neves sobre as causas, as responsabilidades e as consequências da situação de bancarrota assistida pelos credores em que Portugal se encontra (concordo com quase tudo), devemos saudá-lo pela coragem de defender em público essa visão que ele saberá perfeitamente ser impopular e rejeitada com veemência pelos «200 palhaços que vão à televisão falar de economia», para usar as suas palavras, e por quase todos os comentadores que por estupidez e ignorância, na melhor hipótese, ou por puro cálculo ou cobardia, na pior, fazem dos seus púlpitos mediáticos um discurso irresponsável e irresponsabilizante.
Infelizmente, encontramos muito poucos (Medina Carreira, Camilo Lourenço, entre outros) com essa coragem de afrontar o discurso dominante nos mídia e nos círculos políticos e, ao que parece, entre os grunhos que fazem comentários aos artigos desrespeitadores da vulgata – veja-se como exemplo a grosseria, a ignorância, e a alienação irremediável de muitos dos mais de 200 comentários ao artigo de César das Neves.
É pela falta de uma elite esclarecida e corajosa que não bajule os preconceitos populares que nos encontramos onde nos encontramos: na indigência, sem dinheiro, sem visão, sem projectos, sem soluções – ou, pior ainda, com soluções que consistem no que os outros países ou instituições têm de fazer para nos resgatar.
Infelizmente, encontramos muito poucos (Medina Carreira, Camilo Lourenço, entre outros) com essa coragem de afrontar o discurso dominante nos mídia e nos círculos políticos e, ao que parece, entre os grunhos que fazem comentários aos artigos desrespeitadores da vulgata – veja-se como exemplo a grosseria, a ignorância, e a alienação irremediável de muitos dos mais de 200 comentários ao artigo de César das Neves.
É pela falta de uma elite esclarecida e corajosa que não bajule os preconceitos populares que nos encontramos onde nos encontramos: na indigência, sem dinheiro, sem visão, sem projectos, sem soluções – ou, pior ainda, com soluções que consistem no que os outros países ou instituições têm de fazer para nos resgatar.
BLOGARIDADES: Exemplo de como pode haver convergência entre um esquerdista revolucionário e um liberal conservador
Alguns comentários do Prof. Dr. Nuno Cardoso da Silva que subscreveria sem dificuldade sobre conferência da reviralhada «Em defesa da Constituição, da Democracia e do Estado Social»:
«Duas mil pessoas na assistência – com o ar mais classe média com alguma educação, que se possa imaginar – e onze bonzos atrás de uma mesa no palco, …
Dos discursos, nem vale a pena falar. Banalidades, lugares comuns, irrelevâncias, tudo com ar de quem estava a descobrir a pólvora. Era assim como um “compact” dos comentadores da SIC a dizer as mesmas coisas com o mesmo ar de quem julga que é inteligente. E a civilizada assistência aplaudia muito, por vezes com assobios à mistura, quando se falava do “Presidente” – o Cavaco, entenda-se.
Para quem tivesse ilusões, aquilo não era um encontro de potenciais revolucionários, era uma agremiação de burgueses chateados com a perda de algumas benesses. E quem esperasse que dali pudesse sair alguma coisa, rapidamente pode esquecer. Aquele era o eleitorado dos que, desde sempre, nos exploram e nos lixam a vida. São os que vão pôr o Seguro no lugar do Passos Coelho e depois, na próxima vez, vão pôr o (????????), do PSD, no lugar do Seguro.»
(Comentário ao post da Prof. Dr.ª Raquel Varela no 5dias.net, o blogue com maior densidade revolucionária na bloguilha esquerdista, lido no Insurgente)
«Duas mil pessoas na assistência – com o ar mais classe média com alguma educação, que se possa imaginar – e onze bonzos atrás de uma mesa no palco, …
Dos discursos, nem vale a pena falar. Banalidades, lugares comuns, irrelevâncias, tudo com ar de quem estava a descobrir a pólvora. Era assim como um “compact” dos comentadores da SIC a dizer as mesmas coisas com o mesmo ar de quem julga que é inteligente. E a civilizada assistência aplaudia muito, por vezes com assobios à mistura, quando se falava do “Presidente” – o Cavaco, entenda-se.
Para quem tivesse ilusões, aquilo não era um encontro de potenciais revolucionários, era uma agremiação de burgueses chateados com a perda de algumas benesses. E quem esperasse que dali pudesse sair alguma coisa, rapidamente pode esquecer. Aquele era o eleitorado dos que, desde sempre, nos exploram e nos lixam a vida. São os que vão pôr o Seguro no lugar do Passos Coelho e depois, na próxima vez, vão pôr o (????????), do PSD, no lugar do Seguro.»
(Comentário ao post da Prof. Dr.ª Raquel Varela no 5dias.net, o blogue com maior densidade revolucionária na bloguilha esquerdista, lido no Insurgente)
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA:«O Vitor Gaspar de Loures»
«Em Loures, Vítor Gaspar chama-se Bernardino Soares. Ao dizer isto, não pretendo ofender ninguém: nem o amigo de Schauble nem o admirador de Kim I1-sung. Destaco apenas um pequeno traço em comum: o ex-ministro das Finanças celebrizou-se pela descoberta de que "não há dinheiro"; em Loures, à frente de um município arruinado, o ex-líder parlamentar do PCP foi agora trespassado pela mesma iluminação.
24/11/2013
Presunção de inocência ou presunção de culpa? (17) - O gesto é tudo
José Dirceu (ver alguns posts em que a criatura é mencionada), guerrilheiro, petista emérito, segundo homem no governo de Lula e organizador do «Mensalão» (o esquema de compra de votos dos deputados federais de outros partidos para votarem as propostas do governo Lula), pelo qual acabou de ser condenado, entregou-se às autoridades para ser detido de braço erguido e punho cerrado e ao som de «A Internacional» e de palavras de ordem gritadas por petistas solidários: «somos vítimas da imprensa elitista» e «presos políticos, outra vez».
Dirceu até ao ser engavetado mostra que é o «nosso homem», segundo a doutrina Somoza.
Dirceu até ao ser engavetado mostra que é o «nosso homem», segundo a doutrina Somoza.
23/11/2013
Estado empreendedor (77) - Como reduzir os prejuízos das empresas públicas de transportes
Segundo as contas do Público (espera-se que o jornalista que as fez não tenha sido atingido pela maldição da tabuada), desde que este governo tomou posse em Junho de 2011 os sindicatos dos transportes - isto é os sindicatos do pessoal das empresas públicas de transportes - convocaram 473 dias de greves totais ou parciais, em média uma em cada dois dias.
Sabendo-se que o impacto destas greves é cada vez menor, que as receitas das empresas públicas dependem essencialmente dos passes sociais e são por isso pouco afectadas, os dias de greve ao reduziram os custos com salários e com combustíveis diminuem os seus prejuízos.
Sabendo-se que o impacto destas greves é cada vez menor, que as receitas das empresas públicas dependem essencialmente dos passes sociais e são por isso pouco afectadas, os dias de greve ao reduziram os custos com salários e com combustíveis diminuem os seus prejuízos.
Presunção de inocência ou presunção de culpa? (16) - Antigamente os criminosos europeus fugiam para o Brasil
A semana passada, Henrique Pizzolato, director de marketing do Banco do Brasil, acusado, julgado e condenado pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato no âmbito do processo «mensalão» fugiu para Itália antes de a polícia o procurar em sua casa.
Esta semana, Tony Nagy, assessor da Secretaria Municipal do Trabalho do estado de São Paulo, a ser investigado por suspeitas de enriquecimento ilícito pediu a demissão do cargo por email e fugiu para a Europa.
Esta semana, Tony Nagy, assessor da Secretaria Municipal do Trabalho do estado de São Paulo, a ser investigado por suspeitas de enriquecimento ilícito pediu a demissão do cargo por email e fugiu para a Europa.
SERVIÇO PÚBLICO: Para o socialismo do reviralho, o que é hoje verdade, amanhã pode ser mentira
«Portugal iniciou [após a adesão à CEE] uma era de grande desenvolvimento humano e material. Os portugueses convenceram-se, facilmente, que finalmente pertenciam ao primeiro mundo, como então se dizia. O crédito fluiu fácil, o nível de vida dos portugueses aumentou incomparavelmente, muitos habituaram-se a ter casa própria, automóvel e a viajar no estrangeiro.
A verdade é que os portugueses foram empurrados para se tornar consumistas e habituaram-se a viver acima das suas possibilidades.
A verdade é que os portugueses foram empurrados para se tornar consumistas e habituaram-se a viver acima das suas possibilidades.
22/11/2013
ESTADO DE SÍTIO: Democracia, legitimidade e eleições são como, se e quando eles quiserem, respectivamente. Voilà.
«Vamos pegar na nossa criatividade, energia e imaginação e vamos fazer-lhes frente até que sejam corridos.» «Não são cortes nem poupanças o que estão a fazer. São roubos o que eles estão a fazer. A violência é legítima para pôr cobro à violência.» Helena Roseta, presidente da AM de Lisboa
Pro memoria (149) – De Semper idem para Semper mutandis.
De marxista-leninista-maoista da AOC do princípio dos anos 70, até social-reviralhista quarenta anos depois, com passagem pela social-democracia cavaquista nos anos 80, José Pacheco Pereira é uma criatura mutante.
Esquecendo os ardores da juventude e focando apenas a última meia dúzia de anos, vejam-se os exemplos recentes, compilados por Rodrigo Adão Fonseca doBlasfémias Insurgente (*), de visões do camarada Pacheco agora subvertidas com a sua conversão ao reviralhismo: anti-Soares, repudiando a arrogância da esquerda, mostrando uma costela liberal.
Semper idem? Semper mutandis.
(*) As minhas desculpas ao Insurgente que também faz parte da nossa referência mental, para usar as palavras de Gabriel Silva (obrigado e abraço) do Blasfémias no comentário a este post.
Esquecendo os ardores da juventude e focando apenas a última meia dúzia de anos, vejam-se os exemplos recentes, compilados por Rodrigo Adão Fonseca do
Semper idem? Semper mutandis.
(*) As minhas desculpas ao Insurgente que também faz parte da nossa referência mental, para usar as palavras de Gabriel Silva (obrigado e abraço) do Blasfémias no comentário a este post.
21/11/2013
Bons exemplos (71) – Qual a diferença entre a justiça brasileira e a portuguesa? (V)
Continuação de (I), (II), (III) e (IV)
O cara do meio é seu Dirceu, antigo guerrilheiro, amigo dos Espíritos, da Ongoing, de José Sócrates, de Lula da Silva e de muitos outros, e que tem inúmeros admiradores entre nós, incluindo Miguel Sousa Tavares que descreveu o mensalão montado por Dirceu com uma moral surpreendente para um moralista: «A dirty job that someone had to do».
É claro que também nos podemos interrogar sobre a diferença entre a revista Veja e as que por cá vemos.
Capa da revista Veja publicada ontem |
É claro que também nos podemos interrogar sobre a diferença entre a revista Veja e as que por cá vemos.
20/11/2013
O tigre celta e o tareco lusitano (4) – O tigre não quis ficar encalhado
Sequela de (1), por sua vez sequela de O rugido do tigre vs o miado do gato, de (2) e (3)
Para se perceber melhor porque decidiu a Irlanda sair do programa de resgate directamente para o financiamento nos mercados, ajuda saber as razões de recusa do programa cautelar (que ninguém sabe exactamente o que seja, recorde-se). Michael Noonan, o ministro irlandês das Finanças, explica que «tinha este medo de poder acabar em Bruxelas, às três da manhã, lá para Dezembro, com um caso de sucesso a ser transformado numa espécie de crise irlandesa, porque alguns países teriam que fazer passar a decisão nos seus parlamentos nacionais. … Vi o processo de tomada de decisões aqui sobre assuntos que pareciam razoavelmente claros acabar por ficar encalhado».
Encalhar não seria certamente para nós um problema. É a nossa especialidade. Repare-se a luxúria com que resmas de patetas de todas as especialidades e todos os quadrantes falam e falam e falam dos programas cautelares. Para que precisaríamos de Bruxelas às 3 horas da manhã para nos encalhar?
Para se perceber melhor porque decidiu a Irlanda sair do programa de resgate directamente para o financiamento nos mercados, ajuda saber as razões de recusa do programa cautelar (que ninguém sabe exactamente o que seja, recorde-se). Michael Noonan, o ministro irlandês das Finanças, explica que «tinha este medo de poder acabar em Bruxelas, às três da manhã, lá para Dezembro, com um caso de sucesso a ser transformado numa espécie de crise irlandesa, porque alguns países teriam que fazer passar a decisão nos seus parlamentos nacionais. … Vi o processo de tomada de decisões aqui sobre assuntos que pareciam razoavelmente claros acabar por ficar encalhado».
Encalhar não seria certamente para nós um problema. É a nossa especialidade. Repare-se a luxúria com que resmas de patetas de todas as especialidades e todos os quadrantes falam e falam e falam dos programas cautelares. Para que precisaríamos de Bruxelas às 3 horas da manhã para nos encalhar?
Lost in translation (192) – «Violação da autonomia universitária» = corte dos subsídios em português corrente
O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas decidiu deixar de falar com o governo devido à «falta de diálogo» sobre a «situação particularmente grave» da execução orçamental deste ano e do OE 2014 e «à sistemática violação da autonomia universitária por parte do Governo».
19/11/2013
Lost in translation (191) – A ministra das Finanças poderia ter sido minha colega no 2.º governo de Guterres, escreve Manuela Arcanjo por outras palavras
«Num grau superior de delírio estará a afirmação da ministra das Finanças sobre a exequibilidade de Portugal sair do actual resgate financeiro à semelhança da Irlanda, sem qualquer apoio ao financiamento no mercado. Ora, apenas não teremos um segundo resgate pelo facto de a Troika necessitar de isolar o insucesso grego. Mas teremos um qualquer programa cautelar que exigirá a continuidade da austeridade.»
É certo que a probabilidade de o tareco sair pela mesma porta do tigre celta é relativamente modesta, mas que diabo! qual é a autoridade para falar de delírios de uma antiga ministra dos governos de António Guterres que aumentaram em 6 anos as despesas correntes em 50% a preços correntes e em 23% a preços constantes?
É certo que a probabilidade de o tareco sair pela mesma porta do tigre celta é relativamente modesta, mas que diabo! qual é a autoridade para falar de delírios de uma antiga ministra dos governos de António Guterres que aumentaram em 6 anos as despesas correntes em 50% a preços correntes e em 23% a preços constantes?
BREIQUINGUE NIUZ: As profecias aspirações do Dr. Soares estão a tornar-se realidade … em França
Alguns exemplos apresentados por Helena Matos no Blasfémias demonstrativos dos dons premonitórios do Dr. Soares que acerta nos acontecimentos e só falha no local:
EN DIRECT – Un homme armé sème la terreur à Paris
Tirs à “Libération” : Manuel Valls parle d’une “scène de guerre” dans les locaux du quotidien
Les agriculteurs veulent bloquer Paris jeudi
Les maires attendent Ayrault de pied ferme
Un camp rom menacerait l’alimentation en chauffage de Paris
L’avocate de Leonarda menacée
EN DIRECT – Un homme armé sème la terreur à Paris
Tirs à “Libération” : Manuel Valls parle d’une “scène de guerre” dans les locaux du quotidien
Les agriculteurs veulent bloquer Paris jeudi
Les maires attendent Ayrault de pied ferme
Un camp rom menacerait l’alimentation en chauffage de Paris
L’avocate de Leonarda menacée
A atracção fatal entre a banca do regime e o poder (13) – A queda dos Espíritos, em breve seguida de ressurreição
[Mais atracções fatais: pesquisa Google]
Agora que os vícios privados dos banqueiros do regime estão finalmente a tornar-se públicos, aparecem vozes de todos os quadrantes, até recentemente silenciosas, a zurzir nos Espíritos e nos Ricciardi. Já se diz que eles não são a banca do regime, eles são o regime, que a promiscuidade com os governos lhes está no ADN, e muitas outras coisas, que sendo verdades, são verdades tardias para quem tem obrigação de tornar públicos os vícios privados.
No primeiro post desta série, de há quatro anos, citei um exemplo desta promiscuidade imanente dos Espíritos com o poder que é oportuno recordar: Ricardo Espírito Santo que um dia escreveu ao Botas, lamentando a sua ausência numa inauguração, «para mim, foi como um dia de sol em que também chovesse. No andor maravilhoso que eu tinha ideado e realizado faltava o santo», permanece como um paradigma para os seus herdeiros. Herdeiros que ainda hoje se afadigam a saltar para o colo do governo, primeiro do doutor Cavaco, depois do engenheiro Guterres, episodicamente do doutor Barroso e, com manifesto enlevo, para o colo do engenheiro Sócrates. Está-lhes no ADN.
Não me admiraria por esta queda em desgraça os Espíritos de santos sejam transmutados episodicamente em demónios, processo que também está no ADN, desta vez dos portugueses, que no dia 23 de Abril de 1974 eram maioritariamente situacionistas, activos ou conformados, e a partir do dia 24 renasceram democratas, socialistas, comunistas e tutti quanti. O infortúnio dos Espíritos será por isso episódico e também eles renascerão limpos de todos os pecados, em breve.
Agora que os vícios privados dos banqueiros do regime estão finalmente a tornar-se públicos, aparecem vozes de todos os quadrantes, até recentemente silenciosas, a zurzir nos Espíritos e nos Ricciardi. Já se diz que eles não são a banca do regime, eles são o regime, que a promiscuidade com os governos lhes está no ADN, e muitas outras coisas, que sendo verdades, são verdades tardias para quem tem obrigação de tornar públicos os vícios privados.
No primeiro post desta série, de há quatro anos, citei um exemplo desta promiscuidade imanente dos Espíritos com o poder que é oportuno recordar: Ricardo Espírito Santo que um dia escreveu ao Botas, lamentando a sua ausência numa inauguração, «para mim, foi como um dia de sol em que também chovesse. No andor maravilhoso que eu tinha ideado e realizado faltava o santo», permanece como um paradigma para os seus herdeiros. Herdeiros que ainda hoje se afadigam a saltar para o colo do governo, primeiro do doutor Cavaco, depois do engenheiro Guterres, episodicamente do doutor Barroso e, com manifesto enlevo, para o colo do engenheiro Sócrates. Está-lhes no ADN.
Não me admiraria por esta queda em desgraça os Espíritos de santos sejam transmutados episodicamente em demónios, processo que também está no ADN, desta vez dos portugueses, que no dia 23 de Abril de 1974 eram maioritariamente situacionistas, activos ou conformados, e a partir do dia 24 renasceram democratas, socialistas, comunistas e tutti quanti. O infortúnio dos Espíritos será por isso episódico e também eles renascerão limpos de todos os pecados, em breve.
18/11/2013
SERVIÇO PÚBLICO: O que prejudica a recuperação europeia não é o superavit alemão – é a impressora do Fed
Recorrentemente o pensamento económico socialista (admitindo que tal coisa exista) vai criando novos mitos para empurrar para baixo do tapete as causas da recessão europeia e em particular dos PIGS. O último mito é o superavit das contas externas alemãs estar a prejudicar a recuperação europeia, mito pressurosamente adoptado pelos «200 palhaços que vão à televisão falar de economia», como um dia chamou João César das Neves a esses cultores da «economia mediática». Não por acaso, este mito é igualmente alimentado por fontes americanas interessadas em camuflar os efeitos do quantitative easing com que o Fed inunda de dólares a economia soprando a próxima bolha.
DIÁRIO DE BORDO: Terra vista do céu (1)
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (78) – Exercícios de aquecimento na preparação para o regresso à mesa do orçamento
A federação do PS-Porto aceitou por interposta pessoa um cheque de 11.066 euros de um morador de um bairro social de Perafita, Matosinhos, para pagamento de 1.172 quotas em atraso. (Público)
17/11/2013
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (77) – O esfolador reconhece que estamos esfolados se não conseguirmos esfolar os credores
Em entrevista do jornal i, João Cravinho, na linha das soluções políticas da doutrina socialista, chuta o problema da dívida pública para ser resolvido pela Alemanha que «não quer assumir a responsabilidade histórica de, num século, ter causado três vezes a ruína da Europa» e conclui que «sem reestruturação da dívida ficamos esfolados».
Dito isto por quem foi o inventor das SCUT, uma espécie de paraíso rodoviário onde se circularia à borla até ao fim dos tempos e que acabou contribuindo para nos conduzir ao inferno do endividamento, mostra uma total falta de decoro e de vergonha.
Mostra ainda uma profunda ignorância, passando ao lado do facto dos bancos portugueses deterem mais de 36 mil milhões de euros da dívida pública, de onde resultaria a sua falência no caso de uma reestruturação significativa.
Semper idem, como escreve de si próprio um outro socialista envergonhado, agora arregimentado para as iniciativas do Dr. Soares.
Dito isto por quem foi o inventor das SCUT, uma espécie de paraíso rodoviário onde se circularia à borla até ao fim dos tempos e que acabou contribuindo para nos conduzir ao inferno do endividamento, mostra uma total falta de decoro e de vergonha.
Mostra ainda uma profunda ignorância, passando ao lado do facto dos bancos portugueses deterem mais de 36 mil milhões de euros da dívida pública, de onde resultaria a sua falência no caso de uma reestruturação significativa.
Semper idem, como escreve de si próprio um outro socialista envergonhado, agora arregimentado para as iniciativas do Dr. Soares.
16/11/2013
ACREDITE SE QUISER: Ao que isto chegou…
Quem é o principal aliado de Portugal, desde há mais de 60 anos, líder da única aliança militar de que Portugal é membro e o único com capacidade militar suficiente para dissuadir um ataque militar? Há algum país que não precise e não possua serviços de informação? O que fazem os aliados no que respeita a informação?
Se as suas respostas a estas três perguntas não forem Estados Unidos, não e colaboram, pense outra vez. Se continuarem a não ser, obrigado por nos ter visitado e tenha um bom fim-de-semana.
Se as suas respostas a estas três perguntas não forem Estados Unidos, não e colaboram, pense outra vez. Se continuarem a não ser, obrigado por nos ter visitado e tenha um bom fim-de-semana.
Pro memoria (148) – O que é inconstitucional em Portugal pode não ser no Kosovo
O presidente do Tribunal Constitucional, Joaquim Sousa Ribeiro, foi a Pristina, no Kosovo, fazer um discurso sobre o tema «O interesse público como elemento de ponderação na decisão constitucional». O jornal SOL teve acesso ao discurso que não foi divulgado em Portugal (?) e cita alguns excertos que parecem estar um tanto desalinhados com o que têm sido as decisões de inconstitucionalidade do TC sobre várias medidas de consolidação orçamental.
A começar (por acaso no discurso é a acabar) por considerar ser missão do TC equilibrar «a autonomia valorativa dos ditames constitucionais com simultânea consideração do contexto económico-social da sua aplicação». Então os «ditames constitucionais» não são absolutos? Quem diria.
E em particular (sentai-vos para não cairdes para o lado) por defender que «os contribuintes para os sistemas de segurança social não possuem qualquer expectativa legítima na pura e simples manutenção do status quo vigente em matéria de pensões». Também acho. Sendo assim, devemos concluir que a convergência das pensões da CGA com as da Segurança Social não será considerada inconstitucional?
A começar (por acaso no discurso é a acabar) por considerar ser missão do TC equilibrar «a autonomia valorativa dos ditames constitucionais com simultânea consideração do contexto económico-social da sua aplicação». Então os «ditames constitucionais» não são absolutos? Quem diria.
E em particular (sentai-vos para não cairdes para o lado) por defender que «os contribuintes para os sistemas de segurança social não possuem qualquer expectativa legítima na pura e simples manutenção do status quo vigente em matéria de pensões». Também acho. Sendo assim, devemos concluir que a convergência das pensões da CGA com as da Segurança Social não será considerada inconstitucional?
15/11/2013
O tigre celta e o tareco lusitano (3)
Sequela de (1), por sua vez sequela de O rugido do tigre vs o miado do gato, e de (2)
«Gastámos muito tempo a ganhar a liberdade para gerir os nossos próprios assuntos. E não faz muito sentido ter liberdade política, se não se tem liberdade económica e financeira. Isto restaura a liberdade económica e financeira», disse o ministro das Finanças irlandês Michael Noonan antes de informar o Eurogrupo que no próximo mês, quando terminar o programa de resgate da troika, a Irlanda passará a financiar-se nos mercados sem qualquer apoio.
Acrescentou que, apesar de não ter ficado feliz por a troika aterrar em Dublin, «ajudaram muito, e foram pessoas muito simpáticas. Creio que quando a história for escrita eles serão vistos como tendo ajudado muito.»
Entretanto, o tareco lusitano continua a discutir se pede outro resgate, se não paga a dívida, se pede um programa cautelar, ainda que não saiba bem o que isso seja.
É oportuno recordar, agora que a Irlanda está a sair do resgate, as palavras de há dois anos do grande pensador do regime Freitas do Amaral, actualmente atrelado ao Dr. Soares na defesa do manual de direitos adquiridos: «A Irlanda, hoje, não é exemplo para ninguém».
«Gastámos muito tempo a ganhar a liberdade para gerir os nossos próprios assuntos. E não faz muito sentido ter liberdade política, se não se tem liberdade económica e financeira. Isto restaura a liberdade económica e financeira», disse o ministro das Finanças irlandês Michael Noonan antes de informar o Eurogrupo que no próximo mês, quando terminar o programa de resgate da troika, a Irlanda passará a financiar-se nos mercados sem qualquer apoio.
Acrescentou que, apesar de não ter ficado feliz por a troika aterrar em Dublin, «ajudaram muito, e foram pessoas muito simpáticas. Creio que quando a história for escrita eles serão vistos como tendo ajudado muito.»
Entretanto, o tareco lusitano continua a discutir se pede outro resgate, se não paga a dívida, se pede um programa cautelar, ainda que não saiba bem o que isso seja.
É oportuno recordar, agora que a Irlanda está a sair do resgate, as palavras de há dois anos do grande pensador do regime Freitas do Amaral, actualmente atrelado ao Dr. Soares na defesa do manual de direitos adquiridos: «A Irlanda, hoje, não é exemplo para ninguém».
SERVIÇO PÚBLICO: O princípio do princípio (25)
Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12), (13), (14), (15), (16), (17), (18), (19), (20), (21), (22), (23) e (24)
Segundo a estimativa rápida do INE (Destaque de ontem), o PIB aumentou 0,2% em relação a trimestre anterior depois de ter aumentado 1,1% no 2.º trimestre relativamente ao 2.º. Seria uma boa notícia se não fosse acompanhada pela redução do contributo da procura externa líquida, redução devida ao aumento das importações, o que é uma má notícia para o Portugal Que Trabalha porque reflecte uma redução do ritmo de redução do envidamento externo.
Segundo a estimativa rápida do INE (Destaque de ontem), o PIB aumentou 0,2% em relação a trimestre anterior depois de ter aumentado 1,1% no 2.º trimestre relativamente ao 2.º. Seria uma boa notícia se não fosse acompanhada pela redução do contributo da procura externa líquida, redução devida ao aumento das importações, o que é uma má notícia para o Portugal Que Trabalha porque reflecte uma redução do ritmo de redução do envidamento externo.
14/11/2013
ESTADO DE SÍTIO: Quando um português faz um guião, fazem logo dois ou três
O porta-voz do PSD Marco António Costa diz que vai «recolher opiniões dos parceiros sociais sobre o guião da reforma do Estado (de Paulo Portas) para o próprio PSD construir um documento que de alguma forma colabore na reflexão».
Não tenha nada por princípio contra guiões, mas se não for perguntar demasiado tendo Dr. Paulo Porta feito um guião/argumentário que, apesar de ser um manifesto para um partido (o CDS), foi adoptado pelo governo como se fosse um programa de reforma do Estado, qual a serventia do eventual futuro guião/repositório de reflexões do Dr. Marco António Costa?
Se for demonstrada a serventia do novo guião, aguardarei ansiosamente os guiões do PS, PCP, BE, MRPP e dos outros partidos cujos nomes agora não me ocorrem.
Não tenha nada por princípio contra guiões, mas se não for perguntar demasiado tendo Dr. Paulo Porta feito um guião/argumentário que, apesar de ser um manifesto para um partido (o CDS), foi adoptado pelo governo como se fosse um programa de reforma do Estado, qual a serventia do eventual futuro guião/repositório de reflexões do Dr. Marco António Costa?
Se for demonstrada a serventia do novo guião, aguardarei ansiosamente os guiões do PS, PCP, BE, MRPP e dos outros partidos cujos nomes agora não me ocorrem.
Títulos inspirados (18) – Muitos portugueses prefeririam ser órfãos (sou um deles)
«Soares, o "papá dos portugueses", gosta de Sócrates» titula o Expresso, citando Bertrand Delanoë, o presidente da câmara de Paris.
Chávez & Chávez, Sucessores (14) – Já sabíamos como começou, agora sabemos como continua e sempre soubemos como vai acabar
«Vou colocar limites percentuais aos lucros de capital em todos os ramos da economia, do aparelho produtivo venezuelano e de toda a economia nacional, obrigatórios, como em todos os países do mundo. (...) Haverá margens mínimas e máximas de lucro em tudo», garantiu numa reunião do seu gabinete, «transmitida de forma simultânea e obrigatória pelas rádios e televisões da Venezuela, durante a qual foram aprovadas medidas para combater a "guerra económica" que Nicolás Maduro diz estar em curso.»
Registe-se o agitprop subliminar desta notícia sobre o caminho para a sociedade socialista na Venezuela com uma foto do querido líder Maduro acompanhado pelo primeiro-ministro neoliberal Passos Coelho. Deus saberá o que se passa no interior das meninges de um jornalista de causas.
Registe-se o agitprop subliminar desta notícia sobre o caminho para a sociedade socialista na Venezuela com uma foto do querido líder Maduro acompanhado pelo primeiro-ministro neoliberal Passos Coelho. Deus saberá o que se passa no interior das meninges de um jornalista de causas.
13/11/2013
CASE STUDY: A atracção por Belém - a lista dos que não se excluem não pára de crescer (1)
Há quase 10 anos, a propósito de uma intervenção de Jorge Sampaio, então presidente da República, em Argel como líder de facção, escrevi neste post a seguinte teoria conspirativa para explicar a atracção que o Palácio de Belém exerce sobre os nossos políticos:
Há uma tradição velha de 28 anos, que remonta ao general Ramalho Eanes, que promoveu um partido à custa do cargo e do partido do doutor Jorge Sampaio, e continua com o doutor Mário Soares, que se promoveu ao cargo também à custa do partido do doutor Jorge Sampaio. Essa tradição atribui ao presidente da República as dores da oposição e o papel de ersatz do seu líder.
Há uma tradição velha de 28 anos, que remonta ao general Ramalho Eanes, que promoveu um partido à custa do cargo e do partido do doutor Jorge Sampaio, e continua com o doutor Mário Soares, que se promoveu ao cargo também à custa do partido do doutor Jorge Sampaio. Essa tradição atribui ao presidente da República as dores da oposição e o papel de ersatz do seu líder.
Pro memoria (147) – Pior é difícil
Sem ter conseguido realizar uma única reforma impopular de l’État dirigiste que beliscasse os interesses das múltiplas corporações, François Hollande consegue descer aos infernos da impopularidade a um nível mais baixo (21% de aprovação) do que qualquer outro presidente francês desde de Gaulle.
Para juntar a humilhação à ofensa, a revolta dos «barretes vermelhos» na Bretanha que se tem alimentado da forma costumeira em França – com incêndios, desta feita nos pórticos eco-taxa e nos radares – está a ser apoiada por algumas luminárias do PS, incluindo Ségolène Royal, a ex-mulher de Hollande e ex-candidata a candidata do PS, uma mistura perigosa de cama com política.
Para juntar a humilhação à ofensa, a revolta dos «barretes vermelhos» na Bretanha que se tem alimentado da forma costumeira em França – com incêndios, desta feita nos pórticos eco-taxa e nos radares – está a ser apoiada por algumas luminárias do PS, incluindo Ségolène Royal, a ex-mulher de Hollande e ex-candidata a candidata do PS, uma mistura perigosa de cama com política.
12/11/2013
Títulos inspirados (17) – Jornalismo de causas elege Rui Machete guru dos mercados de capitais
«Mercados ignoram Machete e juros descem», titulou o DN, acrescentando que a «"Gaffe" de Machete teve pouco eco além-fronteiras. Mercados focam-se nos dados económicos e na Moody's.»
É claro que o jornalismo internacional, as agências de rating e os mercados em geral se estão borrifando para o que tem a dizer um cromo residente nas Necessidades sobre qualquer assunto e em particular sobre taxas de juro. As únicas orelhas disponíveis para escutar a manifestação dos estados de alma da criatura são as orelhas das almas penadas condenadas pela obediência à doutrina ou pelo dever profissional (mais a primeira do que o segundo) a correr atrás da criatura com microfones ou blocos de notas ou iPads para registar as suas inanidades.
É claro que o jornalismo internacional, as agências de rating e os mercados em geral se estão borrifando para o que tem a dizer um cromo residente nas Necessidades sobre qualquer assunto e em particular sobre taxas de juro. As únicas orelhas disponíveis para escutar a manifestação dos estados de alma da criatura são as orelhas das almas penadas condenadas pela obediência à doutrina ou pelo dever profissional (mais a primeira do que o segundo) a correr atrás da criatura com microfones ou blocos de notas ou iPads para registar as suas inanidades.
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: A explicação dos rankings em sócio-eduquês
«Milhões e milhões de euros depois, a que há que juntar os milhares de técnicos, funcionários, edifícios, infra-estruturas, estudos, teses, investigações, políticas, programas e reformas vêm dizer-nos que a culpa dos maus resultados escolares é do contexto socio-económico?
...
Esta espécie de fatalismo social isenta todos os protagonistas de responsabilidades e sobretudo leva a que automaticamente se baixem as expectativas em relação aos alunos provenientes de meios menos favorecidos. E isso é mais do que meio caminho andado para o insucesso desses alunos pois como a maioria de nós tem uma inteligência mediana e a vida das famílias, como se percebe à evidência lendo os jornais das últimas semanas, tem momentos patetas e patéticos em todos os níveis sociais e culturais, aquilo que somos depende muito das expectativas e da exigência que a escola e a sociedade têm para connosco. Ora o que este "sociolês" do contexto veio instituir é que os filhos dos pobres e dos menos cultos estão condenados a ser maus alunos logo em nome da igualdade de oportunidades há que nivelar por baixo, exigir menos deles, tolerar-lhes o mau comportamento porque vivem no sítio A ou B, mantê-los acantonados nas escolas da aérea de residência e se possível evitar que os rankings sejam divulgados para que não se perceba a dimensão do desastre a que a desautorização dos professores e a pedagogia transformada numa secção dos activismos ideológicos conduziu o ensino.»
Excerto de O “sociolês", Helena Matos no Económico
...
Esta espécie de fatalismo social isenta todos os protagonistas de responsabilidades e sobretudo leva a que automaticamente se baixem as expectativas em relação aos alunos provenientes de meios menos favorecidos. E isso é mais do que meio caminho andado para o insucesso desses alunos pois como a maioria de nós tem uma inteligência mediana e a vida das famílias, como se percebe à evidência lendo os jornais das últimas semanas, tem momentos patetas e patéticos em todos os níveis sociais e culturais, aquilo que somos depende muito das expectativas e da exigência que a escola e a sociedade têm para connosco. Ora o que este "sociolês" do contexto veio instituir é que os filhos dos pobres e dos menos cultos estão condenados a ser maus alunos logo em nome da igualdade de oportunidades há que nivelar por baixo, exigir menos deles, tolerar-lhes o mau comportamento porque vivem no sítio A ou B, mantê-los acantonados nas escolas da aérea de residência e se possível evitar que os rankings sejam divulgados para que não se perceba a dimensão do desastre a que a desautorização dos professores e a pedagogia transformada numa secção dos activismos ideológicos conduziu o ensino.»
Excerto de O “sociolês", Helena Matos no Económico
11/11/2013
CONDIÇÃO MASCULINA: Um longo caminho a percorrer até chegarmos à igualdade
Depois deste único caso conhecido de um manifestante macho que tirou os trapinhos (mas reteve a tanguinha) por uma causa, já tinha perdido a esperança de ver outro contrariar a tendência monopolística do mulherio da Femen.
Mitos (151) – Os lucros maximizados do capital financeiro
Fonte: The not-for-profit sector, Economist |
A fase actual da globalização, que ocorre numa altura em que a correlação política de forças entre as classes a nível internacional se deslocou a seu favor, permite ao imperialismo prosseguir na sua demanda de maximização dos lucros com relativamente poucos entraves.»
Sitaram Yechury, membro do CC do PC da Índia, no Congresso «Álvaro Cunhal, o projecto comunista, Portugal e o mundo de hoje» promovido pelo PCP (o 1.º parágrafo é uma citação de «Imperialismo, fase superior do capitalismo» de Lenine)
10/11/2013
Mitos (150) - Juros usurários (5)
Outros mitos sobre os juros usurários: (1), (2), (3) e (4)
Desta vez foi Clara Ferreira Alves, entrevistadora do «chefe democrático que a direita sempre quis ter» e contribuinte para a lenda do regresso do desejado. Na sua coluna com o apropriado nome Pluma Caprichosa da Revista do Expresso, CFA começa por se referir «à quantidade de parvoíces que são ditas em Portugal para disfarçar a miséria» e umas linhas abaixo acrescenta não uma mas duas: «Portugal tem de pedir dinheiro emprestado a juros altíssimos para pagar salários e satisfazer as necessidades básicas da administração pública.» Juntou-se assim a uma vasta legião de luminárias que não fazem a mínima ideia do que falam.
Quanto aos «juros altíssimos» estamos conversados, é só ler os anteriores 4 mitos sobre o tema ou olhar para os gráficos seguintes já aqui publicados.
Quanto ao destino do dinheiro emprestado, diferentemente do que escreve a Pluma, não foi pedido especificamente para aquilo ou para qualquer outra coisa. Foi pedido pela simples razão que o governo do «chefe democrático que a direita sempre quis ter» não tinha dinheiro para coisíssima nenhuma, nomeadamente para cumprir o serviço da dívida colossal que ele e os seus antecessores criaram (e ainda faltava descobrir a que estava escondida), o que já vinha acontecendo há muito, nem tinha crédito que foi a novidade.
Desta vez foi Clara Ferreira Alves, entrevistadora do «chefe democrático que a direita sempre quis ter» e contribuinte para a lenda do regresso do desejado. Na sua coluna com o apropriado nome Pluma Caprichosa da Revista do Expresso, CFA começa por se referir «à quantidade de parvoíces que são ditas em Portugal para disfarçar a miséria» e umas linhas abaixo acrescenta não uma mas duas: «Portugal tem de pedir dinheiro emprestado a juros altíssimos para pagar salários e satisfazer as necessidades básicas da administração pública.» Juntou-se assim a uma vasta legião de luminárias que não fazem a mínima ideia do que falam.
Quanto aos «juros altíssimos» estamos conversados, é só ler os anteriores 4 mitos sobre o tema ou olhar para os gráficos seguintes já aqui publicados.
Clicar para ampliar |
ESTADO DE SÍTIO: O Portugal inconstitucional (6)
Outros Portugais inconstitucionais: (1), (2), (3), (4) e (5)
O Movimento Nacional de Empresários da Restauração (MNER) defendeu a semana passada numa conferência de imprensa a inconstitucionalidade da taxa de IVA de 23% para a restauração. Ao que parece, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) também realizou uma conferência de imprensa e a Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) não deve ficar atrás.
A inconstitucionalidade da taxa de IVA foi decretada pelo conhecido advogado e especialista em questões laborais Doutor Garcia Pereira, candidato crónico a Belém pelo Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP), a vanguarda da classe operária.
O Movimento Nacional de Empresários da Restauração (MNER) defendeu a semana passada numa conferência de imprensa a inconstitucionalidade da taxa de IVA de 23% para a restauração. Ao que parece, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) também realizou uma conferência de imprensa e a Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) não deve ficar atrás.
A inconstitucionalidade da taxa de IVA foi decretada pelo conhecido advogado e especialista em questões laborais Doutor Garcia Pereira, candidato crónico a Belém pelo Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP), a vanguarda da classe operária.
09/11/2013
BREIQUINGUE NIUZ: Miguel Sousa Tavares aderiu à doutrina dos dois Portugais
Há vários meses que o (Im)pertinências vem adoptando a doutrina Deng Xiaoping «um país, dois sistemas» para compreender o caso português. Foi por isso que distinguimos o Portugal Que Trabalha (PQT) do Portugal Que Se Queixa (PQSQ).
MST, inesperadamente para um colectivista mitigado, faz hoje o mesmo no seu habitual artigo de opinião no Expresso oportunamente intitulado «Os dois países», e dedica ao PQSQ o seguinte parágrafo:
«Olho, por exemplo, para os mais recentes focos de contestação sócio-profissional, e constato que todos os sectores activos estão ligados ao Estado: os transportes públicos - o cancro financeiro das contas públicas e a tropa de choque da CGTP, sempre disponíveis para as greves e para a luta pela manutenção de alguns privilégios impensáveis no sector privado; os professores a mando da Fenprof, que já ninguém se incomoda sequer em saber o que os incomoda, porque tudo os incomoda; os magistrados e a PJ (que, com um carro por cada dois agentes e uma sede sumptuosa à beira da inauguração, protestam contra as "condições de trabalho"); as Forças Armadas, que acham pouco 5000 promoções num ano e num país onde há anos ninguém mais é promovido e que continuam a sua luta para nos convencer de que uma apendicite de um marinheiro não pode ser tratada no mesmo hospital que a apendicite de um artilheiro ou de um mecânico de aviões, e que acabam de fazer a escandalosa descoberta de que têm de esperar por uma consulta, como se fossem utentes do SNS. A todos eles apetece repetir a célebre frase de Vítor Gaspar: "Não há dinheiro. Qual destas três palavras é que não perceberam?".»
Bem-vindo ao clube. Já não vai ser convidado para o encontro «para além das esquerdas» que o Dr. Soares está a promover.
MST, inesperadamente para um colectivista mitigado, faz hoje o mesmo no seu habitual artigo de opinião no Expresso oportunamente intitulado «Os dois países», e dedica ao PQSQ o seguinte parágrafo:
«Olho, por exemplo, para os mais recentes focos de contestação sócio-profissional, e constato que todos os sectores activos estão ligados ao Estado: os transportes públicos - o cancro financeiro das contas públicas e a tropa de choque da CGTP, sempre disponíveis para as greves e para a luta pela manutenção de alguns privilégios impensáveis no sector privado; os professores a mando da Fenprof, que já ninguém se incomoda sequer em saber o que os incomoda, porque tudo os incomoda; os magistrados e a PJ (que, com um carro por cada dois agentes e uma sede sumptuosa à beira da inauguração, protestam contra as "condições de trabalho"); as Forças Armadas, que acham pouco 5000 promoções num ano e num país onde há anos ninguém mais é promovido e que continuam a sua luta para nos convencer de que uma apendicite de um marinheiro não pode ser tratada no mesmo hospital que a apendicite de um artilheiro ou de um mecânico de aviões, e que acabam de fazer a escandalosa descoberta de que têm de esperar por uma consulta, como se fossem utentes do SNS. A todos eles apetece repetir a célebre frase de Vítor Gaspar: "Não há dinheiro. Qual destas três palavras é que não perceberam?".»
Bem-vindo ao clube. Já não vai ser convidado para o encontro «para além das esquerdas» que o Dr. Soares está a promover.
CASE STUDY: O banco do regime afunda-se com o regime? (2)
Continuação de (1)
A adicionar aos múltiplos casos mal esclarecidos [ver, por exemplo, as «presunções» do Pertinente: (9), (10), (11), (13), (14) e (15)], duas notícias nos últimos dias confirmam que sem a protecção dos seus parceiros de negócio no governo de Sócrates (assalto ao BCP, tentativa frustrada de assalto à TVI, conúbio na PT, etc.), os Espíritos estão a ter dificuldades crescentes em gerir discretamente os escândalos.
Uma equipa do Ministério Público começou esta semana a escarafunchar a venda de acções da EDP que se suspeita ter sido objecto de inside trading. Pressionado pela sucessão de casos, Ricardo Salgado sentiu necessidade de pedir um voto de confiança ao conselho superior do GES e, facto inédito no GES (e, conceda-se, facto raríssimo em qualquer outro grupo português onde as guerras de poder se fazem na sombra, depois de muita contagem de espingardas – votos), José Maria Ricciardi votou contra e assumiu publicamente esse voto e a vontade de «precipitar a saída de Ricardo Salgado».
A adicionar aos múltiplos casos mal esclarecidos [ver, por exemplo, as «presunções» do Pertinente: (9), (10), (11), (13), (14) e (15)], duas notícias nos últimos dias confirmam que sem a protecção dos seus parceiros de negócio no governo de Sócrates (assalto ao BCP, tentativa frustrada de assalto à TVI, conúbio na PT, etc.), os Espíritos estão a ter dificuldades crescentes em gerir discretamente os escândalos.
Uma equipa do Ministério Público começou esta semana a escarafunchar a venda de acções da EDP que se suspeita ter sido objecto de inside trading. Pressionado pela sucessão de casos, Ricardo Salgado sentiu necessidade de pedir um voto de confiança ao conselho superior do GES e, facto inédito no GES (e, conceda-se, facto raríssimo em qualquer outro grupo português onde as guerras de poder se fazem na sombra, depois de muita contagem de espingardas – votos), José Maria Ricciardi votou contra e assumiu publicamente esse voto e a vontade de «precipitar a saída de Ricardo Salgado».
Exemplos do costume (18) – Submarino ao fundo
Depois de um ano de julgamento do caso das contrapartidas do contrato de compra dos submarinos e muitos anos depois do alegado delito, o procurador pediu ao tribunal para condenar os alegados criminosos com 5 anos de prisão com … pena suspensa desde que paguem ao Estado 104 mil euros.
O julgamento estava a ser aborrecidíssimo até ao advogado dos três arguidos alemães ter confirmado que o Estado português foi enganado, não por culpa da Man Ferrostaal, mas por ser «dirigido por uma cambada de incapazes». Nada que não se soubesse há muito.
O julgamento estava a ser aborrecidíssimo até ao advogado dos três arguidos alemães ter confirmado que o Estado português foi enganado, não por culpa da Man Ferrostaal, mas por ser «dirigido por uma cambada de incapazes». Nada que não se soubesse há muito.
08/11/2013
Mitos (149) – O desemprego baixou porque a emigração subiu
Foi o que disse Arménio Carlos (*), o presidente da CGTP indigitado pelo CC do PCP. E também o disseram vários comentadores, uns porque acham que devem dizer qualquer coisa só para mostrar que estão mediaticamente vivos, outros porque têm de fazer o frete e outros porque, apesar de suspeitarem da asneira, têm dificuldades em desafinar do coro.
Sendo certo que a correlação entre duas variáveis não prova a existência de uma relação causal, é igualmente certo que existindo uma relação causal deverá necessariamente existir uma correlação significativa - num mundo simples a medida da correlação seria 1 (recomenda-se aos comentadores literário-jurídicos que estudem estas coisas antes de asneirarem). É aqui que entra a lógica aristotélica: se não há uma correlação positiva ou negativa significativa, então não existe uma relação causal entre as duas variáveis.
Ora, como se pode verificar neste diagrama do Blasfémias, é quase 0 a medida da correlação entre taxa líquida de emigração e taxa de desemprego num conjunto de países, incluindo Portugal. Significado: não existe praticamente relação entre as duas variáveis.
Daqui resulta o desemprego ter baixado por qualquer outra razão que não a subida da emigração. Para fazer um final de post provocatório, diria, como o Impertinente, que o desemprego baixou porque o governo não tomou medidas para o combater, como fizeram os outros governos anteriores.
(*) A criatura também explicou a descida do desemprego pela sazonalidade, por não saber o que é sazonalidade e não lhe terem explicado que a população desempregada diminui 32,3 mil no 3.º trimestre de 2013 relativamente ao mesmo trimestre de 2012.
Sendo certo que a correlação entre duas variáveis não prova a existência de uma relação causal, é igualmente certo que existindo uma relação causal deverá necessariamente existir uma correlação significativa - num mundo simples a medida da correlação seria 1 (recomenda-se aos comentadores literário-jurídicos que estudem estas coisas antes de asneirarem). É aqui que entra a lógica aristotélica: se não há uma correlação positiva ou negativa significativa, então não existe uma relação causal entre as duas variáveis.
Ora, como se pode verificar neste diagrama do Blasfémias, é quase 0 a medida da correlação entre taxa líquida de emigração e taxa de desemprego num conjunto de países, incluindo Portugal. Significado: não existe praticamente relação entre as duas variáveis.
Daqui resulta o desemprego ter baixado por qualquer outra razão que não a subida da emigração. Para fazer um final de post provocatório, diria, como o Impertinente, que o desemprego baixou porque o governo não tomou medidas para o combater, como fizeram os outros governos anteriores.
(*) A criatura também explicou a descida do desemprego pela sazonalidade, por não saber o que é sazonalidade e não lhe terem explicado que a população desempregada diminui 32,3 mil no 3.º trimestre de 2013 relativamente ao mesmo trimestre de 2012.
Bons exemplos (69) - A justiça espanhola nos calcanhares dos banqueiros
Um juiz espanhol do tribunal criminal ordenou quarta-feira a prisão de cinco ex-directores da caixa mútua CAM de Alicante, acusados de fraude, manipulação de preços e má conduta corporativa.
A CAM estava intervencionada pelo Banco de Espanha desde Julho de 2011 que injectou 5,25 mil milhões de euros dos contribuintes e foi vendida este ano ao Banco Sabadell por um euro.
Estas prisões seguem-se à do antigo presidente da Caja Madrid, incorporada mais tarde no Bankia, por negligência na compra pela Caja Madrid de um banco americano falido.
Nós por cá temos o Dr. Oliveira Costa e a sua pulseira como exemplar único de banqueiro acusado. Deveríamos conservar a criatura em formol para ainda andar por cá quando o julgamento terminar num futuro longínquo.
(Fonte: Financial Times e Infolibre)
A CAM estava intervencionada pelo Banco de Espanha desde Julho de 2011 que injectou 5,25 mil milhões de euros dos contribuintes e foi vendida este ano ao Banco Sabadell por um euro.
Estas prisões seguem-se à do antigo presidente da Caja Madrid, incorporada mais tarde no Bankia, por negligência na compra pela Caja Madrid de um banco americano falido.
Nós por cá temos o Dr. Oliveira Costa e a sua pulseira como exemplar único de banqueiro acusado. Deveríamos conservar a criatura em formol para ainda andar por cá quando o julgamento terminar num futuro longínquo.
(Fonte: Financial Times e Infolibre)
07/11/2013
SERVIÇO PÚBLICO: O princípio do princípio (24)
Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12), (13), (14), (15), (16), (17), (18), (19), (20), (21), (22) e (23)
Sinais de fumos do Portugal Que Trabalha
O INE acaba de informar no Destaque de hoje que a taxa de desemprego do 3.º trimestre caiu 0,8% para 15,6% em relação ao trimestre anterior e 0,2% em relação ao trimestre homólogo de 2012; o número de desempregados diminuiu 47,4 mil e 32,3 mil, respectivamente, e diminuiu mais de 100 mil nos últimos 6 meses.
São evidentemente bons indícios. Estou já a ouvir a oposição a dizer que isso não quer dizer nada e, se quisesse dizer, não se deveria ao que o governo tenha feito. Dizer isso depois de dois anos e meio a bramar que o aumento do desemprego resultava das políticas do governo constituiria um embaraço para quem tivesse um módico de coerência. Para a felicidade da falta de coerência, a incoerência não será provavelmente penalizada pela opinião pública que dificilmente se apercebe no meio do ruído mediático do jornalismo de causas.
Discordo quanto a não querer dizer nada – quer dizer alguma coisa. Concordo com não se deve ao que o governo tenha feito e esta é a conclusão mais importante. Depois de todos os anteriores governos terem feito imenso com os resultados que se viram na queda da produtividade, na estagnação do crescimento, no desequilíbrio persistente das contas externas e na bancarrota das contas públicas, a falta de medidas deste governo equilibrou as contas externas pela primeira vez em décadas e a economia parece mostrar uma tendência de recuperação.
Conclusão: deixai trabalhar o Portugal Que Trabalha e deixai o Portugal Que Se Queixa fazer manifs.
Sinais de fumos do Portugal Que Trabalha
O INE acaba de informar no Destaque de hoje que a taxa de desemprego do 3.º trimestre caiu 0,8% para 15,6% em relação ao trimestre anterior e 0,2% em relação ao trimestre homólogo de 2012; o número de desempregados diminuiu 47,4 mil e 32,3 mil, respectivamente, e diminuiu mais de 100 mil nos últimos 6 meses.
São evidentemente bons indícios. Estou já a ouvir a oposição a dizer que isso não quer dizer nada e, se quisesse dizer, não se deveria ao que o governo tenha feito. Dizer isso depois de dois anos e meio a bramar que o aumento do desemprego resultava das políticas do governo constituiria um embaraço para quem tivesse um módico de coerência. Para a felicidade da falta de coerência, a incoerência não será provavelmente penalizada pela opinião pública que dificilmente se apercebe no meio do ruído mediático do jornalismo de causas.
Discordo quanto a não querer dizer nada – quer dizer alguma coisa. Concordo com não se deve ao que o governo tenha feito e esta é a conclusão mais importante. Depois de todos os anteriores governos terem feito imenso com os resultados que se viram na queda da produtividade, na estagnação do crescimento, no desequilíbrio persistente das contas externas e na bancarrota das contas públicas, a falta de medidas deste governo equilibrou as contas externas pela primeira vez em décadas e a economia parece mostrar uma tendência de recuperação.
Conclusão: deixai trabalhar o Portugal Que Trabalha e deixai o Portugal Que Se Queixa fazer manifs.
DIÁRIO DE BORDO: Socialismo do reviralho
Nova entrada para o Glossário das Impertinências:
Socialismo do reviralho
Movimento ressuscitado pelo Dr. Mário Soares que dá continuidade ao chamado reviralhismo republicano. Enquanto este último se dedicava a conspirações falhadas contra o Estado Novo do Dr. Salazar, o socialismo do reviralho na sua versão hardcore dedica-se a conspirar ruidosamente, em nome da democracia, contra qualquer governo não socialista democraticamente eleito. Na versão softcore o socialismo do reviralho concentra-se em conspirar silenciosamente, em nome do socialismo, contra os dirigentes socialistas que não fazem parte do círculo de influência do fundador.
Tem como militantes os indefectíveis admiradores do Dr. Soares e como simpatizantes todos os socialistas sem coluna vertebral que em privado concedem que o fundador já não é para levar a sério e em público citam com reverência os seus despautérios. Esporadicamente, esses despautérios do socialismo do reviralho são aproveitadas por outras correntes ou por personalidades ressabiadas no convencimento que o muito passado do Dr. Soares lhe augura imenso futuro.
Alguns exemplos de despautérios recentes: «por muito menos que isto foi morto o rei D. Carlos»; «porquê o Presidente da República não é julgado?»; «a democracia está em perigo»; «somos uma pseudodemocracia».
Socialismo do reviralho
Movimento ressuscitado pelo Dr. Mário Soares que dá continuidade ao chamado reviralhismo republicano. Enquanto este último se dedicava a conspirações falhadas contra o Estado Novo do Dr. Salazar, o socialismo do reviralho na sua versão hardcore dedica-se a conspirar ruidosamente, em nome da democracia, contra qualquer governo não socialista democraticamente eleito. Na versão softcore o socialismo do reviralho concentra-se em conspirar silenciosamente, em nome do socialismo, contra os dirigentes socialistas que não fazem parte do círculo de influência do fundador.
Tem como militantes os indefectíveis admiradores do Dr. Soares e como simpatizantes todos os socialistas sem coluna vertebral que em privado concedem que o fundador já não é para levar a sério e em público citam com reverência os seus despautérios. Esporadicamente, esses despautérios do socialismo do reviralho são aproveitadas por outras correntes ou por personalidades ressabiadas no convencimento que o muito passado do Dr. Soares lhe augura imenso futuro.
Alguns exemplos de despautérios recentes: «por muito menos que isto foi morto o rei D. Carlos»; «porquê o Presidente da República não é julgado?»; «a democracia está em perigo»; «somos uma pseudodemocracia».
Mitos (148) - Racistas inesperados (20)
«The white man is our mortal enemy, and we cannot accept him. I will fight to see that vicious beast go down into the lake of fire prepared for him from the beginning, that he never rise again to give any innocent black man, woman or child the hell that he has delighted in pouring on us for 400 years.»
Louis Farrakhan Muhammad, líder da Nation of Islam, apoiante (entretanto desiludido) de Barack Obama para presidente
Louis Farrakhan Muhammad, líder da Nation of Islam, apoiante (entretanto desiludido) de Barack Obama para presidente
06/11/2013
ARTIGO DEFUNTO: A arte de bem titular (3)
«Estado comprou três carros novos por semana este ano» (título do Expresso)
Num clima de «fadiga de austeridade», como o caracteriza o jornalismo de causas, um título destes só pode irritar o sujeito passivo vítima da extorsão fiscal. É claro que há inúmeras boas razões para um sujeito passivo se irritar com o governo (é isso que está em causa com estes títulos apelando com pouco subtileza à preguiça mental ressabiada). Só que esta não é seguramente uma delas, quando a própria notícia informa que o Moloch estatal possui 26.789 veículos - mais de metade com mais de 13 anos – frota que, admitindo-se uma idade útil média de 10 anos, para manter essa idade média precisaria de ser renovada anualmente com 2.700 novos veículos.
Num clima de «fadiga de austeridade», como o caracteriza o jornalismo de causas, um título destes só pode irritar o sujeito passivo vítima da extorsão fiscal. É claro que há inúmeras boas razões para um sujeito passivo se irritar com o governo (é isso que está em causa com estes títulos apelando com pouco subtileza à preguiça mental ressabiada). Só que esta não é seguramente uma delas, quando a própria notícia informa que o Moloch estatal possui 26.789 veículos - mais de metade com mais de 13 anos – frota que, admitindo-se uma idade útil média de 10 anos, para manter essa idade média precisaria de ser renovada anualmente com 2.700 novos veículos.
Pro memoria (146) - Autópsia de uma entrevista do «chefe democrático que a direita sempre quis ter»? (IV)
Continuação de (I), (II) e (III)
Um aditamento às mentiras
«Quando ele era primeiro-ministro, e os aviões da CIA pousavam em Portugal com presos torturados, alvo de "rendições extraordinárias", sequestros ilegais, não sabia? O seu ministro dos Negócios Estrangeiros não sabia?» pergunta Clara Ferreira Alves. «Não. Em primeiro lugar, se os Estados Unidos utilizaram a nossa base das Lajes ou o território nacional para transportar prisioneiros, fizeram-no abusivamente. Eu não sabia e acredito que o ministro dos Estrangeiros também não sabia», responde José Sócrates.
Sabe-se pelas Wikileaks ter o embaixador americano em Lisboa confirmado a autorização formal pelo governo de Sócrates das «rendições extraordinárias» utilizando a base das Lages (Luís Rainha no ionline, via Portugal Contemporâneo).
Um aditamento às mentiras
«Quando ele era primeiro-ministro, e os aviões da CIA pousavam em Portugal com presos torturados, alvo de "rendições extraordinárias", sequestros ilegais, não sabia? O seu ministro dos Negócios Estrangeiros não sabia?» pergunta Clara Ferreira Alves. «Não. Em primeiro lugar, se os Estados Unidos utilizaram a nossa base das Lajes ou o território nacional para transportar prisioneiros, fizeram-no abusivamente. Eu não sabia e acredito que o ministro dos Estrangeiros também não sabia», responde José Sócrates.
Sabe-se pelas Wikileaks ter o embaixador americano em Lisboa confirmado a autorização formal pelo governo de Sócrates das «rendições extraordinárias» utilizando a base das Lages (Luís Rainha no ionline, via Portugal Contemporâneo).
Mitos (147) - Racistas inesperados (19)
«The only reason you are endorsing him (Barack Obama) is because he's black. Let's just be clear.»
Bill Clinton durante a campanha de 2008
Bill Clinton durante a campanha de 2008
05/11/2013
Chávez & Chávez, Sucessores (13) – Natal é quando Maduro quiser
O sucesso do chávismo de Nicolás Maduro pode medir-se por uma inflação de 48% e pelo desaparecimento de 16 produtos essenciais das prateleiras. Para combater a decomposição da Venezuela, depois de ter criado recentemente a secretaria de Estado da Felicidade, o Querido Sucessor anunciou que o Coronel Chávez fez uma aparição a um grupo de operários e que ele, Maduro, iria antecipar o Natal para Novembro para «derrotar a amargura» resultante da crise que, como todos sabem, é causada pelo ianques e outros países inimigos da revolução bolivariana.
Já o escrevi e repito, no lugar de Maduro, pensaria seriamente em contratar como consultor o engenheiro José Sócrates.
Já o escrevi e repito, no lugar de Maduro, pensaria seriamente em contratar como consultor o engenheiro José Sócrates.
ESTADO DE SÍTIO: Alimentando os pulgões do regime
Entre os 600 mil funcionários públicos, quantos juristas se poderão encontrar? Milhares, seguramente. Entre esses milhares não seria normal encontrar umas centenas de juristas capacitados para assessorarem o governo e os serviços públicos nas respectivas especialidades? Deve ser. Só na câmara de Lisboa há 303.
Será? Então, como explicar os 12 milhões de euros em contratos com escritórios de advogados este ano até Outubro a somar aos mais de 20 milhões em 2011 e 2012, ou os 26 milhões entre 2008 e 2010?
Será? Então, como explicar os 12 milhões de euros em contratos com escritórios de advogados este ano até Outubro a somar aos mais de 20 milhões em 2011 e 2012, ou os 26 milhões entre 2008 e 2010?
04/11/2013
Dúvidas (32) – Mais uma conversão ao socialismo?
Por que será que não estou surpreendido com os sinais que Rui Moreira começou a emitir depois de ter ganho a câmara do Porto? Já são vários, este é o mais recente e suspeito que não será o último. Quererá o Dr. Moreira obrigar a EDP (isto é, os consumidores que pagam) a suportar o custo da electricidade aos pobrezinhos?
Suspeito que esta versão de regionalismo seja igual às até agora conhecidas que se podem resumir a dizer ao poder central (como representante dos contribuintes do país): vocês mandam o dinheiro e nós mandamos onde o gastar.
Suspeito que esta versão de regionalismo seja igual às até agora conhecidas que se podem resumir a dizer ao poder central (como representante dos contribuintes do país): vocês mandam o dinheiro e nós mandamos onde o gastar.
Pro memoria (145) – a nacionalização do BPN não custou nada e o nada vai já em 4,5 6,5 7 mil milhões (VI)
Posts anteriores (I), (II), (III), (IV) e (V)
Na entrevista ao Expresso, Francisco Nogueira Leite, presidente da Parvalorem encarregada da liquidação dos restos do BPN (mais de 4 mil milhões segundo Nogueira Leite, a somar às perdas já registadas), revelou algumas opiniões e factos importantes para se apurarem responsabilidades, não apenas pela nacionalização mas igualmente pela gestão posterior do BPN antes da sua venda.
Não havia risco sistémico que justificasse a nacionalização que foi decidida deixando cair a solução proposta por Miguel Cadilhe cujo financiamento de 600 milhões que já estava garantido pela Caixa e permitiria deixar as responsabilidades do lado dos accionistas.
Os administradores nomeados pela Caixa tinham «um óbvio conflito de interesses» - entre eles encontrava-se Francisco Bandeira um homem de mão de José Sócrates - e a administração «após a nacionalização, estava repleta de poucas vergonhas»; algumas dessas vergonhas já aqui tinham sido referidas neste post.
«Em vez de se perseguirem os devedores, foram atrás dos colaboradores» e não se fez qualquer tentativa para reforçar as garantias do crédito do BPN.
Por muito que os principais responsáveis, José Sócrates e Teixeira dos Santos, queiram tapar o sol com uma peneira, torna-se claro que a nacionalização do BPN nunca deveria ter acontecido, foi um desastre para o país e uma bênção para os accionistas.
Na entrevista ao Expresso, Francisco Nogueira Leite, presidente da Parvalorem encarregada da liquidação dos restos do BPN (mais de 4 mil milhões segundo Nogueira Leite, a somar às perdas já registadas), revelou algumas opiniões e factos importantes para se apurarem responsabilidades, não apenas pela nacionalização mas igualmente pela gestão posterior do BPN antes da sua venda.
Não havia risco sistémico que justificasse a nacionalização que foi decidida deixando cair a solução proposta por Miguel Cadilhe cujo financiamento de 600 milhões que já estava garantido pela Caixa e permitiria deixar as responsabilidades do lado dos accionistas.
Os administradores nomeados pela Caixa tinham «um óbvio conflito de interesses» - entre eles encontrava-se Francisco Bandeira um homem de mão de José Sócrates - e a administração «após a nacionalização, estava repleta de poucas vergonhas»; algumas dessas vergonhas já aqui tinham sido referidas neste post.
«Em vez de se perseguirem os devedores, foram atrás dos colaboradores» e não se fez qualquer tentativa para reforçar as garantias do crédito do BPN.
Por muito que os principais responsáveis, José Sócrates e Teixeira dos Santos, queiram tapar o sol com uma peneira, torna-se claro que a nacionalização do BPN nunca deveria ter acontecido, foi um desastre para o país e uma bênção para os accionistas.
ESTADO DE SÍTIO: O Portugal inconstitucional (5)
Outros Portugais inconstitucionais: (1), (2), (3) e (4)
Serão as decisões de inconstitucionalidade do TC «constitucionais», no sentido dos princípios do quadro legal europeu? Pelo menos o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem parece julgar que não são, ao produzir um acórdão aprovado por unanimidade dos 7 juízes julgando sem fundamento duas reclamações de portugueses sobre os cortes de subsídios o ano passado, onde lapidarmente considera:
Serão as decisões de inconstitucionalidade do TC «constitucionais», no sentido dos princípios do quadro legal europeu? Pelo menos o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem parece julgar que não são, ao produzir um acórdão aprovado por unanimidade dos 7 juízes julgando sem fundamento duas reclamações de portugueses sobre os cortes de subsídios o ano passado, onde lapidarmente considera:
«em função dos problemas financeiros excepcionais que Portugal enfrenta neste momento, e dada a natureza limitada e temporária dos cortes nas pensões, o Governo português conseguiu demonstrar um justo equilíbrio entre o interesse público e a protecção dos direitos individuais».E os próprios juízes do TC em exercício há 30 anos, durante a intervenção do FMI, face à introdução pelo governo de então de um imposto extraordinário retroactivo, medida inconstitucionalíssima em circunstâncias normais, decidiram em sentido contrário dos seus sucessores de hoje e produziram o acórdão 11/83 que julgou constitucional a retroactividade do imposto, por tratar-se
«de um imposto que visa atalhar uma situação excepcional de défice, ocorrendo numa conjuntura económico-financeira de crise e reclamando medidas urgentes e imediatas para a sua contenção. Ora, este condicionalismo específico em que o imposto em causa é criado, e a natureza que em vista disso o mesmo imposto assume, não podem ser ignorados por este Tribunal, na emissão do juízo que lhe é solicitado».O governo que introduziu esse imposto retroactivo foi … o governo do Dr. Mário Soares, o mesmo Soares que hoje faz dia sim dia não um alarido a propósito da adopção das medidas no quadro do Memorando que o seu partido negociou e assinou há 2 anos.
03/11/2013
Lost in translation (190) – A nossa dignidade mede-se pelo vil metal, queriam eles dizer
A «grave deterioração do estatuto remuneratório … poderá por em causa a dignidade exigível ao exercício» da função dos juízes, deliberou o Conselho Superior da Magistratura.
Não será um bocadinho preocupante esta conversa fiada da dignidade e as dificuldades de chamar os bois pelos nomes? Enfim, se todas as corporações se declararem com estes problemas, teremos mais um princípio constitucional e um dilema: a) corporações indignas ou b) Estado definitivamente falido. Em última instância, teremos de escolher uma indignidade - a das corporações ou a do País ou ambas. Decidam-se.
Não será um bocadinho preocupante esta conversa fiada da dignidade e as dificuldades de chamar os bois pelos nomes? Enfim, se todas as corporações se declararem com estes problemas, teremos mais um princípio constitucional e um dilema: a) corporações indignas ou b) Estado definitivamente falido. Em última instância, teremos de escolher uma indignidade - a das corporações ou a do País ou ambas. Decidam-se.
ESTADO DE SÍTIO: O Portugal inconstitucional (4)
Outros Portugais inconstitucionais: (1), (2) e (3)
«O princípio da igualdade determina que se trate de forma igual o que é igual e de forma diferente o que é diferente na medida da diferença.»
Acórdão n.º 353/2012 do Tribunal Constitucional
Negócios online |
«O princípio da igualdade determina que se trate de forma igual o que é igual e de forma diferente o que é diferente na medida da diferença.»
Acórdão n.º 353/2012 do Tribunal Constitucional
02/11/2013
CASE STUDY: O banco do regime afunda-se com o regime?
«A ES International contabiliza no seu balanço as acções que detém na Espírito Santo Financial Group por 22 euros. Este valor é mais de quatro vezes a cotação da ESFG em bolsa (esta quinta-feira, as acções fecharam a 5,22 euros). O GES justifica a diferença com a falta de liquidez das acções. Ao valor bolsista da ESFG, a ES International teria capitais negativos.» (negócios)
SERVIÇO PÚBLICO: A «aurora de esperança da I República» e a noite negra do fascismo (2)
Continuação de (1)
A lenda
«Por isso os historiadores dizem, com razão, que a I República durou escassos dezasseis anos, de 1910 a 1926, mas criou no nosso País uma aurora de esperança.
A lenda
«Por isso os historiadores dizem, com razão, que a I República durou escassos dezasseis anos, de 1910 a 1926, mas criou no nosso País uma aurora de esperança.
01/11/2013
Mitos (146) – O TARP foi a socialização dos prejuízos (5)
Outros exemplos do mesmo mito: (1), (2), (3) e (4)
O mito em causa, muito carinhosamente alimentado pela esquerda europeia, é o TARP (Troubled Asset Relief Program) ter sido inventado pela administração Bush para salvar a bolsa dos capitalistas da economia de casino.
Uma das empresas intervencionadas pelo governo americano, com uma participação de 80%, foi a AIG, em tempos a maior seguradora do mundo. O lucro líquido do 3.º trimestre deste ano, o 6.º trimestre com lucro depois da intervenção, aumentou para USD 2,2 mil milhões.
Em Agosto a AIG anunciou o inicío de um programa de compra de acções próprias (share buyback) que agora terminou com a compra de USD 192 milhões. Seguir-se-ão outros até ao reembolso da totalidade do capital injectado pelo governo americano com mais-valias. (Financial Times)
O que isto nos faz lembrar? O BPN, o banco cuja nacionalização, há precisamente 5 anos feitos hoje, «não custaria nada», garantiu Teixeira dos Santos, e já vai em 7 mil milhões. Teixeira dos Santos que jura agora «não me arrependo de ter nacionalizado o BPN» (*), o que permite classificá-lo como um semi-bourbon - um Bourbon que apesar de nada aprender, como os outros, tudo esquece, diferentemente do resto da família que nada esquece.
(*) Como Mário Soares, aqui muito bem lembrado pelo Blasfémias, eu diria mesmo mais: «por muito menos que isto, foi morto o Rei D. Carlos».
O mito em causa, muito carinhosamente alimentado pela esquerda europeia, é o TARP (Troubled Asset Relief Program) ter sido inventado pela administração Bush para salvar a bolsa dos capitalistas da economia de casino.
Uma das empresas intervencionadas pelo governo americano, com uma participação de 80%, foi a AIG, em tempos a maior seguradora do mundo. O lucro líquido do 3.º trimestre deste ano, o 6.º trimestre com lucro depois da intervenção, aumentou para USD 2,2 mil milhões.
Em Agosto a AIG anunciou o inicío de um programa de compra de acções próprias (share buyback) que agora terminou com a compra de USD 192 milhões. Seguir-se-ão outros até ao reembolso da totalidade do capital injectado pelo governo americano com mais-valias. (Financial Times)
O que isto nos faz lembrar? O BPN, o banco cuja nacionalização, há precisamente 5 anos feitos hoje, «não custaria nada», garantiu Teixeira dos Santos, e já vai em 7 mil milhões. Teixeira dos Santos que jura agora «não me arrependo de ter nacionalizado o BPN» (*), o que permite classificá-lo como um semi-bourbon - um Bourbon que apesar de nada aprender, como os outros, tudo esquece, diferentemente do resto da família que nada esquece.
(*) Como Mário Soares, aqui muito bem lembrado pelo Blasfémias, eu diria mesmo mais: «por muito menos que isto, foi morto o Rei D. Carlos».
ESTADO DE SÍTIO: O guião/argumentário do Dr. Portas só desiludiu quem estava iludido
A primeira coisa que salta à vista no guião/argumentário do Dr. Portas, cuja gestação consumiu quase nove meses, é o lettering. Com o seu Arial Narrow corpo 16, é uma boa escolha para pessoas visualmente diminuídas e, portanto, muito adequada para o público-alvo do argumentário.
A segunda é a extensão do guião que daria para um filme de grande duração – por exemplo o «Hitler: ein Film aus Deutschland» de Hans-Jürgen Syberberg que dura mais de 7 horas.
A terceira é que, se olharmos para a coisa como um movie script, falta saber como e onde vamos rodar o firme, quem vai dirigir o filme, quem são os actores, o guarda-roupa, etc. e, acima de tudo, quem é o produtor.
A segunda é a extensão do guião que daria para um filme de grande duração – por exemplo o «Hitler: ein Film aus Deutschland» de Hans-Jürgen Syberberg que dura mais de 7 horas.
A terceira é que, se olharmos para a coisa como um movie script, falta saber como e onde vamos rodar o firme, quem vai dirigir o filme, quem são os actores, o guarda-roupa, etc. e, acima de tudo, quem é o produtor.