30/09/2009

A obra com maioria absoluta foi o que foi. E com maioria relativa, como será?

Durante o mandato que agora termina o querido líder alcançou os seguintes extraordinários resultados:
  • Crescimento médio anual do PIB português 0,1%; na UE-27 foi de 1% no mesmo período

  • Ranking da competitividade segundo o WWF passou de 24.º em 2004 para 43.º em 2009

  • Défice externo anual médio 8,8% do PIB; em consequência o endividamento externo aumentou de 64% para mais de 100% do PIB

  • Défice público ciclicamente ajustado deve situar-se acima de 6% do PIB em 2009

  • Aumento da carga fiscal de 34,9% do PIB em 2004 para mais de 37% em 2009

  • Despesa pública, apesar do corte no investimento público, subiu de 46,5% do PIB em 2004 para mais de 50% em 2009

  • Dívida pública directa subiu mais de 15 pontos percentuais do PIB, chegando a 75% em 2009

  • Endividamento público total (incluindo as empresas públicas não financeiras e os encargos previstos com parcerias público-privadas e concessões) aumentou mais de 20% do PIB atingindo 110% em 2009

  • Desemprego passou de pouco mais de 7% para mais de 9%; na UE-27 desceu meio ponto percentual

  • Esforço fiscal relativo (carga fiscal face ao nível de vida) aumentou de 118,2% em 2004 para cerca de 124% da média europeia a sétima mais elevada dos 27 e a quarta maior subida.

FONTE: «E agora, com maioria relativa?!...», artigo de opinião de Miguel Frasquilho no Jornal de Negócios

O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES LEITORES: mentiras, inverdades, sobreiros e eucaliptos

«É evidente que a manipulação de dados e consciências é isto mesmo – a mistura de verdades em mentiras, resultam em inverdades, tal como acontece com outra falácia do “aquecimento global”, pandemias, etc.…
Ora, falando de inverdades no resultado das legislativas 2009, para além da “extraordinária vitória” do P$ e respectiva perda de mais de meio milhão de votos e 24 deputados (faltando ainda o apuramento dos resultados no estrangeiro, previsto para 7 de Outubro p.f.), como referiu e muito bem e, de acordo com [os resultados oficiais finais para o território nacional], comparativamente a 2005, cujos resultados foram: 28,7% -1.639.802 votos - 72; o PSD/MFL ganhou 29,09% do eleitorado votante, o que equivale a 1.646.071 votos e 78. Em suma, não perdeu votos, antes pelo contrário ganhou (pouco é certo) mas ganhou 6269 votos.
Este resultado para todos os efeitos até que não foi mau, tendo em conta os 2 eucaliptos a secarem-lhe o terreno, não sei quantos cardos e ervas daninhas pelo meio, mais uma prestação tímida e pouco ou nada folclórica. Podia ter sido melhor é certo, mas considerando todas as “maleitas” e asfixias que o país e os cidadãos sofrem, na minha opinião, foi um bom resultado.
A matemática é infalível, só que para um país dormente, com 650000 cidadãos analfabetos e outros tantos analfabrutos, a “central manipuladora” (vulgo media vendida) faz os possíveis para alastrar as pragas e ninguém corrige… nem no próprio PSD?! Isso é o que me causa verdadeira apreensão! Será que o PSD está em fase de implosão, ou fusão?! De qualquer forma é estranho e devem-se explicações a mais de 1 milhão e meio de cidadãos.
Outro sintoma da doença (será Gripe da política?) é o facto do próprio PR fazer hoje uma comunicação aos media, às 20:00H. Pergunto, essa comunicação não deveria ser feita ao país???
Algo está em franca decomposição na central de compostagem que alguns chamam Portugal


[de um email de AP]

29/09/2009

A visibilidade externa do conúbio entre o governo socialista e os negócios

Segundo os analistas do UBS, a vitória do PS é boa para António Mexia, que fica garantido até ao final do mandato na EDP. E o que é bom para António Mexia é bom para a EDP, pelo que a UBS mudou a recomendação para «buy».

Que os analistas da UBS percebam como funcionam os negócios em Portugal, isso só abona a seu favor. Que os locais não percebam o que isso significa de falta de transparência e de promíscua relação do governo com as empresas e dos negócios e como isso prejudica os negócios e as empresas, isso só abona em seu desfavor.

ARTIGO DEFUNTO: o que é uma derrota segundo os manipulados do ionline

A pesada derrota que o PSD sofreu nas legislativas e a derrota de Manuela Ferreira Leite traduzidas em números são o quê?

A derrota do PSD de MFL foi o ganho de 6 deputados e a perda de 7 mil votos. A vitória do PS de José Sócrates foi a perda de 24 deputados e de mais de 500 mil votos. (*)

(*) Resultados nacionais

Manipulado = Uma notícia preparada numa farmácia de manipulação e zelosamente publicada por um ou mais jornalistas esperançosos de um dia serem convocados para uma comissão de serviço.

ARTIGO DEFUNTO: não sendo novidade, não deixa de ser deprimente para os jornalistas

Uma criatura que frequente assiduamente os jornais portugueses não fica surpreendida ao saber pelo estudo de Vasco Ribeiro (*) que dois terços das notícias são fabricadas pelos spin doctors que enxameiam os gabinetes do governo e de muitas grandes empresas. Algumas dessas empresas têm ligações umbilicais ao governo, através de golden shares (EDP, PT, etc.), através de apparatchiks fat cats (Millenium bcp, etc.) ou de empresários em união de facto com o governo (grupo Espírito Santo, Martifer, etc.), de modo que podemos simplificar englobando no complexo político-empresarial socialista.

Uma tal criatura não fica surpreendida senão pelo grau de alienação da corporação jornalística que, nalguns casos por menos do que um prato de lentilhas, esquece um módico de deontologia profissional e nem ao menos cita a fonte profissional da informação (só 1,3% o faz).

(*) «Fontes sofisticadas de Informação – Análise do produto jornalístico político da imprensa nacional diária de 1990 a 2005», Media XXI

28/09/2009

BREIQUINGUE NIUZ: os desafios do novo primeiro-ministro

Segundo o canal do governo, «Bruxelas vai abrir procedimentos por "défice excessivo" a Portugal». De acordo com alguns analistas, o novo primeiro-ministro ficou surpreendido e irá aumentar os impostos para fazer face ao défice da responsabilidade do seu antecessor.

Um conto de um sobreiro e dois eucaliptos

Era uma vez um sobreiro doente chamado PSD entalado entre dois eucaliptos: o velho eucalipto Cavaco Silva e o novo eucalipto Sócrates. O velho eucalipto seca o solo há 14 anos à volta do sobreiro e o novo eucalipto faz o mesmo vai para 5 anos. Se o novo eucalipto se aguentar até às eleições presidenciais, o velho eucalipto garantirá a morte do sobreiro nos 5 anos seguintes.

27/09/2009

Centro político, o grande derrotado (ACTUALIZADO)

Para onde foram os 520 500 mil votos de 2005 perdidos pelo PS? Não foram para o PSD que conseguiu o mais difícil: perder 10 mil recuperar ganhar apenas 6 mil votos dos resultantes das patetices de Santana Lopes. Ou terão ido, em parte, se o PSD tiver perdido 175 mil dos seus votos de 2005 para o CDS. Dos 520 500 mil perdidos pelo PS, uma parte significativa ter-se-á transferido para o BE e explicará o seu aumento de 190 mil votos. O resto dos eleitores do PS de 2005 votou com os pés.

Tudo visto, o centro político perdeu mais cerca de meio milhão de votos para os extremos do espectro político. Quase 40% dessas perdas foram ganhas pelos partidos das diversas modalidades de estado soviético.

Palpitações à boca das urnas

A abstenção vai baixar significativamente. O PS vai ficar abaixo das últimas sondagens - a excitação dos últimos dias pode ter libertado o voto útil no PS a favor do BE e do PCP. O BE poderá ter uma votação histórica e alcançar o seu apogeu. CDS e PCP vão ficar acima dos resultados de 2005. O PSD fica uns pontos abaixo do PS, o suficiente para Sócrates cantar vitória e os challengers de MFL começarem a agitar-se. PSD e CDS juntos não conseguem a maioria na AR. Os «Outros» ficarão abaixo das sondagens - na hora da verdade muitos eleitores votarão «útil».

26/09/2009

O voto do (Im)pertinências é um voto impertinente



Para quem, como nós, defende o primado das liberdades individuais e um estado mínimo não há votos a favor no leque de escolhas do actual espectro partidário. As escolhas disponíveis são entre duas modalidades do estado soviético e três modalidades do estado social e outras exóticas variantes dessas duas famílias. Há, quanto muito, o voto útil, que é um voto inútil para afirmar uma escolha política liberal.

O nosso voto inútil vai, como não podia deixar de ser, para o PSD. Porque sendo um partido híbrido, onde convivem socialistas mitigados, que partilham o mesmo colectivismo do PS, e uns poucos liberais envergonhados, manterá (com alguma sorte nossa, não reforçará) o estado social com menos convicção e mais incompetência do que o PS. Mas o nosso voto vai, sobretudo, contra o PS de José Sócrates, a clique com menos escrúpulos, que mais promoveu a promiscuidade entre política e negócios, com mais cinismo e que mais ocupou e usou o aparelho de estado na defesa dos seus interesse e mais manipulou a opinião pública, que Portugal viu desde a queda da I República. E fê-lo arruinando o país que quatro anos e meio depois tem mais desemprego, está mais pobre (*), menos produtivo e mais endividado. Um país que soçobra debaixo do peso crescente dum estado incompetente e omnipresente que afoga a pouca iniciativa empresarial, que promove a dependência e asfixia as liberdades.

É uma questão de higiene.

Impertinente                 Pertinente


(*) O gráfico do índice caranguejo de A destreza das dúvidas fala por si.

25/09/2009

Take Another Plane - «Quem precisa de pilotos da TAP?»

É uma boa pergunta da Ryanair que não lhe convém responder, porque a resposta seria: a Ryanair em particular e os operadores low cost em geral.

Se a TAP fosse uma empresa privada tecnicamente falida, como de facto está a empresa pública, teriam os seus pilotos feito a greve em curso de que se orgulham ter afectado só ontem 172 voos? Greve, recorde-se. para reivindicar a «reposição do poder aquisitivo perdido pelos pilotos ao longo de 10 anos de concessões» por quem tem salários mais de 10 vezes superiores à média do país. Tudo isto num mercado de trabalho internacional onde existe um excesso de pilotos, o que não tem nenhumas consequências devido às barreiras artificialmente criadas pela circunstância de se tratar duma corporação profissional numa empresa pública.

Queixam-se os pilotos que «estão 25% abaixo dos seus homólogos europeus». Não sei quem o sindicato considera homólogo, mas suspeito que serão os pilotos alemães, franceses ou ingleses. Não sei se o sindicato considerou para calcular essas equivalências as paridades do poder de compra, mas suspeito que não e tenho a certeza que se esqueceram que em muitas profissões qualificadas os respectivos profissionais portugueses recebem salários nominais entre 50% a 75% «abaixo dos seus homólogos europeus».

24/09/2009

CASE STUDY: o valor do canudo

Um tanto surpreendentemente, Portugal surge no gráfico seguinte como um dos países da OCDE em que os licenciados têm um rendimento adicional (*) mais elevado durante a sua vida de trabalho. Porquê surpreendentemente? Ora, porque sendo má a qualidade média das universidades portuguesas e estando as melhores longe do topo do ranking, seria de esperar que uma graduação não representasse uma mais-valia tão significativa em termos relativos. A explicação talvez seja a reduzida mobilidade social na sociedade portuguesa e a inerente importância dos títulos que confere aos detentores dum canudo, frequentemente independente da qualificação e das competências, um passe social para a ascensão.



[Fontes: Learning and earning, Sep 8th 2009 e It still pays to study, Sep 10th 2009, ambos da Economist]

(*) Os valores do relatório da OCDE são os valores actuais líquidos descontados a uma taxa de juro de 5%, sendo as comparações entre países baseados na paridade do poder de compra.

23/09/2009

ESTADO DE SÍTIO: não sendo asfixia, será falta de ar?

Terá a Dinalivro atrasado intencionalmente a distribuição da biografia não autorizada "José Sócrates - o homem e o líder» do jornalista Rui Costa Pinto impedindo a sua publicação antes das eleições?

Se não, será que não perceberam a oportunidade de vender uns milhares de exemplares em poucos dias?

Se sim, será porque são referidas situações de «pressão sobre a comunicação social»? Será porque o homem é classificado peo autor como «bipolar» (o conflito entre o Sócrates «animal feroz» e o José «bonzinho»)?

Estado empreendedor – (8) quando a energia se esgota na manipulação mediática

A entropia da política energética já aqui foi abordada no (Im)pertinências. Vem agora a confirmação que o projecto Pelamis de energia das ondas continua à deriva.

Quanto à energia eólica, para se perceber a dimensão das asneiras em curso recomenda-se a leitura do post «Clusters industrais nas renováveis: 23 mil empregos, ou a fraude portuguesa do século? Parte I – eólicas» (uma dica de AP).

22/09/2009

Reparando outra distracção

Lá porque aqui em casa também não apreciamos especialmente o homem e muito menos as suas ideias, não é caso para deixar de relevar a recusa de Manuel Carrilho cumprir as instruções do ministro dos Negócios Estrangeiros para votar no ministro da Cultura egípcio Farouk Hosny para secretário-geral da UNESCO. A principal obra cultural de Farouk Hosny em 22 anos que leva de ministro foi a promessa de ele próprio queimar todos os livros em hebraico que porventura encontrasse na biblioteca de Alexandria.

Estado empreendedor – (7) as vendas do engenheiro Sócrates ao coronel Chávez

«Chávez já comprou 110 milhões a empresas portuguesas» titula entusiasmado o Diário Económico, citando uma fonte do ministério da Economia. Talvez sim, talvez não. Segundo os dados do INE, de Março a Julho as exportações para a Venezuela somaram cerca de 52 milhões ou cerca de 0,4% do total das exportações.

Tais números, sejam eles os entusiásticos 110 milhões ou bastante menos, manifestamente não justificam o entusiasmo do DE e muito menos o alarido do governo, nem dão substrato ao amor assolapado entre os dois queridos líderes, talvez mais fruto da comunhão de mundivisões do que do mesquinho interesse comercial.

21/09/2009

Reparando a distracção

A propósito deste artigo de opinião sobre a reeleição de Durão Barroso, goste-se ou não homem (aqui em casa não é especialmente apreciado), concorde-se ou não com as suas ideias (aqui em casa nem por isso), é justo reconhecer que é notável só o facto de ter conseguido tornar inevitável a sua eleição para um posto invejado, a que não faltavam candidatos aguardando na sombra. É simplesmente o político português com maior projecção e notoriedade neste século e, aparte o Botas e o amigo de Miterrand (neste caso muito à custa da poderosa IS), até desde o século passado. Quando se lê a imprensa internacional de referência (por exemplo a Economist ou o Wall Street Journal) confirma-se uma avaliação globalmente positiva do seu mandato em condições reconhecidamente muito difíceis.

DIÁRIO DE BORDO: Erupções vistas do espaço (3)


Erupção na caldeira Chatién no Chile fotografada da International Space Station em Maio de 2008.
(Fonte: Wired)

Estado empreendedor – (6) quando o remédio piora a doença

«Portugal desceu três lugares no ranking mundial da Competitividade Tecnológica 2009, caindo para a 30ª posição. No conjunto dos 66 países avaliados, Portugal ocupa a 30ª posição, enquanto que ao nível da Europa Ocidental surge na 15 posição entre 16 países.» (Diário Económico)

Os apparatchiks do Plano Tecnológico explicam que o estudo se baseia em dados desactualizados, mas não explicam porque a sua tecnologia não foi capaz de fornecer dados actualizados.

20/09/2009

Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (35) com amigos assim não são precisos inimigos

Obama's Missile Offense
It's better these days to be a U.S. adversary than its friend


President Obama promised he would win America friends where, under George W. Bush, it had antagonists. The reality is that the U.S. is working hard to create antagonists where it previously had friends.

That's one conclusion to draw from President Obama's decision yesterday to scrap a missile-defense agreement the Bush Administration negotiated with Poland and the Czech Republic. Both governments took huge political risks—including the ire of their former Russian overlords—in order to accommodate the U.S., which wanted the system to defend against a possible Iranian missile attack. Don't expect either government to follow America's lead anytime soon.

The European switcheroo continues Mr. Obama's trend of courting adversaries while smacking allies. His Administration has sought warmer ties with Iran, Burma, North Korea, Russia and even Venezuela. But it has picked trade fights with Canada and Mexico, sat on trade treaties with Colombia and South Korea, battled Israel over West Bank settlements, ignored Japan in deciding to talk with North Korea, and sanctioned Honduras for its sin of resisting the encroachments of Venezuela's Hugo Chávez.

We're reminded of the rueful quip, by scholar Bernard Lewis, that the problem with becoming friends with the U.S. is that you never know when it will shoot itself in the foot.


[Ler o resto aqui]

Estado empreendedor – (5) Cosec

Não vou agora discutir a bondade ou o racional (*) da decisão de nacionalizar uma seguradora que começou em 1969 por ser privada com capitais públicos, que foi nacionalizada durante o PREC e privatizada entre 1989 e 1992, com o BPI como accionista maioritário. Em 2004 a Euler Hermes, uma seguradora de crédito e cauções do grupo Allianz, entra no capital com 50%.

Também não vou insistir sobre as mentiras do pior de 19 ministros das Finanças europeus que há 2 meses e meio anunciava o acordo com a Euler Hermes e o BPI, acordo que ficamos esta semana a saber ainda continua por fechar e não se sabe quando será fechado. Vou apenas constatar que só se sabe que o governo para o fechar terá que extorquir aos sujeitos passivos uma quantia maior do que o esperado.

(*) O racional é fácil de perceber: apanhado numa sessão de propaganda qualquer pelas pedinchices de empresários que lhe saltaram para o colo, queixando-se que não exportavam porque a Cosec não garantia os riscos de crédito (imagine-se porquê), o engenheiro Sócrates, possivelmente ignorante até aí da existência de tal coisa, desarrolhou mais uma promessa de nacionalizar o suspeito.

18/09/2009

Estado empreendedor – (4) Aerosoles Investvar

A Aerosoles Investvar «já foi apontada (por quem?) como o modelo de sucesso da indústria de calçado de Portugal e que foi responsável por 5% das exportações nacionais.» Agora deve mais de 40 milhões de euros e já foi várias vezes injectada pelo Estado empreendedor do engenheiro Sócrates.

Esta semana o empresário de sucesso disse em Milão estar «confiante na conclusão bem sucedida do processo de reestruturação financeira da empresa e acredita que o Estado vai injectar mais capital na empresa».

«No acordo estabelecido entre as partes, mas que falta ainda formalizar, o Estado e os bancos ficariam com a componente comercial do grupo e Artur Duarte, acompanhado por outros accionistas, com a área industrial». Isto, bem entendido, se Artur Duarte não «roer a corda», caso em que «vai tudo à falência».

CASE STUDY: Kolumbine am Main

Alunos e professores dum liceu em Ansbach atacados com cocktails Molotov, 6 meses depois de 15 pessoas serem mortas numa escola em Winnenden? Como é que isto pode acontecer no país mais social da Europa social? Isto não deveria acontecer noutro continente (e apenas durante os mandatos de presidentes republicanos)? Anyway, onde é que está Michael Moore?

17/09/2009

A doença do cão cura-se com o pêlo do próprio cão, d’après Monsieur Jamais Lino

Segundo o Diário Económico, «o ministro Mário Lino garantiu que o projecto de alta velocidade (TGV) contribui para combater o endividamento e explicou que o investimento total no projecto será pago em 45% pelo próprio projecto, através das receitas de bilhetes e do transporte de mercadorias, em 20% por fundos comunitários e em 35% pelo Estado português, ou seja três mil milhões de euros ao longo de 40 anos

Vamos ver se percebi. Os 35% que não são cobertos pelos proveitos gerados pelo investimento nem pelos donativos comunitários vêm de onde? Do Estado português, diz o engenheiro Lino. E de onde vêm o dinheiro do Estado português? Costuma ser da dívida e depois dos impostos ou dos impostos e depois da dívida.

ESTADO DE SÍTIO: a máquina socialista em movimento

Ao contrário da leitura de José Niza, que usa os métodos que condena, o quid da extinção do Jornal Nacional de Sexta da TVI não está obviamente na personalidade (doentia) ou no estilo (insuportável) de MMG. Se essa personalidade e esse estilo estivessem ao serviço do socialismo pós-moderno e da maçonaria, outro galo cantaria. O galo que cantou foi pressionado por uma estranha urgência, depois de conviver anos com a personalidade e o estilo e «os posicionamentos político-partidários de MMG e do seu marido, .... um ódio visceral ao PS ... deputada do CDS na AR».

O quid está nos armários socialistas cheios de esqueletos que MMG vasculhava.

DIÁRIO DE BORDO: Erupções vistas do espaço (2)


Vulcão Etna na Sicília. Tem meio milhão de anos e é talvez o mais antigo em actividade. (Fonte: Wired)

16/09/2009

A crise que o governo socialista empurrou para debaixo do tapete está de volta

Agora que, segundo o presidente do Fed a recessão americana «está provavelmente superada», as maiores economias europeias também estão a dar sinais positivos, a recessão asiática é coisa do passado e o resto tem pouco peso, vamos voltar ao business as usual, ou seja à escassez de bodes expiatórios para responsabilizar pelo beco sem saída para onde anda a ser empurrada pelo PS e PSD (na proporção 80% / 20%) a economia portuguesa. Seria um desafio para o marquetingue de José Sócrates, caso o PS ganhasse as eleições e formasse governo – vade retro.

Pior a emenda que o soneto – a visão de J. Rogers sobre a génese da crise e a medicina que está a ser usada para a tratar

Excertos da entrevista a Jim Rogers na Veja de 26-08 (*)

Muito se fala que a crise foi a mais severa desde a Depressão dos anos 30. O senhor corrobora essa avaliação?

Para muitos países, foi, sem dúvida. Os Estados Unidos e a Inglaterra sofrerão por muitos anos ainda os efeitos da crise. Não ficarei surpreso se a economia americana tiver uma década perdida. Como muitos pareciam imaginar, no fim das contas os Estados Unidos mostraram que não são uma terra encantada, onde nada de ruim pode acontecer. O país enfrentará, sim, desafios sérios, como já enfrentou no passado. A recessão poderá até se prolongar se o governo americano continuar a cometer erro atrás de erro.

Que erros foram esses?

O maior equívoco foi o fato de o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) e o Tesouro dos Estados Unidos não terem permitido, na última década, que nenhuma grande instituição financeira fosse à lona. Toda vez que alguém se via às voltas com alguma encrenca, chamava logo o Alan Greenspan, ex-presidente do Fed, e dizia: "Salve-me, salve-me, salve-me!". O governo abraçava a causa e salvava a empresa. Para isso era necessário imprimir mais dinheiro. O Fed e o Tesouro fizeram isso diversas vezes. Por isso são os maiores culpados pela enrascada. Eles sinalizaram que não havia risco, pois sempre correriam ao resgate dos incautos. Em 1998, o Long Term Capital Management (LTCM) enfiou os pés pelas mãos e chegou à beira da falência. Era uma grande empresa de investimentos vitimada por apostas que pareciam espetaculares! Até que sobreveio a moratória russa. O Fed e o Tesouro deveriam ter deixado o LTCM afundar. Teria sido uma lição para todos, e hoje, como resultado dela, o Lehman Brothers (banco de investimentos que faliu em Setembro passado) ainda estaria no negócio e o Bear Stearns (outro falido) também.

Mas não havia o risco de recessão?

Não. O risco maior foi sinalizar para o mercado que eles estavam atuando sob proteção. Isso explica por que muita gente boa assumiu riscos que acabam mais tarde envenenando as instituições financeiras. Em um mercado sem risco os mecanismos de depuração do capitalismo deixam de funcionar e os incompetentes são premiados com a permissão de continuar no jogo quando deveriam ter sido banidos. Aliás, o Fed deveria ter varrido os incompetentes logo depois do estouro da bolha da internet, no ano 2000. Ali também, a pretexto de evitarem a recessão, as autoridades foram frouxas e acabaram permitindo a formação de uma bolha de consumo nos Estados Unidos que insuflou outra bolha especulativa, a do mercado imobiliário. Repetindo, os problemas começaram mesmo depois que o governo americano e seu banco central impediram a falência de quem de outra forma, estaria fora do jogo, sem condições de cometer mais erro! Agora, todos nós vamos pagar por isso durante um bom tempo.

Que efeitos tiveram as ações de emergência da equipe económica de Barack Obama?

O Geithner (Timothy Geithner, secretário do Tesouro) está "por aí" há duas décadas, e veja tudo que já fez. Ele cometeu muitos erros, Esteve envolvido na crise asiática, no fim dos anos 90, quando trabalhava na divisão de assuntos internacionais do Tesouro. Ele ajudou a agravar a crise asiática! Nos últimos anos, antes de ser indicado para dirigir o Tesouro, Geithner havia sido o presidente do Federal Reserve de Nova York, órgão ao qual cabia justamente a supervisão das atividades de Wall Street e dos bancos. Quando esses bancos começaram a apresentar problemas, ele ajudou a resgatá-los, em vez de deixá-los quebrar. Se fosse dar uma nota, diria que Geithner é pior que zero! E o que dizer do Summers (Lawrence Summers, conselheiro económico de Obama)? Foi ele que ajudou a arquitetar o plano de resgate do LTCM em 1998, quando estava no Tesouro, durante o governo de Bill Clinton. Como vimos, isso foi um divisor de águas na história das finanças. Ele marcou o início da era da leniência com os gestores incompetentes e imprudentes. Esses senhores têm agido assim por anos a fio. Eles conseguem estar sempre errados.

Mas alguma coisa certa eles fizeram, pois o risco de falência sistêmica foi afastado, não?

Nós estamos ainda em uma situação de risco sistêmico! O risco vai estar conosco enquanto os bancos forem vistos como instituições grandes demais para que possam ser deixadas à própria sorte quando se metem em encrencas. Durante séculos, sempre foi normal bancos irem à bancarrota. Isso nunca foi o fim do mundo. O correto é deixar meia dúzia de pessoas se arruinar justamente para que outros indivíduos mais competentes apareçam, assumam os ativos bons e comecem tudo de novo. Isso é o capitalismo. Os grupos que tiram do bolso a carta da iminência do risco sistêmico estão apenas dramatizando a situação para tentar conseguir algum tipo de ajuda salvadora. São eles que clamam aos governos: "Salvem-nos, salvem-nos, salvem-nos! Se não fizerem isso, o mundo vai acabar!". É compreensível que ajam assim, porque só o que querem é ser salvos. Qual seria a melhor maneira de agir? Veja o caso dos bilhões de dólares destinados ao resgate de bancos. Se o governo tivesse ajudado apenas os competentes, o resultado teria sido muito melhor. Mas vêm sendo usados recursos para tentar revigorar ativos de má qualidade. Essa ideia mostra que o governo americano atingiu o pico da insanidade. Isso significa enfiar dinheiro pelo buraco! Quanto mais capital for torrado com ativos ruins, menos recursos sobrarão para ser investidos em coisas que realmente contam. A duração dos efeitos danosos da crise é diretamente proporcional aos valores desperdiçados.

Muitos analistas justificam o salvamento dos bancos com base na grande lição deixada pela crise dos anos 30 - a de que agir rápido é fundamental…

Os governos hoje têm sido, de fato, mais rápidos. Mas o problema é que continuam agindo errado. No passado recente, viu-se uma correria para tomar decisões que culminaram em planos de resgate e outros tipos de intervenção. Não raro, passado certo período, muita coisa era refeita. Em algumas situações, gostaria até que eles fossem mais lentos. Assim, levariam mais tempo para agir e, quem sabe, não cometeriam tantos erros e tão rapidamente. Mesmo na década de 30, o país não precisava ter passado por uma retração tão acentuada. Assim como hoje, o problema não foi se o socorro veio cedo ou tarde. O que levou à Grande Depressão foi o fato de os governantes terem cometido erros terríveis. Então, os bons números atuais não podem ser vistos como garantia de que a economia americana está efetivamente se recuperando? Tivemos dez ou quinze anos dos piores excessos já vistos no mercado de crédito - não só da história americana, mas de todo o mundo. Quando se vive um exagero gigantesco como esse, alguém tem de pagar o preço. Não se pode simplesmente acordar de manhã e dizer: "Está tudo bem agora. Vamos esquecer o que foi feito nos últimos quinze anos". É inevitável que os Estados Unidos tenham de sofrer. O grande problema da economia americana é que o consumo e o endividamento inflaram demais. Agora, na tentativa de reverter esse problema, optou-se por mais dívidas, mais consumo e mais empréstimos. É insano imaginar que uma distorção possa se resolver com mais daquilo que foi sua causa original. Os americanos precisam reduzir dramaticamente seu ritmo de consumo, ampliar significativamente sua taxa de poupança e começar tudo de novo. Não estou sugerindo que esse é um processo prazeroso. Mas é o que tem de ser feito.


(*) Co-criador com George Soros do Quantum, o fundo de investimento com maior rentabilidade em toda a história.

15/09/2009

DIÁRIO DE BORDO: la force brute et caetere à vaincue la souplesse et caetere



O et caetere de cada um deles tem muito que se lhe diga. Prefiro o et caetera do Fed Express.

BLOGARIDADES: cada um tem os seguidores que merece

Lêem-se os comentários dos prosélitos de José Sócrates semeados nos posts dos blogues inimigos e não se acredita. Eis dois exemplos dos muitos citados no Blasfémias:

Diz-me lá ó palonço de merda, se o Sócrates é o chefe, o que é a puta da Velha ?


… No dia 27 tou lá às 8 da manhã a votar no Sócrates, cabrão de merda

Serão exemplos de práticas que o querido líder classificaria de liberdade respeitosa?

Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (34) yes, they can

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As coisas de facto mudam. Nem sempre pelas melhores razões. Mais de um milhão de americanos votaram com os pés o Obamacare (reconheça-se que, possivelmente na maioria dos casos, por más razões). Tivesse sido a manifestação nos tempos do texano tóxico, qualquer que fosse o motivo, o bando do politicamente correcto europeu teria estremecido de excitada solidariedade. Agora não se lhe ouve um pio.

13/09/2009

DIÁRIO DE BORDO: ela não é ele e isso é importante

Para ser sintético, a principal vantagem da doutora Ferreira Leite sobre o engenheiro Sócrates é, apesar da proximidade das doutrinas e da coincidência da maioria das políticas, ela não é ele.

Leon Trotsky reencarnou como Francisco Louçã

«As empresas criam emprego, mas também criam desemprego», disse Francisco Louçã no debate com Paulo Portas. Isto não é para qualquer um. É preciso muito estudo, muitas teses.

Faltou tirar as consequências: a maneira de acabar com os despedimentos é acabar com as empresas. Leon Trotsky foi morto com a picareta de Estaline, e reencarnou como picareta falante no tele-evangelista.

12/09/2009

DIÁRIO DE BORDO: Erupções vistas do espaço (1)


Vulcão Kliuchevskoi na península Kamchatka, visto do space shuttle Endeavour in 1994. (Fonte: Wired)

Os salários de miséria são altos de mais

Vem a propósito do problema mais crítico da economia portuguesa aqui tratado, citar Daniel Amaral, no Diário Económico, que se surpreende com o paradoxo dum país que tem salários significativamente mais baixos do que a maioria dos europeus, a começar pelos vizinhos aqui ao lado, país em que quase 1 em 5 pessoas tem um rendimento inferior a 400 euros por mês, e onde estranhamente os rendimentos do trabalho representem metade da riqueza produzida, mais do que qualquer outro país europeu.

Um país assim onde no ano passado «com a economia estagnada e a produtividade a cair, os salários aumentaram 3,4%». Um país assim, com um governo a quem Daniel Amaral presta frequentemente lip service (discreto, acrescente-se em seu abono), que no seu programa passa ao lado das políticas que poderiam atacar a raiz do problema.

11/09/2009

ESTÓRIAS E MORAIS: pôs a boca no trombone depois de a orquestra ter arrumado os instrumentos

Estória

Pelo que se sabe a respeito do Millenium bcp, a administração de Jardim Gonçalves, que incluiu desde sempre Filipe Pinhal, ontem entrevistado pelo Jornal de Negócios, esteve envolvida até ao pescoço em inúmeras trapalhadas. Esquecendo as trapalhadas, se a administração fosse avaliada apenas pela destruição de valor para os accionistas isso chegaria para justificar a sua demissão em bloco lá por alturas do 2º ou 3.º mandato.

Durante estes anos o que fez Filipe Pinhal? Não se sabe bem. O que se ficou a saber pela sua boca foi o que outros terão feito no final desses anos. Cilada da concorrência (BES, olaré!), cabalas, manipulação da opinião pública, assalto ao poder, traições várias dos accionistas, tudo devidamente facilitado pelos homens de mão do governo. Muito provavelmente a maior parte disto poderá ter acontecido, à sombra da promiscuidade entre poderes económicos e políticos, maleita congénita neste cantinho esquecido da Europa, da qual maleita a administração a que pertenceu Filipe Pinhal beneficiou alegre e abundantemente sem um queixume durante um quarto de século.

Moral

Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades.

Nota:
Os links acima são todos para uma pequena parte de quase uma centena de posts que o (Im)pertinências dedicou ao Millenium bcp ao longo de quase 6 anos, para compensar a distracção do ministro anexo em comissão de serviço no BdeP, também ex-secretário-geral do PS e ex-administrador de bancos. Conflito de interesses? Qual conflito de interesses?

10/09/2009

Depois admirem-se

Qual é o problema mais crítico que a economia portuguesa tem de enfrentar? O peso morto da fraca produtidade que reduz a competitividade nos mercados externos para onde temos que exportar, na falta dum mercado interno com dimensão suficiente para a maioria dos produtos.

Seria, portanto, uma boa ideia as políticas propostas pelos partidos com alguma hipótese de virem a ser poder terem em conta os factores de competitividade do Global Competitiveness Report preparado pelo World Economic Forum. Ontem foi divulgado o relatório 2009-2010, mas se os partidos trabalhassem com base no relatório do ano passado chegariam às mesmas conclusões.

Vejam-se os factores mais problemáticos para os negócios e procurem-se nos programas dos partidos do poder as correspondentes políticas e medidas para os superar.
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Em vão.

Veja-se de seguida a posição de Portugal em cada um dos indicadores do Índice de Competitividade Global. A verde estão assinalados aqueles indicadores onde Portugal está posicionado no 1.º decil e a vermelho aqueles em que Portugal está classificado no último quartil.
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O indicador qualidade das estradas onde Portugal está em 9.º lugar é daqueles que mais parece preocupar vários partidos, em especial o partido do governo. Ao contrário, procuram-se em vão políticas ou medidas para atacar as áreas mais críticas, nomeadamente no que respeita ao primeiro e ao sétimo pilares, Instituições e Eficiência do mercado de trabalho.

Depois admirem-se.

09/09/2009

ARTIGO DEFUNTO: quando o «menos» relevante não é o que se gasta mas o «menos» que se obtém

O «menos» que é o mesmo
«Portugal gasta menos do que a média dos 30 países da OCDE em educação. As conclusões são do estudo Education at a Glance, publicado hoje.» (Diário Económico, uma publicação da Ongoing)



Os «menos» que interessam
O menos da tabuada e os outros menos.

Estado empreendedor - (3) Qimonda Solar

05-06-2009
«Um grupo de investidores, liderado pelo InovCapital, comprou esta sexta-feira a Qimonda Solar, num investimento que ascende a 150 milhões de euros e permitirá, numa primeira fase, criar 400 postos de trabalho directos

07-09-2009
«Consórcio salvador já foi desmantelado. Falhou o projecto para salvar a Qimonda Solar.»

NOTA: O consórcio salvador desmantelado incluia os bancos do poder socialista: BES, BCP, Caixa Geral de Depósitos

08/09/2009

DIÁRIO DE BORDO: a não esquecer

Nunca mais fazer o papel do escuteiro que ajuda velhinhos que não querem atravessar a rua.

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: e porque não?

Secção Assaults of thoughts
«Para que servem os exames nacionais? Fantochada estatística. Porque não se utilizam os exames nacionais para aferir dos conhecimentos transmitidos ao aluno e consequentemente para avaliar a os professores e as escolas? Se os resultados aferidos são positivos numa determinada turma, ou escola, é óbvio que o mérito é mútuo, entre aluno e professor.»
Três afonsos, pelo menos, devem ser atribuídos a José Saramago por tão inesperadas perguntas, as quais simultaneamente mostram que se pode encontrar alguma esperança até nos casos mais desesperados.

Eu gostava de acreditar

Na sua coluna Crónica Feminina, na Única do Expresso, Inês Pedrosa sob o título «A Ética» vilipendia do alto da sua superioridade moral Manuela Ferreira Leite, à boleia de Paula Teixeira da Cruz e sem nunca chamar os bois pelo nome, por ter indicado para as listas do PSD o Preto das malas com dinheiro. Zurze também MFL por admitir falta de «golpe de asa» para resolver o problema do desemprego. Se quanto à primeira crítica tem toda a razão, já quanto à segunda revela a irremediável falta de entendimento que os artistas têm da coisa económica e a visão de que economia depende dos palhaços que vão à televisão falar de economia. Crítica ainda MFL, com mais ou menos razão, por vários outros pecados.

Dando de barato a justeza da maioria dessas críticas, seria de supor que IP avaliaria do alto do mesmo elevado padrão ético o governo mais manipulador e o político mais mentiroso, de vida pessoal plena de expedientes, manipulador, sem escrúpulos e de ética mais duvidosa desde a 1.ª República. Desenganem-se. IP termina o seu artigo com este parágrafo assombroso:
«Quanto a esse pressuposto ético fundamental que consiste no respeito pela liberdade individual, não há confusão possível entre as propostas de Manuela Ferreira Leite e José Sócrates. Trata-se de escolher entre o paternalismo e a autodeterminação. Apenas e só isto.»
Eu gostava de acreditar que esta coisa vergonhosa que IP escreve resulta apenas de discernimento limitado e não tem nada a ver com o facto de ter sido bafejada com a tença da direcção da Casa Fernando Pessoa.

07/09/2009

ESTADO DE SÍTIO: as auto-estradas mexicanas do governo socialista (2)

Outro exemplo mais-do-que-perfeito de auto-estrada mexicana do governo é provavelmente o da redução do IVA invocada pelo pior ministro das Finanças como um exemplo de ter feito «o que era possível em termos de redução de impostos».

Enquanto o governo mexicano se congratulava por ter reduzido em apenas 1/3 o número de faixas para melhorar a segurança e tê-lo aumentado posteriormente em 50% para melhorar o tráfego, o governo português foi mais longe e congratulou-se por ter reduzido o IVA de um por cento (de 21% para 20%) depois de o ter aumentado de dois por cento (de 19% para 21%).

06/09/2009

ESTADO DE SÍTIO: as notícias da equivalência entre o cancelamento do Jornal Nacional de Sexta da TVI e o «saneamento» do professor Marcelo são grandemente exageradas

Nos últimos dias li dezenas de equivalências explícitas ou implícitas entre estes dois exemplos de intervenção dos poderes fácticos na liberdade de imprensa, o que demonstra que a memória dos povos é curta e que o discurso do poder contamina o discurso do anti-poder. Contudo, a única coisa comum é ambos os casos se passarem com a TVI. Para refrescar as memórias, desenterrei da torre de tombo o post de há quase cinco anos «A estória está mal contada ou o Impertinências é a Tatiana Romanova», que adiante se republica.

Durante um almoço entre um professor universitário e político e um presidente dum grupo de média, no qual o primeiro fazia o papel de comentador, ambos pertencentes ao círculo das 200 famílias (193 alfacinhas, meia dúzia do Porto e uma de Marco de Canavezes) que constituem la crème de la crème da nação, com uma elevada taxa de inbreeding, os dois ligados por laços parentais (a namorada de um é irmão da mulher do outro), durante o almoço, dizia eu, o presidente pede ao comentador para «"repensar" o conteúdo dos seus comentários dominicais». Este considera-se pressionado e, após a sobremesa, conclui: «Só vejo uma solução, eu saio.» [ver por exemplo o DN]

Esta estória foi contada pelo comentador à AACS, após 3 semanas de intenso circo mediático, numa sessão que, por coincidência, foi aberta aos média e amplamente divulgada pelas televisões.

No dia seguinte um empregado (Pedro Pinto) do presidente do grupo de média, durante uma entrevista na televisão do grupo pergunta insolentemente ao seu patrão a propósito das declarações dele e do comentador: «há aqui duas versões de uma mesma conversa entre duas pessoas. Alguém está a mentir. Não acha Eng. Paes do Amaral?».

Se o professor Marcelo é uma vítima de pressões e de limitação da sua liberdade de expressão, então eu sou a Tatiana Romanova e vou ali e já venho. Quando voltar vou propor ao doutor Sampaio que receba em audiência o jornalista Pedro Pinto, lhe atribua a Ordem de Santiago e, no próximo 10 de Junho, o declare herói da pátria por feitos na guerra contra o patronato pela defesa da liberdade de expressão.

ESTADO DE SÍTIO: as auto-estradas mexicanas do governo socialista

Ocorre-me frequentemente uma estória, cuja origem não me lembro e veracidade desconheço, a propósito dos feitos económicos do governo, anunciados várias vezes ao dia nos últimos mais de 4 anos pelos megafones da central de manipulação ao seu serviço. Em particular, quando recentemente o governo se enfeitou com os louros do crescimento em cadeia de 0,3% no 2.º trimestre (aqui tratado pelo Pertinente) que seguiu à queda de 2% e 3,9% nos trimestres anteriores.

A estória é a de uma auto-estrada que o governo mexicano teria inaugurado com pompa e circunstância pelo facto de dispor de 3 estreitíssimas faixas. As faixas, de tão estreitas, originaram inúmeros acidentes, forçando o governo passado pouco tempo a reduzi-las para duas, com o argumento que da redução de pouco mais de trinta por cento do número de faixas resultaria um maior acréscimo de segurança. Talvez o resultado tivesse sido mais segurança, mas o que resultou, sem margem para dúvidas, foram enormes engarrafamentos que levaram o governo a voltar ao número original de faixas anunciando entusiasticamente que o número de faixas iria ser aumentado de cinquenta por cento.

05/09/2009

CASE STUDY: chamou o lobo mau à casa dos porquinhos

«O crescimento do Bloco de Esquerda é um produto signé Sócrates, que ele alimentou distribuindo fúrias, introduzindo um tom agressivo na política portuguesa, tentando copiar as “causas fracturantes” porque não custavam dinheiro e eram “bem“. Como é óbvio estas só favoreceram o original, o Bloco, e não a cópia, o PS. Ao mesmo tempo, no que custava dinheiro, virava o PS para a direita quando lhe convinha, mas mantinha uma retórica de Robin dos Bosques também quando lhe dava jeito. A esquizofrenia enfraqueceu o PS e a gasolina derramada encontrou as chamas verbais de Louça para a incendiar. Agora o populismo de esquerda tomou uma dimensão que bate à porta da casa do PS como o Lobo Mau na casa dos porquinhos imprevidentes.»

[O CRESCIMENTO DO BLOCO - UM PRODUTO DE JOSÉ SÓCRATES no Abrupto]

Com uma família assim

É cada vez mais difícil encontrar um membro da família do querido líder que não esteja envolvido nas trapalhadas do Freeport. Poderemos chamar-lhes uma família disfuncional que elegeu um dos membros para 'representar' a doença da família?

03/09/2009

Mais uma cabala torpe contra o querido líder

Diz a oposição que o governo está por trás das ordens que a administração da TVI deu para cancelar o Jornal Nacional de Sexta em que a transvestida jornalista Manuela Moura Guedes apresentaria mais uma execrável pseudo-reportagem sobre o caso Freeport. Nada mais falso, diz o doutor Goebbles Santos Silva. Quem eles julgam que é o nosso coronel Hugo Chávez engenheiro José Sócrates?

Os sacanos de Tarantino

Christoph Waltz como Coronel Hans Landa, poliglota e o sacana dos sacanas

01/09/2009

DIÁRIO DE BORDO: a propósito ...

... do aprofundamento da democracia de Chávez, lembrei-me deste texto bem conhecido de Paul E. Marek.

Why the Peaceful Majority is Irrelevant

I used to know a man whose family were German aristocracy prior to World War II. They owned a number of large industries and estates. I asked him how many German people were true Nazis, and the answer he gave has stuck with me and guided my attitude toward fanaticism ever since.

“Very few people were true Nazis,” he said, “but many enjoyed the return of German pride, and many more were too busy to care. I was one of those who just thought the Nazis were a bunch of fools. So, the majority just sat back and let it all happen. Then, before we knew it, they owned us, and we had lost control, and the end of the world had come. My family lost everything. I ended up in a concentration camp and the Allies destroyed my factories.”

We are told again and again by experts and talking heads that Islam is the religion of peace, and that the vast majority of Muslims just want to live in peace. Although this unquantified assertion may be true, it is entirely irrelevant. It is meaningless fluff, meant to make us feel better, and meant to somehow diminish the specter of fanatics rampaging across the globe in the name of Islam.

The fact is that the fanatics rule Islam at this moment in history. It is the fanatics who march. It is the fanatics who wage any one of 50 shooting wars world wide. It is the fanatics who systematically slaughter Christian or tribal groups throughout Africa and are gradually taking over the entire continent in an Islamic wave. It is the fanatics who bomb, behead, murder, or execute honor killings. It is the fanatics who take over mosque after mosque. It is the fanatics who zealously spread the stoning and hanging of rape victims and homosexuals. The hard, quantifiable fact is that the “peaceful majority” is the “silent majority,” and it is cowed and extraneous.

Communist Russia was comprised of Russians who just wanted to live in peace, yet the Russian Communists were responsible for the murder of about 20 million people. The peaceful majority were irrelevant. China’s huge population was peaceful as well, but Chinese Communists managed to kill a staggering 70 million people. The average Japanese individual prior to World War II was not a war-mongering sadist. Yet, Japan murdered and slaughtered its way across Southeast Asia in an orgy of killing that included the systematic murder of 12 million Chinese civilians - most killed by sword, shovel and bayonet. And who can forget Rwanda, which collapsed into butchery? Could it not be said that the majority of Rwandans were “peace loving”?

History lessons are often incredibly simple and blunt; yet, for all our powers of reason, we often miss the most basic and uncomplicated of points. Peace-loving Muslims have been made irrelevant by the fanatics. Peace-loving Muslims have been made irrelevant by their silence. Peace-loving Muslims will become our enemy if they don’t speak up, because, like my friend from Germany, they will awaken one day and find that the fanatics own them, and the end of their world will have begun.

Peace-loving Germans, Japanese, Chinese, Russians, Rwandans, Bosnians, Afghanis, Iraqis, Palestinians, Somalis, Nigerians, Algerians and many others, have died because the peaceful majority did not speak up until it was too late. As for us, watching it all unfold, we must pay attention to the only group that counts: the fanatics who threaten our way of life.