31/12/2008
Propects for a Happy New Year
Due to the world financial crisis, there will only two banks which survive: Blood Bank and Sperm Bank. They will merge and form Fucking Bloody Bank.
Nestas ocasiões não sabemos o que dizer
Cada é um de nós é pior do que o outro, como Doctor Jekyll e Mister Hyde, segundo um, ou como Mister Hyde e Mister Utterson, segundo o outro.
Pôs-nos o insurgente André Azevedo Alves numa selecta lista dos melhores blogues de direita de 2008 e ficamos um bocadinho atrapalhados. Que havemos de dizer? Obrigado André, por exemplo.
Por cá, só temos a curta lista aqui ao lado onde O Insurgente está desde o dia em que nasceu (ou quase). Deve querer dizer qualquer coisa.
Impertinente & Pertinente, Lda
Pôs-nos o insurgente André Azevedo Alves numa selecta lista dos melhores blogues de direita de 2008 e ficamos um bocadinho atrapalhados. Que havemos de dizer? Obrigado André, por exemplo.
Por cá, só temos a curta lista aqui ao lado onde O Insurgente está desde o dia em que nasceu (ou quase). Deve querer dizer qualquer coisa.
Impertinente & Pertinente, Lda
30/12/2008
As trapalhadas do Magalhães
Como todas as outras acções mediáticas destinadas a massajar o hipotálamo dos eleitores, o plano Magalhães é um fiasco. Para os 500 mil ClassMate da Intel, baptizados de Magalhães para efeitos agit-prop, que o governo prometeu tornar disponíveis, só há 230 mil interessados. Destes 230 mil interessados só 35 mil já receberam o Magalhães. (DN)
Discute-se agora quem pagará o modem (€ 50 euros) e o acesso à internet (€ 250). Está-se no jogo do empurra entre as Direcções Regionais de Educação e as câmara municipais.
Tivéssemos uma imprensa independente e uma opinião pública informada, esclarecida e exigente (essa imprensa independente não existe porque não existe uma tal opinião pública) e toda esta operação de publicidade enganosa teria sido desmistificada.
[Retrospectiva dos posts do (Im)pertinências sobre o Magalhães:
Discute-se agora quem pagará o modem (€ 50 euros) e o acesso à internet (€ 250). Está-se no jogo do empurra entre as Direcções Regionais de Educação e as câmara municipais.
Tivéssemos uma imprensa independente e uma opinião pública informada, esclarecida e exigente (essa imprensa independente não existe porque não existe uma tal opinião pública) e toda esta operação de publicidade enganosa teria sido desmistificada.
[Retrospectiva dos posts do (Im)pertinências sobre o Magalhães:
29/12/2008
ARTIGO DEFUNTO: se a teoria não é confirmada pelos factos, tanto pior para os factos.
Vociferando, tronituante, contra o «capitalismo de sarjeta» na sua coluna do Expresso («Capitalismo, dinheiro e ética»), o doutor Miguel Sousa Tavares (MST) não se poupa nas explicações para a crise. Segundo ele a recessão e o desemprego explicam-se porque «o mercado não tem dinheiro para comprar ... e não tem porque as poupanças médias foram sorvidas, melhor dizendo, roubadas, pelo sector financeiro especulativo». MST não se embaraça nos factos - por exemplo, no facto de que as poupanças médias não existiam porque a classe média pura e simplesmente deixou de poupar, vivendo há uma década a crédito e acima das suas posses.
Continuando a não se preocupar com os factos, MST explica que «não há dinheiro na mão dos consumidores porque os Oliveira Costa, os Rendeiros, os Madoff deste mundo agarraram nas poupanças que lhes confiaram e roubaram-nas de duas maneiras: ou aplicando-as em pura especulação, sem qualquer critério de prudência e boa gestão; ou, pura e simplesmente, roubando-as, em benefício próprio.» É claro que, sobretudo no caso do BPN, houve locupletação, mas, mesmo neste caso, os montantes envolvidos são apenas uma fracção pouco significativa das perdas que os clientes (ou os contribuintes) irão sofrer.
No caso Madoff, em que estão envolvidas perdas que podem atingir a USD 50 mil milhões (ver aqui a história contada por Alistar Barr e o artigo Con of the century da Economist), é por demais evidente que os lesados são uns milhares de abonados e sofisticados investidores directos, umas dezenas de empresas financeiras e alguns bancos, o que no final não tem qualquer significado na redução da procura de bens de consumo, a não ser talvez para a LVSM (marcas Louis Vuitton, Moêt et Chandon, etc.). Será menos evidente, mas não menos verificável, que ainda assim, enquanto grupo, o que agora perdem é eventualmente menos do que no passado ganharam com o esquema de Ponzi montado por Bernard Madoff. O problema é que, dentro do grupo, uns ganharam e outros saíram a perder.
Quanto ao diagnóstico da maleita, conclui inevitavelmente MST que a crise financeira «é o resultado de uma crise de valores». Crise de valores que, por sua vez e também inevitavelmente, «é o resultado de o Estado se ter demitido do seu papel de vigilância e controlo dos poderosos». Valha-nos, ao menos, que MST não propõe explicitamente nenhuma medicina para a doença, nomeadamente mais regras, mais regulação, mais reguladores e, consequentemente, mais Estado. E ainda bem, porque, a causa determinante da falha dos mercados não foi essencialmente a falta de regras e mecanismos de regulação, mas muito mais os incentivos de uma política monetária estúpida no contexto de uma década de dinheiro estúpido, estupidamente aplicado. Nos casos Oliveira Costa (um trapaceiro triste e pardacento) e Madoff (um trapaceiro superdotado) e outros menos mediáticos, à política monetária estúpida adicionaram-se falhas e incúria da supervisão, que ignorou sucessivas red flags e conflitos de interesses, falhas já confirmadas pela SEC, mas por cá nunca reconhecidas, nem pelo BdP nem pelo governo (a quem o BdP tem prestado valiosos serviços).
Continuando a não se preocupar com os factos, MST explica que «não há dinheiro na mão dos consumidores porque os Oliveira Costa, os Rendeiros, os Madoff deste mundo agarraram nas poupanças que lhes confiaram e roubaram-nas de duas maneiras: ou aplicando-as em pura especulação, sem qualquer critério de prudência e boa gestão; ou, pura e simplesmente, roubando-as, em benefício próprio.» É claro que, sobretudo no caso do BPN, houve locupletação, mas, mesmo neste caso, os montantes envolvidos são apenas uma fracção pouco significativa das perdas que os clientes (ou os contribuintes) irão sofrer.
No caso Madoff, em que estão envolvidas perdas que podem atingir a USD 50 mil milhões (ver aqui a história contada por Alistar Barr e o artigo Con of the century da Economist), é por demais evidente que os lesados são uns milhares de abonados e sofisticados investidores directos, umas dezenas de empresas financeiras e alguns bancos, o que no final não tem qualquer significado na redução da procura de bens de consumo, a não ser talvez para a LVSM (marcas Louis Vuitton, Moêt et Chandon, etc.). Será menos evidente, mas não menos verificável, que ainda assim, enquanto grupo, o que agora perdem é eventualmente menos do que no passado ganharam com o esquema de Ponzi montado por Bernard Madoff. O problema é que, dentro do grupo, uns ganharam e outros saíram a perder.
Quanto ao diagnóstico da maleita, conclui inevitavelmente MST que a crise financeira «é o resultado de uma crise de valores». Crise de valores que, por sua vez e também inevitavelmente, «é o resultado de o Estado se ter demitido do seu papel de vigilância e controlo dos poderosos». Valha-nos, ao menos, que MST não propõe explicitamente nenhuma medicina para a doença, nomeadamente mais regras, mais regulação, mais reguladores e, consequentemente, mais Estado. E ainda bem, porque, a causa determinante da falha dos mercados não foi essencialmente a falta de regras e mecanismos de regulação, mas muito mais os incentivos de uma política monetária estúpida no contexto de uma década de dinheiro estúpido, estupidamente aplicado. Nos casos Oliveira Costa (um trapaceiro triste e pardacento) e Madoff (um trapaceiro superdotado) e outros menos mediáticos, à política monetária estúpida adicionaram-se falhas e incúria da supervisão, que ignorou sucessivas red flags e conflitos de interesses, falhas já confirmadas pela SEC, mas por cá nunca reconhecidas, nem pelo BdP nem pelo governo (a quem o BdP tem prestado valiosos serviços).
28/12/2008
ESTADO DE SÍTIO: quanto menos, mais.
No final da guerra colonial, quando as forças armadas totalizaram cerca de 150.000 militares, havia segundo o Sol, 41 generais. Hoje, para efectivos que não atingem os 20.000 militares, existem 58 generais. Aproximamo-nos do modelo sul-americano dos exércitos golpistas em que existem mais oficiais do que soldados. Não admira, pois, que à míngua de guerras os generais sem tropa se multipliquem e, em vez de se atribuirem missões, se arroguem mordomias.
ESTADO DE SÍTIO: afinal a cóltura é uma indústria.
Segundo um estudo da empresa de consultoria do doutor Augusto Mateus (esse mesmo, o ministro da Economia do engenheiro Guterres, do Plano Mateus, etc.), encomendado pelo Gabinete de Planeamento, Estratégia e Relações Internacionais do ministério da Cultura (pausa para respirar), citado pelo Sol, a «Cultura produz 6% da riqueza». Olhando para a coisa mais de perto, verifica-se que desta «Cultura» só uma parte não determinada, mas provavelmente pouco significativa, de 0,4% do VAB se refere à cóltura (*), as chamadas no estudo «actividades nucleares», o olimpo no qual se masturbam os escriturários do ministério e as elites intelectuais do burgo. O resto, ou seja quase tudo, são «indústrias culturais», isto é entertainment, ou seja aquilo que o povo ignaro consome deliciado e que faz úlceras aos artistas da arte independente, isto é a arte dependente do orçamento do ministério da Cultura.
(*) A Cóltura (com maiúscula) é a actividade das pessoas cóltas, que concebem óbjectos cólturais invendáveis. Os cóltos não costumam ter, a não ser marginal e esporadicamente, um labor produtivo - fogem dele como o diabo da cruz. Tentam, e por vezes conseguem, obter uma sinecura do Estado (com maiúscula) . Geralmente chegam a este ponto depois de viverem às custas do mecenato familiar, de amigos e, uma vez ou outra, para os mais talentosos, às custas dum(a) namorado(a) ou dum(a) amante. Há exemplos conhecidos de pessoas cóltas que foram bafejadas ao longo da sua vida por sucessivos mecenatos, às vezes cumulativos. (Glossário das Impertinências)
(*) A Cóltura (com maiúscula) é a actividade das pessoas cóltas, que concebem óbjectos cólturais invendáveis. Os cóltos não costumam ter, a não ser marginal e esporadicamente, um labor produtivo - fogem dele como o diabo da cruz. Tentam, e por vezes conseguem, obter uma sinecura do Estado (com maiúscula) . Geralmente chegam a este ponto depois de viverem às custas do mecenato familiar, de amigos e, uma vez ou outra, para os mais talentosos, às custas dum(a) namorado(a) ou dum(a) amante. Há exemplos conhecidos de pessoas cóltas que foram bafejadas ao longo da sua vida por sucessivos mecenatos, às vezes cumulativos. (Glossário das Impertinências)
27/12/2008
Mãe de santo
De uma amiga que envia regularmente, a mim e a dezenas de seus outros amigos, powerpoints místicos e edificantes, recebi ontem mais um sobre a vida de um santo ou, mais propriamente, sobre a vida da mãe do santo. A mãe é Ann Dunham e o santo é Obama Barack.
São 171 diapositivos com imagens e sobretudo palavras de fervor digno de Cristo Redentor. É uma coisa indescritível.
Vamos ver quanto tempo mais resiste a fé aos ditames da realpolitik.
São 171 diapositivos com imagens e sobretudo palavras de fervor digno de Cristo Redentor. É uma coisa indescritível.
Vamos ver quanto tempo mais resiste a fé aos ditames da realpolitik.
26/12/2008
O paciente ainda não morreu da doença mas pode vir a morrer da cura
Qual foi a causa sine qua non da crise financeira global? Dinheiro estúpido, como aqui recordou o Impertinente ao citar Walter Bagehot [At particular times a great deal of stupid people have a great deal of stupid money and there is speculation and there is panic]. Dinheiro estúpido é o dinheiro estupidamente barato.
Nos EU as taxas fixas para hipotecas a 30 anos atingiram o seu valor mais baixo desde 1971, ano em que Freddie Mac começou a publicar as taxas, o que fez os pedidos de hipoteca dispararem outra vez.
As taxas Euribor estão há quase três meses a cair e aproximam-se perigosamente dos valores mais baixos nos últimos anos.
Enquanto isso, a DECO, saudosa dos tempos da banca nacionalizada, pede ao BdP para «obrigar os bancos a aplicar um só valor (de comissões) no início» do contrato.
Nos EU as taxas fixas para hipotecas a 30 anos atingiram o seu valor mais baixo desde 1971, ano em que Freddie Mac começou a publicar as taxas, o que fez os pedidos de hipoteca dispararem outra vez.
As taxas Euribor estão há quase três meses a cair e aproximam-se perigosamente dos valores mais baixos nos últimos anos.
Enquanto isso, a DECO, saudosa dos tempos da banca nacionalizada, pede ao BdP para «obrigar os bancos a aplicar um só valor (de comissões) no início» do contrato.
25/12/2008
DIÁRIO DE BORDO: O mundo de Lilliput e Blefuscu (3)
24/12/2008
ESTADO DE SÍTIO: Se ele o diz.
Nos seus tempos de primeiro ministro, o doutor Cavaco costumava chamar «força de bloqueio» ao Tribunal de Contas (TC), então presidido pelo falecido doutor Sousa Franco. Mostrando que aprende depressa, o PS logo que ganhou a eleições em 1995 fez transitar o doutor Sousa Franco do Tribunal de Contas para o ministério das Finanças. Mais tarde, prudentemente, fez transitar de ministro das Finanças, onde havia substituído o doutor Sousa Franco, para presidente do TC o doutor d'Oliveira Martins. Do ponto de vista dos princípios, não podia ser pior: foi uma coisa terceiro-mundista, mais ou menos o equivalente a transmutar um polícia em potencial infractor e um efectivo infractor em polícia. Nada que aflija especialmente as criaturas que enchem a boca com a «ética republicana».
Apesar disso, e contra muitas expectativas, o doutor d'Olveira Martins tem-se portado com uma inesperada independência, o que só lhe fica bem. Por isso, aqui lhe presto a devida homenagem (para não pensarem, como de costume que só digo mal). Homenagem mitigada pelas razões que adiante se verão.
O parecer do TC sobre a Conta Geral do Estado de 2007, vem mostrar, por um lado e mais uma vez, essa independência, e, por outro lado e também mais uma vez, a trapalhada habitual do governo socialista, que não fica nada a dever aos governos PSD, que também mostraram notável talento para a contabilidade criativa.
Entre as várias deficiências, o TC salienta que ainda não está a ser usado pela maioria dos organismos públicos o Plano Oficial de Contabilidade Pública aprovado em 1997, bem como o regime de tesouraria do Estado, aprovado em 1999. A consequência é que o TC considera não poder «garantir que o valor da receita orçamental efectivamente obtida corresponda ao inscrito na Conta Geral do Estado de 2007» nem a «fiabilidade da Conta» no que respeita às despesas. Faltou-lhe tirar as consequências de não poder garantir os valores contabilizados das receitas e das despesas: não poder garantir nada.
Praticaram-se, uma vez mais, as habituais trafulhices, como a desorçamentação das despesas (dívidas de anos anteriores equivalentes a cerca de 8% do total das despesas foram amortizadas através de operações de tesouraria) .
De caminho, dando de barato o rigor, apesar das referidas reservas, os números da conta apurados pelo TC mostram-nos com clareza que a prodigiosa redução do défice se ficou a dever ao aumento da carga fiscal. Se as receitas tivessem aumentado ao ritmo das despesas, o défice ter-se-ia agravado de 300 milhões.
O TC estimou em pelo menos 2.000 milhões ainda as dívidas a fornecedores da Administração Central (isto é, não incluindo as dívidas das autarquias e regiões autónomas). Imagine-se o que seria o défice se o governo tivesse um prazo médio de pagamentos decente (como os que exige aos sujeitos passivos).
[Algumas fontes: Diário Económico e Jornal de Negócios]
Apesar disso, e contra muitas expectativas, o doutor d'Olveira Martins tem-se portado com uma inesperada independência, o que só lhe fica bem. Por isso, aqui lhe presto a devida homenagem (para não pensarem, como de costume que só digo mal). Homenagem mitigada pelas razões que adiante se verão.
O parecer do TC sobre a Conta Geral do Estado de 2007, vem mostrar, por um lado e mais uma vez, essa independência, e, por outro lado e também mais uma vez, a trapalhada habitual do governo socialista, que não fica nada a dever aos governos PSD, que também mostraram notável talento para a contabilidade criativa.
Entre as várias deficiências, o TC salienta que ainda não está a ser usado pela maioria dos organismos públicos o Plano Oficial de Contabilidade Pública aprovado em 1997, bem como o regime de tesouraria do Estado, aprovado em 1999. A consequência é que o TC considera não poder «garantir que o valor da receita orçamental efectivamente obtida corresponda ao inscrito na Conta Geral do Estado de 2007» nem a «fiabilidade da Conta» no que respeita às despesas. Faltou-lhe tirar as consequências de não poder garantir os valores contabilizados das receitas e das despesas: não poder garantir nada.
Praticaram-se, uma vez mais, as habituais trafulhices, como a desorçamentação das despesas (dívidas de anos anteriores equivalentes a cerca de 8% do total das despesas foram amortizadas através de operações de tesouraria) .
De caminho, dando de barato o rigor, apesar das referidas reservas, os números da conta apurados pelo TC mostram-nos com clareza que a prodigiosa redução do défice se ficou a dever ao aumento da carga fiscal. Se as receitas tivessem aumentado ao ritmo das despesas, o défice ter-se-ia agravado de 300 milhões.
O TC estimou em pelo menos 2.000 milhões ainda as dívidas a fornecedores da Administração Central (isto é, não incluindo as dívidas das autarquias e regiões autónomas). Imagine-se o que seria o défice se o governo tivesse um prazo médio de pagamentos decente (como os que exige aos sujeitos passivos).
[Algumas fontes: Diário Económico e Jornal de Negócios]
23/12/2008
Contem menos anedotas (estavam mesmo a pedi-las)
«Em última instância, em caso extremo, se o aval dos bancos não se traduzir em crédito à economia, devemos questionar se no futuro vale a pena o Estado continuar com este esforço», disse o ministro das Finanças.
«Horácio Roque rejeita responsabilidade da banca e classifica de "anedótica" posição do Governo»
«Neste momento o único banco a que pode tirar a garantia é à CGD, que foi o único que a utilizou. É uma questão interna entre o Governo e o seu banco.
Perante esta pressão muito grande … o primeiro-ministro e o ministro das Finanças não reagiram da melhor maneira. E todos foram infelizes, quer estes líderes de opinião a que me refiro, quer o primeiro-ministro, quer o ministro das Finanças. Portanto a sugestão que faço é que se fale menos» (Fernando Ulrich em entrevista ao Público).
Sem surpresas, o doutor Santos Ferreira e o engenheiro Faria de Oliveira mantêm-se em silêncio. Imagina-se que o doutor Ricardo Salgado já deve ter feito o seu telefonema lamurioso, protestando boa vontade e espírito de cooperação.
«Horácio Roque rejeita responsabilidade da banca e classifica de "anedótica" posição do Governo»
«Neste momento o único banco a que pode tirar a garantia é à CGD, que foi o único que a utilizou. É uma questão interna entre o Governo e o seu banco.
Perante esta pressão muito grande … o primeiro-ministro e o ministro das Finanças não reagiram da melhor maneira. E todos foram infelizes, quer estes líderes de opinião a que me refiro, quer o primeiro-ministro, quer o ministro das Finanças. Portanto a sugestão que faço é que se fale menos» (Fernando Ulrich em entrevista ao Público).
Sem surpresas, o doutor Santos Ferreira e o engenheiro Faria de Oliveira mantêm-se em silêncio. Imagina-se que o doutor Ricardo Salgado já deve ter feito o seu telefonema lamurioso, protestando boa vontade e espírito de cooperação.
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: eu também sempre achei poluente a tropa do LBGT.
O Papa Bento XVI indicou hoje que salvar a humanidade de comportamentos homossexuais ou transexuais é tão importante como salvar as florestas tropicais da destruição. “[A Igreja] deverá proteger o homem de se destruir a ele mesmo. É preciso uma espécie de ecologia do Homem”, disse o Sumo Pontífice num discurso perante a Cúria Romana, a administração central do Vaticano.
“As florestas tropicais merecem a nossa protecção. Mas o homem, enquanto criatura, também a merece”.
(Público)
“As florestas tropicais merecem a nossa protecção. Mas o homem, enquanto criatura, também a merece”.
(Público)
SERVIÇO PÚBLICO: Lá vem ele (outro) outra vez com a mesma treta ou de como os jornalistas gostam de ser tratados como estúpidos.
«Do ponto de vista directo, aquilo que pretendemos atingir é entre 80, 90 mil, 100 mil pessoas. Isso dá uma ideia da dimensão da resposta que precisamos e também da dimensão do problema», disse o ministro do Trabalho ao Diário Económico, a semana passada.
Como me falece completamente a pachorra para escrever algo de novo sobre este tema, resta-me republicar o post de 26 de Outubro, que se segue à saga «O efeito do tempo sobre os objectivos do governo» (partes I, II e III).
AQUI VAI ELE (basta substituir Teixeira dos Santos por Vieira da Silva, os números podem variar, mas a treta é a mesma:
«O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, reconheceu hoje (dia 22) que a meta de criar 150 mil postos de trabalho, avançada inicialmente pelo Governo de José Sócrates no início da legislatura, é difícil de atingir, mas relembrou que já foram criados 133 mil empregos e que só faltam 17 mil para alcançar o objectivo.» (Diário Económico)
Ó senhor ministro das Finanças, ó senhor doutor Teixeira dos Santos, tende piedade de nós. Não há mais pachorra para escutar essa treta dos empregos criados. No programa do governo não consta criar empregos, mas diferentemente «recuperar, nos próximos quatro anos, os cerca de 150.000 postos de trabalho perdidos na última legislatura» (Programa de XVII Governo (CAPÍTULO I UMA ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO PARA A PRÓXIMA DÉCADA, I. VOLTAR A ACREDITAR, 1. Uma estratégia mobilizadora para mudar Portugal, página 8). Se fossem criados um milhão de empregos e perdidos dois milhões o governo consideraria que estava a «resolver o problema do desemprego e combater as desigualdades sociais»?
Não haverá um só jornalista capaz de questionar as tretas do senhor ministro quando ele os trata como estúpidos?
Como me falece completamente a pachorra para escrever algo de novo sobre este tema, resta-me republicar o post de 26 de Outubro, que se segue à saga «O efeito do tempo sobre os objectivos do governo» (partes I, II e III).
AQUI VAI ELE (basta substituir Teixeira dos Santos por Vieira da Silva, os números podem variar, mas a treta é a mesma:
«O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, reconheceu hoje (dia 22) que a meta de criar 150 mil postos de trabalho, avançada inicialmente pelo Governo de José Sócrates no início da legislatura, é difícil de atingir, mas relembrou que já foram criados 133 mil empregos e que só faltam 17 mil para alcançar o objectivo.» (Diário Económico)
Ó senhor ministro das Finanças, ó senhor doutor Teixeira dos Santos, tende piedade de nós. Não há mais pachorra para escutar essa treta dos empregos criados. No programa do governo não consta criar empregos, mas diferentemente «recuperar, nos próximos quatro anos, os cerca de 150.000 postos de trabalho perdidos na última legislatura» (Programa de XVII Governo (CAPÍTULO I UMA ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO PARA A PRÓXIMA DÉCADA, I. VOLTAR A ACREDITAR, 1. Uma estratégia mobilizadora para mudar Portugal, página 8). Se fossem criados um milhão de empregos e perdidos dois milhões o governo consideraria que estava a «resolver o problema do desemprego e combater as desigualdades sociais»?
Não haverá um só jornalista capaz de questionar as tretas do senhor ministro quando ele os trata como estúpidos?
22/12/2008
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (14) A mãe de todas as desilusões.
[Episódios anteriores (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12) e (13)]
Obama não dá descanso aos obamófilos. Mal refeitos das muitas desilusões, incluindo a última delas (afinal Guantánamo já não é para fechar imediatamente, mas a meio do seu mandato de 4 anos), apanharam com a mãe de todas as desilusões: o convite para fazer a invocação na tomada de posse do presidente eleito ao pastor evangélico Rick Warren, um feroz detractor do casamento gay e de outras bandeiras politicamente correctas. O texano tóxico não faria melhor. A tropa LBGT já começa a aquecer os motores para as paradas.
Obama não dá descanso aos obamófilos. Mal refeitos das muitas desilusões, incluindo a última delas (afinal Guantánamo já não é para fechar imediatamente, mas a meio do seu mandato de 4 anos), apanharam com a mãe de todas as desilusões: o convite para fazer a invocação na tomada de posse do presidente eleito ao pastor evangélico Rick Warren, um feroz detractor do casamento gay e de outras bandeiras politicamente correctas. O texano tóxico não faria melhor. A tropa LBGT já começa a aquecer os motores para as paradas.
21/12/2008
O toque de finados para os elefantes brancos
A Caixa, o maior banco português, tem como accionista único o Estado português que injectou no último ano 1.500 milhões de euros em aumentos de capital e avalizou a emissão de obrigações de 2 mil milhões de euros destinada aos mercados internacionais. Apesar do spread de 190 pontos base (1,9%) a Caixa só conseguiu colocar 60% dessa emissão e, ainda assim, com uma parte significativa em bancos portugueses.
Imagine-se o que espera os outros bancos. É o toque de finados para o aumento do endividamento e, em consequência, para os investimentos públicos megalómanos em elefantes brancos.
Imagine-se o que espera os outros bancos. É o toque de finados para o aumento do endividamento e, em consequência, para os investimentos públicos megalómanos em elefantes brancos.
DIÁRIO DE BORDO: O mundo de Lilliput e Blefuscu (2)
19/12/2008
ESTADO DE SÍTIO: Ideias para superar o problema das faltas dos deputados e reduzir as despesas.
- Substituir o parlamento por duas câmaras: a alta e a baixa;
- A câmara alta será constituída pelos deputados altos (um por cada partido/coligação que tenha conseguido pelo menos um deputado baixo) e terá os mesmos poderes da assembleia actual;
- Cada deputado alto terá o número de votos correspondente ao número de deputados baixos do respectivo partido/coligação;
- Sem prejuízo da regra anterior, os partidos com tendências poderão requerer a presença de um representante de cada tendência;
Exemplos:
- PS terá representantes guterristas, soaristas, socratistas, alegristas, etc.
- PSD será provavelmente incapaz de escolher representantes;
- BE terá representadas as facções marxista-leninista-maoísta, variante albanesa, trotskista (4.ª Internacional), anarco-sindicalista, LBGT, entre outras;
- PCP e o CDS não carecem; - A câmara baixa será constituída pelos deputados baixos (equivalentes aos actuais deputados) e não terá poderes nenhuns; competir-lhe-á apenas aplaudir as decisões da câmara alta;
- Os deputados altos terão um horário de trabalho de 12 horas por dia, 5 a 7 dias por semana (aos domingos descansam os cristãos, aos sábados os judeus, os muçulmanos só descansam durante o Ramadão, os deputados de outras confissões e os agnósticos descansam sábados e domingos);
- Os deputados baixos terão isenção do horário de trabalho e uma tença de um salário mínimo;
- As câmaras alta e baixa serão transferidas para o pavilhão de Portugal na Expo, que está devoluto;
- As instalações actuais do parlamento em S. Bento serão concessionadas para um hotel gay de charme com discotecas, saunas, balneários, salas de chuto, salas de sexo em grupo e enfermarias para tratamento da SIDA e infecções oportunistas;
- Quando a taxa de desemprego for inferior a 5% a câmara baixa será desactivada e ficará em estado de dormência.
ESTADO DE SÍTIO: Crisis? What crisis? (2)
O prometido, é devido.
O tele-evangelista professor Louçã disse uma das homilias dos últimos dias que os bancos não emprestavam dinheiro porque o estariam a aplicar em operações especulativas, ou seja, segundo a sua mente conturbada, no «casino». Se o por acaso professor de economia se tivesse dado ao trabalho de consultar as estatísticas da Euronext, talvez percebesse a inconsistência da sua elucubração.
[Clicar para ampliar]
Em 2008, os volumes negociados até Outubro diminuíram quase 40% relativamente a 2007, em Novembro de 2008 a média diária foi menos de 1/3 da média diária do mês homólogo de 2007, e nos últimos dias os volumes negociados foram de 1/4 da média de Dezembro de 2997.
O tele-evangelista professor Louçã disse uma das homilias dos últimos dias que os bancos não emprestavam dinheiro porque o estariam a aplicar em operações especulativas, ou seja, segundo a sua mente conturbada, no «casino». Se o por acaso professor de economia se tivesse dado ao trabalho de consultar as estatísticas da Euronext, talvez percebesse a inconsistência da sua elucubração.
[Clicar para ampliar]
Em 2008, os volumes negociados até Outubro diminuíram quase 40% relativamente a 2007, em Novembro de 2008 a média diária foi menos de 1/3 da média diária do mês homólogo de 2007, e nos últimos dias os volumes negociados foram de 1/4 da média de Dezembro de 2997.
18/12/2008
ESTADO DE SÍTIO: Crisis? What crisis? (ACTUALIZADO)
A gente percebe que com a sua obsessão manipulativa, o governo se expôs a uma armadilha, ao instilar nas tenras e predispostas meninges dos sujeitos passivos a sua putativa omnipotência para fintar a crise. Apesar disso, não será um exagerado insulto à inteligência, não já da imensa legião dos sujeitos passivos (esses coitados), mas do elaborado córtex cerebral dos banqueiros o governo ameaçá-los por não retribuirem a generosidade governamental concedendo mais crédito?
Saberá o pior ministro da Finanças que:
- Se os bancos usarem as garantias para se financiarem (até agora só a Caixa o fez e, de caminho, aumentou pela 3.ª vez num ano o capital) a última coisa que pretendem será ficar com a grana parqueada, grana que lhes custa os olhos da cara, ou seja o custo do aval do governo e taxas Euribor com spread que reflecte o progressivo endividamento da República e da banca;
- À míngua de volumes de trading suficientes (*) no mercado de capitais e de oportunidades no mercado monetário interbancário (afinal todos os principais bancos tencionam financiar-se com avales do governo), se quiserem aplicar o putativo dilúvio de fundos resta-lhes concederem crédito;
- A não ser que os banqueiros não sejam gananciosos (segundo os defensores da política intervencionista, não podem ser mais), se os bancos não concedem crédito à vontade do governo terão certamente boas razões para isso, por exemplo as seguintes;
- Se as insuficiências de capital já eram notórias, com o aumento do core tier I determinado pelo BdP, mais crédito significa mais aumentos de capital e, com as margens a descer, isso significa menos ROE;
- O risco marginal aumentará porque os novos créditos terão pior qualidade e, face às regras de Basileia II, mais risco significa ainda mais capital e ainda menos ROE;
(*) Vou tratar amanhã deste tema, abordado ontem pelo tele-evangelista professor Louçã.
PS: Depois de ter publicado este post, lembrei-me que já aqui havia tratado do prenúncio da doutora Teodora Cardoso na IV Conferência Anual da Ordem dos Economistas: «vai ser necessário obrigar os bancos a fazerem aquilo para que servem».
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (13) Um secretário da Educação que fecha escolas
[Episódios anteriores (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11) e (12)]
Mais uma escolha do presidente eleito que passa o teste (Im)pertinências, mas só pode ser mais uma desilusão para os obamófilos em geral e a poderosa corporação dos professores americanos em particular (sem falar da FENPROF que, segundo consta, também votou Obama).
Trata-se da nomeação de Arne Duncan para secretário da Educação. Só o facto da actual secretária da Educação que trabalha para o texano tóxico considerar que seria uma grande escolha é caso para qualquer obamófilo que se preze começar a espumar. Quando souber que o próprio Santo Obama diz que Duncan «fechou escolas que estavam a falhar e substituiu equipas inteiras de pessoal, mesmo correndo o risco de ser impopular», estamos conversados.
Mais uma escolha do presidente eleito que passa o teste (Im)pertinências, mas só pode ser mais uma desilusão para os obamófilos em geral e a poderosa corporação dos professores americanos em particular (sem falar da FENPROF que, segundo consta, também votou Obama).
Trata-se da nomeação de Arne Duncan para secretário da Educação. Só o facto da actual secretária da Educação que trabalha para o texano tóxico considerar que seria uma grande escolha é caso para qualquer obamófilo que se preze começar a espumar. Quando souber que o próprio Santo Obama diz que Duncan «fechou escolas que estavam a falhar e substituiu equipas inteiras de pessoal, mesmo correndo o risco de ser impopular», estamos conversados.
17/12/2008
BPN - cada tiro, cada melro
«Sobre uma rede internacional de traficantes de obras de arte, nomeadamente de objectos de "arqueologia"; arte sacra; e antiguidades, que operou em Portugal durante a década de noventa, a qual, das inúmeras proezas que cometeu, conseguiu vender á direcção do Banco Português de Negócios, uma colecção de jóias ditas egípcias, contrabandeadas de Espanha, pelo valor de cerca de seis milhões de euros, e vendeu aos museus da Igreja Católica Alemã, centenas de imagens de arte sacra, roubadas no Alentejo, recomenda-se a sua consulta no Fórum Arqueologia, nos tópicos actualmente em apreciação:
[Email de Lars-Erik Simonsson]
[Email de Lars-Erik Simonsson]
BREIQUINGUE NIUZ: Volta, sim senhor.
«Não se volta impunemente duas vezes ao local do disparate», disse o tele-evangelista professor Louçã, a propósito da candidatura do doutor Santana Lopes à Câmara de Lisboa.
Nada mais falso. Volta e até mais do que uma vez, como se confirma pelo exemplo deste deputado que já vai na 3.ª comparência no local do disparate.
Nada mais falso. Volta e até mais do que uma vez, como se confirma pelo exemplo deste deputado que já vai na 3.ª comparência no local do disparate.
16/12/2008
CASE STUDY: Thinking out of a box.
«The irony of this debate is that for the best part of 30 years, business really did prove itself to be more competent than government, and for 20 years before that, the great Keynesian contraption of the interventionist, high-tax ‘mixed economy’ proved incapable of delivering what voters wanted or what was needed to keep Britain competitive. But these are extraordinary times. For better or worse, until normality returns, John Maynard Keynes lives again.»
[Keynes lives again – but cutting taxes still beats digging holes in the ground, The Spectator]
[Keynes lives again – but cutting taxes still beats digging holes in the ground, The Spectator]
15/12/2008
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (12) The Chicago connection
[Episódios anteriores (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10) e (11)]
Se esperam que o (Im)pertinências vá salpicar a já manchada reputação de Santo Obama com o caso Blagojevich, podeis esperar sentados, escreveu-se aqui na sexta-feira. Já podeis levantar-vos. Não por minha vontade. São os factos.
Rahm Emanuel, chefe de gabinete indigitado, que tem uma estreita relação com o governador Blagojevich (o tal que tentou vender o lugar de Obama no Senado) e, de resto, lhe sucedeu na Câmara dos Representantes em 2002, terá tido conversas com assessores de Blagojevich acerca da substituição de Obama que poderão ter sido gravadas (ver, por exemplo, aqui).
Será isto grave para o presidente eleito, do ponto de vista da política real e, em particular, da política real americana? Nem por isso. É apenas muito grave para a legião de fiéis que imaginava Santo Obama pairando acima da politics shit.
Se esperam que o (Im)pertinências vá salpicar a já manchada reputação de Santo Obama com o caso Blagojevich, podeis esperar sentados, escreveu-se aqui na sexta-feira. Já podeis levantar-vos. Não por minha vontade. São os factos.
Rahm Emanuel, chefe de gabinete indigitado, que tem uma estreita relação com o governador Blagojevich (o tal que tentou vender o lugar de Obama no Senado) e, de resto, lhe sucedeu na Câmara dos Representantes em 2002, terá tido conversas com assessores de Blagojevich acerca da substituição de Obama que poderão ter sido gravadas (ver, por exemplo, aqui).
Será isto grave para o presidente eleito, do ponto de vista da política real e, em particular, da política real americana? Nem por isso. É apenas muito grave para a legião de fiéis que imaginava Santo Obama pairando acima da politics shit.
O PowerPoint reciclado para a crise
Não é uma piada. É mesmo o PowerPoint «Iniciativa para o Investimento e Emprego», o embrulho mediático com que o governo empacota medidas já anunciadas n vezes. No total são 2.180 milhões de euros, suportados pelos contribuintes portugueses (1.300 milhões) e comunitários (880 milhões), assim distribuídos:
Não é para levar a sério o«Investimento Privado Directamente Associado 5000 M€». É um mero ornamento orçamental.
Pelas estatísticas do documento do «Ministry of Finance» fica-se a perceber que o governo pratica intensamente a reciclagem do PowerPoint. Não é que isto tenha especial importância. É apenas um pormenor exemplificativo do amadorismo com que se trabalha no pior «Ministry of Finance».
Não é para levar a sério o«Investimento Privado Directamente Associado 5000 M€». É um mero ornamento orçamental.
Pelas estatísticas do documento do «Ministry of Finance» fica-se a perceber que o governo pratica intensamente a reciclagem do PowerPoint. Não é que isto tenha especial importância. É apenas um pormenor exemplificativo do amadorismo com que se trabalha no pior «Ministry of Finance».
14/12/2008
SERVIÇO PÚBLICO: Avaliação do desempenho do governo no PRACE.
Se o governo for avaliado pelo grau de realização do seu próprio Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado, chumba ou, como se diz em eduquês, fica retido.
O diferencial entre a linha preta e a linha vermelha no gráfico seguinte mede o grau de fracasso do PRACE. Convém não esquecer que a redução das despesas com pessoal (linha azul) se fez transferindo despesa do orçamento corrente para a Segurança Social por via da antecipação da reforma de milhares de funcionários.
O diferencial entre a linha preta e a linha vermelha no gráfico seguinte mede o grau de fracasso do PRACE. Convém não esquecer que a redução das despesas com pessoal (linha azul) se fez transferindo despesa do orçamento corrente para a Segurança Social por via da antecipação da reforma de milhares de funcionários.
[«A prova do fracasso do PRACE», Miguel Frasquilho, no SOL]
13/12/2008
GLOSSÁRIO DAS IMPERTINÊNCIAS: Países em vias de subdesenvolvimento.
Primeiro havia os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos. Depois o politicamente correcto impôs-se e os países subdesenvolvidos passaram a ser países em vias de desenvolvimento, ainda que muitos deles não dessem quaisquer sinais de vir a ser desenvolvidos. Pelo caminho, vários outros conceitos socioeconómicos foram surgindo: economias emergentes, NIC (newly industrialized countries), failed states, etc.
Faltava porém uma nova categoria, para classificar estados como Portugal e Itália que, estando em vias, não encaixam em nenhum das categorias existentes. Faltava. Já não falta, graças a AB, que não por acaso é luso-italiano (ou italo-lusitano). São os países em vias de subdesenvolvimento.
Faltava porém uma nova categoria, para classificar estados como Portugal e Itália que, estando em vias, não encaixam em nenhum das categorias existentes. Faltava. Já não falta, graças a AB, que não por acaso é luso-italiano (ou italo-lusitano). São os países em vias de subdesenvolvimento.
12/12/2008
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (11) uma foto vale mil palavras
[Episódios anteriores (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9) e (10)]
Se esperam que o (Im)pertinências vá salpicar a já manchada reputação de Santo Obama com o caso Blagojevich, podeis esperar sentados. Vou apenas referir o talento de Jon Favreau, o futuro escriba-em-chefe do presidente (White House director of speechwriting), que, percebendo as limitações do seu ofício de burilar palavras para a silver tongue do presidente eleito, não hesitou em usar a imagem para expressar a sua admiração pela secretária de Estado nomeada. A imagem é esta e a estória completa pode ler-se aqui.
Se esperam que o (Im)pertinências vá salpicar a já manchada reputação de Santo Obama com o caso Blagojevich, podeis esperar sentados. Vou apenas referir o talento de Jon Favreau, o futuro escriba-em-chefe do presidente (White House director of speechwriting), que, percebendo as limitações do seu ofício de burilar palavras para a silver tongue do presidente eleito, não hesitou em usar a imagem para expressar a sua admiração pela secretária de Estado nomeada. A imagem é esta e a estória completa pode ler-se aqui.
ESTÓRIA E MORAL: Não está fácil a contabilidade da turma dos deputados
Estória
«É a confusão geral. A lista dos deputados presentes no plenário de sexta-feira não coincide com a contagem feita pela mesa da Assembleia da República (AR) no início das votações desse dia, nem com o próprio resultado da votação dos deputados por braço no ar.
A dificuldade maior poderá ser a contabilização das ausências à votação, pois esta não bate certo com os resultados da votação. Basta olhar para a bancada socialista: segundo os registos da mesa na altura da primeira votação, eram 103 os presentes. Mas é certo que votaram 108 deputados: 101 contra o diploma do CDS, seis a favor e um absteve-se.» [Público]
Moral
If you torture data sufficiently, it will confess to almost anything. (Fred Menger)
«É a confusão geral. A lista dos deputados presentes no plenário de sexta-feira não coincide com a contagem feita pela mesa da Assembleia da República (AR) no início das votações desse dia, nem com o próprio resultado da votação dos deputados por braço no ar.
A dificuldade maior poderá ser a contabilização das ausências à votação, pois esta não bate certo com os resultados da votação. Basta olhar para a bancada socialista: segundo os registos da mesa na altura da primeira votação, eram 103 os presentes. Mas é certo que votaram 108 deputados: 101 contra o diploma do CDS, seis a favor e um absteve-se.» [Público]
Moral
If you torture data sufficiently, it will confess to almost anything. (Fred Menger)
11/12/2008
O drama da Zona Euro: a parcimónia alemã contra a intemperança dos PIGS
A não perder a análise de Martin Wolf (antigo jornalista do FT e autor de «Why Globalization Works») no DE.
«A aparente eliminação do risco cambial não eliminou o risco propriamente dito. Na zona euro, por exemplo, a inflação e os riscos cambiais acabaram por se transformar em riscos de crédito. Assim sendo, impõe-se perguntar: o que determina o risco do crédito público? A tradicional abordagem europeia focaliza-se apenas nos défices orçamentais visíveis e na dívida. Ou seja, faz uma leitura extremamente limitada não só porque ignora a dívida pública contingente, mas porque acima de tudo ignora o balanço nacional e, consequentemente, os estreitos laços que existem entre os balanços do sector público e privado. Acresce que também ignora a balança de pagamentos. Muitas vezes se diz que a balança de transacções correntes não é relevante numa união monetária. Verdade, uma vez que não pode ocorrer uma crise cambial. Mas também é falso porque se pode verificar uma crise de crédito.
De entre os membros da zona euro que hoje apresentam elevados défices financeiros na balança de transacções correntes e no sector privado contam-se Portugal e a Grécia, cujo sector público, a par de Itália e Bélgica, apresenta um dos mais elevados níveis de endividamento. Os seis países aqui invocados são, pois, os mais vulneráveis, com particular destaque para a Grécia.»
«A aparente eliminação do risco cambial não eliminou o risco propriamente dito. Na zona euro, por exemplo, a inflação e os riscos cambiais acabaram por se transformar em riscos de crédito. Assim sendo, impõe-se perguntar: o que determina o risco do crédito público? A tradicional abordagem europeia focaliza-se apenas nos défices orçamentais visíveis e na dívida. Ou seja, faz uma leitura extremamente limitada não só porque ignora a dívida pública contingente, mas porque acima de tudo ignora o balanço nacional e, consequentemente, os estreitos laços que existem entre os balanços do sector público e privado. Acresce que também ignora a balança de pagamentos. Muitas vezes se diz que a balança de transacções correntes não é relevante numa união monetária. Verdade, uma vez que não pode ocorrer uma crise cambial. Mas também é falso porque se pode verificar uma crise de crédito.
De entre os membros da zona euro que hoje apresentam elevados défices financeiros na balança de transacções correntes e no sector privado contam-se Portugal e a Grécia, cujo sector público, a par de Itália e Bélgica, apresenta um dos mais elevados níveis de endividamento. Os seis países aqui invocados são, pois, os mais vulneráveis, com particular destaque para a Grécia.»
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Quanto menos, mais.
Secção Musgo Viscoso
Já se sabia e foi agora oportunamente recordado por alguns jornais que o ministro anexo doutor Constâncio tem uma tença anual de 250 mil euros, que é em valor absoluto cerca do dobro do salário de Bernard Bernanke, o presidente do FED, ou mais de 4 vezes, se tomarmos em conta o nível médio de salários em Portugal e nos EU.
Se adicionalmente considerarmos que a parte mais substancial da missão do FED não cabe ao BdP mas ao BCE, então a tença do doutor Constâncio é um escândalo galáctico e um paradigma duma função Zingarilho: quanto menos supervisionas mais auferes.
No dia seguinte, com elevado sentido de oportunidade, o doutor Constâncio declara «já tenho dito que deveria haver uma redução». É caso para dizer que não se pode ser ouvido em tudo. As orelhas do governo estão há mais de 3 anos tão ocupadas em ouvir as prestativas análises e previsões do doutor Constâncio que não lhes sobra um módico de atenção para a minúcia da remuneração.
Quatro pilatos pela negligente supervisão, cinco bourbons pela costumeira negligência e três chateaubriands por ter perdido a oportunidade de guardar de Conrado o prudente silêncio.
Já se sabia e foi agora oportunamente recordado por alguns jornais que o ministro anexo doutor Constâncio tem uma tença anual de 250 mil euros, que é em valor absoluto cerca do dobro do salário de Bernard Bernanke, o presidente do FED, ou mais de 4 vezes, se tomarmos em conta o nível médio de salários em Portugal e nos EU.
Se adicionalmente considerarmos que a parte mais substancial da missão do FED não cabe ao BdP mas ao BCE, então a tença do doutor Constâncio é um escândalo galáctico e um paradigma duma função Zingarilho: quanto menos supervisionas mais auferes.
No dia seguinte, com elevado sentido de oportunidade, o doutor Constâncio declara «já tenho dito que deveria haver uma redução». É caso para dizer que não se pode ser ouvido em tudo. As orelhas do governo estão há mais de 3 anos tão ocupadas em ouvir as prestativas análises e previsões do doutor Constâncio que não lhes sobra um módico de atenção para a minúcia da remuneração.
Quatro pilatos pela negligente supervisão, cinco bourbons pela costumeira negligência e três chateaubriands por ter perdido a oportunidade de guardar de Conrado o prudente silêncio.
10/12/2008
BREIQUINGUE NIUZ: E vice-versa.
«O Estado norte-americano pode ficar o maior accionista da General Motors e com participações financeiras na Ford e na Chrysler se o plano de ajuda ao sector automóvel delineado pelos Democratas for aprovado pelo Governo e pelo Congresso.» (JdeN)
Com 55 anos de atraso, os democratas dão razão ao republicano Charles Erwin Wilson, antigo presidente executivo e ainda accionista à época da General Motors, que durante o processo de nomeação como secretário da Defesa de Eisenhower, respondeu à comissão de Defesa do Senado sobre os potenciais conflitos de interesse «what was good for the country was good for General Motors and vice versa».
Com 55 anos de atraso, os democratas dão razão ao republicano Charles Erwin Wilson, antigo presidente executivo e ainda accionista à época da General Motors, que durante o processo de nomeação como secretário da Defesa de Eisenhower, respondeu à comissão de Defesa do Senado sobre os potenciais conflitos de interesse «what was good for the country was good for General Motors and vice versa».
Pensamentos do pior ministro das Finanças
«Mais do que discutir se deve ou não ser decretada a recessão, é importante encontrar as medidas que são necessárias para ultrapassar as dificuldades» (OJE de hoje).
Eu diria mesmo mais, decretar por decretar, em vez de discutir se deve ou não ser decretada a recessão, porque não decretar o fim da crise? O ministro da Economia que há dois anos o sugeriu só não o decretou porque o decreto estava na esfera de competência do ministério das Finanças.
Eu diria mesmo mais, decretar por decretar, em vez de discutir se deve ou não ser decretada a recessão, porque não decretar o fim da crise? O ministro da Economia que há dois anos o sugeriu só não o decretou porque o decreto estava na esfera de competência do ministério das Finanças.
09/12/2008
DIÁRIO DE BORDO: O mundo de Lilliput e Blefuscu (1)
08/12/2008
O investimento em bandeiras
«Isto é um investimento importante em si mesmo mas também é uma bandeira. Há dois dias foi a indústria automóvel, hoje são as minas», disse o ministro da Economia ao anunciar a compra pela MTO do grupo Martifer das Pirites Alentejanas que a Lundin Mining pretendia fechar. Acrescentou, para que não houvesse dúvidas, «a abertura de mais galerias na mina vai permitir criar mais emprego do que aquele que existe actualmente».
O ministro não explicou de onde virá o dinheiro para conseguir expandir (já seria um milagre manter) e rentabilizar uma mina condenada a ser encerrada por não ser viável aos preços actuais do zinco. Não precisa de explicar, vem dos mesmos que pagaram a Casa da Música e hão-de pagar o salvamento do BPP.
O ministro não explicou de onde virá o dinheiro para conseguir expandir (já seria um milagre manter) e rentabilizar uma mina condenada a ser encerrada por não ser viável aos preços actuais do zinco. Não precisa de explicar, vem dos mesmos que pagaram a Casa da Música e hão-de pagar o salvamento do BPP.
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Também tu Manoel?
«O que sei é que não é normal a ligação mulher com mulher e homem e com homem. Mas é tolerável. Eles que façam lá o que entenderem. É que o casamento tem um único fim: preservar a continuidade da espécie.»
[Manoel de Oliveira, Pública de 07-12 , lido aqui]
[Manoel de Oliveira, Pública de 07-12 , lido aqui]
07/12/2008
DIÁRIO DE BORDO: Um pintainho visto por um alfacinha.
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (10) Economistas com uma mão, duas mãos e três mãos.
[Episódios anteriores (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8) e (9)]
Já tratei dos executivos da equipa económica de Obama em vários episódios. Hoje vou tratar da equipa consultiva. Se a equipa executiva é um desapontamento para o lunatismo obamófilo e um relativo conforto para um largo espectro de mentes realistas, a nomeação da equipa consultiva será pouco menos do que um acto de alta traição para o lunatismo obamófilo e é um motivo de preocupação para as mentes realistas. Vou dar a palavra a David Weidner do MarketWatch do Wall Street Journal sobre os três campos da equipa económica de Obama Barack.
Three camps
Obama, perhaps unknowingly, has divided his economic team into three camps:
But the real head scratcher is Robert Rubin, who has held top roles at Citigroup since 1999. A former Goldman Sachs Group Inc. banker, Rubin served as Treasury secretary during both Clinton terms.
Rubin is the Mole of today's economic crisis. Given the opportunity to protect the country from deregulation of financial services, at Treasury he worked with then-Federal Reserve Chairman Alan Greenspan to redesign or roll back Depression-era reforms.
Of course, the greatest beneficiary of deregulation was Citigroup. Formed in 1998 through the merger of Citicorp and Travelers Group, the new company combined some of America's biggest banks, investment banks and insurance companies under one roof.
A job at Citi
So, when Rubin decided to step down at Treasury, yielding that post to Larry Summers, it wasn't long before Citi's chairman and chief executive, Sandy Weill, came calling. He offered Wall Street's equivalent of a no-show job. Rubin worked in the office of the chairman and led Citigroup's executive committee. He was paid $115 million over nine years.
Now, the government has been forced to invest $45 billion in Citigroup and backstop $270 billion of its $2 trillion balance sheet. How does Rubin respond when critics say he should bear some responsibility?
"Nobody was prepared for this," he told The Wall Street Journal. Was he overpaid? "I bet there's not a single year where I couldn't have gone somewhere else and made more," he said.
Along with Vikram Pandit, Citi's current CEO, Rubin seems to think that the whole system broke, not institutions. "This was something that was bigger than Citi," Pandit said.
Except, of course, that J.P. Morgan Chase & Co. is OK, and so are Wells Fargo Corp. and BB&T Corp., along with other banks that were wise enough not to boost short-term profits through derivatives at the risk of long-term survival.
This stubborn denial that people such as Rubin, Parsons and Pandit show is troubling enough. That two of those executives are advising the man who pledged to lead us out of this mess is terrifying.
Michael Bloomberg, New York's mayor, and Bill Gross, the Pimco fund manager, are two people who have volunteered to help. Paul Krugman, the Nobel Prize-winning economist and New York Times columnist, and Charles Calomiris, the controversial business-school professor at Columbia University, are still working their day jobs.
It's true, Mr. President-elect, that none of these candidates has the kind of government experience that your advisory panel has, but at some point fresh voices have to be more than just token members of the team; they have to actually lead.
Isn't that why we hired you?
Já tratei dos executivos da equipa económica de Obama em vários episódios. Hoje vou tratar da equipa consultiva. Se a equipa executiva é um desapontamento para o lunatismo obamófilo e um relativo conforto para um largo espectro de mentes realistas, a nomeação da equipa consultiva será pouco menos do que um acto de alta traição para o lunatismo obamófilo e é um motivo de preocupação para as mentes realistas. Vou dar a palavra a David Weidner do MarketWatch do Wall Street Journal sobre os três campos da equipa económica de Obama Barack.
Three camps
Obama, perhaps unknowingly, has divided his economic team into three camps:
- There are the smart, successful outside-the-box thinkers such as Google Inc.'s, Eric Schmidt, Anne Mulcahy of Xerox Corp. and Berkshire Hathaway Inc.'s Warren Buffett.
- There are the Clinton retreads, including Roel Campos, the former Securities and Exchange Commission chairman, Robert Reich, the former labor secretary, former advisers Daniel Tarulio, former Treasury Secretary Lawrence Summers, and the list goes on.
- And then there are the what-was-he-thinking picks: Dick Parsons, the former Time Warner Inc. chief executive and current Citigroup Inc. board member who is known for presiding over the most lackluster media company during one of the most robust economies in a generation.
But the real head scratcher is Robert Rubin, who has held top roles at Citigroup since 1999. A former Goldman Sachs Group Inc. banker, Rubin served as Treasury secretary during both Clinton terms.
Rubin is the Mole of today's economic crisis. Given the opportunity to protect the country from deregulation of financial services, at Treasury he worked with then-Federal Reserve Chairman Alan Greenspan to redesign or roll back Depression-era reforms.
Of course, the greatest beneficiary of deregulation was Citigroup. Formed in 1998 through the merger of Citicorp and Travelers Group, the new company combined some of America's biggest banks, investment banks and insurance companies under one roof.
A job at Citi
So, when Rubin decided to step down at Treasury, yielding that post to Larry Summers, it wasn't long before Citi's chairman and chief executive, Sandy Weill, came calling. He offered Wall Street's equivalent of a no-show job. Rubin worked in the office of the chairman and led Citigroup's executive committee. He was paid $115 million over nine years.
Now, the government has been forced to invest $45 billion in Citigroup and backstop $270 billion of its $2 trillion balance sheet. How does Rubin respond when critics say he should bear some responsibility?
"Nobody was prepared for this," he told The Wall Street Journal. Was he overpaid? "I bet there's not a single year where I couldn't have gone somewhere else and made more," he said.
Along with Vikram Pandit, Citi's current CEO, Rubin seems to think that the whole system broke, not institutions. "This was something that was bigger than Citi," Pandit said.
Except, of course, that J.P. Morgan Chase & Co. is OK, and so are Wells Fargo Corp. and BB&T Corp., along with other banks that were wise enough not to boost short-term profits through derivatives at the risk of long-term survival.
This stubborn denial that people such as Rubin, Parsons and Pandit show is troubling enough. That two of those executives are advising the man who pledged to lead us out of this mess is terrifying.
Michael Bloomberg, New York's mayor, and Bill Gross, the Pimco fund manager, are two people who have volunteered to help. Paul Krugman, the Nobel Prize-winning economist and New York Times columnist, and Charles Calomiris, the controversial business-school professor at Columbia University, are still working their day jobs.
It's true, Mr. President-elect, that none of these candidates has the kind of government experience that your advisory panel has, but at some point fresh voices have to be more than just token members of the team; they have to actually lead.
Isn't that why we hired you?
06/12/2008
ESTADO DE SÍTIO: O efeito multiplicador do investimento público.
O rácio de derrapagem do custo das obras públicas costumava ser 100%. Esta percentagem seria, digamos assim, uma espécie de base line. Para começar multiplica-se por dois, depois logo se vê. Costumava, mas no caso do novo pacote rodoviário as propostas apresentadas pelos concorrentes antes da adjudicação já a coisa tinha aumentado entre 50% a 150%.
Porém, um novo paradigma do investimento público emergiu com a Casa da Música cuja derrapagem atingiu uns assombrosos 228%, ou dito de outra maneira a coisa custou mais de 3 vezes o valor da adjudicação e demorou o triplo do tempo previsto. Já não podemos falar de derrapagem. É mais aquaplanning.
Quando se lê e se ouve pôr em causa o efeito multiplicador do investimento público, deveriam os cépticos começar por admitir que qualquer investimento público tem um multiplicador não inferior a 2 e com alguma sorte pode atingir 3 ou mais. Há que considerar os custos de manutenção, invariavelmente superiores aos benefícios gerados pelo investimento, onde se aplica igualmente o efeito multiplicador.
Porém, um novo paradigma do investimento público emergiu com a Casa da Música cuja derrapagem atingiu uns assombrosos 228%, ou dito de outra maneira a coisa custou mais de 3 vezes o valor da adjudicação e demorou o triplo do tempo previsto. Já não podemos falar de derrapagem. É mais aquaplanning.
Quando se lê e se ouve pôr em causa o efeito multiplicador do investimento público, deveriam os cépticos começar por admitir que qualquer investimento público tem um multiplicador não inferior a 2 e com alguma sorte pode atingir 3 ou mais. Há que considerar os custos de manutenção, invariavelmente superiores aos benefícios gerados pelo investimento, onde se aplica igualmente o efeito multiplicador.
05/12/2008
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (9) economistas com duas mãos.
[Episódios anteriores (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7) e (8)]
É difícil reunir tanto talento económico numa só equipa politicamente centrista e, por isso mesmo e ao mesmo tempo, desiludir, outra vez, a legião de fiéis mais propensos ao lunatismo. Obama conseguiu.
Resta saber se os economistas galácticos não se atrapalharão uns aos outros. Vem a propósito recordar o chiste de Harry Truman que, cansado de ouvir economistas incapazes de lhe proporem políticas objectivas dizerem-lhe «in one hand bla bla, in another hand bla bla», pediu aos seus assessores para lhe trazerem «economists with just one hand».
É difícil reunir tanto talento económico numa só equipa politicamente centrista e, por isso mesmo e ao mesmo tempo, desiludir, outra vez, a legião de fiéis mais propensos ao lunatismo. Obama conseguiu.
[Fonte: Economist Nov 29th]
Resta saber se os economistas galácticos não se atrapalharão uns aos outros. Vem a propósito recordar o chiste de Harry Truman que, cansado de ouvir economistas incapazes de lhe proporem políticas objectivas dizerem-lhe «in one hand bla bla, in another hand bla bla», pediu aos seus assessores para lhe trazerem «economists with just one hand».
04/12/2008
O Estado como parte de má-fé
De 1995, ano em que o Estado contratou a gestão do hospital Amadora-Sintra com a José de Mello Saúde (JMS), até 2004 a exploração foi deficitária. Segundo um estudo do Prof. Neves Adelino da Universidade Nova, desde 1995 o Estado terá poupado em média 24 milhões de euros por ano ou cerca de 20% dos custos do Hospital de Almada, que tem características comparáveis.
Ao fim de 4 anos com resultados positivos para o concessionário, dos 14 que durou o contrato, o Estado decide denunciá-lo e alterar o estatuto do hospital para Entidade Pública Empresarial. Pelo meio, o Estado exigiu a devolução de 78 milhões de euros e acaba obrigado por decisão arbitral a pagar 43 milhões de euros.
[Para mais pormenores ver aqui ou aqui, por exemplo]
Ao fim de 4 anos com resultados positivos para o concessionário, dos 14 que durou o contrato, o Estado decide denunciá-lo e alterar o estatuto do hospital para Entidade Pública Empresarial. Pelo meio, o Estado exigiu a devolução de 78 milhões de euros e acaba obrigado por decisão arbitral a pagar 43 milhões de euros.
[Para mais pormenores ver aqui ou aqui, por exemplo]
DIÁLOGOS DE PLUTÃO: O velho campino e a menina.
Um velho campino, típico e tradicional do nosso Ribatejo, contemplava, como era seu costume, os touros a pastar nas lezírias à luz de mais um tranquilo pôr-do-sol. Pelo pitoresco do quadro e pelas vestes, que sempre envergava com assumido orgulho, era alvo da curiosidade de todos os turistas e transeuntes de outras paragens. Naquele dia, uma jovem aproximou-se dele e fez-lhe a pergunta do costume:
No dia seguinte, foi a vez de uma outra excursão perturbar a calma local. O grupo, curioso, aproximou-se do velho campino e um sujeito perguntou-lhe:
[Enviado por JARF]
- O senhor é campino?Naquele dia, por ter acordado um pouco mais falador, colocou ele uma questão:
- Sou, sim, Menina.
- Um campino verdadeiro?
- Claro.
- Há muitos anos?
- Sim! Todos os dias conduzo os meus animais e aos Domingos levo-os às lides triunfantes nas mais famosas arenas de Portugal.
- E a menina?
- Eu sou lésbica. Acordo a pensar em mulheres, tomo banho, como, trabalho, adormeço e sonho a pensar em mulheres e de manhã acordo a pensar em mulheres!
No dia seguinte, foi a vez de uma outra excursão perturbar a calma local. O grupo, curioso, aproximou-se do velho campino e um sujeito perguntou-lhe:
- O senhor é campino?Após uma pequena pausa, o velho campino respondeu, um tanto atrapalhado:
- Toda a minha vida pensei que sim... Mas afinal, ontem descobri que sou lésbica.
[Enviado por JARF]
03/12/2008
ESTADO DE SÍTIO: Saiu-lhe a sorte grande. (3)
Vive-se definitivamente no período pós-BPN. Depois de às recomendações sobre o divórcio ter dito nada, o PS volta a dizer nada às pré-ocupações do doutor Cavaco com as alegada redução dos poderes presidenciais. Com o PSD embrulhado na sucessão da doutora Ferreira Leite (que a verificar-se pode ser mais uma pedra na engrenagem do doutor Cavaco) e o povo mais preocupado com o pagamento da prestações do que com as questões esotéricas dos poderes presidenciais, o doutor Cavaco arrisca-se a ter que engolir mais um sapo - o segundo duma muito provável longa sucessão.
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: «Chamem o dr. Constâncio».
(Face ao irrealismo das premissas do OE 2009 cada vez mais evidente), «era melhor o Governo pedir uma análise a uma instituição independente. Que tal o Banco de Portugal? Afinal, Constâncio aceitou que a instituição fizesse uma projecção do défice para 2005, transformando uma função técnica (analisar orçamentos executados) numa questão política (analisar orçamentos por executar). Quem faz uma, faz duas. A oposição anda a dormir?»
[Camilo Lourenço no Jornal de Negócios]
[Camilo Lourenço no Jornal de Negócios]
02/12/2008
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (8) o softpower na gaveta.
[Episódios anteriores (1), (2), (3), (4), (5), (6) e (7)]
Barack Obama (ex-Santo Obama, em tempos padroeiro dos órfãos de esquerda) desilude, uma vez mais, os seus fiéis. Ontem confirmou na Defesa Robert Gates, o secretário de estado bushista e afirmou que pretende manter as forças armadas americanas como «as mais fortes do planeta» cujos efectivos pretende aumentar em 100 mil. Em suma, meteu o softpower na gaveta (como o doutor Soares em tempos fez com o socialismo, que só agora, desocupado e liberto de responsabilidades, desenterrou da naftalina).
Barack Obama (ex-Santo Obama, em tempos padroeiro dos órfãos de esquerda) desilude, uma vez mais, os seus fiéis. Ontem confirmou na Defesa Robert Gates, o secretário de estado bushista e afirmou que pretende manter as forças armadas americanas como «as mais fortes do planeta» cujos efectivos pretende aumentar em 100 mil. Em suma, meteu o softpower na gaveta (como o doutor Soares em tempos fez com o socialismo, que só agora, desocupado e liberto de responsabilidades, desenterrou da naftalina).
01/12/2008
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (7) o PTEC de Obama não é um PREC.
[Episódios anteriores (1), (2), (3), (4), (5) e (6)]
Todos os maiores de 40 anos se recordam do PREC (Processo Revolucionário Em Curso). Os outros ouviram falar na escola e, consequentemente, não fazem a mínima ideia do que seja. Restam poucas dúvidas que o PTEC (Processo de Transição em Curso) da bushfobia para a obamófilia não é um PREC. Entre os dois processos de transição entre presidentes considerados como modelo (o de Carter para Reagan e o de Bush pai para Clinton) Obama escolheu imaginem qual?
Se o leitor respondeu o segundo, é porque ainda não percebeu o que se está a passar. Sugestão: voltar a ler todos os posts acima referenciados da série Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos.
Obama escolheu a abordagem de Reagan thoroughly businesslike, nomeou um trio que trabalha em estreita colaboração com o think tank Centre for American Progress (no caso de Reagan tinha sido a Heritage Foundation) e deu prioridade à constituição do staff (nomeou logo Rahm Emanuel) e não do governo (mais pormenores aqui).
Obamófilos de todo o mundo, habituai-vos!
Todos os maiores de 40 anos se recordam do PREC (Processo Revolucionário Em Curso). Os outros ouviram falar na escola e, consequentemente, não fazem a mínima ideia do que seja. Restam poucas dúvidas que o PTEC (Processo de Transição em Curso) da bushfobia para a obamófilia não é um PREC. Entre os dois processos de transição entre presidentes considerados como modelo (o de Carter para Reagan e o de Bush pai para Clinton) Obama escolheu imaginem qual?
Se o leitor respondeu o segundo, é porque ainda não percebeu o que se está a passar. Sugestão: voltar a ler todos os posts acima referenciados da série Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos.
Obama escolheu a abordagem de Reagan thoroughly businesslike, nomeou um trio que trabalha em estreita colaboração com o think tank Centre for American Progress (no caso de Reagan tinha sido a Heritage Foundation) e deu prioridade à constituição do staff (nomeou logo Rahm Emanuel) e não do governo (mais pormenores aqui).
Obamófilos de todo o mundo, habituai-vos!
ESTADO DE SÍTIO: Saiu-lhe a sorte grande. (2)
Imagine-se o que a maior e melhor máquina de manipulação vai fazer com o filão das ligações do cavaquismo ao BPN, convidei aqui.
É cada vez necessária menos imaginação. Meses atrás, no período pré-BPN, se o PR tivesse recomendada uma medida inócua como a «adopção de mecanismos de acompanhamento» duma lei que tivesse vetado antes de a ratificar depois alterações cosméticas, o que faria o PS? Aceitaria em nome da chamada cooperação institucional. O que fez o PS no pós-BPN? Às recomendações disse nada.
É cada vez necessária menos imaginação. Meses atrás, no período pré-BPN, se o PR tivesse recomendada uma medida inócua como a «adopção de mecanismos de acompanhamento» duma lei que tivesse vetado antes de a ratificar depois alterações cosméticas, o que faria o PS? Aceitaria em nome da chamada cooperação institucional. O que fez o PS no pós-BPN? Às recomendações disse nada.